Garantia Pública: Vamos pôr o dedo na ferida?

  • ECO
  • 26 Setembro 2024

Rui Bairrada, CEO do Doutor Finanças, fala sobre os efeitos da Garantia Pública.

Os jovens não conseguem comprar casa. A falta de oferta, os preços dos imóveis e os rendimentos dos jovens estão na base desta dificuldade. É um problema estrutural. As medidas imediatas correm o sério risco de virem embrulhadas em contraindicações.

Sabemos que o problema do acesso à habitação não se resolve do dia para a noite. A garantia pública, sendo uma medida que tem uma boa intenção, tem efeitos adversos e não são pequenos.

Os jovens que mais precisam desta garantia arriscam a ser quem que não vai beneficiar dela. E porquê? Qual é o vendedor que opta por esperar que um financiamento seja aprovado para “reservar” o imóvel?

Perante dois interessados: um que avança com uma entrada e outro que tem de esperar por ver o seu crédito aprovado para poder libertar algum dinheiro, qual será o escolhido?

Vendo a questão por este prisma, resta concluir que só as pessoas que tiverem capital próprio para dar uma entrada é que vão conseguir beneficiar desta medida. Os jovens que não tiverem este dinheiro ficarão fora da corrida. E é por isso que digo que os jovens que realmente precisam de ajuda para comprar casa dificilmente a terão.

Doutor Finanças
Rui Bairrada, CEO do Doutor Finanças

Além disso, esta medida é um déjà vu. Financiarmos operações de compra de casa a 100% é corrermos o risco de uma crise afetar o imobiliário e os seus proprietários terem de vender o imóvel e, ainda assim, ficarem com uma dívida.

Recordemos a última crise que vivemos (e é só recuarmos 10 anos), em que algumas famílias tiveram de vender as suas casas porque deixaram de conseguir pagar os empréstimos. Em alguns casos, o valor de venda não cobriu a dívida que ainda tinham junto do banco. Foi este contexto que levou a que fossem implementadas medidas de proteção. Entre elas está a limitação de financiamento de um imóvel para um valor até 90%.

"Não podemos ignorar que os ciclos económicos nem sempre são favoráveis e que há o risco de passarmos por outro período de contração”

Rui Bairrada, CEO do Doutor Finanças

Sabemos que, desde então, o mercado imobiliário tem registado valorizações expressivas. Mas não podemos ignorar que os ciclos económicos nem sempre são favoráveis e que há o risco de passarmos por outro período de contração. Bem sei que esta medida poderá permitir que alguns jovens comprem casa, mas é importante termos todos consciência das contraindicações.

A estas questões acresce ainda o risco de estas medidas acentuarem a procura de imóveis (já há indicadores que apontam para esta realidade), num período em que a oferta vai demorar a aumentar. É expectável que isto represente uma pressão adicional no mercado imobiliário.

Conscientes de todos os efeitos adversos, é fundamental acelerar o lado da oferta, porque será esta a única solução que permitirá encontrar um equilíbrio no mercado. É preciso haver casas para comprar. Mas não só. É preciso que o mercado de arrendamento funcione efetivamente e permita que os jovens, e os menos jovens, tenham realmente acesso à habitação, sem porem em risco o seu futuro.

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Relação de Guimarães anula acórdão que absolveu ex-autarca de Caminha Miguel Alves

  • Lusa
  • 26 Setembro 2024

O Tribunal da Relação de Guimarães anulou o acórdão que absolveu o ex-presidente da Câmara de Caminha Miguel Alves e a empresária Manuela Sousa.

O Tribunal da Relação de Guimarães (TRG) anulou o acórdão que absolveu o ex-presidente da Câmara de Caminha Miguel Alves e a empresária Manuela Sousa, ordenando à primeira instância que corrija a nulidade e profira nova decisão.

Em 15 de fevereiro, o Tribunal de Viana do Castelo absolveu o antigo autarca – que se demitiu do cargo de secretário de Estado Adjunto do então primeiro-ministro António Costa após saber da acusação — e Manuela Sousa, de prevaricação, crime alegadamente cometido na contratação de serviços de assessoria de comunicação para o município a sociedades detidas pela empresária “sem qualquer procedimento de contratação pública”.

“Decretar a nulidade do acórdão recorrido, devendo o processo regressar à primeira instância para ser elaborada nova decisão final que, se necessário com recurso a repetição de prova”, responda a um ponto da acusação referente a valores cobrados (3.000 euros + IVA) por uma das sociedades de Manuela Sousa à autarquia por serviços de assessoria de comunicação prestados em julho de 2014, refere o acórdão do TRG.

O TRG diz que este ponto da acusação “não aparece nos factos provados nem nos não provados, mas apenas parcialmente subentendido no facto não provado”.

“De todo o modo, o valor que foi atribuído pela Mediana aos serviços prestados no mês de julho de 2014 não consta como provado nem como não provado, embora não seja pormenor inócuo na economia da acusação, onde é expressamente alegado, desde logo por constituir complemento e enquadramento de matéria dela constante, que veio inclusive a ser considerada provada no ponto 25 do acórdão”, salienta a Relação de Guimarães.

