“Continuo a olhar para as criptomoedas como uma bolha”, diz Miranda Sarmento

Perante um auditório de 200 alunos do secundário, o ministro das Finanças classificou os criptoativos como uma bolha cheia de ilusão e volatilidade, aconselhando os jovens a investir com prudência.

Miranda Sarmento, ministro de Estado e das Finanças, ao lado de Fernando Alexandre, ministro da Educação, Ciência e Inovação, perante uma plateia de 200 alunos da Escola Secundária José Gomes Ferreira por ocasião de uma aula sobre poupança no âmbito da iniciativa “Educar para a Cidadania: Poupar, um Compromisso com o Futuro”.

Joaquim Miranda Sarmento marcou presença esta sexta-feira na Escola Secundária José Gomes Ferreira, em Lisboa, para participar na iniciativa “Educar para a Cidadania: Poupar, um Compromisso com o Futuro”, promovida pelo governo e pelos reguladores para celebrar o Dia Mundial da Poupança.

Perante uma plateia de aproximadamente 200 alunos do 11.º ano, o ministro de Estado e das Finanças abordou os principais desafios do investimento e da poupança, com especial ênfase nos riscos associados às criptomoedas.

A aula de Miranda Sarmento centrou-se na necessidade de poupar com responsabilidade e na importância de compreender o risco antes de investir. Quando questionado por um aluno sobre criptoativos, o ministro foi claro: “Continuo a olhar para as criptomoedas como uma bolha”.

Ainda assim, o ministro reconheceu que, caso alguém decida investir neste tipo de ativos, não deve dedicar “mais do que 1% ou 2% do dinheiro que tem”. Além disso, reconhecendo não saber qual o montante mínimo que é possível atualmente aplicar em Bitcoin, Miranda Sarmento refere que “atualmente, todas as criptomoedas estão para lá de caras”.

O aviso do ministro das Finanças alinha-se com a crescente preocupação global sobre a volatilidade e o valor especulativo dos criptoativos. O governante evidenciou inclusive a complexidade deste mercado para investidores sem experiência.

Se querem investir no curto prazo, fujam das ações. Se investirem a 10 ou 20 anos, o melhor investimento que podem fazer é investir em ações de grandes empresas cotadas em bolsa.

Joaquim Miranda Sarmento

Ministro das Finanças

Além dos riscos das criptomoedas, Miranda Sarmento alertou os alunos para as burlas e esquemas fraudulentos que proliferam na internet. “Eu próprio já denunciei à Polícia Judiciária o uso da minha imagem nestas burlas, mas é difícil perceber a sua origem”, revelou o ministro, sublinhando um problema que tem aumentado exponencialmente nos últimos tempos.

A maior parte da aula foi dedicada à construção de uma estratégia de investimento segura e responsável. Miranda Sarmento aconselhou os alunos a “assumir algum risco, mas não fugirem muito dos produtos tradicionais”. Recomendou que começassem o seu caminho de aforradores e investidores dirigindo-se a um banco, por forma a abrirem uma conta bancária.

“A melhor forma de começarem a investir é irem a um banco, abrirem uma conta e diversificarem”, salvaguardando a importância de não se concentrar toda a poupança em depósitos, mas alocando parte do dinheiro em fundos de investimento como forma de diversificação e rentabilização da poupança. “Quanto mais diversificarmos, menor é o risco”, afirmou.

O ministro fez ainda uma importante distinção entre investimento a curto e a longo prazo. “Se querem investir no curto prazo, fujam das ações. Se investirem a 10 ou 20 anos, o melhor investimento que podem fazer é investir em ações de grandes empresas cotadas em bolsa”, argumentou. Ao mesmo tempo, alertou para o equilíbrio necessário: “Cuidado com o risco. Assumam algum, mas não demasiado”.

No final da sessão, a diretora da Escola Secundária José Gomes Ferreira ofereceu ao ministro o seu certificado de notas de quando estudou na instituição, um gesto simbólico que marcou o encerramento da aula e reforçou a ligação pessoal de Miranda Sarmento à escola, que aguarda há vários anos por uma intervenção urgente, tendo o projeto de arquitetura para a requalificação da escola sido adjudicado em agosto de 2024 à BPM Arquitectura e Construção, mas as obras ainda não arrancaram.

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