Do chuveiro às janelas eficientes, assim poupam os portugueses na água, luz e gás

A Deco quis conhecer as preocupações dos portugueses com os gastos de água e energia e descobriu que para 75% dos inquiridos os hábitos de consumo doméstico são influenciados por aspetos económicos

Reduzir as faturas da água, da eletricidade e do gás não só é possível, como há opções no dia-a-dia e pequenos gestos que fazem toda a diferença, garante a Deco Proteste. Desde comprar eletrodomésticos e outros equipamentos com maior eficiência (que não são necessariamente mais caros e ainda permitem poupar), desligar as luzes quando se sai de uma divisão, utilizar as máquinas de lavar roupa e loiça com carga completa, optar por iluminação de baixo consumo, como lâmpadas LED, ter extensões e tomadas múltiplas com interruptor, instalar janelas energeticamente eficientes (com vidro duplo ou triplo ou corte térmico), isolar paredes exteriores e interiores, ter autoclismos, torneiras e cabeças de chuveiro eficientes.

Somam-se ainda outras dicas de eficiência energética que se traduzem em poupanças no orçamento familiar como utilizar o estendal, em vez da máquina de secar roupa, não guardar comida quente no frigorífico ou congelador, separar a roupa por cores na hora de a lavar ou ter tarifa bi ou tri-horária e concentrar o uso dos aparelhos elétricos quando é mais barato.

A Associação de Defesa do Consumidor quis conhecer as preocupações dos portugueses com os gastos de água e energia e para isso realizou um questionário online. Os resultados agora apresentados e revelam que para 75% dos inquiridos os hábitos de consumo doméstico são muito influenciados por aspetos económicos. De acordo com a Deco Proteste, a maioria diz estar bem informada quanto aos equipamentos que permitem poupar água e energia, mas 65% defendem ainda que a sua instalação é cara. Já 47% pensa que a potencial poupança alcançada compensa o investimento necessário.

Nos vários equipamentos que existem em casa, o estudo revelou que a opção por lâmpadas economizadoras e extensões elétricas ou tomadas com interruptor são as mais comuns, adotadas por 86% e 57% das famílias, respetivamente. No entanto, no segundo caso, esta opção só ajuda a baixar a fatura da eletricidade se as extensões ou tomadas múltiplas com interruptor forem desligadas quando os aparelhos não são usados (porque só assim se consegue baixar o consumo em stand by), algo que só 38% dos inquiridos fazem.

No caso das janelas eficientes do ponto de vista energético, com vidros duplos ou triplos (cuja instalação é agora apoiada pelo Fundo Ambiental) quase 50% assinalam esta opção. “Os vidros duplos ou triplos e o chamado corte térmico ajudam a isolar melhor as casas, evitando a perda de calor ou frio. Assim sendo, além de melhorarem o conforto térmico, ajudam a poupar energia, quando se usam aparelhos para aquecer ou arrefecer as habitações” escreva Deco Proteste. E se nas janelas há maior cuidado com as versões mais eficientes, no caso das paredes só 21% têm as paredes exteriores ou interiores isoladas.

O inquérito revelou ainda que “os apartamentos são o tipo de habitação mais mal equipado em matéria de elementos que permitem poupar água ou energia”.

Ao nível dos comportamentos, escreve a Deco Proteste, apenas quatro são adotados por mais de metade dos inquiridos: desligar as luzes à saída de uma divisão 67%), secar a roupa no estendal (61%), evitar guardar alimentos quentes no frigorífico ou no congelador (59%) e optar pela carga completa ao lavar a roupa na máquina (59%).

Já a utilização dos programas mais económicos das máquinas de lavar roupa ou loiça é uma opção apontada por cerca de 60% dos inquiridos.

Lavar a loiça na máquina apenas com a carga completa (48%), desligar o interruptor de tomadas ou extensões múltiplas, para evitar o consumo em stand by (38%) e concentrar a utilização dos aparelhos nas horas em que a eletricidade é mais barata, para quem contratou a tarifa bi ou tri-horária (41%), são outros comportamentos com igual impacto na poupança doméstica, mas não têm a adesão da maioria.

No que diz respeito à etiqueta energética, 79% dos inquiridos consideram que aparelhos mais eficientes permitem poupanças importantes na fatura da água e da eletricidade, mas 65% ainda acha que os eletrodomésticos eficientes são mais caros. Os frigoríficos e as arcas congeladoras são os aparelhos para os quais a informação da etiqueta é mais levada em conta: 51% revelou que pesou bastante no momento da compra. “Esta atitude deve-se provavelmente ao facto de se tratar de aparelhos sempre ligados à eletricidade. Na aquisição de máquinas de lavar roupa e loiça, também quase metade dos inquiridos [48%[ considerou, de facto, os dados da etiqueta energética”.

A Deco Proteste lembra que em março de 2021, a etiqueta energética dos aparelhos vai mudar: a nova legislação comunitária ditou o fim das classes A+, A++ e A+++ e passará a estar em vigor uma escala mais simples de interpretar, de A (mais eficiente) a G
(menos eficiente). A afixação desta nova etiqueta começará por ser obrigatória para televisores, frigoríficos e arcas congeladoras, máquinas de lavar loiça, de lavar roupa e de lavar e secar roupa. Entre novembro de 2020 e março de 2021 decorre um período transitório, durante o qual os novos equipamentos à venda podem incluir, no interior da embalagem, ambas as etiquetas.

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