Os desembargadores frisam que “esta omissão não integra um vício decisório, como é alegado no recurso [do MP], mas uma violação parcial do dever de fundamentação, que exigia a enunciação como provados ou não provados de todos os factos descritos na acusação”.

“Urge, pois, decretar a nulidade do acórdão [da primeira instância], determinando a prolação de nova decisão que, livre do referido vício, colmate a lacuna apontada, retirando as consequências jurídico-penais que se tiverem por convenientes. O que não pode ser feito nesta instância, pois a omissão detetada não permite que se possa saber qual o verdadeiro sentido desse ponto da decisão recorrida”, justifica o tribunal.

No acórdão, agora anulado pela Relação de Guimarães, o Tribunal de Viana do Castelo deu “como não provada a acusação do MP” e que não foi sustentado “por quaisquer meios de prova” o crime em coautoria, de prevaricação de titular de cargo político, de que vinham acusados o ex-autarca do PS e a empresária.

Segundo a juíza presidente, o crime de prevaricação “caiu por terra” por não terem sido dadas como provadas irregularidades no concurso público lançado pela autarquia para a contratação dos serviços de assessoria e comunicação das empresas de Manuela Sousa.

A acusação do MP sustenta que, em 2014, Miguel Alves e Manuela Sousa, que à data dos factos usava o apelido Couto, “mantiveram contactos com vista à prestação de serviços de comunicação, gestão de imagem e assessoria de comunicação à autarquia pelas sociedades MIT e Mediana”, detidas e controladas pela arguida. Os serviços teriam sido, alegadamente, prestados sem qualquer enquadramento formal, contratual ou contabilístico.

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Governo altera regras dos subsídios nos voos entre continente e Açores

  • Joana Abrantes Gomes
  • 26 Setembro 2024

O modo de calcular o subsídio social de mobilidade para viagens de avião entre o continente e os Açores e entre estes e a Madeira foi alterado devido ao "encarecimento do custo elegível médio”.

O Governo alterou as regras de cálculo do valor do subsídio social de mobilidade nas viagens de avião entre o continente e a região autónoma dos Açores, e entre esta e a Madeira para residentes e estudantes. De acordo com uma portaria publicada esta quinta-feira em Diário da República, os voos não podem custar mais de 600 euros para que os beneficiários recebam o reembolso do Estado de uma parte do custo dos mesmos.

Na portaria, assinada pelos ministros das Finanças e das Infraestruturas e Habitação, as alterações são justificadas pelo facto de a atual metodologia para apurar o valor do apoio estar a provocar um “encarecimento do custo elegível médio”.

Assim, após ter consultado o Governo do arquipélago açoriano, o Executivo de Luís Montenegro decidiu introduzir “um custo elegível máximo que permita cobrir a generalidade do preço dos bilhetes vendidos, de acordo com as distribuições tarifárias apuradas em 2023”, e “um valor máximo para a taxa de emissão de bilhete, para efeitos de elegibilidade”.

No caso da taxa de emissão de bilhete, foi fixado um máximo de 35 euros para as viagens de ida e de 70 euros para viagens de ida e volta.

Se os beneficiários adquirirem os bilhetes através de agências de viagem, entidades equiparadas ou seus representantes e agentes, “o custo elegível máximo corresponde ao menor montante entre os valores fixados pela portaria de 2015 e o valor agregado de custo elegível faturado pela companhia aérea, acrescido da taxa de emissão de bilhete, até ao valor máximo” de 35 euros para viagens de ida e de 70 euros para viagens de ida e volta.

Os montantes dos reembolsos variam também consoante o tipo de passageiro e o trajeto, mantendo-se os valores até aqui definidos pela portaria de 2015 do então Governo de Pedro Passos Coelho:

  • Por viagem de ida e volta entre o continente e os Açores, o valor do subsídio aos passageiros residentes (inclusive equiparados) corresponde à diferença entre o custo elegível e o valor máximo de 134 euros; no caso de passageiros estudantes, o teto máximo já é de 99 euros;
  • Por viagem de ida e volta entre os Açores e a Madeira, o valor do subsídio aos passageiros residentes (inclusive equiparados) corresponde à diferença entre o custo elegível e o valor máximo de 119 euros; para estudantes, o valor máximo já é de 89 euros.

As novas regras entram em vigor na sexta-feira, aplicando-se apenas aos bilhetes comprados após esta data. Portanto, não abrangem as viagens adquiridas antes de 27 de setembro, independentemente de a respetiva viagem ainda não ter sido realizada, indica ainda a portaria.

Em maio deste ano, foi criado um grupo de trabalho com a missão de rever o atual modelo do subsídio social de mobilidade para os estudantes e residentes na Madeira e nos Açores, cujas funções terão terminado em 15 de setembro, data após a qual tinha de entregar ao Governo um relatório final com recomendações relativas a este apoio.

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EUA mantêm estimativa de crescimento do PIB em 3% no 2.º trimestre

  • Joana Abrantes Gomes
  • 26 Setembro 2024

A economia dos Estados Unidos cresceu 3% entre abril e junho de 2024 em relação ao mesmo trimestre do ano passado e acelerou 1,4 pontos percentuais face ao crescimento observado entre janeiro e março.

