Inflação na OCDE desacelera em julho para 5,4%

A taxa de inflação da OCDE desacelerou em julho pelo segundo mês consecutivo, mas evolução é díspar entre os diversos países da organização.

A taxa de inflação na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), medida pelo Índice de Preços no Consumidor (IPC), desacelerou em julho para 5,4%, face aos 5,6% registados em junho, embora tenha subido em 17 dos países da organização, de acordo com os dados divulgados esta quarta-feira pelas instituições.

Apesar da desaceleração registada, a OCDE destaca que a evolução variou amplamente entre os países, tendo subido em 17 dos 38 países que compõe a organização, desacelerado em 11 e manteve-se estável ou praticamente estável em dez.

Fonte: OCDE

Os dados mais detalhados indicam que a inflação homóloga dos produtos energéticos da OCDE aumentou para 3,3% em julho, face a 2,3% em junho, atingindo o nível mais elevado desde fevereiro de 2023. Esta evolução resulta de um acelerar em 22 dos países da OCDE. Por outro lado, descontando os produtos alimentares e energéticos a taxa desacelerou em julho.

Na zona euro, a inflação homóloga medida pelo Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) manteve-se globalmente estável em 2,6% em julho, face a 2,5% em junho. Em agosto de 2024, de acordo com a estimativa rápida do Eurostat, a inflação desacelerou para 2,2% no euro, com uma descida dos preços dos produtos energéticos, enquanto se estima que a inflação subjacente tenha permanecido globalmente estável.

No G20, a inflação homóloga situou-se em 6,7% em julho, quando em junho se fixou em 7,1%. Nos Estados Unidos desacelerou para menos de 3% pela primeira vez desde março de 2021 e quase dez pontos percentuais na Turquia, embora tenha permanecido acima dos 60%.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Euribor recuam a seis e 12 meses e voltam a mínimos a três meses

  • Lusa
  • 4 Setembro 2024

Esta quarta-feira, a taxa a três meses atingiu um mínimo de maio de 2023, de 3,449%, enquanto a seis e a 12 meses caiu para 3,379% e 3,094%, respetivamente.

A Euribor a três meses continua a atingir mínimos, com os restantes prazos também a recuarem em relação a terça-feira.

  • A taxa a três meses fixou-se assim esta quarta-feira em 3,449%, um mínimo desde 23 de maio de 2023.
  • a seis meses, a Euribor desceu ligeiramente, para 3,379%, face aos 3,381% de terça-feira.
  • A Euribor a 12 meses, por sua vez, fixou-se esta quarta-feira em 3,094%, caindo em relação aos 3,113% de terça-feira.

A Euribor a seis meses, que passou em janeiro a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, esteve acima de 4% entre setembro e dezembro do ano passado. Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a junho apontam a Euribor a seis meses como a mais utilizada, representando 37,5% do stock de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a 12 e a três meses representava 33,7% e 25,7%, respetivamente.

Em 18 de julho, o Banco Central Europeu (BCE) manteve as taxas de juro diretoras e a presidente, Christine Lagarde, não esclareceu o que vai acontecer na próxima reunião em 12 de setembro, ao afirmar que tudo depende dos dados que, entretanto, forem sendo conhecidos.

Na reunião anterior, em junho, o BCE tinha descido as taxas de juro diretoras em 25 pontos base, depois de as ter mantido no nível mais alto desde 2001 em cinco reuniões e de ter efetuado 10 aumentos desde 21 de julho de 2022. Os analistas antecipam que as taxas Euribor cheguem ao final do ano em torno de 3%.

A média da Euribor em agosto voltou a descer em todos os prazos, tendo baixado a três meses para 3,548% (3,685% em julho), para 3,425% a seis meses (3,644% em julho) e para 3,166% a 12 meses (3,526% em julho).

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Estado vai pagar 7,6 milhões às farmácias por campanha de vacinação contra gripe e Covid-19

  • Joana Abrantes Gomes
  • 4 Setembro 2024

Uma das novidades da campanha sazonal Outono-Inverno 2024/2025, que se inicia mais cedo, é o alargamento da vacinação contra a gripe com uma dose reforçada às pessoas com 85 anos ou mais.

O Governo vai pagar às farmácias comunitárias até 7,6 milhões de euros pela campanha de vacinação sazonal 2024/2025 contra a gripe e contra a Covid-19, de acordo com uma portaria publicada esta quarta-feira em Diário da República.

O modelo de vacinação envolve, “para além da aquisição das vacinas, um impacto orçamental até 7.600.000 euros, correspondente à remuneração que, no total, será paga às farmácias“, lê-se na portaria assinada pela secretária de Estado da Saúde, Ana Povo, que entra em vigor quinta-feira.

