Novo primeiro-ministro francês apresenta a demissão
Os membros do novo Governo tinham sido nomeados há menos de 12 horas. Macron já aceitou a demissão de Sébastien Lecornu, segundo comunicado do Palácio do Eliseu.
O primeiro-ministro francês, Sébastien Lecornu, e o seu Governo, apresentaram a demissão esta segunda-feira, anunciou o Palácio do Eliseu num comunicado. O Presidente Emmanuel Macron já aceitou a exoneração, que acontece cerca de 12 horas após Lecornu ter nomeado os membros que iam compor o seu Executivo.
Em declarações aos jornalistas, o agora primeiro-ministro demissionário de França justificou a decisão dizendo que “não estavam reunidas as condições” para aprovar o Orçamento do Estado para o próximo ano e, consequentemente, para governar.
Lecornu afirmou que teve uma série de reuniões com várias forças políticas que compõem a Assembleia Nacional e até com sindicatos, mas acabou por não ser alcançado o consenso desejado.
Os partidos da oposição deixaram claro que pretendiam uma rutura com os governos e políticas anteriores de Macron para que pudessem participar nas negociações do orçamento ou integrar o novo Governo.
No entanto, os ministros nomeados por Lecornu no domingo à noite dificilmente representavam uma mudança. A maioria das principais pastas permaneceu nas mesmas mãos, e as duas nomeações mais proeminentes — Bruno Le Maire como ministro da Defesa e Roland Lescure como ministro da Economia e Finanças — já haviam sido ministros em governos anteriores de Macron.
Sébastien Lecornu, que tinha sido nomeado há menos de um mês para suceder a François Bayrou na chefia do Governo francês, era o quinto primeiro-ministro de Emmanuel Macron desde que foi reeleito Presidente em 2022.
Enfrentava a difícil tarefa de aprovar um orçamento reduzido para controlar o défice orçamental do país e tranquilizar os mercados financeiros de que a segunda maior economia da Zona Euro não se tinha tornado ingovernável.
Embora a coligação centrista de Macron já estivesse em dificuldades, a demissão de Lecornu aumenta agora a já enorme instabilidade política em França, o que faz crescer a pressão sobre o Chefe de Estado. Os principais partidos da oposição francesa estão agora a pedir a Macron que convoque novas eleições parlamentares ou renuncie à Presidência.
(Notícia atualizada pela última vez às 10h05)
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