A terceira estimativa do Bureau of Economic Analysis (BEA), divulgada esta quinta-feira, mantém a previsão anterior, avançada em agosto, de um crescimento homólogo da economia norte-americana em 3% no segundo trimestre deste ano. O gabinete reviu ainda em alta a taxa de crescimento económico nos primeiros três meses de 2024, de 1,4% para 1,6%.

Em comunicado, o BEA justifica que a aceleração do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA entre abril e junho face aos três meses anteriores refletiu, sobretudo, subidas nos gastos do consumidor e nos investimentos privados, sendo “parcialmente atenuadas por um abrandamento do investimento fixo em imóveis”. As importações também cresceram no período em análise.

A nova estimativa do gabinete sediado em Washington faz também uma revisão em alta do aumento homólogo do PIB em dólares, de 5,6% (ou seja, 392,6 mil milhões de dólares), para 29,02 biliões de dólares no segundo trimestre. Este valor equivale a mais 9,5 mil milhões de dólares do que os números avançados nas previsões de agosto do BEA.

Já o índice de preços das despesas de consumo pessoal (PCE, na sigla em inglês) cresceu 2,5% no trimestre de abril a junho, valor igual à estimativa anterior. Excluindo os preços dos produtos alimentares e da energia, este indicador registou uma subida de 2,8%, também igual às previsões de agosto.

O rendimento pessoal em dólares correntes aumentou 315,7 mil milhões no segundo trimestre, uma revisão acima do aumento de 82,1 mil milhões de dólares observado na estimativa anterior, refletindo principalmente “aumentos nas remunerações e nas receitas de transferências correntes pessoais”, indica o Bureau of Economic Analysis.

Quanto à renda pessoal disponível, o gabinete norte-americano antecipa um aumento de 260,4 mil milhões de dólares, mais 5%, entre abril e junho, novamente uma revisão em alta face ao aumento de 77,3 mil milhões em relação à estimativa anterior. A renda pessoal disponível real foi revista em alta para 2,4%, mais 1,4 pontos percentuais face a agosto.

A poupança pessoal nos EUA terá totalizado 1,13 biliões de dólares no segundo trimestre, mais 74,3 mil milhões comparativamente às projeções anteriores. A taxa de poupança pessoal – poupança pessoal como percentagem da renda pessoal disponível – foi de 5,2% no segundo trimestre, desacelerando face aos 5,4% registados nos três meses anteriores.

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Trabalhadores independentes emitem mais de 30 mil faturas por dia com novo site do Fisco

Ministério das Finanças garante que têm sido emitidas mais de 30 mil faturas por dia com novo portal do Fisco e realça que AT já publicou guia de utilização. Sindicato fala, contudo, em dificuldades.

Os trabalhadores independentes têm emitido mais de 30 mil faturas por dia através do novo portal da Autoridade Tributária, que promete simplificar esse processo. O número foi avançado ao ECO pelo Ministério das Finanças. Em contraste, ainda há dois dias o Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos alertava que os contribuintes têm tido “algumas dúvidas e dificuldades”, não tendo os serviços recebido a formação devida para as esclarecer.

“Com exceção do primeiro dia da entrada em produção e do fim de semana, o número de faturas diariamente emitidas através desta aplicação situou-se sempre acima das 30.000, tendo no dia 24 de setembro superado as 50.000 faturas“, garante fonte oficial do gabinete de Joaquim Miranda Sarmento, quanto questionado sobre as dificuldades sentidas pelos contribuintes.

Na semana passada, o Fisco reformulou a emissão de faturas dos trabalhadores independentes, acrescentando-lhe três novas funcionalidades: passa a ser possível ter serviços e produtos com taxas diferentes de IVA na mesma fatura, criar uma base de dados de clientes habituais e criar fichas de produtos e serviços que sejam regularmente faturados.

“A nova versão da aplicação para emissão de fatura, recibos e faturas-recibo representa uma evolução que permite simplificar todo o processo, adaptando-se à generalidade dos setores de atividade”, salienta o Ministério das Finanças, na resposta enviada ao ECO. E dá um exemplo: no alojamento local, passa a ser possível emitir na mesma fatura a operação sujeita ao IVA (relativa ao pagamento pelas noites) e outra isenta (relativa à taxa turística).

“De modo a facilitar a adaptação dos utilizadores às alterações introduzidas, a AT disponibilizou, através do Portal das Finanças, um guia de utilização com tutoriais passo a passo para todas as funcionalidades”, acrescenta a mesma fonte.

Enquanto isso, os trabalhadores da Autoridade Tributária que estão encarregues de esclarecer os contribuintes continuam sem receber a devida formação e informação sobre este tema, de acordo com o sindicato que os representa.

“A situação é, aliás, caricata dado que os trabalhadores da AT têm recorrido ao manual de instruções disponibilizado pela Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC), mas ainda não têm em sua posse informação fornecida pela AT, porque, até ao momento a mesma nunca foi divulgada oficialmente junto das Direções ou Serviços de Finanças”, salientava o STI em comunicado há dois dias.

