Bruxelas aprova venda do Novobanco aos franceses do BPCE por 6,4 mil milhões
Comissão Europeia acaba de dar luz verde ao negócio de 6,4 mil milhões de euros depois de concluir que não levanta problemas de concorrência.
A Comissão Europeia aprovou a venda do Novobanco aos franceses do BPCE, num negócio avaliado em 6,4 mil milhões de euros, depois de concluir que a operação não levanta riscos para a concorrência do mercado bancário. Falta agora luz verde do Banco Central Europeu (BCE).
As autoridades da DG-Comp (Direção-Geral da Concorrência europeia) concluíram que “a transação notificada não suscita preocupações em matéria de concorrência, dada a limitada posição de mercado combinada das empresas resultante da transação proposta”, referem em comunicado divulgado esta sexta-feira.
Bruxelas adianta ainda que a operação foi analisada ao abrigo do procedimento simplificado de análise de concentrações, um tipo de avaliação mais rápida e menos burocrática dado estar em causa bancos que operam em mercados diferentes e por isso desenvolvem atividades que não se sobrepõem, tal como o ECO já tinha adiantado há duas semanas.
No âmbito deste negócio, anunciado há cerca de seis meses, o Estado vai receber cerca de 1,6 mil milhões de euros pelos 25% que detém no Novobanco (por via da Entidade do Tesouro e Finanças e do Fundo de Resolução), enquanto a Lone Star encaixa aproximadamente 4,8 mil milhões com a alienação de 75% do capital do banco que tinha comprado em 2017 a troco de uma injeção de mil milhões no banco.
Para o BPCE, um dos maiores bancos franceses, a aquisição do Novobanco, que espera concluir no primeiro trimestre do próximo ano, faz parte de uma estratégia de expansão na Europa. O próprio CEO do banco francês, Nicolas Namias, tem a ambição de criar um “campeão europeu” — termo usado para se referir a grandes instituições capazes de competirem à escala global.
O Novobanco detém uma quota de mercado de 10% nos depósitos e crédito, sendo um dos cinco maiores bancos a operar em Portugal, onde o BPCE já está presente através do Natixis (com um centro de desenvolvimento no Porto) e de duas pequenas unidades de crédito ao consumo (Oney e Primus).
Criado em 2014, na sequência da medida de resolução aplicada pelo Banco de Portugal ao BES, o Novobanco tem mais de 4.100 trabalhadores e alcançou lucros de 610 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, apesar da descida da margem financeira.
(notícia atualizada às 12h16 com mais informação)
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