França deve “tomar medidas para cumprir compromissos” orçamentais, avisa Bruxelas
Comissário europeu Valdis Dombrovskis está atento às "implicações da suspensão da reforma da Segurança Social, porque isso terá consequências orçamentais significativas”.
O comissário europeu da Economia afirmou esta quarta-feira esperar que França “tome medidas para cumprir os compromissos orçamentais”, uma vez que a suspensão da reforma da Segurança Social, prometida pelo primeiro-ministro, terá “consequências orçamentais significativas”.
“Estamos a acompanhar” os debates sobre o orçamento francês, “particularmente as implicações da suspensão da reforma da Segurança Social, porque isso terá consequências orçamentais significativas”, declarou Valdis Dombrovskis, numa entrevista concedida em Washington à agência de notícias France-Presse, acrescentando ser “importante que sejam tomadas medidas para cumprir os compromissos” assumidos em matéria de redução do défice público.
No futuro próximo, a Comissão Europeia aguarda “propostas abrangentes para poder fazer uma avaliação adequada”, especialmente no que diz respeito ao cumprimento da trajetória orçamental para reduzir o défice para 3% a médio prazo.
Dombrovskis mostrou-se bastante otimista, considerando que “o orçamento de França parece, em geral, dentro do esperado” para este ano, apesar da adoção tardia e caótica: “Sabemos que o Governo está a trabalhar para garantir que cumpre o orçamento” previsto para 2026. “Mas precisamos de ver propostas concretas e perceber todas as implicações orçamentais”, insistiu.
O comissário europeu encontra-se na capital dos Estados Unidos para participar nas reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial, que decorrem em Washington até ao final da semana, bem como nas reuniões do G20 e do G7 previstas à margem do evento.
Esta é uma oportunidade para debater com os ministros da Economia, em particular a guerra na Ucrânia, iniciada com a invasão russa a 24 de fevereiro de 2022, e como aumentar a pressão, especialmente financeira, sobre a Rússia, ao mesmo tempo que ajudam Kiev a preparar-se para o período de reconstrução pós-guerra.
“Estamos a preparar uma lei de reparações ao nível europeu que nos permitirá utilizar as receitas geradas pelos bens russos congelados. Incentivamos os nossos parceiros a ver o que podem fazer com os ativos que se encontram nos seus territórios”, afirmou Dombrovskis.
“Concordámos utilizar estas receitas; o Reino Unido e o Canadá já indicaram a disponibilidade para trabalhar com a União Europeia. Agora, aguardamos uma resposta concreta dos Estados Unidos e do Japão”, precisou.
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