Tudo o que se sabe sobre o plano de paz para Gaza
Afinal, em que ponto está a execução do plano de paz para Gaza, apresentado por Donald Trump?
O Hamas comunicou que aceita libertar “todos os prisioneiros israelitas”, vivos ou mortos, e manifestou disponibilidade para negociar de imediato os restantes termos do plano de paz para Gaza proposto pelos EUA. Em paralelo, o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse estar preparado para a implementação imediata da primeira fase do acordo — centrada na libertação dos reféns. Donald Trump apelou a que Israel pare imediatamente os bombardeamentos para viabilizar o processo e fixou domingo, 18h00 em Washington (23h00 em Lisboa), como prazo‑limite para o entendimento.
O que o Hamas aceita — e o que recusa por agora
- Reféns: libertação de todos, incluindo restos mortais, no quadro de uma troca por prisioneiros palestinianos. Estimam‑se 48 reféns ainda em Gaza, dos quais menos de 20 estarão vivos, segundo dados usados pelos mediadores.
- Governação de Gaza: transferência da administração para um “órgão palestiniano independente”, apoiado por países árabes e islâmicos — não para um organismo internacional, como inicialmente proposto por Washington.
- Desarmamento: ainda sem resposta afirmativa à exigência de desmilitarização e afastamento do Hamas do poder — um dos pontos mais sensíveis para EUA e Israel.
O que Israel diz estar pronto para fazer
O gabinete do primeiro‑ministro referiu, numa nota, que Israel está preparado para a implementação imediata da 1.ª fase, isto é, um arranque centrado na libertação de reféns e nos passos operacionais associados, em coordenação com Washington.
Os 10 pontos-chave do plano
- Cessar-fogo total imediato, com linhas de frente congeladas.
- Libertação de todos os reféns (vivos e restos mortais) em 72h.
- Libertação de prisioneiros palestinianos (1.950, incluindo 250 perpétuas, segundo versões divulgadas), com critérios faseados.
- Retirada das FDI por etapas, vinculada a marcos de desmilitarização verificada.
- Governação transitória: comité tecnocrático palestiniano, sem Hamas.
- “Board of Peace” internacional a presidir à reconstrução e transição.
- ISF para segurança interna e fronteiras, com treino da polícia palestiniana.
- Ajuda humanitária sem interferência das partes e reabilitação de infraestruturas.
- Zona económica especial e plano de investimento multilateral.
- Diálogo político EUA-Israel-palestinianos para “horizonte de coexistência”.
Linha temporal e “deadline”
Trump fixou domingo, 5 de outubro, 18h00 em Washington (23h00 em Lisboa), como limite para o acordo. Na sexta‑feira e madrugada de sábado, reforçou publicamente o apelo a suspender bombardeamentos para permitir a saída segura dos reféns e a consolidação do cessar‑fogo.
Como reagem mediadores e comunidade internacional
O Egito e o Catar intensificaram a mediação, enquanto os Estados Unidos pressionam para um entendimento rápido. As reações favoráveis multiplicaram‑se em capitais ocidentais e árabes, embora subsistam reservas sobre o desarmamento do Hamas e a presença militar israelita durante a transição.
O que mudou desde a última versão…
- Habilitação formal do Hamas para a libertação total dos reféns e entrada imediata em negociações.
- Formato de governação transitória: tecnocratas palestinianos com aval árabe/islâmico, em vez de administração internacional.
- Sinal verde de Israel para iniciar a 1.ª fase, focada nos reféns.
- Escalada diplomática dos EUA: prazo‑limite público e pedido explícito para parar os bombardeamentos.
…e quais são os pontos em aberto
- Desarmamento e exclusão do Hamas do poder: sem convergência, é o travão principal à retirada total das FDI.
- Arquitetura de governação: tecnocratas palestinianos com apoio árabe vs. “board” internacional — quem decide, quem presta contas e com que calendário?
- Sequência operacional: verificação da desmilitarização, regras de empenhamento da força de estabilização e controlo de fronteiras com Egito/Israel.
- Envelope financeiro e governança da reconstrução: sem montantes nem mecanismo público de financiamento definidos.
Últimos números‑chave dos reféns
- 48 reféns ainda em Gaza, cerca de 20 vivos. Estes números são a referência operacional dos mediadores para o desenho da primeira fase.
O que observar nas próximas 24–72 horas
- Texto operacional para a troca de reféns/prisioneiros e cronograma de 72 horas.
- Paragem efetiva de bombardeamentos — condição para corredores humanitários e extração dos reféns.
- Desenho da autoridade transitória (palestiniana/árabe) e mandato de uma força de estabilização.
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