No plano de vacinação para a campanha sazonal 2024/2025, destaca-se o alargamento da vacinação contra a gripe com uma dose reforçada, que tem uma quantidade de antigénios quatro vezes superior, a toda a população com 85 anos ou mais — uma mudança que já tinha sido avançada pelo ECO no final de maio, antes do Conselho de Ministros que aprovou o plano de emergência para a Saúde. Esta vacina, que oferece uma proteção mais elevada, cingiu-se na campanha anterior apenas aos utentes dos lares.

“Com base na evidência, que nos informa da maior circulação de vírus respiratórios nos meses de inverno, pretende-se iniciar mais precocemente a Campanha de Vacinação Sazonal do Outono-Inverno de 2024-2025, e garantir que o maior número de pessoas elegíveis estará protegido até ao final de novembro, proporcionando uma proteção mais elevada durante o período de maior risco”, justifica o Governo.

A portaria indica também que “compete ao Serviço de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH) assegurar a receção, o armazenamento e a distribuição das vacinas adquiridas pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS)” para a campanha sazonal deste outono-inverno.

As farmácias aderentes à campanha de vacinação “podem praticar um horário mais alargado”, sendo que a lista de farmácias aderentes será disponibilizada nos sites do SNS, da Direção-Geral da Saúde e do Infarmed.

Por sua vez, os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) serão responsáveis por assegurar “um sistema de agendamento prévio para convocação do universo de utentes elegíveis a vacinar nas unidades de saúde do SNS”, enquanto as associações representativas das farmácias devem assegurar “um sistema de agendamento prévio para o universo de utentes elegíveis a vacinar nas farmácias de oficina”.

As farmácias e o SNS deverão registar a administração das vacinas contra a gripe e a Covid-19 na Plataforma VACINAS, mas, para aceder à “informação estatística julgada necessária para o acompanhamento e monitorização do processo de vacinação”, terá de ser através da Plataforma BI.VACINAS, refere ainda a portaria.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

CP tem 13,8 milhões para assegurar serviços de cafetaria e bar a bordo do Alfa e Intercidades

Governo deu luz verde à CP para assumir os encargos relativos à aquisição de serviços de cafetaria e bar a bordo dos comboios Alfa Pendular e Intercidades.

O Governo autorizou a Comboios de Portugal (CP) a assumir os encargos relativos à aquisição de serviços de cafetaria e bar a bordo dos comboios Alfa Pendular e Intercidades, com um valor base de 13,8 milhões de euros que abrange os anos de 2025 a 2027.

“Considerando que a CP – Comboios de Portugal, E. P. E., é uma entidade pública empresarial, reclassificada para efeitos orçamentais, integrando o perímetro do Orçamento do Estado, sendo-lhe aplicáveis as disposições em matéria de assunção de encargos plurianuais”, lê-se na portaria publicada esta quarta-feira em Diário da República.

Os encargos orçamentais autorizados serão repartidos da seguinte forma:

  • Ano de 2025: 4,48 milhões de euros ao qual acresce IVA à taxa legal em vigor;
  • Ano de 2026: 4,61 milhões de euros ao qual acresce IVA à taxa legal em vigor;
  • Ano de 2027: 4,74 milhões de euros ao qual acresce IVA à taxa legal em vigor.

O serviço de bares esteve meses sem funcionar porque o anterior operador, a Apeadeiro 2020, tinha salários em atraso. Os trabalhadores organizaram vigílias à porta das estações de Campanhã e Santa Apolónia, o ano passado, até que a nova operadora, a Newrail liquidou os valores de salários em dívida da anterior concessionária, o que permitiu que o serviço do Alfa e Intercidades fosse retomado em 4 maio de 2023.

O Ministério das Finanças autorizou ainda a CP a assegurar a contratação dos encargos relativos à prestação de serviços de pagamento para os canais de venda web e mobile, no valor base de 4,91 milhões de euros, abrangendo os anos de 2024 a 2029, lê-se na portaria publicada esta quarta-feira em Diário da República.

Os encargos orçamentais autorizados decorrentes do contrato são repartidos e não podem exceder os seguintes valores em cada ano económico:

  • Ano de 2024: 106 mil euros;
  • Ano de 2025: 845 mil euros, isento de IVA;
  • Ano de 2026: 886 mil euros, isento de IVA;
  • Ano de 2027: 905 mil euros, isento de IVA;
  • Ano de 2028: 924 mil euros, isento de IVA;
  • Ano de 2029: 825 mil euros, isento de IVA.

