Lisboa: Uber transportou cerca de 90.000 turistas por mês em 2017
Estudo encomendado à Deloitte aponta ainda para um impacto económico de até 130 milhões de euros em Lisboa no ano passado. Trabalho é divulgado na semana em que o Parlamento vota regulamentação.
A Uber garante ter tido um impacto económico positivo de 90 a 130 milhões de euros em Lisboa durante o ano passado. As estimativas fazem parte de um estudo encomendado pela empresa à Deloitte, onde é ainda previsto que esse impacto da Uber na cidade atinja os 235 milhões de euros até ao final da década. O trabalho indica ainda que a Uber terá transportado cerca de 90.000 turistas por mês na região. A informação surge dois dias antes da votação na especialidade, na Assembleia da República (AR), de uma lei que vai regulamentar a atividade deste tipo de plataformas de transporte privado.
A Deloitte “foi contratada pela Uber Portugal” para avaliar o “impacto” que o serviço teve na área metropolitana de Lisboa entre 2014 e 2017, num estudo elaborado a partir de “informação disponibilizada à Deloitte” pela empresa, assim como inquéritos a utilizadores, parceiros e motoristas, entrevistas e pedidos de informação a “diversas entidades externas” e “informação pública” do Instituto Nacional de Estatística.
A conclusão do trabalho divulgado esta terça-feira é a de que “a Uber teve um impacto positivo na economia e na criação de oportunidades de trabalho” na capital portuguesa. Em causa estão 5.300 oportunidades de trabalho que estarão “a crescer a um ritmo acelerado”. Segundo a Deloitte, a atividade da Uber representou ainda cerca de 22% “do emprego líquido criado no setor dos transportes entre 2014 e 2016”. Num comunicado enviado pela Uber, é destacado ainda que, em 2020, a empresa poderá ter contribuído para a criação de 10.100 oportunidades de trabalho na região.
Quanto ao nível da mobilidade, a Deloitte escreve que “é unânime”, segundo “a perceção” dos utilizadores, que “a Uber veio contribuir para melhorar a mobilidade” em Lisboa e “para a redução da utilização” do carro privado no centro da cidade. O estudo revela também que “o serviço da Uber tem maiores taxas de utilização no período da noite e ao fim de semana, principalmente para atividades de lazer noturno”.
Este trabalho da Deloitte refere, além disso, que a empresa de transporte privado transportou cerca de 90.000 turistas por mês no ano passado, a maioria cidadãos de países onde se regista um “elevado poder de compra”.
É um estudo que é lançado na mesma semana em que o Parlamento vai decidir, por via democrática, quais as linhas em que será elaborada a redação final da lei que vai regulamentar as plataformas eletrónicas como a Uber, a Cabify e a Taxify. É uma matéria que esteve praticamente um ano parada na AR, mas que vai conhecer esta semana um novo capítulo. Como o ECO avançou esta segunda-feira, é possível que a votação final da lei, na generalidade, aconteça logo na semana que vem, na sexta-feira, 2 de março, como admitiu o presidente da comissão de Economia ao ECO, o deputado Hélder Amaral.
A Uber é uma empresa norte-americana que tem operado em várias cidades portuguesas. Lisboa é o principal mercado em Portugal. Através de uma aplicação móvel, a empresa liga passageiros a motoristas, cobrando uma comissão de 25% às empresas parceiras por esse serviço. Mas tem estado envolvida num litígio com o setor do táxi. Em causa, acusações por parte dos taxistas de que o serviço representa uma forma de “concorrência desleal”.
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