Inteligência artificial acaba com empregos de “tédio” na TMG Automotive, que gera 500 dados por segundo
Isabel Furtado assume que “já era impossível” a fornecedora de têxteis para a indústria automóvel existir sem IA, que permitiu também substituir tarefas que “estavam a desumanizar os colaboradores”.
Isabel Furtado admitiu esta terça-feira que “já era completamente impossível [ter] TMG Automotive sem inteligência artificial” (IA), sublinhando como é “humanamente impossível” tratar e avaliar os cerca de 500 dados por segundo gerados pela fabricante de têxteis para a indústria automóvel e como essa tecnologia está também a ter efeito na força de trabalho.
A CEO relata que o sistema computacional montado pela gigante de Vila Nova de Famalicão – tem uma fábrica na China e também está a construir uma unidade industrial nos EUA – analisa padrões, desvios e tendências, sendo alimentado por uma tal quantidade de dados provenientes da digitalização prévia dos processos, que seriam “humanamente impossíveis de tratar”.
Durante a conferência Millennium Portugal Exportador, que se realiza esta terça-feira no Europarque (Santa Maria da Feira), a empresária ilustrou como esta tecnologia “permite tomar melhores decisões num menor espaço de tempo e com maior rentabilidade”. E deu o exemplo da manutenção preditiva das máquinas ou da descoberta da raiz de um problema num artigo, que “humanamente não [se consegue] descobrir”.
Sustentando que “tudo isto se resume a ganhar dinheiro”, a otimização do uso de matérias-primas, a redução dos desperdícios industriais ou a melhoria da eficiência energética são outros benefícios que esta tecnologia já está a gerar para a TMG Automotive, que é a segunda maior fornecedora europeia de materiais de interior para a indústria automóvel e cuja nova unidade nos EUA poderá sair mais cara devido às tarifas de Trump.
Ao nível dos recursos humanos, Isabel Furtado contou como a IA, através da análise de dados, está a permitir entregar novas tarefas aos trabalhadores da empresa, exemplificando como “ter uma pessoa a inspecionar um determinado artigo durante 8 horas é algo que não acrescenta valor e é quase desumano”, além de ser exigente no que toca à necessidade de mão-de-obra.
“Ao substituirmos [essa tarefa] por sensores que vão detetar 80% dos defeitos, passa a ser o operador que dirige a máquina, e não o contrário. Mas a ação humana tem de lá estar. Com certeza que a IA e a robótica estão a substituir empregos, mas são aqueles que têm menor valor acrescentado, que nós dizemos que são um tédio e até, de certa forma, estavam a desumanizar os colaboradores”, apontou.
Com mais de 700 trabalhadores e perto de 10% da produção a sair das duas fábricas portuguesas para ser exportada diretamente para os EUA, a TMG Automotive fornece materiais têxteis que são incorporados nos assentos, tabliers, apoios de braços ou painéis de portas de mais de duas dezenas de marcas de automóveis, como a Mercedes, BMW, Toyota ou Porsche.
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