O Ministério das Finanças e Infraestruturas autorizou ainda a a CP a proceder à contratação dos encargos relativos ao fornecimento de painéis e equipamentos relativos ao interior das carruagens bar da série 8597101 a 111. De acordo com a portaria publicada esta quarta-feira em Diário da República o procedimento em causa tem um valor base de 2,86 milhões de euros e abrange os anos de 2025 a 2027.

Os encargos orçamentais serão repartidos da seguinte forma:

  • Ano de 2025: 520 mil euros ao qual acresce IVA à taxa legal em vigor;
  • Ano de 2026: 1,17 milhões de euros ao qual acresce IVA à taxa legal em vigor;
  • Ano de 2027: 1,17 milhões de euros ao qual acresce IVA à taxa legal em vigor.

O ano passado, a CP estima ter transportado 172,6 milhões de passageiros, mais 24,4 milhões (16,5%) quando comparado com 2022. A operadora ferroviária contabilizou que até ao final do terceiro trimestre de 2023, a frota ativa da CP compreende 244 automotoras, 44 locomotivas e 154 carruagens, ou seja, mais 67 unidades do que em 2019, representando um aumento de 18%”.

(Notícia retificada às 16h12 porque os valores em atraso eram da anterior operadora (Apeadeiro 2020) e não da atual concessionária, a Newrail).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Plano da saúde com 12 das 54 medidas concluídas

  • Lusa
  • 4 Setembro 2024

A regularização da lista de espera de doentes oncológicos para cirurgia e a criação de um atendimento direto na Linha SNS 24 para as grávidas estão entre as medidas concluídas.

O Ministério da Saúde apresenta esta quarta-feira o balanço do Plano de Emergência e Transformação da Saúde composto por 54 medidas, 12 das quais concluídas e 40 em fase de implementação, segundo os dados do Governo.

A conferência de imprensa para apresentar a execução do plano vai decorrer ao final da manhã, cerca de 100 dias após a sua aprovação em Conselho de Ministros, em 29 de maio.

Apresentado nos primeiros 60 dias de funções do atual Governo, como tinha sido anunciado pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, o plano integra 54 medidas definidas como urgentes, prioritárias e estruturantes e que estão divididas por cinco eixos.

De acordo com os dados publicados no portal do Serviço Nacional de Saúde (SNS) na terça-feira, 12 das 54 medidas já estão concluídas, consideradas urgentes e prioritárias, estando 40 em curso, com as restantes duas por iniciar.

Entre as medidas que o ministério considera concluídas, constam a regularização da lista de espera de doentes oncológicos para cirurgia, a criação de um atendimento direto na Linha SNS 24 para as grávidas, o reforço das convenções com os setores social e privado e a criação de centros de atendimento clínico para atender doentes menos graves.

Por iniciar está ainda a criação da especialidade de urgência, que envolve a Ordem dos Médicos, que recentemente aprovou um regulamento considerado a “primeira etapa” desde processo, e a constituição de centros de avaliação médica e psicológica, duas medidas classificadas no plano como prioritária e estruturante, respetivamente.

O plano estabeleceu três níveis de prioridade: numa primeira fase, as medidas urgentes (15), para dar resposta aos problemas do setor mais imediatos, as prioritárias (24), para responder às necessidades identificadas a curto e médio prazo, e as estruturantes (15), que visam a “reforma transformadora” do sistema atual de saúde.

No início de agosto, o primeiro-ministro defendeu que o Governo está a cumprir as metas do plano de emergência para a saúde, mas admitiu que “seria irresponsável e irrealista dizer que as urgências estão a funcionar bem” no país.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano demite-se

  • Lusa
  • 4 Setembro 2024

Demissão de Dmitry Kuleba insere-se numa remodelação de mais de metade do Governo que o Presidente ucraniano deverá anunciar esta quarta-feira.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmitry Kuleba, apresentou esta quarta-feira a demissão, numa carta dirigida ao Verkhovna Rada (Parlamento) do país.

“O Verkhovna Rada recebeu uma declaração do ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, D.I. Kuleba, sobre a sua demissão”, escreveu o presidente do Parlamento, Ruslan Stefanchuk, nas redes sociais. O responsável anunciou ainda que a demissão de Kuleba vai ser discutida numa das próximas sessões plenárias do Parlamento.

Kuleba, 43 anos, ocupa a liderança dos Negócios Estrangeiros desde 2020 e liderou a diplomacia ucraniana durante a guerra.

