Portugal fará reembolso de 1.000 milhões ao FMI até final do ano
O IGCP pretende devolver mais 1.000 milhões de euros ao FMI nas próximas três semanas, aproveitando a baixa dos juros, elevando para dez mil milhões o total reembolsado em 2017.
Mourinho Félix tinha falado de um novo reembolso ao Fundo Monetário Internacional (FMI) de cerca de 500 milhões de euros ainda este ano, mas a meta do IGCP é mais ambiciosa: pretende devolver antecipadamente mais 1.000 milhões de euros à instituição nas próximas três semanas. Em 2017, o total de devolução ao Fundo vai ascender a dez mil milhões de euros.
Esta intenção de pagar mais uma parte do empréstimo do FMI surge na apresentação da agência liderada por Cristina Casalinho aos investidores internacionais.
Neste momento, falta pagar 24% do total do resgate de 26 mil milhões de euros de Washington ao país em 2011, cerca de 6,3 mil milhões. Agora, com mais este reembolso, ficará por pagar cerca de 5,3 mil milhões de euros ao Fundo.
Com esta estratégia, o Governo procura obter ganhos com a redução do custo da dívida por duas vias: em primeiro lugar, através da substituição do empréstimo mais oneroso do Fundo por colocação de nova dívida no mercado a taxas bem mais favoráveis; depois, porque ao baixar a exposição junto do Fundo, também alivia os juros cobrados pelo valor da dívida que permanece por pagar ao FMI.
Conforme explicou o ECO, Portugal paga inclusivamente uma penalização (um spread agravado) sobre o valor da dívida ao FMI que ultrapassa o limite que decorre da sua quota. No caso de Portugal, esta fasquia corresponde a 3,86 mil milhões de SDR (direitos de saque especial, a moeda internacional do FMI. Isto equivale a cerca de 4,7 mil milhões de euros.
Ou seja, só quando baixar deste montante é que Portugal deixará de pagar este prémio. Faltam aproximadamente 670 milhões de euros para o Governo estar completamente livre desta penalização. Isto deverá acontecer no próximo ano, dado que está previsto um reembolso de 800 milhões de euros.
Portugal tem acelerado os reembolsos aproveitando a boleia dos juros mais baixos nos mercados. Além dos reembolsos ao FMI, também tem recomprado dívida antiga e a vencer no futuro próximo e a trocá-la por dívida nova com juros mais baixos e prazos mais longos, tal como aconteceu na semana passada.
Vários fatores têm ajudado a baixar as taxas da dívida portuguesa, incluindo fatores internos como o bom desempenho da economia portuguesa e a melhoria do rating (sexta-feira será a vez da agência Fitch retirar Portugal do “lixo”) e ainda fatores externos como o Banco Central Europeu (BCE).
(Notícia atualizada às 11h33)
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