Taxas mais baixas levam a redução de 30% do lucro do Crédito Agrícola
Margem financeira do grupo liderado por Sérgio Frade recuou quase 17% nos primeiros nove meses do ano. Garantia pública para jovens puxou pelo crédito à habitação.
Tal como a generalidade do setor, também os resultados do Crédito Agrícola está a ser fortemente condicionados pela baixa das taxas de juro. O grupo liderado por Sérgio Frade registou lucros de 241,6 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, o que corresponde a uma redução de 30,4% em termos homólogos.
O banco viu a margem financeira – que corresponde em grande medida à diferença entre os juros cobrados nos empréstimos e os juros pagos nos depósitos – recuar quase 17% para 493,5 milhões de euros, o que ajuda a explicar a quebra dos resultados líquidos, segundo anunciou a instituição esta sexta-feira.
Já as receitas com comissões subiram 5,4%, mas não compensaram a queda da margem, com o produto bancário a deslizar 11,7% para 686,6 milhões.
Por outro lado, também obteve menos rendimentos com operações financeiras (por exemplo, venda de títulos de dívida pública), contribuindo para uma maior descida dos lucros.
Do lado dos encargos, o grupo registou uma subida de 5% dos custos de estrutura, que totalizaram os 350 milhões de euros, de onde se destaca o aumento de 7,6% dos custos com pessoal. O rácio de eficiência está nos 50%.
E também dá conta de um “reforço acrescido” de provisões e imparidades: ou seja, teve de por de lado 26,4 milhões de euros para fazer face a futuras perdas com crédito e outros aspetos, constituindo outro fator de pressão.
No que toca à área seguradora, CA Vida e CA Seguros deram um contributo de 13,2 milhões para os lucros do grupo, quase menos 10% em comparação com o mesmo período do ano passado.
Garantia pública para jovens puxa pelo crédito
Voltando ao negócio bancário, e acompanhando a tendência setorial, o Crédito Agrícola aumentou a carteira de crédito (+6,7% em relação ao final de dezembro para 13,6 mil milhões de euros) e também viu a base de recursos de clientes crescer de forma expressiva (+5,2% para 23,2 mil milhões de euros).
No que toca aos empréstimos, o crescimento foi mais evidente no segmento da habitação, cuja carteira cresceu 9,5% para 3,8 mil milhões de euros. O grupo salienta que está a crescer há seis trimestres consecutivos e numa trajetória para a qual está a contribuir a linha de garantia pública para os jovens. No âmbito desta, o Crédito Agrícola já concedeu 112 milhões de euros de crédito para a compra de casa a jovens, correspondendo a 669 contratos e a uma utilização de 16,1 milhões de euros da sua quota da garantia estatal.
Já a qualidade do balanço medido através do rácio de malparado melhorou. O nível de NPL baixou 0,4 pontos percentuais para 4,2%.
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