A demissão surge depois de os ministros da Justiça, das Indústrias Estratégicas e do Ambiente terem apresentado a demissão ao Parlamento, juntamente com o diretor do Fundo de Propriedade do Estado.

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, deverá anunciar esta quarta-feira mudanças em mais de metade do Governo, disse na terça-feira o porta-voz do partido do líder ucraniano, Servo do Povo, no Parlamento, David Arajamia.

“Tal como prometido, esta semana podemos esperar uma mudança importante no Governo. Mais de 50% dos membros do Conselho de Ministros vão sofrer alterações”, anunciou Arajamia no Telegram, quando começaram a circular vários nomes que estão de saída do executivo.

Arajamia explicou na plataforma de mensagens Telegram que as demissões serão anunciadas esta quarta-feira e as nomeações dos novos membros do Governo um dia depois.

A confirmar-se, a remodelação governamental ocorre numa fase sensível da invasão russa, iniciada em fevereiro de 2022. Enquanto as forças ucranianas reivindicam o controlo de parte da província russa de Kursk, as tropas de Moscovo continuam a progredir na frente de Donetsk, no leste da Ucrânia, ao mesmo tempo que os seus raides aéreos castigam as infraestruturas energéticas do país, antes da chegada do inverno.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Hoje nas notícias: Autárquicas, Novobanco e chocolate

  • ECO
  • 4 Setembro 2024

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O Partido Socialista está a equacionar os nomes de Elisa Ferreira e de Fernando Araújo para liderarem a lista das autárquicas à Câmara do Porto. O Fundo de Resolução “avalia todas as possibilidades” para o fim antecipado do mecanismo de capitalização contingente (CCA), que já está a ser negociado com o Novobanco. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta quarta-feira.

PS avalia Elisa Ferreira e Fernando Araújo para a Câmara do Porto

Numa altura em que falta cerca de um ano para as eleições autárquicas, o médico Fernando Araújo, que se demitiu do cargo de diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS) em abril, foi sondado pelo PS para encabeçar a lista ao Porto, sendo também visto com bons olhos o nome da ainda comissária europeia Elisa Ferreira. Os ex-ministros José Luís Carneiro e Manuel Pizarro também estão no leque de candidatáveis, mas podem ser testados noutras grandes autarquias.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago)

Fundo de Resolução “avalia todas as possibilidades” para o fim do CCA do Novobanco

O Novobanco e o Fundo de Resolução estão a negociar o fim antecipado do mecanismo de capitalização contingente (CCA), que poderá terminar até ao final de setembro. Fonte oficial do fundo liderado por Luís Máximo dos Santos reconhece que estão a ser avaliadas “todas as possibilidades”, mas sublinha que quer garantir a “preservação dos seus recursos financeiros”. O Fundo de Resolução exige ao banco um “desconto significativo” aos 162 milhões referentes à aplicação da IFRS9, um dos valores a que foi condenado a pagar por decisão arbitral.

Leia a notícia completa no Jornal Económico (acesso pago)

Ex-ministro Miguel Macedo regressa a um cargo no PSD, mas não à vida política

Miguel Macedo, ex-ministro do PSD, aceitou integrar a lista de Paulo Cunha, vice-presidente e eurodeputado social-democrata, à liderança da distrital de Braga do partido. No entanto, o também ex-deputado e antigo líder parlamentar do partido rejeita que se trate de um regresso à política, da qual se afastou em 2014 após demitir-se do cargo de ministro da Administração Interna, na sequência de ter sido acusado de três crimes de prevaricação e um de tráfico de influência no caso dos vistos gold.​ “Isso está fora de causa”, garante.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

Chocolate vai ficar mais caro à boleia do cacau

Depois de terem valorizado 70% em 2023 no mercado de Nova Iorque (onde os contratos de futuros são a referência mundial), as cotações do cacau continuam a tendência de subida este ano, tendo aumentado 131,90%, ou 5.455 dólares por tonelada, desde janeiro. A seguir aos ovos, é a maior subida percentual entre todas as commodities. Fruto da valorização do cacau, o chocolate também vai ficar mais caro, sendo que já há fabricantes à procura de alternativas para não fazerem refletir todo o aumento de custos no consumidor, tais como porções mais pequenas, de que são exemplo as barritas individuais, e a substituição do cacau por avelã.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Discurso de ódio na GNR e PSP: 591 suspeitos, 13 processos disciplinares e oito castigados

A Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) concluiu os processos disciplinares instaurados a seis militares da GNR e sete polícias da PSP. A decisão foi despachada esta semana pela ministra Margarida Blasco, que agravou algumas das penas propostas. A Polícia Judiciária está a inquirir os 13 elementos das forças de segurança e já constituiu arguidos por crimes de instigação ao ódio e à discriminação. A Lei da Amnistia publicada na sequência da visita do Papa livrou cinco agentes.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

