Taxa de juro dos depósitos baixa pelo 20.º mês seguido para 1,34%

Desde janeiro do ano passado que a taxa de juros dos depósitos a prazo está em queda, colocando Portugal como o quinto país da Zona Euro em que os seus bancos pagam menos pelas poupanças das famílias.

A remuneração dos depósitos a prazo voltou a cair pelo 20.º mês consecutivo, com a taxa de juro média dos novos depósitos a prazo de particulares a passar de 1,39% em julho para 1,34% em agosto, o valor mais baixo desde maio de 2023.

“Esta taxa já se reduziu 1,74 pontos percentuais desde dezembro de 2023, mês em que tinha atingido 3,08%, o valor mais elevado desde julho de 2012″, destaca o Banco de Portugal num comunicado publicado esta quarta-feira.

Esta é a mais longa série de descidas desde que há registos estatísticos, refletindo a estratégia dos bancos nacionais de ajustar rapidamente as condições oferecidas aos depositantes numa altura em que o contexto monetário da área do euro tem sido marcada por uma queda das taxas Euribor. E faz com que a banca nacional pague atualmente menos 42 pontos base pelas poupanças das famílias do que a média dos bancos da Zona Euro.

Este hiato de 42 pontos base face à média da área do euro representa uma perda significativa para os depositantes nacionais. Enquanto os bancos portugueses oferecem 1,34% pelos novos depósitos, a média europeia situa-se em 1,76%, o que traduz uma diferença anual de cerca de 42 euros por cada 10 mil euros depositados.

Esta posição desfavorável coloca Portugal atrás de países como Países Baixos, Itália, Estónia e França, que lideram o ranking europeu da remuneração dos depósitos. “Portugal manteve o seu lugar entre os países da área do euro, sendo o país com a quinta taxa mais baixa”, refere o comunicado oficial do regulador.

Além disso, fez com que as famílias também cortassem o montante aplicado em depósitos a prazo. “O montante de novas operações de depósitos a prazo de particulares diminuiu 926 milhões de euros em agosto, totalizando 11.238 milhões de euros”, lê-se no comunicado.

Tratou-se do terceiro mês desde o arranque do ano que o volume de novas operações registou uma contração. Contudo, desde janeiro, os bancos contabilizaram a entrada de quase 98 mil milhões de euros por parte das famílias que foram aplicados em novos depósitos, cerca de 20% acima do mesmo período do ano passado.

O setor empresarial também não escapa à tendência descendente das taxas de juro. “A remuneração média dos novos depósitos a prazo de empresas passou de 1,66%, em julho, para 1,62% em agosto, reduzindo-se pelo 16.º mês consecutivo”, refere o Banco de Portugal.

As empresas têm demonstrado maior capacidade negocial junto das instituições financeiras, conseguindo condições ligeiramente mais favoráveis do que os particulares. Contudo, a pressão sobre a rentabilidade das aplicações bancárias é generalizada, afetando ambos os segmentos de clientes.

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