Veículo que herdou restos do BPN avança com liquidação
Parvalorem já iniciou os trabalhos para avançar com o processo de liquidação que prevê que esteja concluído até final de 2027. Incorporação noutra entidade do Estado também está em cima da mesa.

A Parvalorem já começou os trabalhos para a sua extinção. O veículo que herdou os ativos problemáticos do falido BPN vai avançar com o processo de liquidação até final de 2027, quando termina o mandato da atual administração. A incorporação noutra entidade do Estado também está em cima da mesa. E isto depois de ter registado o primeiro lucro desde a sua criação em 2010.
“No mandato que se inicia em 2025 é tempo de preparar a Parvalorem para a sua etapa final terminando a missão para que foi constituída”, refere a presidente daquele veículo, Sofia Torres, na mensagem que acompanha o relatório e contas relativo a 2024.
“Iniciámos os trabalhos para aprovação e implementação do plano de liquidação da Parvalorem, que prevemos concluir até ao final do mandato”, acrescenta a responsável que acabou de ser reconduzida na liderança da administração até 2027.
A sociedade não avança com detalhes sobre este plano depois de contactada pelo ECO.
No mandato que se inicia em 2025 é tempo de preparar a Parvalorem para a sua etapa final terminando a missão para que foi constituída.Iniciámos os trabalhos para aprovação e implementação do plano de liquidação da Parvalorem, que prevemos concluir até ao final do mandato.
Liquidação ou integração noutra empresa pública em cima da mesa
Ainda assim, este desfecho era mais do que previsível e está a ser preparado há algum tempo. Nos últimos anos foram liquidadas (através da integração na Parvalorem) outras duas PAR que foram criadas também em 2010 na sequência da nacionalização do BPN ocorrida dois anos antes: primeiro a Parups (que ficou com as obras de arte) e depois a Parparticipadas (que geria as participações sociais).
“Encontrando-se atualmente o balanço consolidado das PAR concentrado na Parvalorem”, adianta a Parvalorem, isto vai permitir “a maximização de recuperação para o Estado e facilitar a adoção de uma solução final para a Parvalorem a implementar e concluir nos próximos três anos”.
O objetivo passa por transformar a Parvalorem, que conta com 80 trabalhadores, numa estrutura mínima viável para a gestão dos ativos, ou aquilo que chama de “estrutura residual”. Neste período, centrará os seus esforços “na redução do balanço através da aceleração da recuperação das carteiras de crédito e alienação dos ativos imobiliários”.
Depois disso, há duas opções em cima da mesa: ou a liquidação ou a incorporação noutra entidade do Estado.
“Soluções em entidades da esfera do Estado ou privadas” é também o caminho que se procura para os ativos que não foram resolvidos neste período, assume a Parvalorem que contabilizava um ativo líquido ligeiramente superior a 500 milhões de euros no final do ano passado.
Primeiro lucro após prejuízos de 4,2 mil milhões
A Parvalorem dá os primeiros passos formais rumo ao seu fim depois de ter alcançado em 2024 o primeiro lucro da sua história. Fechou o ano passado com um resultado positivo de 14,6 milhões de euros, o que não deixa de constituir uma gota de água no oceano de prejuízos de 4,2 mil milhões que acumula desde a sua constituição.
O resultado operacional foi de 74,2 milhões de euros, “muito influenciado pelas reversões líquidas de imparidades de crédito registadas no exercício e pelos ganhos na liquidação de créditos”, explica a entidade.
Foram recuperados ativos em cash num total de 77,8 milhões de euros ao longo do ano passado. Aos quais se adicionaram outros 51,7 milhões de imóveis que foram adicionados à carteira por conta da atividade de recuperação da carteira de crédito.
A Parvalorem destaca que em 2024, tal como em 2023, 2022, 2021 e 2020, não foi necessário novos empréstimos do Estado. Pelo contrário, procedeu à amortização parcial de 59 milhões de euros de um financiamento de 2012. Ainda assim, devia cerca de 5,36 mil milhões aos contribuintes, que correspondiam na prática ao seu passivo no final do ano passado.
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