Digi contrata Rothschild para entrar na bolsa espanhola

A Digi contratou o grupo financeiro Rothschild para explorar uma entrada em bolsa da subsidiária espanhola, avança esta sexta-feira o jornal Expansión. A operadora de telecomunicações romena, que tem presença em Portugal, está a receber consultoria financeira para um possível oferta pública inicial (IPO – Initial Public Offering) do negócio em Espanha em 2026.

A escolha da empresa recaiu o mesmo assessor que esteve por detrás do IPO da operadora Euskaltel – com sede no País Basco e do grupo Masorange, após a aquisição pela MásMóvil – em 2015, mas o processo da Digi ainda está numa fase inicial.

A empresa de Bucareste poderá atingir um lucro operacional (EBITDA) em Espanha entre os 275 milhões de euros e os 285 milhões de euros no próximo ano, de acordo com os analistas contactados pelo matutino espanhol. A quarta maior telecom no mercado espanhol – depois de Telefónica, Masorange e Vodafone – está avaliada em cerca de 2,5 mil milhões de euros (valor da empresa, incluindo capitais próprios e dívida).

A Digi España é controlada na totalidade pela Digi Romania, que faz parte da holding Digi Communications, cujas operações abrangem também Portugal (desde 2024), Itália e Bélgica. O dono e fundador da empresa é Zoltán Teszári, um empresário romeno natural da Hungria.

Portugal contribui com 35 milhões para receitas do semestre

A Digi Portugal teve receitas de 35 milhões de euros no primeiro semestre do ano. O negócio português da operadora de telecomunicações foi o terceiro que gerou mais vendas para o grupo, logo depois da Roménia, país de origem da empresa, e de Espanha.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) dos primeiros seis meses do ano foi de 23,9 milhões de euros negativos. Importa lembrar que a Digi não tem valores para comparar em Portugal, uma vez que só iniciou atividade em novembro, cerca de um mês após anunciar a compra da Nowo Communications por 150 milhões de euros.

Globalmente, os lucros da Digi caíram para menos de metade: 10,3 milhões de euros entre os meses de janeiro e junho, o que representa uma queda de 81% em relação ao mesmo semestre do ano passado.