Montenegro “estupefacto” com notícias sobre a Spinumviva. “É uma pouca vergonha”
O primeiro-ministro diz que está "completamente tranquilo", embora "revoltado", com a notícia de que os procuradores do caso Spinumviva defendem a abertura de um inquérito-crime.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, disse esta terça-feira que estava “estupefacto e mesmo revoltado” com as notícias de que os procuradores, responsáveis pela averiguação preventiva ao caso Spinumviva, defendem a abertura de um inquérito-crime. “É uma pouca vergonha”, disse em declarações aos jornalistas, à entrada para um comício em Albufeira, sem direito a mais perguntas.
A revista Sábado e a CNN Portugal avançaram esta noite que os procuradores do caso da empresa familiar do líder de Governo, a Spinumviva, têm a convicção de que só conseguem esclarecer o caso – que inclui as obras na casa de Espinho e férias no Brasil – em sede de um processo-crime, onde é possível contornar os sigilos bancário e fiscal. Em causa podem estar crimes de recebimento indevido de vantagens e branqueamento de capitais.
Montenegro diz que está “completamente tranquilo” e pede aos portugueses que não se deixem levar por “manobras obscuras” a poucos dias das eleições autárquicas, marcadas para 12 de outubro. O primeiro-ministro fala em “deslealdade processual” e em “vulnerabilidades”, “fragilidades” da democracia, em que se lançam “suspeitas” e “insinuações” por fontes não identificadas.
“Não me intimido”, afirma o chefe de Governo, que garante que todos os esclarecimentos têm sido facultados ao Ministério Público.
A Procuradoria Geral da República, liderada por Amadeu Guerra, também já reagiu às notícias para esclarecer que a averiguação preventiva à Spinumviva “encontra-se em curso” e que “aguarda ainda documentação que, depois, carecerá de análise”. Amadeu Guerra, que esperava ter o caso encerrado antes das férias judiciais deste ano, indica agora não existe “neste momento” qualquer “convicção formada que permita encerrar a referida averiguação preventiva nem nada foi proposto ao Procurador-Geral da República neste domínio”.
A palavra final cabe ao procurador-geral da República e, se este concordar com a solução, o inquérito, mal seja registado, será titulado por um magistrado do Ministério Público junto do Supremo Tribunal de Justiça.
O líder socialista já veio pedir, em declarações aos jornalistas esta terça-feira, que se evitem “precipitações em matérias desta sensibilidade par o interesse do país”. José Luís Carneiro espera que Montenegro dê os esclarecimentos exigidos pelas autoridades judiciárias e mantenha o “sentido de Estado”.
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