BCP e Inditex são os maiores credores da Polopiqué. Dívida ascende a 66,5 milhões

Banco surge como o maior credor da empresa têxtil com um crédito de 14,2 milhões de euros. Já a gigante espanhola para quem a Polopiqué produz tem 12,6 milhões em dívida da empresa em PER.

O BCP e a Inditex são os maiores credores da Polopiqué Comércio e Indústria de Confecções, a têxtil do grupo que entrou com um pedido de Processo Especial de Revitalização (PER), no âmbito de um plano de reestruturação profundo que está a ser implementado e que inclui o encerramento de duas unidades, além do plano de revitalização de uma segunda empresa. Segundo a lista provisória de credores divulgada pelo administrador do processo, a dívida da empresa ascende a 66,5 milhões de euros.

Com um total de 420 credores, o BCP surge como a entidade mais exposta à dívida da empresa têxtil do grupo de Santo Tirso, com créditos de 14,2 milhões de euros. Na lista sobressaem ainda outras entidades financeiras: à Caixa Geral de Depósitos são associados 6,5 milhões, enquanto o Eurobic reclama 3,9 milhões de euros e o Montepio 3,6 milhões.

Apesar de os bancos representarem uma importante parcela do crédito da Polopiqué Comércio e Indústria de Confecções, a gigante espanhola Inditex, uma das maiores clientes da empresa nortenha, é citada como a segundo maior credora na lista divulgada pelo administrador Manuel Reinaldo Mâncio da Costa.

De acordo com a mesma fonte, a empresa têxtil deve 12,6 milhões de euros à dona da Zara. Deste valor, 7,8 milhões dizem respeito a contratos de adiantamento recentes e os restantes 4,79 milhões são referentes a um contrato de adiantamento datado de 8 de fevereiro de 2022.

A extensa lista de créditos revela ainda uma dívida de 2,16 milhões de euros à fornecedora Shaoxing Aimengsi Import Export Co e de 1,65 milhões de euros à Norgarante.

O plano de reestruturação do grupo Polopiqué, avançado em primeira mão pelo ECO, inclui o encerramento de duas das unidades de produção — Polopiqué Tecidos e Cottonsmile –, reestruturação de dívida com a banca, venda de ativos e a concentração nos negócios que geram maior rendimento operacional.

Numa resposta enviada ao ECO, por escrito e assinada pelo presidente Luís Miguel Guimarães, o grupo têxtil adiantou que “manterá as atividades estratégicas e mais rentáveis da sua cadeia de valor, com foco nas áreas onde possui maior diferenciação, controlo e retorno operacional”. “Desta forma, manterá atividade de excelência nas áreas de design, logística e vendas, acabamentos têxteis e produção de fio”, salientou.

O grupo empregava até agora cerca de 800 trabalhadores, sendo que este processo deverá levar nesta fase ao corte de 280 postos de trabalho, tendo em conta a insolvência de duas das empresas e os planos de revitalização que incluem a têxtil e a unidade de acabamentos.

Fundado em 1996, em Portugal, o Grupo Polopiqué é um dos principais operadores do setor têxtil europeu e está entre as empresas que participam o Projeto Lusitano, a agenda mobilizadora do setor têxtil e do vestuário no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Contempla um investimento de 111,5 milhões de euros, dos quais já foram executados mais de 50%.

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