“Quem presta o serviço público não tem a informação com a mesma qualidade e rapidez do que quem cobra pelos serviços prestados”, acrescentava o sindicato na mesma nota.

Em declarações ao ECO, o presidente do STI, Gonçalo Rodrigues, já tinha denunciado esta situação, garantindo que os trabalhadores “foram surpreendidos” pelas mudanças no portal do Fisco e estão a “tentar desenrascar” perante as dúvidas dos contribuintes.

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Rendas na Madeira, Setúbal e Algarve superam preços praticados no Porto

As rendas no Funchal tiveram uma subida homóloga de 37,5% no segundo trimestre. Só na Grande Lisboa é que as rendas dos imóveis superam os valores praticados na capital da Região Autónoma da Madeira.

Os valores de arrendamento em Portugal continuam a progredir e a demonstrar um país “inclinado” para o litoral, com a Grande Lisboa e o Sul do país a apresentarem os preços mais elevados, ao lado do Funchal, como revelam os dados do segundo trimestre divulgados pelo INE nesta quinta-feira.

A capital da Região Autónoma da Madeira surge numa posição de grande destaque, ao registar uma subida homóloga de 37,5% da mediana das rendas no segundo trimestre. A subida poderá ser explicada, em parte, pela pressão na procura de casa para viver, tendo-se registado um aumento de 40% no número de novos contratos.

A Área Metropolitana do Porto apresenta-se com um valor mediano por metro quadrado de 8,89 euros, que coloca a mediana das rendas de casas nesta área na quinta posição do ranking nacional.

Com preços mais elevados aparece o Algarve (9,52 €/m2), a Península de Setúbal (10,07 €/m2), a Região Autónoma da Madeira (10,26 €/m2) — que se apresenta com segunda zona mais “cara” do país –, e, no topo, a Grande Lisboa (12,99 €/m2).

Fonte: INE

Com o valor das rendas próximo do praticado na Área Metropolitana do Porto aparece o litoral alentejano, com 8,52€/m2 por metro quadrado. Estas seis regiões estão acima da média nacional de 8,08 €/m2. No fundo da tabela surgem as regiões Tâmega e Sousa, Alto Alentejo e Trás-os-Montes, onde é possível arrendar casa por menos e 4 euros por metro quadrado.

No contexto das sub-regiões NUTS III e municípios com mais de 100 mil habitantes, apenas os Açores (-2,8%) e o Alto Alentejo (-0,3%) registaram uma redução do valor médio das rendas na comparação do segundo trimestre de 2024 com o período homólogo do ano passado.

Sem surpresa, Lisboa continua a ser o concelho mais “caro” para arrendar casa, com uma casa de 100 metros quadrados a apresentar uma renda mediana de 1.600 euros. A capital não acompanha, ainda assim, a aceleração de outros municípios, onde o mercado foi mais penalizador para quem ali desejou viver.

Em Lisboa, a variação homóloga das rendas medianas no segundo trimestre foi de 5,1%, menos de metade dos 11,1% da média nacional nos 22.181 contratos de habitação realizados — número que representa um aumento de 6,9% relativamente ao período de janeiro a março.

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Presidente de Timor-Leste e Nobel da Paz José Ramos-Horta presente nas Conferências do Estoril

  • ECO
  • 26 Setembro 2024

José Ramos-Horta é uma das recentes confirmações para a conferência que vai debater temas como política, paz, sustentabilidade e tecnologia na Nova SBE.

O Presidente de Timor-Leste e Nobel da Paz de 1996, José Ramos-Horta é uma das recentes confirmações na edição deste ano das Conferências do Estoril. A lista de confirmações para o evento encerrou esta semana e conta com personalidades das áreas da política, saúde, economia, sustentabilidade, longevidade, inteligência artificial e tecnologia.

José Ramos-Horta foi “o rosto da luta pela independência de Timor-Leste e reconhecido pelo seu trabalho em prol da paz e da estabilidade política do país”, refere a organização em comunicado divulgado esta quinta-feira. A sua intervenção na edição deste ano terá como foco os painéis internacionais de paz que presidiu, tendo também atuado como representante especial da ONU na Guiné-Bissau.

No tema da paz, vai participar ainda Oleksandra Matviichuck, presidente da organização não governamental (ONG) Centro de Liberdades Civis e defensora dos direitos humanos na Ucrânia, na qual é voz ativa na documentação de crimes de guerra e na defesa da justiça perante ataques russos. A presidente da ONG também foi Nobel da Paz de 2022 e este ano, recebeu o Global Civic Leadership Award e o Pahl Peace Prize. No mesmo tema, Dalia Grybauskaitė , ex-comissária da União Europeia e a primeira mulher presidente da Lituânia, vai discursar sobre Politicas e Paz.

