Taxa de juro dos Certificados de Aforro sobe para 2,057% em dezembro
A remuneração base dos Certificados de Aforro subscritos em dezembro aumenta 0,013 pontos percentuais face a outubro para 2,057%, mantendo-se acima da fasquia dos 2% pelo quarto mês seguido.
Os Certificados de Aforro vão pagar mais no próximo mês. A taxa de juro base para novas subscrições em dezembro fixa-se em 2,057%, um aumento de 0,013 pontos percentuais face aos 2,044% oferecidos em novembro.
Trata-se do quarto mês consecutivo em que a remuneração base deste instrumento de dívida pública desenhado para as famílias portuguesas se mantém acima da fasquia dos 2% e o segundo mês seguido de subida da taxa oferecida pelo Estado.
A crescente popularidade dos Certificados de Aforro, cujo stock caminha a passos largos para os 40 mil milhões de euros até ao final do ano, mostra que os portugueses continuam a preferir este produto em detrimento dos depósitos bancários tradicionais, que rendem cada vez menos.
A trajetória ascendente da remuneração dos Certificados de Aforro está diretamente ligada ao comportamento da taxa Euribor a três meses, o indexante utilizado para calcular o juro base destes títulos. Ao longo dos dez dias úteis que serviram de base para o cálculo da taxa de dezembro, a Euribor a três meses manteve-se sempre acima dos 2,04%, oscilando entre 2,047% e 2,069%. Esta estabilidade do indexante acima deste patamar explica a ligeira subida da remuneração oferecida pelo Estado aos aforradores.
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A determinação da taxa de juro base dos Certificados de Aforro da Série F — a série que se encontra em comercialização desde junho de 2023 — é calculada mensalmente no antepenúltimo dia útil do mês, para vigorar durante o mês seguinte, com base na média aritmética dos valores da Euribor a três meses observados nos dez dias úteis anteriores, sendo o resultado arredondado à terceira casa decimal. Esta taxa base está sujeita a limites: não pode ser superior a 2,5% nem inferior a 0%.
Contudo, a taxa base constitui apenas uma componente da remuneração total destes títulos de dívida da República. A esta taxa são ainda somados prémios de permanência que variam consoante o período de aplicação: 0,25% do segundo ao quinto ano; 0,50% do sexto ao nono ano; 1% no décimo e décimo primeiro ano; 1,50% no décimo segundo e décimo terceiro ano; e 1,75% no décimo quarto e décimo quinto ano.
Os juros são calculados trimestralmente e capitalizados automaticamente, com a possibilidade de resgate antecipado após o primeiro vencimento de juros. O investimento mínimo é de apenas 100 euros, podendo cada aforrista deter até 100 mil euros em Certificados da Série F.
A melhoria da remuneração dos Certificados de Aforro tem aguçado o apetite das famílias portuguesas, enquanto os bancos estão a oferecer uma taxa cada vez mais deprimida pelas poupanças. A taxa média dos depósitos a prazo situava-se em 1,34% em setembro (últimos dados disponíveis), bastante abaixo da taxa base dos Certificados de Aforro. Esta diferença de quase 72 pontos base explica, em grande medida, o renovado interesse dos portugueses por este instrumento de dívida pública.
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