Os grandes números dos prejuízos da CGD
A CGD fecha um ciclo... para arrancar outro, com capital para puxar pela economia. Apresenta os maiores prejuízos de sempre, após imparidades recorde. E recebe capital, mas menos que o previsto.
A Caixa Geral Depósitos (CGD) vai apresentar os piores resultados de sempre. O banco público terá prejuízos de quase dois mil milhões de euros, penalizada pelas imparidades em torno dos três mil milhões. É um resultado negativo, mas não tanto quanto o que estava previsto no plano de recapitalização, o que vai permitir ao Estado poupar alguns milhões com a injeção de capital. Conheça os números.
2,5 mil milhões… Almofada encolhe
O plano de negócios negociado em Bruxelas, e que já tinha uma aprovação condicional, apontava para um aumento de capital em dinheiro até 2,7 mil milhões de euros. Mas o valor final não deverá ser tão elevado. Tendo em conta os prejuízos inferiores ao teto máximo, o Estado deverá injetar entre 2,5 e 2,6 mil milhões de euros na CGD.
Paulo Macedo gostaria de manter o valor de injeção de capital público nos 2,7 mil milhões de euros inicialmente previsto, mas não deverá conseguir. O presidente executivo do banco público queria esse valor mais elevado porque isso significaria uma “almofada” de capital suplementar. E, ao mesmo tempo, rácios de solvabilidade mais confortáveis.
Além dos 2,5 a 2,6 mil milhões de euros de injeção de capitais públicos, com o plano formalmente aprovado pela DGComp – e pelo BCE -, estão reunidas as condições para que a CGD avance para a emissão de 500 milhões de euros de obrigações de elevada subordinação junto dos investidores privados.
Prejuízos recorde? Sim, mas…
O valor da injeção pública será menor porque os resultados negativos do banco vão ser os piores de sempre… mas não serão tão avultados quanto o que poderiam ser. No plano de recapitalização da CGD, tendo em conta a necessidade de reconhecer imparidades avultadas, o banco estatal poderia apresentar prejuízos de três mil milhões de euros.
Prejuízos recorde na CGD
Ao que o ECO apurou, o banco liderado por Paulo Macedo vai apresentar resultados líquidos negativos de 1,9 mil milhões de euros tendo em conta que as imparidades finais não foram tão expressivas quanto o que previsto. Ainda assim, os resultados líquidos serão tão negativos quanto os prejuízos acumulados nos últimos cinco anos. O pior resultado alguma vez apresentado pelo banco público era, até agora, foi em 2013, ano em que perdeu 575 milhões de euros.
O banco estatal Já tinha registado prejuízos de 488 milhões de euros em 2011, sendo que em 2012 também apresentou um valor negativo. E nos últimos dois anos a tendência negativa manteve-se. No total, perdeu em cinco anos cerca de 1,9 mil milhões de euros, num período em que todo o setor financeiro nacional foi penalizado pelas elevadas perdas com o crédito malparado.
Imparidades aquém dos três mil milhões
Serão as imparidades que vão atirar o banco agora liderado por Paulo Macedo para o pior resultado da sua história… ainda que abaixo dos dois mil milhões de euros. No plano negociado com Bruxelas, a CGD deverá apresentar um nível de imparidades entre os 3,1 e os 3,3 mil milhões de euros, mas esse montante acabou revisto em baixa.
De acordo com a informação obtida pelo ECO, Paulo Macedo fechou o plano – cujos números assentavam nas contas de junho – e chegou a um valor no final de 2016 ligeiramente inferior, em torno dos 2,8 mil milhões de euros de imparidades, dos quais 2,4 mil milhões de crédito.
A maior “fatia” destas imparidades vai ser reconhecida no quarto trimestre do ano passado. Até ao final dos primeiros nove meses do ano passado, a CGD já tinha registado imparidades no valor de 412,1 milhões de euros.
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