Intel capta dois mil milhões do SoftBank e Governo dos EUA avalia tornar-se maior acionista
Fabricante de chips Intel, que tem enfrentado dificuldades, acaba de receber um investimento de dois mil milhões do SoftBank. Governo dos EUA também poderá entrar no capital, ficando com 10%.
O grupo japonês SoftBank vai investir dois mil milhões de dólares (1,7 mil milhões de euros) na fabricante de processadores norte-americana Intel. A aposta foi revelada esta terça-feira, numa altura em que circulam rumores de que o Governo dos EUA também estará a negociar ficar com 10% da empresa.
Ao abrigo do acordo assinado pelas partes, o SoftBank vai pagar 23 dólares por ação comum da Intel. A transação ainda está sujeita a algumas condições, como é normal neste tipo de negócios.
O investimento do SoftBank deverá conceder ao grupo liderado por Masayoshi Son uma posição de 2% na Intel, a qual descreve como “líder de confiança em inovação”. Na manhã desta terça-feira, 19 de agosto, as ações da Intel subiam 5,79% nas negociações antes da abertura das bolsas em Wall Street, enquanto os títulos do SoftBank caíram mais de 4% na bolsa de Tóquio.
“Este investimento surge numa altura em que tanto a Intel como o SoftBank aprofundam o seu compromisso em investir em tecnologia avançada e inovação em semicondutores nos EUA”, contextualiza o SoftBank num comunicado.
“Este investimento estratégico reflete a nossa convicção de que a produção e o fornecimento avançados de semicondutores continuarão a expandir-se nos Estados Unidos, com a Intel a desempenhar um papel fundamenta”, afirma o próprio Masayoshi Son, presidente e CEO do SoftBank, citado na mesma nota.
Casa Branca quer entrar no negócio
Poderão haver outras novidades na calha para a Intel. Esta segunda-feira, a Bloomberg noticiou que a Administração Trump está a negociar ficar com uma participação de 10% no capital da Intel. Se se confirmar, os EUA tornar-se-ão no maior acionista da fabricante de processadores, ultrapassando a gestora de ativos Vanguard.
De acordo com a agência de informação financeira, a entrada do Governo norte-americano na Intel poderia ocorrer por via da conversão em capital da totalidade ou parte das garantias atribuídas ao abrigo do US Chips and Science Act, uma lei que remonta a 2022 e que foi criada para incentivar a produção destes componentes eletrónicos nos EUA.
O valor dessas garantias ronda os 10,9 mil milhões de dólares. Ora, uma participação de 10% da Intel poderá valer cerca de 10,5 mil milhões, segundo cálculos da Bloomberg, um valor praticamente equivalente.
Outrora sinal de prestígio no universo dos semicondutores, a Intel tem vindo a perder terreno na era da inteligência artificial (IA) para empresas como a rival Nvidia. Neste contexto, a fabricante tem assistido a uma estagnação nas vendas e prejuízos sucessivos. Em março deste ano, a Intel nomeou Lip-Bu Tan como novo CEO.
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