Trabalhadores fora dos prémios da venda do Novobanco
Liderança da Lone Star e Novobanco com atribuição de prémios de 1,1 mil milhões levou trabalhadores a pedirem bónus, mas não serão considerados, segundo a Comissão de Trabalhadores.
Os trabalhadores do Novobanco ficaram de fora das comissões associadas à venda da empresa ao grupo francês BPCE por 6,4 mil milhões de euros. “Fomos informados pelo CEO e pelo presidente do Conselho Geral de Supervisão que os trabalhadores não serão contemplados com qualquer prémio extraordinário pela venda do Novo Banco“, refere a Comissão Nacional de Trabalhadores (CNT), numa nota divulgada esta sexta-feira pelo Jornal de Negócios.
Por detrás do esclarecimento está um pedido da CNT de bónus devido à atribuição de prémios de 1,1 mil milhões de euros aos administradores da Lone Star e do banco. Em comunicado, intitulado “Eles comem tudo, eles comem tudo e não deixa nada”, citando a canção ‘Os Vampiros’ de Zeca Afonso, a CNT considera uma “tremenda injustiça” os trabalhadores não receberem prémios após a venda do banco, ao contrário dos gestores, e exige que seja pago o equivalente a pelo menos dois salários.
Os dirigentes do Lone Star e gestores do Novobanco envolvidos na sua aquisição, e agora na venda, terão direito a receber bónus de cerca de 1,1 mil milhões de euros assim que se concretizar a oferta de 6,4 mil milhões de euros dos franceses do BPCE, revelou o Público (acesso pago). No cálculo do valor dos bónus conta a relevância de cada um na cadeia de valor do Lone Star e a sua participação no sucesso do negócio.
O fundador e presidente do fundo norte-americano, John Grayken, vai receber a fatia de leão, seguido de perto pelo atual presidente executivo (CEO), Donald Quintin, num grupo que inclui Kambiz Nourbakhsh, Benjamin Dickgieser (administrador financeiro do Novobanco) ou Evgeniy Kazarez.
A atribuição dos bónus tem em linha de conta a cadeia de valor do Lone Star, o que justifica que a remuneração dos seus dirigentes respeite critérios diferentes dos usados para os executivos do Novobanco e para os membros independentes do Conselho Geral e de Supervisão (CGS). Simultaneamente, é o que justifica que quer o presidente da administração, quer o CEO do Novobanco recebam prémios de alguns milhões de euros, ao contrário dos quadros do fundo norte-americano sentados no CGS, que terão prémios muito mais avultados.
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