Pepe, ex-futebolista do FC Porto, Tsakhiagiin Elbegdorj, ex-Presidente da Mongólia, Ethan Mollick, autor do livro “Co-Intelligence: Living and Working with AI”, Laura Chinchilla, ex-presidente da Costa Rica, Elizabeth Kite, ativista e líder jovem de Tonga, e Luis V. Vilaherrera, ativista pelos direitos humanos e democráticos em El Salvador, são algumas das personalidades que vão marcar presença no evento e que encerram a lista de confirmações da 9.ª edição das Conferências do Estoril.

O evento, que está na sua nona edição, vai-se realizar nos dias 24 e 25 de outubro no campus de Carcavelos da Nova SBE e a participação é gratuita.

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Visabeira consolida presença internacional com nova aquisição nos EUA

  • Lusa
  • 26 Setembro 2024

A empresa liderada por Nuno Marques adquiriu a Sargent Electric, uma empresa de energia dos EUA com uma faturação superior a 400 milhões de dólares para expandir ainda mais a sua presença geográfica.

A Constructel Visabeira, subsidiária da Visabeira, anunciou esta quinta-feira a compra da Sargent Electric, do setor da energia nos EUA, com uma faturação acima dos 400 milhões de dólares (358 milhões de euros), sem adiantar o valor da operação.

Segundo a Visabeira, a Sargent Electric foi fundada em 1907 e é “uma empresa de referência na prestação de serviços de engenharia de redes do setor energético nos Estados Unidos, tendo como clientes várias empresas da Fortune 500″.

Tem mais de 1.000 colaboradores e “uma longa história e uma capacidade comprovada na execução de projetos de transição energética nos setores comercial e industrial, incluindo em energias renováveis – eólica, solar, gás renovável e projetos de sistemas de armazenamento de energia em baterias (BESS), onde lidera alguns dos projetos de maior dimensão em curso nos EUA, bem como na transmissão, distribuição e subestações”.

Estou muito satisfeito por continuar a executar o nosso ambicioso plano de crescimento, mantendo ao mesmo tempo um balanço sólido e que nos dá flexibilidade para continuar a executar a nossa agenda de fusões e aquisições.

Nuno Marques

CEO da Visabeira

A Sargent Electric tem instalações nas regiões do Midwest, Mid-Atlantic e Northeast, incluindo a Pensilvânia, Indiana, Maine, Wisconsin e Ohio, e serve os seus clientes em todo o país com projetos em curso do Maine à Califórnia e do Texas ao Wisconsin, adianta a Visabeira.

Esta aquisição estratégica reforça a posição da Constructel Visabeira tanto no setor da energia e das energias renováveis como nos setores da tecnologia e da IA [inteligência artificial], expandindo as suas capacidades, a sua presença geográfica e a sua base de clientes de forma significativa”.

Paralelamente, “permite criar sinergias comerciais com as restantes operações nos EUA, proporcionando um portefólio de serviços mais alargado e integrado”.

Visabeira prossegue estratégia para crescer nos EUA

Com a combinação da experiência e relações estabelecidas com os clientes de referência com a marca Sargent Electric, “a Constructel Visabeira cria a plataforma ideal para alcançar um crescimento acelerado e sustentável nos EUA”, adianta.

“A atual equipa de gestão da Sargent Electric, sob a liderança de Rob Smith, continuará o seu foco na relação com os clientes, no compromisso com os funcionários e parceiros, bem como na segurança e na qualidade de entrega para impulsionar a próxima onda de crescimento”, acrescenta.

“Esta parceria estratégica permitir-nos-á acelerar ainda mais o nosso crescimento, trazendo serviços e capacidades adicionais aos nossos clientes atuais e apresentando a Sargent Electric aos clientes da Constructel Visabeira.

A Sargent Electric é a 11.ª aquisição da Constructel Visabeira desde 2021 nos seus principais mercados em França, Reino Unido, Bélgica, Portugal, Alemanha e EUA.

“Aguardamos com expectativa as oportunidades que se abrem ao integrar e expandir a nossa proposta de valor para melhor servir o mercado dos EUA“, afirma o presidente executivo (CEO), Rob Smith.

A Sargent Electric é a 11.ª aquisição da Constructel Visabeira desde 2021 nos seus principais mercados em França, Reino Unido, Bélgica, Portugal, Alemanha e EUA.

Em maio deste ano, a subsidiária do grupo de Viseu para os setores das telecomunicações e da energia, que é participada pela Goldman Sachs Asset Management, tinha anunciado a compra da Verità Telecommunications Corporation, que atua nos serviços de engenharia de redes de telecomunicações fixas e móveis em 18 estados norte-americanos, com uma faturação superior a 100 milhões de dólares (93 milhões de euros).

“Combinada com um crescimento orgânico contínuo de dois dígitos, a aquisição da Sargent Electric permitirá que as receitas da Constructel Visabeira atinjam os 650 milhões de dólares nos EUA e 1,8 mil milhões de euros a nível global, equilibrando ainda mais o negócio global da Constructel Visabeira entre os serviços de engenharia nas áreas da energia e telecomunicações”, refere a empresa.

