PS avisa que crescimento económico ficará “claramente aquém” das previsões da AD
Líder da bancada parlamentar socialista revelou que Governo indicou que PIB "crescerá substancialmente menos" do que o esperado. Executivo garantiu ao PS que legislação laboral ficará fora do OE.
O líder parlamentar do PS afirmou esta sexta-feira que o crescimento económico previsto pelo Governo ficará “claramente aquém” dos 2,4% este ano e 2,6% no próximo projetados no programa eleitoral da AD. Eurico Brilhante Dias adiantou ainda que a reforma da legislação laboral ficará fora do Orçamento do Estado para 2026 (OE2026). Do lado do Governo, espera-se que “lucidez” do partido “se mantenha”.
“Tal como o PS sempre disse, o quadro macroeconómico apresentado pela AD durante a campanha eleitoral é um quadro irrealista e, por isso, o país em 2025 e em 2026 não crescerá em linha com as promessas eleitorais da AD, crescerá substancialmente menos”, disse o líder da bancada parlamentar socialista em declarações aos jornalistas no Parlamento.
Eurico Brilhante Dias falava aos jornalistas após o encontro com o Governo sobre “temas relevantes” para o país: o Orçamento do Estado para 2026 (OE2026), a Lei de Estrangeiros e Lei da Nacionalidade, a criação das freguesias e a Palestina.
Nas reuniões de quarta-feira que o Executivo manteve com o Chega, Livre e Iniciativa Liberal (IL), o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, já sinalizou que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) “rondará os 2%”, segundo Rui Tavares, co-porta-voz do Livre.
O líder parlamentar do PS explicou ainda que o Governo assumiu algo que para o partido “é importante”, que “aspetos de política pública, como as alterações à lei laboral ou as alterações ao quadro da Lei de Bases da Saúde ou conexas com o SNS não irão figurar na proposta de Orçamento”.
“Vamos esperar até 10 de outubro para ver se este compromisso do Governo se cumpre”, salientou.
O secretário-geral do PS tinha avisado o primeiro-ministro que está indisponível para aprovar um Orçamento que verta a reforma da legislação laboral apresentada pelo Governo, embora esta seja uma matéria que não é orçamental.
“Que fique claro para o senhor primeiro-ministro: as pessoas não são linhas vermelhas. Quando nós dizemos que o Orçamento do Estado (OE) não pode dar respaldo a alterações das leis laborais que põem em causa os mais jovens, que ofendem as mulheres, que ofendem os trabalhadores mais vulneráveis, isto não são linhas vermelhas, isto é defender a vida das pessoas”, afirmou José Luís Carneiro, em declarações aos jornalistas, citado pela Lusa.
Por seu lado, o ministro dos Assuntos Parlamentes considerou esta sexta-feira construtiva a reunião com o PS e disse esperar que a “seriedade e lucidez democrática” se mantenha entre os socialistas e viabilizem a proposta do Governo de Orçamento. Em declarações aos jornalistas, nos Passos Perdidos, após o fim do encontro, desdramatizou pontos de divergência entre o Governo e o PS.
O governante garantiu ainda que o Executivo “tem todo o interesse” num consenso com o PS sobre a lei de Estrangeiros, mas avisou que o Governo não se irá afastar dos objetivos essenciais para resolver “um problema que herdou”.
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