PIB dá “prenda” de 2,06% aos investidores dos certificados

Taxa dos extintos Certificados do Tesouro Poupança Mais vai superar os 7% para quem subscreveu estes títulos há quatro anos. Fulgor da economia vai deixar uma prenda no sapatinhos dos portugueses.

Vem aí uma prenda no sapatinho de muitos investidores dos CTPM.

O fulgor da economia portuguesa vai deixar uma prenda no sapatinho de muitos portugueses que há quatro anos subscreveram os extintos Certificados do Tesouro Poupança Mais (CTPM). Em dezembro, quando receber os juros relativos à subscrição destes títulos em 2013, vai ser recompensado com um bónus de 2,06% pelo bom desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) em 2017. Isto acima da taxa de 5% prevista no quarto de aplicação, elevando a rentabilidade dos certificados para cima dos 7%.

Os primeiros CTPM estão a celebrar em 2017 o quarto aniversário com a promessa de um “brinde” para os investidores em função do desempenho da economia no último ano. Com o PIB português a dar bem conta de si ao longo deste ano, este prémio vai sair reforçado no próximo mês, depois de o Instituto Nacional de Estatísticas (INE) ter revelado que Portugal registou um crescimento de 2,5%.

Feitas as contas, a riqueza produzida em Portugal cresceu a uma média de 2,575% nos últimos quatro trimestres. Mas como o prémio dos CTPM corresponde a 80% dessa taxa de crescimento, haverá assim lugar ao pagamento de um prémio final de 2,06%. Isto, claro, somado à taxa de 5% de remuneração base que estes certificados prometem no quarto ano de aplicação.

Sendo assim, quem subscreveu os CTPM em dezembro de 2013 vai receber agora uma remuneração total de 7,06%, acima da taxa que o IGCP pagou aos primeiros subscritores destes certificados em outubro e novembro — o prémio situou-se nos 1,88%, elevando a taxa total para os 6,88%.

Simulações simples para quem investiu em dezembro 2013: uma aplicação do mínimo exigível de 1.000 euros vai render um juro bruto de 70,6 euros, dos quais 20,6 euros correspondem ao prémio pelo bom desempenho da economia.

O prémio não deixa de surpreender pela magnitude porque o seu pagamento coincide com contexto em que as taxas dos produtos de poupança oferecidos pelo Estado estão cada vez mais deprimidos. No final do mês passado, o Governo decidiu acabar com estes CTPM (que já tinham visto a sua remuneração encurtada em janeiro de 2015) para passar a vender os novos Certificados do Tesouro Poupança Crescente (CTPC), cuja taxa de remuneração média se fixa nos 1,35% em sete anos — embora comece a pagar um prémio relativo à economia a partir do segundo ano.

Por outro lado, a última emissão das Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV) foi para venda nos balcões dos bancos com uma taxa de 1,1%, a mais baixa de sempre.

Em relação aos primeiros CTPM subscritos, importa ainda sublinhar o IGCP vai voltar a fazer as contas ao prémio em fevereiro do próximo ano, quando o INE publicar de novo as estimativas para a expansão do PIB no último trimestre do ano. Os economistas antecipam um crescimento de 2%, taxa igual à verificada no mesmo trimestre de 2016. Ou seja, o prémio de 2,06% deverá manter-se.

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