Draghi promete mais estímulos se preços vacilarem
Em defesa do programa de compra de dívida pública, Mario Draghi admite aumentar poder de fogo da bazuca do Banco Central Europeu (BCE) se os preços na região ameaçarem a retoma económica.
A economia da zona euro continua em retoma, mas ainda é cedo para o Banco Central Europeu (BCE) considerar a retirada do seu programa de estímulos monetários, declarou esta segunda-feira o presidente da autoridade monetária, Mario Draghi, perante a Comissão dos Assuntos Económicos e Monetários, no Parlamento Europeu.
“O apoio das nossas medidas de política monetária ainda é necessário para as taxas de inflação convergirem rumo aos nosso objetivo com confiança suficiente e de uma forma sustentada”, referiu Draghi, fazendo a defesa do seu plano de compra de dívida dos governos da zona euro, numa altura em que endurece a oposição (sobretudo alemã) em relação ao quantitative easing.
O BCE decidiu em dezembro prolongar as aquisições de obrigações públicas até final de 2017, prevendo baixar o ritmo de aquisição dos 80 mil milhões mensais para os 60 mil milhões a partir de abril.
Draghi reconhece que a inflação está a caminho do objetivo para o qual o BCE está mandatado — uma taxa perto, mas inferior a 2% –, mas sublinha que é sobretudo a energia que está a impulsionar os preços na região, quando tanto a economia como o mercado de trabalho se apresentam em melhores condições.
"O apoio das nossas medidas de política monetária ainda é necessário para as taxas de inflação convergirem rumo aos nosso objetivo com confiança suficiente e de uma forma sustentada.”
“A subida da inflação em dezembro e janeiro reflete em larga medida um efeito de base considerável e ainda as recentes subidas dos preços de energia. Até ao momento, as pressões da inflação subjacente continuam bastante baixas e só deverão aumentar apenas gradualmente”, precisou Draghi, que admite reforçar as compras caso o outlook para a inflação seja mais negativo.
“A abordagem da nossa política monetária atual antecipa que, caso as perspetivas para a inflação sejam menos favoráveis, ou caso as condições financeiras se tornem inconsistentes com os progressos rumo a um ajustamento sustentado no caminho da inflação, o Conselho de Governadores está preparado para aumentar o tamanho ou duração do programa de compra de ativos“, frisou ainda.
Os preços na zona euro terão crescido 1,8% em janeiro, de acordo com o Eurostat, acima das previsões dos analistas. Já a taxa de inflação subjacente — que exclui os preços mais voláteis da energia e alimentação — de janeiro ficou apenas nos 0,9%, abaixo da taxa de 1% verificada há um ano. A economia do bloco da moeda única cresceu 0,5% no quarto trimestre do ano passado, um desempenho que ficou em linha com o esperado.
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