Sindicatos da Menzies reúnem com Governo e admitem recorrer à greve

Sindicatos mais representativos da Menzies vão reunir na terça-feira com o Governo sobre a provável perda de licença da empresa de handling para operar nos aeroportos de Lisboa, Porto e Faro.

O Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA) e o Sindicato dos Trabalhadores de Handling, da Aviação e Aeroportos (STHAA) vão ser recebidos na próxima terça-feira pelo Governo sobre a provável perda de licença da Menzies para operar nos aeroportos de Lisboa, Porto e Faro, depois da empresa ter sido ultrapassada no concurso público pelo consórcio espanhol composto pela Clece e pela South. Vão também ser realizados plenários de trabalhadores, estando em cima da mesa a possibilidade de recorrer à greve.

A reunião foi confirmada ao ECO por Fernando Henriques, dirigente do SITAVA, que afirmou que “os trabalhadores estão muito apreensivos e nervosos com o resultado do relatório preliminar, mas simultaneamente estão expectantes com as reuniões que vão decorrer na próxima semana entre o Governo e o SITAVA e o STHAA“.

O relatório preliminar do júri do concurso público lançado pela Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC) atribuiu a pontuação mais elevada ao consórcio que junta a Clece, detida pela ACS de Florentino Pérez, e a South, a empresa de handling do grupo IAG, a que pertence à Iberia. Se o relatório final for no mesmo sentido, a Menzies deixará de poder operar a partir de 19 de novembro do próximo ano.

Os sindicatos vão também avançar com plenários de trabalhadores em Lisboa na terça e quarta-feira, prometendo para breve o anúncio de datas para Faro, Funchal/Porto Santo e Porto.

O dirigente do SITAVA admite a possibilidade do recurso à greve. “Depende do resultado da reunião com o Governo, mas não pomos de parte essa possibilidade. Os trabalhadores não aceitarão ficar com as suas vidas em suspenso indefinidamente”, afirma Fernando Henriques.

“Uma vez que haverá plenários com os associados do SITAVA nos dias seguintes, o resultado da reunião com o governo será determinante para as decisões dos plenários”, acrescenta.

“O SITAVA acredita convictamente que todas as irregularidades que vão sendo conhecidas da proposta da Clece/South (designadamente desconhecimento da legislação laboral e do decreto lei que regulamenta o setor) não passarão em claro e a decisão final passará por atribuir as licenças à SPdH, que tem o know-how, os recursos humanos, materiais e técnicos bem como os clientes, única forma de travar esta instabilidade e nervosismo crescente entre os trabalhadores”, diz ainda.

O relatório do regulador salienta que “não foi feito o relatório final, nem existe, nesta fase, qualquer decisão ou seleção do prestador de serviços”. Os concorrentes vão ainda ser ouvidos em audiência prévia e a Menzies afirmou em comunicado que irá “iniciar de imediato o processo formal de recurso e recorrer a todos os meios disponíveis para garantir que a integridade e a equidade do resultado sejam plenamente revistas, conforme estipulado nas regras do concurso”.

Como o ECO noticiou hoje, caso vingue a atribuição das licenças ao consórcio Clece/South o plano e recuperação da antiga Groundforce, agora detida pela Menzies (50,1%) e pela TAP (49,9%), ficará comprometido, pondo em causa os postos de trabalho e o pagamento aos credores.

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