Galp volta a bater recorde com lucro de 973 milhões até setembro

Petrolífera portuguesa registou o resultado líquido mais elevado de sempre nos primeiros nove meses do ano. Está "bem posicionada" para superar as atuais metas definidas para este ano.

A Galp Energia GALP 1,92% lucrou quase mil milhões de euros entre janeiro e setembro. Mais concretamente, nestes nove meses, a petrolífera obteve um resultado líquido positivo de 973 milhões de euros, um novo recorde para este período específico, que representa um crescimento de 9% face ao mesmo período do ano passado.

Numa nota aos investidores, divulgada através da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a liderança bicéfala da Galp destaca que a empresa está “bem posicionada para ultrapassar o atual guidance para 2025, quer em EBITDA como em cash-flow operacional”.

“O sólido dinamismo operacional da Galp manteve-se no terceiro trimestre de 2025, sustentando uma robusta geração de cash e consolidando a nossa sólida posição financeira, um fator tranquilizador face ao atual sentimento macroeconómico”, descrevem Maria João Carioca e João Marques da Silva.

Na Namíbia decorrem negociações com uma lista restrita de candidatos preferenciais, com discussões que apontam para uma parceria geradora de valor.

Maria João Carioca e João Marques da Silva

Co-CEOs da Galp

Apesar do crescimento do resultado líquido até setembro, o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) da companhia observou uma quebra de 7% face ao período homólogo, totalizando 2.420 milhões de euros. Para a descida contribuiu decisivamente o recuo de 24% do EBITDA no segmento upstream (exploração petrolífera), explicada pela Galp com a evolução dos preços do Brent e o impacto da depreciação do dólar, apesar de uma melhoria de 2% na produção de petróleo no Brasil.

No segmento industrial e midstream (refinação), a Galp notou uma ligeira queda na quantidade de matéria-prima processada, devido a “externalidades” — incluindo o histórico “apagão” que afetou toda a Península Ibérica no dia 28 de abril e “condições meteorológicas adversas”, explica a empresa. Mesmo assim, o EBITDA deste segmento melhorou 23%, devido a “atividades de fornecimento e trading” que contrariaram “o pior desempenho ao nível da refinação”.

Em relação ao segmento comercial, o EBITDA melhorou 20%, refletindo um incremento de 4% nas vendas de produtos petrolíferos com a recuperação do mercado espanhol, tanto no negócio de consumo como empresarial. No gás natural, a procura nos nove meses até setembro aligeirou, mas os consumidores espanhóis contrabalançaram o negócio. A empresa destaca ainda os 9.000 pontos de carregamento de automóveis elétricos em operação no final de setembro, que representavam um crescimento de 64% face ao ano passado.

Por fim, nas renováveis, a Galp sofreu um deslize de 10% no EBITDA deste segmento, em resultado de cortes voluntários na produção e de menor geração solar no período, explica a empresa no relatório divulgado esta segunda-feira.

Entre janeiro e setembro, a Galp investiu 716 milhões de euros, principalmente na exploração e prospeção petrolífera. A maior fatia do investimento em upstream foi canalizada para o campo designado como Bacalhau, no Brasil, e para a prospeção de petróleo na Namíbia. Sobre este último aspeto, que muito interesse tem despertado aos investidores, os co-CEO da Galp destacam que “decorrem negociações com uma lista restrita de candidatos preferenciais, com discussões que apontam para uma parceria geradora de valor”.

A performance da Galp permitiu assim gerar 1.143 milhões de euros em free cash-flow, dos quais 548 milhões só no terceiro trimestre, o que permitiu reduzir a dívida líquida em 20%, para 1,17 mil milhões de euros.

(Notícia atualizada pela última vez às 8h01)

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