O dia em direto nos mercados e na economia – 4 de setembro

  • ECO
  • 4 Setembro 2024

Ao longo desta quarta-feira, 4 de setembro, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Ministra Regional da Saúde da Comunidade de Madrid desmente Sánchez e garante que o seu Governo “não desviou recursos para os cuidados de saúde privados”

  • Servimedia
  • 4 Setembro 2024

Pedro Sánchez, criticou o modelo de saúde de Madrid e afirmou que nesta região “mil milhões de euros foram desviados para os cuidados de saúde privados”.

Matute lamentou que Sánchez tenha usado um evento público “para ir contra a Comunidade de Madrid e os cuidados de saúde”. “É mentira que tenhamos investido mais em recursos privados do que em recursos públicos”, acrescentou.

Da mesma forma, a presidente da Comunidade de Madrid, Isabel Díaz Ayuso, reagiu através das suas redes sociais às palavras de Sánchez, acusando-o de utilizar “as instituições de todos para, mentindo, justificar o roubo que planeia para Madrid e a rutura do modelo territorial ao serviço dos seus parceiros secessionistas”.

Por seu lado, o delegado do Governo espanhol na Comunidade de Madrid, Francisco Martín Aguirre, respondeu a esta mensagem acusando Ayuso de ser “incapaz de suportar que a Espanha esteja num dos seus melhores momentos em décadas”. “Continuaremos a trabalhar por mais bem-estar, mais igualdade e mais justiça social. Em frente”, concluiu Aguirre na rede social X.

Da mesma forma, e na mesma linha do presidente de Madrid, Matute criticou o facto de a Catalunha ter apenas seis hospitais públicos, enquanto em Madrid apenas 11% das despesas de saúde vão para o setor privado, em comparação com 23% na Catalunha.

Criticou também o facto de o Ministério da Saúde, sob a liderança de Mónica García, “ter privatizado a logística do Ministério que, até agora, era gerida publicamente, e agora foi externalizada, em plena crise da varíola”.

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“Teletrabalho é um risco emergente para a saúde mental”. Your Care alarga serviços de saúde no trabalho

Adesão ao teletrabalho tem crescido desde "boom" provocado pela pandemia, mas traz riscos para a saúde mental dos trabalhadores. O alerta é deixado ao ECO pela diretora executiva da Your Care.

O teletrabalho tem conquistado fãs em todo o mundo, mas é um “risco emergente” para a saúde mental dos trabalhadores. O alerta é deixado ao ECO pela diretora executiva da Your Care, empresa do grupo Your que se dedica à segurança e saúde no trabalho, e que acaba de fazer uma parceria para reforçar os seus serviços na área da saúde mental.

“O teletrabalho é um risco emergente do ponto de vista da saúde mental. O facto de a pessoa estar mais isolada, fechada no seu ecrã, no seu espaço, de não ter o café com o colega para falar de outros temas [merece cautela]”, sublinha Ema Perdigão, em conversa com o ECO.

Recentemente, o Governo apresentou aos parceiros sociais o Livro Verde do Futuro da Segurança e Saúde no Trabalho, e uma das recomendações — em linha com o alerta feito pela diretora executiva da Your Care — passa precisamente por o Executivo e as empresas estarem mais atentas aos teletrabalhadores, promovendo, por exemplo, práticas que “eliminem ou reduzam o impacto do isolamento social e a falta de limites entre a vida pessoal ou profissional“.

Ema Perdigão defende que os empregadores devem agir de forma preventiva, através da dinamização de encontros entre trabalhadores no escritório, workshops, atividades de team builing, além de apoio online.

“Essas são iniciativas que a Your Care promove e que poderemos ter em parceria com a Off!cina“, acrescenta a responsável. A Your Care já disponibilizava programas ligados à saúde e bem-estar dos trabalhadores aos seus clientes, mas decidiu agora celebrar uma parceria com a Off!cina para reforçar essa sua vertente.

A Off!cina é uma empresa que desenvolve planos de ação com vista a salvaguardar o bem-estar dos trabalhadores, pelo que “vem dar um apoio importante” à Your Care “no desenvolvimento destes programas dirigidos às necessidades identificadas nos nossos clientes”, defende Ema Perdigão.

