Calçado já executou 80% do projeto para “acelerar transformação digital”

Com mais de 40 parceiros, o FAIST mobiliza mais de 50 milhões de euros em automação, robótica e soluções sustentáveis. O projeto vai permitir a criação de 300 novos postos de trabalho. Veja exemplos.

O projeto FAIST – Fábrica Ágil, Inteligente, Sustentável e Tecnológica, que envolve cerca de 40 entidades do setor e um investimento global a rondar os 50 milhões de euros – um dos maiores investimentos de sempre da indústria do calçado em Portugal – está com uma taxa de execução de 80%.

O objetivo passa por “tornar o ecossistema português do calçado num dos mais modernos e competitivos do mundo”, afirmou o presidente da Apiccaps na sessão de abertura de uma conferência sobre o futuro da indústria do calçado, que decorreu esta terça-feira no Porto. Luís Onofre destaca ainda que o projeto é “uma oportunidade para acelerar a transformação digital das empresas portuguesas”.

Luís Onofre, presidente da APICCAPSRicardo Castelo/ECO

Financiado pelo Programa de Recuperação e Resiliência (PRR), o FAIST, que arrancou em junho de 2022, tem como objetivo o desenvolvimento de 34 produtos, processos e serviços inovadores até junho de 2026, para impulsionar a indústria portuguesa de calçado. A coordenadora do projeto, Florbela Silva, contabiliza que o projeto já deu origem a mais de 80 resultados, sendo que alguns já estão implementados no chão de fábrica.

Ao investir em fábricas mais ágeis e inteligentes, e em processos de produção digitalizados e sustentáveis, o setor está a redefinir o conceito de indústria portuguesa de calçado. Com este projeto, estão a ser criados 300 novos postos de trabalho, dos quais 100 altamente qualificados.

Florbela Silva exemplifica ao ECO que um dos produtos desenvolvidos no âmbito do projeto FAIST está implementado na fábrica da Carité: uma linha integrada automática para o fabrico de calçado técnico e desportivo.

Outro dos produtos criado neste projeto foi apresentado em setembro em Milão, na Simac: a integração de costura automática com o software para digital product creation.

A diretora do Centro Tecnológico do Calçado de Portugal e coordenadora do projeto adianta ainda que um dos projetos que está praticamente pronto a ser lançado são “solas com incorporação de resíduos”. Praticamente prontos estão ainda softwares para a gestão de produção.

Do design ao produto final, passando pelos processos de corte, costura, cardagem e colagem, foi nas instalações da DCSI Pro, em Estarreja, que começaram a ser desenvolvidas as primeiras soluções tecnológicas de robotização do projeto FAIST.

Florbela Silva explica que o projeto tem como base quatro pilares: automação e robótica, digitalização, sustentabilidade e colaboração. A coordenadora do projeto explica que a automação e a robótica servem para tornar as linhas de produção mais rápidas, enquanto a digitalização passa por ter uma produção baseada em dados e sistemas integrados. Em relação à sustentabilidade usar produtos e matérias ecológicos e por fim a colaboração, ou seja a ligação entre empresas, centros de investigação e universidades, que na sua ótica é “fundamental”.

“Podemos dizer que o FAIST atua desde a conceção até à expedição do produto final”, explica a coordenadora do projeto, evidenciando que a “maior parte do consórcio está localizada no Norte de Portugal, principalmente em Felgueiras e São João da Madeira”.

“Não queremos seguir os líderes, queremos que os líderes nos sigam a nós”, conclui a gestora do projeto.

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