“Estamos entusiasmados por receber o Rob e a sua equipa no grupo Constructel Visabeira. Esta aquisição representa um marco significativo e uma conquista, pois permite-nos continuar a crescer e a expandir a nossa presença nos EUA“, afirma Nuno Marques, CEO da Constructel Visabeira e CEO da Visabeira.

“Com a Sargent Electric, estamos posicionados para oferecer serviços mais abrangentes e mais integrados aos nossos clientes, continuando a impulsionar a inovação no setor da energia elétrica. Estou muito satisfeito por continuar a executar o nosso ambicioso plano de crescimento, mantendo ao mesmo tempo um balanço sólido e que nos dá flexibilidade para continuar a executar a nossa agenda de fusões e aquisições”, remata.

Com mais de 40 anos de experiência, a Constructel Visabeira presta serviços de projeto, implementação, construção, operação e manutenção de redes de telecomunicações e energia. Conta com mais de 7.000 colaboradores e opera atualmente em 11 países: Portugal, França, Reino Unido, Irlanda, Bélgica, Alemanha, Dinamarca, Itália, Espanha, Suécia e EUA.

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Tribunais, Segurança Social, polícias e Ministério Público passam a poder nomear advogado oficioso a partir de sexta-feira

Como resposta ao protesto dos advogados oficiosos, organizado pela bastonária, a portaria passa a prever a nomeação de defensor oficioso por Tribunal, MP, Segurança Social ou polícias.

Os tribunais, o Ministério Público (MP), os órgãos de polícia criminal (como a PJ ou Autoridade Tributária) e os serviços da Segurança Social vão poder -a partir desta sexta-feira – nomear um advogado oficioso que, sendo contactado, se manifeste disponível para aceitar em caso de falhas nas escalas definidas. Essa função era, até aqui, da exclusiva competência da Ordem dos Advogados (OA).

Esta alteração surge no decorrer do protesto que teve início a 1 de setembro, impulsionado pela bastonária Fernanda de Almeida Pinheiro. Protesto esse que apelou à não inscrição de advogados nas escalas do Sistema de Acesso ao Direito e aos Tribunais (SADT). O SADT é o sistema que permite que os cidadãos com menor poder económico tenham acesso aos tribunais para defender os seus direitos, uma vez que a justiça não pode ser negada a ninguém. Desta forma, foi criado um sistema sustentado pelo Estado que paga a advogados, os chamados advogados oficiosos, para defender estes tipos de casos.

Antes da alteração desta portaria, à OA competia receber as inscrições dos advogados interessados em prestar esse serviço, elaborar as escalas (presenciais ou de prevenção) e fornecer as escalas dos advogados inscritos aos tribunais. E, em caso de necessidade de recurso a um defensor oficioso, o tribunal recorre aos advogados previstos nas escalas presenciais (nas comarcas onde existam) ou recorre à escala de prevenção (não presencial), dando uma hora para que o advogado contactado se apresente em Tribunal.

Assim, o Ministério da Justiça apercebeu-se que a atual Portaria não prevê situações em que a nomeação de defensor oficioso não possa ser feita por, entre outras razões: indisponibilidade do sistema de informação que impeça a consulta das escalas, inexistência de escalas ou indisponibilidade do advogado escalado ou não comparência no prazo regulamentar.

A solução agora consagrada, mantém a prevalência da participação da Ordem dos Advogados no processo de nomeação de defensor, bem como a liberdade de aceitação de todos os advogados e advogados estagiários, mas também “oferece uma resposta excecional e equilibrada às situações em que não é efetivamente possível utilizar a lista de escala de prevenção”.

Portaria

“Com efeito, até à data, os casos excecionais e anómalos de reconhecida impossibilidade de nomeação de defensor indicado pela Ordem dos Advogados não têm solução, conduzindo a situações em que, por falta de assistência, o sistema judicial não consegue dar resposta à necessidade de realização de diligências urgentes”, segundo consta na portaria, publicada esta quinta-feira em Diário da República. “Prevê-se que, em caso de impossibilidade de nomeação de defensor nos termos gerais, ou seja, com base na designação feita pela Ordem dos Advogados constante da lista de escala de prevenção de advogados e de advogados estagiários, o serviço competente nomeie, no local onde decorre a diligência em causa, qualquer advogado ou advogado estagiário que, após contacto, manifeste a sua disponibilidade para aceitar a nomeação”.

Porém, o diploma avisa que a solução “agora consagrada”, mantém a prevalência da participação da Ordem dos Advogados no processo de nomeação de defensor, bem como a liberdade de aceitação de todos os advogados e advogados estagiários, mas também “oferece uma resposta excecional e equilibrada às situações em que não é efetivamente possível utilizar a lista de escala de prevenção”.

No decorrer do anúncio da portaria, a bastonária da Ordem dos Advogados já veio exigir a demissão da Secretária de Estado Adjunta e da Justiça, Maria Clara Figueiredo, “que foi a interlocutora da Ordem dos Advogados para os assuntos da Justiça, e com quem nunca se dignou sequer a debater esta solução (nem sequer informá-la)”, diz Fernanda de Almeida Pinheiro.