A diretora executiva adianta ainda que a saúde mental é hoje um “tema em voga”, estando os clientes “mais interessados neste tipo de programas”. Da parte da Off!cina, Vera Machaz salienta que a saúde mental “não é uma moda, é uma urgência“. “Os números atuais são alarmantes. Cerca de 20% da população está com problemas do foro psicológico e emocional”, realça a responsável.

“Aquilo que vejo em empresas das áreas mais variadas é que, de facto, as pessoas estão a começar a ‘desmascarar-se’. Não é uma moda. É uma maneira de as pessoas olharem para os colaboradores com uma visão mais humana“, afirma Vera Machaz.

Trabalhadores temporários e recibos verdes com “menor proteção”

De modo global, as condições de saúde e segurança no trabalho em Portugal têm registado “melhorias significativas“, mas persiste uma segmentação significativa entre trabalhadores, em função do elo que têm com os empregadores, de acordo com o CEO da Your Care. Em declarações ao ECO, Pedro Lourenço Marques precisa que, regra geral, os trabalhadores temporários e os recibos verdes têm “menor proteção”.

“Existe uma segmentação explícita no que diz respeito à segurança e saúde no trabalho entre diferentes tipos de trabalhadores. Os trabalhadores temporários ou os trabalhadores a recibos verdes, na maioria dos casos, acabam por não ter acesso ao mesmo nível de ‘proteção’, por assim dizer, que os trabalhadores com contratos permanentes”, sublinha o responsável, que considera que este é um “problema crítico”.

Existe uma segmentação explícita no que diz respeito à segurança e saúde no trabalho entre diferentes tipos de trabalhadores. Os trabalhadores temporários ou os trabalhadores a recibos verdes, na maioria dos casos, acabam por não ter acesso ao mesmo nível de proteção.

Pedro Lourenço Marques

CEO da Your Care

Estes trabalhadores, que pertencem a um grupo ‘vulnerável’, estão expostos “a maiores riscos, o que as empresas tardam em perceber”, nota. E esta exposição pode resultar não só numa maior incidência de acidentes, como também de doenças profissionais nestes segmentos da população”, detalha o CEO, que apela à reversão deste cenário.

Quanto ao já referido Livro Verde, Pedro Lourenço Marques diz que, se pudesse acrescentar uma recomendação às 83 já identificadas pelos peritos, seria a melhoria da literacia em segurança e saúde no trabalho nas “diferentes fases do ciclo da vida das pessoas e das pessoas”.

“Poderem ser integrados temas e dinâmicas de segurança e saúde de trabalho nos curricula, ao longo do percurso educativo das nossas crianças e jovens, adaptados aos vários níveis de ensino, seria uma medida estratégica para assegurar que crescem com a clara compreensão da importância desta tema, tornando-se adultos mais capazes de tomarem decisões e adotarem comportamentos promotores e protetores da sua saúde física e psicológica em contexto laboral”, argumenta o CEO.

De resto, Pedro Lourenço Marques elogia a criação desse Livro Verde, mas avisa que o seu impacto está dependente da implementação efetiva das propostas e da “capacidade de mobilizar todas as partes interessadas para ações em concreto“.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Senhorios que passaram AL para arrendamento perdem isenção fiscal se celebrarem novo contrato em 2025

Para usufruir do benefício fiscal em IRS e IRC até 2029, o proprietário tem de afetar o imóvel para habitação própria e permanente até dezembro deste ano e manter o contrato com o inquilino.

Os proprietários que transferirem imóveis afetos ao negócio de Alojamento Local (AL) para arrendamento de habitação própria e permanente até dezembro deste ano podem beneficiar da isenção em IRS ou IRC das rendas recebidas até 2029, desde que mantenham o contrato com os inquilinos. Ou seja, se celebrarem um novo contrato, em 2025, para, por exemplo, aumentarem o valor das prestações mensais, os senhorios perdem o direito ao incentivo fiscal, segundo uma informação vinculativa da Autoridade Tributária (AT) publicada no Portal das Finanças.

O benefício foi introduzido pelo pacote Mais Habitação (Lei n.º 56/2023, de 6 de outubro), aprovado pelo anterior Governo socialista de António Costa, para promover o aumento da oferta de arrendamento habitacional. Quase um ano depois de a legislação ter entrado em vigor, a matéria ainda continua a suscitar dúvidas junto dos contribuintes.

Ao Fisco chegou um pedido de esclarecimentos de um proprietário de AL que passou o imóvel para arrendamento de habitação própria e permanente, tendo celebrado um contrato com data de início a 1 de março de 2024, válido por um ano e renovável por iguais períodos. O contribuinte pretende saber se poderia continuar livre de impostos sobre os rendimentos prediais, benefício que é concedido por ter afetado o AL a arrendamento, se, um ano após decorrido o contrato em vigor, decidir celebrar um outro a 1 de março de 2025.

