“Aumentos no SNS fizeram custo por médico crescer 40% em 4 anos”

  • ECO Seguros
  • 30 Setembro 2025

Em 4 anos o custo por médico subiu 40% como reflexo dos aumentos no SNS, foi revelado em conferência debate organizado pela seguradora UNA na Misericórdia do Porto. O setor privado está com desafios.

Na área da saúde privada “a valorização dos Recursos Humanos cresceu muito nos últimos tempos, por exemplo, o custo por médico cresceu mais de 30% nos 4 últimos anos, em resultado dos aumentos do SNS”, revelou Armando Vieira, administrador do Grupo Trofa Saúde, na conferência-debate “Saúde privada em Portugal: que desafios para os players do setor?” que a UNA Seguros promoveu na Santa Casa da Misericórdia do Porto para cerca de 150 participantes.

Com a moderação de Catarina Rodrigues, diretora da UNA, explicaram o setor privado de saúde Sílvia Moreira, Diretora de Redese Tiago Vacas Felgueira, Diretor de Produto, ambos da AdvanceCare e Nuno Catarino, Administrador Comercial da UNA Seguros.

O momento de debate e a conferência refletiu sobre os desafios que moldam o presente e o futuro da saúde privada em Portugal, “desde a escassez de profissionais, ao envelhecimento populacional, até às pressões económicas e à evolução dos seguros de saúde, promovendo um debate sobre o papel e a sustentabilidade do setor”, afirma comunicado da empresa.

Armando Vieira, Administrador do Grupo Trofa Saúde, um dos maiores grupos privados de saúde em Portugal, traçou um retrato do impacto que a valorização salarial no Serviço Nacional de Saúde tem tido sobre o setor privado. “Os recursos humanos representam hoje um desafio central”, disse, explicando que “a valorização dos Recursos Humanos cresceu muito nos últimos tempos, por exemplo, o custo por médico cresceu mais de 30% nos 4 últimos anos, em resultado dos aumentos do SNS”.

O administrador da Trofa Saúde destacou também a necessidade de repensar a articulação entre os dois setores em várias dimensões como por exemplo a formação de profissionais de saúde: “Continua a existir uma grande oportunidade de melhoria na área da formação de médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde. Todos podemos fazer mais e melhor na eficiência do sistema de saúde como um todo, podemos melhorar a cooperação e interação entre os diferentes setores.”, concluiu.

“Há poucos anos seria inimaginável pensar em renegociação de tabelas entre prestadores e seguradoras”, afirmou Sílvia Moreira, Diretora de Redes da AdvanceCare, operadora de serviços de saúde com 50 mil prestadores clínicos em Portugal. Prosseguiu qualificando essa realidade como inevitável “o impacto da inflação e da instabilidade económica global obriga o setor a repensar estratégias, de forma a manter a sustentabilidade das redes e a qualidade de serviço”, disse.

Já Tiago Vacas Felgueira, Diretor de Produto da AdvanceCare, destacou as diferenças estruturais entre Portugal e Espanha no que respeita ao modelo de gestão de saúde. “Em Portugal, cerca de 40% da população tem seguro de saúde, aproximadamente 4 milhões de pessoas. Em Espanha, a penetração é menor, com cerca de 25%, mas isso representa 11 a 12 milhões de segurados, e por isso é, por comparação, um mercado mais atrativo para os diferentes players”.

Nuno Catarino, Administrador Comercial da UNA Seguros referiu que Portugal enfrenta um envelhecimento acelerado da sua população, fenómeno que terá impacto inevitável nos sistemas de saúde. “Portugal é hoje o quarto país mais envelhecido do mundo. Esta realidade vai aumentar a pressão sobre os sistemas de saúde, públicos e privados. No entanto, a maioria das pessoas mais idosas não contrata seguros devido ao seu elevado custo. O grande desafio será encontrar novas respostas, capazes de incluir esta população no mercado segurador e na proteção em saúde.”

A UNA seguros realizou pela 2.ª vez a conferência-debate “Saúde privada em Portugal: que desafios para os players do setor?”, integrando este evento no Porto na celebração do “Mês do Agente”.

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