 

A ministra da Justiça Rita Júdice à chegada para a reunião do Conselho de Ministros do XXIV Governo Constitucional realizada esta manhã na residência oficial, no palácio de S. Bento, Lisboa, 3 de abril de 2024. JOÃO RELVAS/LUSAJOÃO RELVAS/LUSA

“Estas alterações violam claramente a Lei do Acesso ao Direito, que não foi nem pode ser alterada unilateralmente pelo Governo, e muito menos através de uma Portaria, e que continua a prever que as nomeações de patrono oficioso são realizadas pela Ordem dos Advogados, sem qualquer exceção. As alterações realizadas por Portaria são, portanto, não só ilegais, por violarem a Lei do Acesso ao Direito, como também inconstitucionais, por desrespeitarem a hierarquia legislativa – violações que assumem especial gravidade quando são promovidas pelo Ministério da Justiça. Estas alterações completamente inopinadas e despropositadas, levadas a cabo pelo Ministério da Justiça, demonstram claramente que o protesto da Advocacia está a ter efeitos no funcionamento dos tribunais (ao contrário do que aquele Ministério tentou fazer crer), e que o Governo prefere ultrapassar os efeitos desse protesto cometendo ilegalidades, em vez de reconhecer a legitimidade das reivindicações da Advocacia e apresentar soluções para as resolver de forma célere, justa e adequada”, conclui.

O que dizem as novas regras?

  • Os tribunais, as secretarias ou serviços do Ministério Público, os órgãos de polícia criminal e os serviços de segurança social devem solicitar a nomeação de patrono ou de defensor à Ordem dos Advogados, sempre que, nos termos da lei, se mostre necessária;
  • A nomeação para assistência ao arguido deve ser realizada com base na designação feita pela Ordem dos Advogados constante da lista de escala de prevenção de advogados e de advogados estagiários;
  • A nomeação referida no número anterior pode ser feita, respetivamente, pela secretaria do tribunal, pelo Ministério Público, através da secretaria ou dos seus serviços, e pelos órgãos de polícia criminal.
  • Caso a nomeação não possa ser realizada nos termos dos números anteriores, a mesma é efetuada no local onde decorre a diligência em causa, podendo abranger qualquer advogado ou advogado estagiário que, contactado para o efeito, manifeste a sua disponibilidade para aceitar a nomeação.
  • A impossibilidade prevista no número anterior verifica-se, designadamente, nos seguintes casos: inoperacionalidade do sistema de informação e dos sistemas de informação de suporte à atividade dos tribunais e dos tribunais administrativos e fiscais, falta de lista de escala de prevenção e na inexistência de outro advogado ou advogado estagiário na lista de escala de prevenção ou, em virtude da urgência da diligência, verificação, pela secretaria do tribunal, secretaria ou serviço do Ministério Público ou órgão de polícia criminal, da impossibilidade de nomear outro defensor constante da mesma em tempo.”

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Vila de Rei eleva isenção do Imposto Municipal sobre Imóveis para cinco anos

  • Lusa
  • 26 Setembro 2024

Isenção passa agora de três para cinco anos, condicionado ao valor do imóvel e rendimento dos proprietários.

A Assembleia Municipal de Vila de Rei, no distrito de Castelo Branco, aprovou por unanimidade a manutenção da isenção da taxa do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI).

“É importante conseguirmos estimular o mercado habitacional do concelho e reforçar o nosso parque habitacional”, explicou o presidente da Câmara de Vila de Rei, Ricardo Aires, durante a reunião ordinária da Assembleia Municipal, que decorreu na quarta-feira.

A proposta do executivo municipal, no âmbito do “Programa Mais Habitação”, vai assim prolongar, por mais dois anos (para além dos três anos atualmente em vigor), a isenção do IMI.

Segundo a autarquia, esta prorrogação aplica-se a prédios urbanos que se destinam a habitação própria permanente, com um valor patrimonial tributário igual ou inferior a 125.000 euros e com um rendimento bruto anual do proprietário (ou do agregado familiar) igual ou inferior a 153.000 euros.

“Tendo isso em conta, torna-se necessário reforçar as políticas centrais sobre a habitação, com vista a um maior equilíbrio do mercado na sua relação de oferta e procura, melhorando a acesso à habitação e a custos mais acessíveis”, concluiu Ricardo Aires.

Com esta decisão, a isenção do IMI em Vila de Rei é alargada para cinco anos.

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Commerzbank e Unicredit sentam-se à mesa para acertar pontos comuns

  • Lusa
  • 26 Setembro 2024

Vai decorrer esta semana o primeiro encontro entre os dois bancos, após a entrada do Unicredit no Commerzabank. A CEO do banco alemão garante que será um encontro "construtivo".

A instituição financeira alemã Commerzbank terá na sexta-feira a sua primeira reunião com o banco italiano UniCredit, após a sua entrada no capital e após confirmar a sua atual estratégia e independência.

A reunião foi anunciada esta quinta-feira, numa entrevista em Londres, por Bettina Orlopp, que, no início da semana, foi nomeada nova presidente executiva (CEO) do Commerzbank, embora ainda não tenha tomado posse.