O pacote Mais Habitação determina que “a isenção de IRS e IRC em causa aplica-se quando ocorra a transferência de imóvel, registado e afeto a AL até 31 de dezembro de 2022, para o mercado de arrendamento, através da celebração e registo de contrato de arrendamento para habitação permanente, entre 1 de janeiro de 2023 e 31 de dezembro de 2024“, segundo o despacho assinado pela subdiretora-geral da área da gestão tributária de impostos sobre rendimento, Helena Pegado Martins.

Preenchidos estes requisitos, o Fisco “conclui que os rendimentos prediais decorrentes do contrato de arrendamento celebrado a 1 de março de 2023 poderão aproveitar da isenção de IRS prevista no artigo 74.º-A do Estatuto dos Benefícios Fiscais, podendo aproveitar igualmente desta isenção as renovações do contrato que venham a ocorrer […] até 31 de dezembro de 2029″.

No entanto, “ocorrendo a cessação do contrato e a celebração de um novo contrato em 2025, a isenção não será aplicável a este novo contrato porquanto a lei diz expressamente que o benefício é aplicável a contratos de arrendamento para habitação permanente celebrados e registados até 31 de dezembro de 2024″, refere a AT.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Auditoria à TAP testa futuro político de Pinto Luz e de Maria Luís

Os dois protagonizaram a privatização da TAP, em 2015, que terá sido paga pela própria companhia. Montenegro decide se segura o ministro e a candidata a comissária tem de passar pelo crivo do PE.

A auditoria da Inspeção-Geral de Finanças (IGF) à privatização da TAP, em 2015, que confirmou que o negócio foi financiado com dinheiro da própria empresa, vai ser um teste ao futuro político do ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, e da candidata a comissária europeia Maria Luís Albuquerque. Enquanto secretário de Estado das Infraestruturas e ministra das Finanças, respetivamente, os dois protagonizaram a venda de 61% companhia aérea ao consórcio Atlantic Gateway, de David Neeleman, quando o Governo PSD/CDS, liderado por Pedro Passos Coelho, já estava em gestão, depois de aprovada uma moção de censura no Parlamento.

Os partidos da oposição já vieram pedir a cabeça de Pinto Luz. Uns consideram que já não tem condições para se manter no cargo, outros querem afastá-lo da gestão do novo processo de privatização da TAP, que começa a dar os primeiros sinais. O CEO da Lufthansa, Carsten Spohr, apresentou esta segunda-feira aos ministros das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, e das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, a intenção de a companhia alemã concorrer à reprivatização da TAP, tal como noticiou o ECO.

Embora tenha sido secretário de Estado das Infraestruturas durante apenas 27 dias, Pinto Luz deu a cara pela polémica venda da TAP à Atlantic Gateway, já que foi neste período que a privatização foi concluída, e a esquerda não esquece.

O ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz. FILIPE AMORIM/LUSAFILIPE AMORIM/LUSA

Na comissão parlamentar de inquérito (CPI) à TAP que decorreu no ano passado, Pinto Luz defendeu que o processo de privatização foi “devidamente publicitado, auditado e considerado pelo Tribunal de Contas como ‘regular’ e ‘eficaz’”, considerando que foi “exemplar”, e era “mais um caderno de encargos para o comprador do que propriamente um contrato de venda”.

O então dirigente do PSD afirmou que o contrato em causa “autorizava a Parpública a comunicar e explicar aos bancos” o mecanismo de direito potestativo, criado para “permitir que o Estado retomasse a propriedade da TAP” caso o acionista privado não cumprisse a obrigação de “manter mensalmente a companhia em situação líquida positiva”.

Esse mecanismo, se não tivesse sido anulado, “teria prevenido a necessidade de indemnizar David Neeleman em 55 milhões de euros, como veio a acontecer”, quando o Governo do PS voltou a nacionalizar a TAP, esclareceu, na altura, o antigo secretário de Estado. “Este mecanismo garantia que o Estado recompraria a TAP sempre em melhores condições do que as do momento da privatização”, frisou.

Resta saber se o primeiro-ministro, Luís Montenegro vai manter Pinto Luz como ministro e se lhe retira ou não a pasta da companhia aérea, reafetando-a, por exemplo, ao Ministério da Economia, de Pedro Reis. Pinto Luz já disse esta terça-feira que a decisão compete a Luís Montenegro. Para o grupo parlamentar do PSD, o governante tem todas as condições para continuar em funções. “O senhor ministro Miguel Pinto Luz exercia funções como secretário de Estado, concluiu o processo de privatização da empresa e tem todas as condições para exercer as funções como ministro”, afirmou esta terça-feira o deputado social-democrata, Gonçalo Lage. A palavra final cabe ao chefe do Executivo, mas Luís Montenegro recusa para já comentar o tema.

