EUA já admitem “encerrar partes do espaço aéreo” devido à paralisação
Veremos um caos generalizado", avisa o secretário dos Transportes norte-americano. Sem "controladores de tráfego aéreo", devido ao shutdown, já se admite encerrar o espaço aéreo.
O secretário dos Transportes norte-americano alertou esta terça-feira para o risco de “caos generalizado” no tráfego aéreo nos Estados Unidos, admitindo possíveis encerramentos parciais do espaço aéreo caso a paralisação do Governo federal (shutdown) seja prolongada.
“Veremos um caos generalizado”, afirmou Sean Duffy, numa conferência de imprensa em Filadélfia, acrescentando que a paralisação pode resultar em voos atrasados e cancelamentos “em massa” no país. “Poderão ver-nos encerrar partes do espaço aéreo simplesmente porque não conseguimos geri-lo porque não temos controladores de tráfego aéreo”, adiantou, culpando os democratas pela continuação da paralisação orçamental.
De acordo com a agência de notícias norte-americana Associated Press (AP), já se registaram numerosos atrasos nos aeroportos de todo o país – por vezes de horas – porque a Administração Federal da Aviação dos Estados Unidos (FAA, na sigla em inglês) abranda ou interrompe temporariamente o tráfego sempre que há falta de controladores.
No fim de semana passado, registaram-se algumas das piores faltas de pessoal e, no domingo, os voos no Aeroporto Internacional de Newark, em Nova Jérsia, sofreram atrasos de várias horas, adiantou a AP. Sean Duffy e o diretor do sindicato dos controladores aéreos alertaram para o facto de a situação só poder piorar à medida que a paralisação governamental se prolonga e a pressão financeira continua a aumentar sobre as pessoas que são obrigadas a trabalhar sem remuneração.
A paralisação do Governo federal norte-americano deve-se à falta de entendimento no Congresso entre democratas e republicanos para chegar a um acordo sobre um novo orçamento, culpando-se mutuamente pela situação. Os democratas reivindicam o aumento de algumas verbas destinadas à saúde, enquanto os republicanos os acusam de tentar expandir os serviços de saúde para imigrantes indocumentados, algo que a oposição nega.
Caso o shutdown não termine até quarta-feira, esta paralisação governamental, que começou no passado dia 1 de outubro, será a mais longa da história dos Estados Unidos. Devido à atual paralisação, milhões de pessoas correm o risco de perder o auxílio destinado à alimentação e os subsídios para assistência médica estão prestes a expirar.
A última paralisação dos serviços federais ocorreu durante o primeiro mandato presidencial de Donald Trump (2017-2021) e esteve relacionada com as verbas exigidas pelo governante para financiar a construção de um muro na fronteira entre os Estados Unidos e o México. Durou 35 dias, entre 22 de dezembro de 2018 e 25 de janeiro de 2019, e foi a paralisação mais longa da história dos Estados Unidos.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
EUA já admitem “encerrar partes do espaço aéreo” devido à paralisação
{{ noCommentsLabel }}