Prisa diz que vai tomar “todas as medidas” para forçar Cofina a comprar a TVI
A Prisa anunciou que vai tomar "todas as medidas" para tentar obrigar a Cofina a adquirir a Media Capital. Dona do Correio da Manhã desistiu do negócio durante a madrugada.
A decisão da Cofina de abortar a compra da TVI não foi bem recebida pela Prisa. A empresa espanhola, que ainda é a dona da Media Capital, acaba de anunciar que tomará “todas as medidas contra a Cofina” para obrigar a empresa a adquirir a estação de Queluz de Baixo.
Durante a madrugada, a Cofina anunciou à CMVM que não foi capaz de concretizar o aumento de capital de 85 milhões de euros que se destinaria a financiar parcialmente a operação. Em causa, o deteriorar das “condições de mercado”, numa altura em que o coronavírus tem provocado uma derrocada nas bolsas.
Já de si surpreendente, o falhanço do negócio pela Cofina conhece agora um revés ainda mais inesperado: uma declaração de guerra por parte da Prisa, que estava a vender o ativo por 205 milhões de euros, contra a empresa liderada por Paulo Fernandes.
Na visão da Prisa, a decisão da Cofina de cancelar o aumento de capital representou uma violação do acordo de compra e venda da Media Capital que tinha sido assinado entre os dois grupos. Uma posição contrária à da Cofina, que acredita que a compra do ativo estava dependente da concretização do aumento de capital.
Num comunicado remetido à CMVM pela Media Capital mas assinado pela Prisa, o grupo espanhol considera que, “de acordo com as declarações feitas pela Cofina no acordo de compra e venda e em comunicados aos mercados, a Cofina tinha os compromissos necessários para financiar a quantia requerida para completar a transação, de um lado por instituições de crédito e, de outro, pelos principais acionistas da Cofina no montante necessário para dar cobertura ao aumento de capital”.
“À luz do referido, a companhia vai iniciar a partir desta data todas as ações disponíveis contra a Cofina no prosseguimento do acordo de compra e venda”, conclui a empresa.
Em suma, na prática, a Cofina considera que, não havendo aumento de capital, não há operação. Mas a Prisa defende que, uma vez que o cancelamento do aumento de capital foi uma decisão “voluntária” da Cofina, esta continua sujeita aos termos do acordo de compra e venda.
(Notícia atualizada às 11h54 com mais informações)
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