Quase metade dos candidatos sente-se ignorado durante recrutamento

Mais de metade das empresas dizem ser difícil atrair talento qualificado, mas estão confiantes quanto à eficácia dos seus processos de recrutamento. Já candidatos dizem sentir-se ignorados.

As empresas portuguesas queixam-se de dificuldades na atração de talento qualificado, mas quase metade dos candidatos diz ter-se sentido sido ignorado durante os processos de recrutamento, no último ano. O cenário é traçado pela consultora de recursos humanos ManpowerGroup, que defende que é, portanto, necessário dar maior atenção à experiência do candidato“.

“Quase metade dos candidatos (48%) sente ter sido ignorada no último ano durante a procura de emprego, enquanto 30% apontam o preenchimento das candidaturas como o ponto mais frustrante do processo”, sublinha a ManpowerGroup.

Em contraste, 55% das empresas portuguesas inquiridas destacam a atração de candidatos qualificados como o seu maior desafio, cenário que é mesmo mais grave do que a média global (46%) – a ManpowerGroup recolheu respostas de mais de 40 mil empregadores em 42 países e territórios.

Ainda assim, a maioria dos empregadores nacionais têm uma perceção positiva relativamente à eficácia dos seus processos de recrutamento. Aliás, 11% classificam o processo de recrutamento como excelente, 40% como bom e 38% como aceitável. “Apenas 11% dos empregadores nacionais admitem fragilidades“, realça a referida consultora de recursos humanos.

Há, portanto, uma “desconexão entre empregadores e candidatos”, o que a ManpowerGroup interpreta como um sinal da “necessidade de dar maior atenção à experiência do candidato como fator estratégico de atração de talento“.

IA já impacta recrutamento

A inteligência artificial pode ajudar empregadores e candidatos a fazerem melhores casamentos entre si. Em Portugal, os empregadores que confessam dificuldades na utilização dessas ferramentas estão, neste momento, em minoria, de acordo com a ManpowerGroup.

“Ao contrário do que poderia ser esperado, a adoção de novas tecnologias, nomeadamente ferramentas de inteligência artificial aplicadas ao recrutamento, ainda representa um obstáculo limitado em Portugal, com apenas 14% a referir desafios associados à utilização prática dessas ferramentas pelos candidatos“, lê-se no estudo feito pela consultora.

Entre os vários setores, o de serviços de comunicação é o que mais aponta o desafio do uso de IA pelos candidatos (26%), seguido dos setores de energia e utilities e finanças e imobiliário, ambos a registarem 21%.

“Já no que respeita à aprendizagem das mais recentes ferramentas de recrutamento com IA, os setores de tecnologias de informação e de finanças e imobiliário destacam este fator como um dos principais desafios, tanto em Portugal (27% e 21%, respetivamente), como a nível global (29% e 28%, respetivamente)”, é sublinhado.

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