“Vamos ter uma reunião na sexta-feira. A primeira. Penso que será basicamente um ponto de vista construtivo. O UniCredit é agora um acionista e investidor e é muito normal que haja uma troca de pontos de vista”, disse numa conferência organizada pelo Bank of America.

Após a entrada do UniCredit, segundo maior banco italiano, no Comerzbank, com cerca de 21% do capital, Orlopp disse que estavam abertos a qualquer opção que criasse valor para os seus acionistas, mas que era necessário estabilizar a situação e avaliar os riscos da execução dessas possibilidades.

A ainda administradora financeira (CFO) avisou que não iriam fazer “nada de estúpido” e que o seu principal objetivo era proteger o valor e o modelo de negócio do Commerzbank.

“Qualquer ideia de fazer uma aquisição louca agora ou uma venda rápida, etc. Não connosco. Não o vamos fazer. Temos um valor e queremos aumentá-lo, não destruí-lo”, afirmou.

Orlopp reconheceu que a entrada do UniCredit no banco tinha sido “uma surpresa” para eles, mas que tinham de lidar com isso.

Por isso, agora, a empresa tem três frentes de atuação: implementar a sua estratégia até 2027, desenvolver a empresa além dessa data e avaliar todas as opções em relação às últimas semanas.

Orlopp fez estas observações minutos após o Conselho de Administração e o Conselho Fiscal do banco terem confirmado por unanimidade o seu apoio à estratégia do banco até 2027, que visa alcançar um “crescimento rentável” através de uma disciplina rigorosa em matéria de custos e de um foco nos clientes.

O Commerzbank reviu em alta os seus planos iniciais e espera agora que a sua rendibilidade dos capitais próprios tangíveis (RoTE) ultrapasse 12% em 2027, enquanto o lucro líquido aumentará “significativamente para mais de 3.000 milhões” em 2027.

O banco sublinhou ainda que está a “expandir continuamente a sua posição independente como um pilar sólido no mercado bancário alemão e um parceiro fiável da economia nacional” e reiterou a sua confiança no seu “potencial de crescimento e revalorização”.

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Zara Streaming chega a Espanha. Transmissões ao vivo vão ser alargadas a outros países

  • + M
  • 26 Setembro 2024

Zara Streaming chegou ao mercado espanhol esta semana, acompanhada por nomes de peso. Grupo Inditex pretende expandir a iniciativa para outros países da Europa.

A inovação tecnológica tem sido uma prioridade assumida pela Inditex, em particular pela Zara, marca com a qual o grupo pretende iniciar a emissão de sessões de streaming para se aproximar dos clientes.

Na segunda semana de setembro, o grupo anunciava em comunicado que a transmissão de sessões de streaming ia ser disponibilizada “nas próximas semanas” nos mercados dos EUA e Canadá, mas também em países como França, Itália, Alemanha, Reino Unido, Holanda, Irlanda ou Espanha.

Na verdade, esta ação tecnológica chegou ao mercado espanhol esta quarta-feira, acompanhada por nomes relevantes. A sessão inaugural contou com as modelos e atrizes Cindy Crawford e Kaia Gerber como anfitriãs, com a direção do cineasta David Lowery. A sessão, refere a marca, contemplava a apresentação de uma coleção especial de roupas selecionadas pela estilista Dudzeele Carlyne Cerf. As transmissões são feitas através da plataforma de streaming da Zara e das suas redes sociais.

Esta iniciativa foi implementada primeiro na China, em novembro de 2023, tendo as emissões registado uma audiência de cerca de 800 mil pessoas e uma reação “positiva” por parte do mercado asiático, o que parece ter levado o grupo a alargar esta aposta à Europa e à América do Norte.

Durante as transmissões, os internautas podem aceder a detalhes sobre as peças e comprar a coleção em tempo real.

Tendo em conta a forte aposta na Europa – e embora ainda não se saibam que outros países serão abrangidos – Portugal pode estar na calha para também acolher esta iniciativa, uma vez que o grupo diz que vai continuar a estender a experiência de streaming nas suas plataformas “para outros mercados nos próximos meses”.

Na apresentação de resultados, na segunda semana de setembro, o grupo dono também da Pull&Bear, Massimo Dutti ou Bershka dizia esperar uma “forte evolução” das vendas online.

Em conferência de imprensa, Óscar García Maceiras, CEO da empresa, confirmou esta tendência: “Observámos uma forte evolução das vendas online e continuamos a confiar numa progressão positiva. Por isso, estamos a desenvolver esforços para implementar novas iniciativas”, disse, citado pela FashionNetwork.

O streaming parece ser uma tendência entre as marcas de roupa. A Gucci, por exemplo, também lançou o Gucci Live, que atende um cliente de cada vez, diretamente do seu centro de serviço, em Florença. No entanto, este serviço está atualmente indisponível.

A Tommy Hilfiger foi outra marca que também já deu passos neste campo, tendo inclusive transmitido eventos na Europa e EUA, sob o conceito “See Now, Buy Now”, onde permitia que os espectadores adicionassem as peças de roupa a um cesto de compras virtual durante a emissão e as comprassem quando a mesma terminasse.

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