Maria Luís Albuquerque, candidata a comissária europeia.Lusa

O caminho que Maria Luís Albuquerque está a trilhar também pode ser perturbado com as conclusões pouco abonatórias da IGF à venda da TAP em 2015. A escolhida de Luís Montenegro para comissária europeia já tinha sido amplamente criticada pelo PS e pelos partidos mais à esquerda, que a colaram à troika e à austeridade sofrida pelos portugueses. A auditoria à privatização da transportadora aérea é mais um ponto negativo a somar ao currículo que será testado pelos eurodeputados. Só com o parecer positivo do Parlamento Europeu (PE) é que Luís Albuquerque pode efetivamente chegar a comissária europeia.

O processo rigoroso e minucioso de audições nas comissões do Parlamento Europeu vai decorrer em outubro. E, nalguns casos, dependendo dos pelouros que sejam propostos a presidir, os candidatos poderão ser sujeitos até duas ou três audições. E, antes, terá de responder a um inquérito de idoneidade da comissão dos assuntos jurídicos do PE. Idoneidade que os partidos da oposição consideram que não existe.

O negócio da TAP e o seu envolvimento também pode influenciar a decisão sobre a pasta que lhe será atribuída em Bruxelas. O perfil da antiga ministra das Finanças parece ser mais adequado para a área financeira. Contudo e olhando para o seu currículo, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, poderá optar por outro dossiê. A proposta final para o colégio de comissários deverá ser anunciada a 11 de setembro no Parlamento Europeu.

A bancada do PSD já criticou o “timing” da IGF para divulgar o relatório de auditoria à TAP, logo depois de o Governo ter indicado Luís Albuquerque para comissária. Para o deputado do PSD, Gonçalo Lage, o relatório vem “completamente fora do tempo”. No entanto, considera que não deverá beliscar a reputação de Maria Luís no Parlamento Europeu: “Não me parece que seja problemático”.

Em novembro de 2015, a então ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, afirmou que o processo de venda da TAP era “absolutamente inadiável”, justificando que a empresa “estava numa situação de tesouraria e financeira absolutamente desesperada, sem fundos”.

O relatório da IGF a que o ECO teve acesso, tal como relatório da comissão parlamentar de inquérito (CPI) à TAP já indiciava, conclui que, em 2015, a Atlantic Gateway, liderada por David Neeleman e Humberto Pedrosa, capitalizou a companhia aérea com dinheiro da compra de aviões Airbus.

Este já tinha sido um dos temas quentes da CPI, em outubro de 2023, e esteve na origem do pedido de auditoria à IGF, após dúvidas sobre os 226,75 milhões de dólares em prestações acessórias que David Neeleman recebeu da Airbus para capitalizar a TAP. O valor surgiu depois de a companhia aérea ter desistido de um contrato para a aquisição de 12 A350 a preços vantajosos, tendo preferido comprar 53 aviões à Airbus por valores que a TAP diz serem penalizadores face à concorrência.

Os chamados “Fundos Airbus”, pagos pelo fabricante europeu a David Neeleman, no âmbito do negócio de renovação da frota, são novamente referidos no relatório da IGF, que considera que, “na documentação analisada, a coincidência dos valores envolvidos no processo, assim como a proximidade das datas dos acordos, suscita a existência de uma relação de causalidade entre a aquisição das ações da TAP, SGPS pela Atlantic Gateway, a respetiva capitalização e as obrigações assumidas pela TAP, SA, nos contratos celebrados com a Airbus”. Este negócio de aquisição de aviões pela TAP acabou “por financiar, ainda que, indiretamente, o processo de capitalização”, conclui a IGF.

O organismo, liderado por António Ferreira dos Santos, salienta “que toda a operação foi previamente apresentada à Parpública e aos membros do Governo das áreas das Finanças e das Infraestruturas” em carta enviada em outubro, quando era Sérgio Monteiro o secretário de Infraestruturas, Transportes e Comunicações. Ou seja, que o Executivo de Passos Coelho sabia do financiamento encapotado da TAP a David Neeleman para que este pudesse comprar a companhia aérea.

De recordar que o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) abriu, em 2023, um inquérito ao negócio de compra de aviões feito entre a Airbus e David Neeleman.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.