Crédito à habitação sofre maior contração desde o início do ano
O montante de novos contratos de crédito à habitação, excluindo renegociações, caiu 16,3% em agosto para 1.767 milhões de euros, e a taxa de juro das novas operações baixou pelo sétimo mês para 2,86%.
Em agosto, o mercado do crédito à habitação em Portugal sentiu a maior queda mensal no volume de novos contratos em sete meses, desde janeiro. Segundo dados do Banco de Portugal divulgados esta quarta-feira, este montante (excluindo renegociações) baixou 16,3%, passando de 2.111 milhões em julho para 1.767 milhões de euros em agosto.
A mesma dinâmica de contração é verificada considerando também as renegociações, se bem que de forma mais moderada. Segundo dados do Banco de Portugal, o montante das novas operações de empréstimos à habitação caiu em agosto 13,4% para 2.164 milhões de euros.
Apesar desta correção, as taxas de juro para novos empréstimos para a compra de casa continuam a cair, com agosto a marcar o sétimo mês consecutivo de redução, estando agora em 2,86%, o valor mais baixo desde novembro de 2022. “Nos primeiros oito meses de 2025, esta taxa baixou 34 pontos percentuais”, destaca o comunicado do Banco de Portugal, evidenciando o impacto das políticas monetárias do Banco Central Europeu no mercado de crédito.
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Esta combinação de menos volume de crédito, mas com custos de financiamento mais baixos, desenha um cenário onde a prudência na contratação se sobrepõe à melhoria das condições de crédito. E, no epicentro desta dinâmica, estão os jovens até 35 anos, que já representam quase 60% do montante de novo crédito para aquisição de casa própria, impulsionados também pela garantia pública do Estado, que já cobre 25% do crédito concedido este ano.
Estas percentagens representam um aumento significativo face ao período pré-incentivos, quando entre janeiro de 2022 e julho de 2024, o peso dos jovens nos novos contratos era de apenas 44%. A alteração tornou-se evidente a partir de agosto do ano passado, após a entrada em vigor do diploma que isenta os jovens do pagamento de IMT e IS.
Entre as renegociações de créditos à habitação, os dados do Banco de Portugal apontam para um aumento mensal de 2,32%, segundo cálculos do ECO, com as renegociações a subirem de 388 milhões de euros em julho para 397 milhões de euros. Porém, esta dinâmica esbate num movimento contrário quando analisado no contexto global do crédito, com as renegociações de crédito a atingirem em agosto 421 milhões de euros, “o que corresponde a uma redução de 12 milhões de euros em relação a julho”, destaca o regulador.
O Banco de Portugal revela ainda que “os novos contratos de empréstimos a particulares atingiram 2.551 milhões de euros, o que representa uma redução de 485 milhões relativamente a julho”, notando que em agosto houve registou uma diminuição transversal a todas as finalidades de crédito, “mas mais acentuada nos empréstimos à habitação”.
Nos empréstimos ao consumo, a taxa de juro média de novas operações atingiu 8,77% em agosto, registando uma redução de 0,06 pontos percentuais relativamente a julho, e o segundo mês seguido de queda. “Nos empréstimos para outros fins, a taxa de juro média manteve-se nos 3,53%”, revela ainda o Banco de Portugal.
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