Bem-estar das famílias portuguesas recua mas PIB per capita melhora face aos países da UE

Em 2023, a despesa do consumo individual per capita regrediu 0,3 pontos, mantendo Portugal atrás da Roménia. Já a atividade económica expressa em paridades de poder de compra avançou 3,1 pontos.

O bem-estar das famílias em Portugal, medido pela despesa de consumo individual per capital (DCIpc), recuou, em 2023, 0,3 pontos percentuais (p.p.) para 85% da média da União Europeia (UE), face ao ano anterior. Em contrapartida, o Produto Interno Bruto per capita (PIBpc), expresso em paridades do poder de compra, avançou, no ano passado, para 80,5% da média da UE, o que representa uma melhoria de 3,1 p.p. em comparação com o valor registado em 2022 (77,4%), divulgou esta terça-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE), confirmando assim a estimativa rápida avançada pelo Eurostat, em março.

Quanto ao indicador do bem-estar, relativo não só ao consumo final das famílias mas também às transferências sociais em espécie das Administrações Públicas como as comparticipações dos medicamentos e outros produtos farmacêuticos, Portugal cai uma posição no ranking da UE e da zona Euro, situando-se agora em 18.º e 15.º lugares, respetivamente, indica o INE. O nosso país mantém-se atrás da Lituânia (88%) e da Roménia (86%).

O INE explica que, “enquanto o PIBpc é, principalmente, um indicador do nível de atividade económica, a DCIpc é um indicador mais apropriado para refletir o bem-estar das famílias”.

Fonte: Eurostat

Em 2023, os níveis de consumo individual real nos países da UE variaram entre 70% e 136% da média da UE, de acordo com o Eurostat. No ano passado, “nove países registaram um DCIpc acima da média da UE”, segundo o relatório publicado esta terça-feira. “O Luxemburgo registou o nível mais elevado, 36% acima da média da UE, seguido pelos Países Baixos e pela Alemanha (ambos 19% acima). Os níveis mais baixos foram registados na Hungria e na Bulgária (ambos 30% abaixo da média da UE) e na Letónia (26% abaixo).

Já em relação ao PIBpc, a economia nacional sobe dois degraus entre os 27 Estados-membros da UE, fixando-se na 18.ª posição, ultrapassando a Estónia e a Polónia, e avança um lugar entre os 20 países do espaço da moeda única, tal como o ECO noticiou em março com base nos dados do Eurostat.

Em 2023, em comparação com 2021, o PIB per capita aumentou em 12 países. “Os maiores aumentos foram registados em Portugal (81% da média da UE em 2023 em comparação com 74% em 2021), Espanha (91% versus 85%), Roménia (78% vs 72%) e Croácia (76% vs 70%)”, de acordo com o Eurostat. Em sentido inverso, o nível do PIB per capita caiu significativamente no Luxemburgo (237% vs 260%), Irlanda (213% vs 226%), Dinamarca (125% vs 134%) e Suécia (114% vs 121%).

“Considerando os valores ordenados por ordem decrescente, observa-se uma elevada dispersão do indicador de volume do PIBpc medido em paridades de poder de compra nos 27 estados-membros da UE, considera o gabinete de estatísticas. O Luxemburgo, com 236,8% da média do bloco europeu, “apresenta o índice mais elevado entre os 36 países, correspondendo a mais de duas vezes a média da UE a 27 e quase quatro vezes superior ao da Bulgária (63,8), o país da UE com o valor mais baixo”, conclui o mesmo relatório.

Assim, o Luxemburgo apresenta PIBpc 137% acima da média da UE, sendo seguido pela Irlanda (113%) e os Países Baixos (33%).

Fonte: INE

“Entre os 19 estados-membros que integram a zona Euro, Portugal, com um índice de 80,5, ocupava a 15ª posição em 2023 (16ª no ano anterior) abaixo de países como Lituânia (86,6), Espanha (90,5) e Eslovénia (91,8) e à frente da Estónia (79,9), Croácia (76,0) e Eslováquia (73,8)”, anota o INE.

Em termos nominais, o PIBpc de Portugal aumentou 8,5% em 2023, determinado pelo aumento nominal do PIB (9,6%), “uma vez que a população em 2023 foi marginalmente superior ao ano anterior”, refere o gabinete de estatísticas. Esta evolução reflete uma convergência com a UE, num ano em que Portugal registou um crescimento real da economia de 2,5%.

(Notícia atualizada às 11h17)

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Carris Metropolitana ajusta horários no Natal e no Ano Novo

  • Lusa
  • 17 Dezembro 2024

A Carris Metropolitana vai ajustar os seus horários no Natal e no Ano Novo nos dias 24, 25 e 31 de dezembro e 01 de janeiro, havendo interrupções e reduções de serviço nas quatro áreas operacionais.

A rodoviária Carris Metropolitana vai ajustar os seus horários no Natal e no Ano Novo nos dias 24, 25 e 31 de dezembro e 01 de janeiro, havendo interrupções e reduções de serviço nas quatro áreas operacionais.

Numa publicação publicada na sua página online, a transportadora da Área Metropolitana de Lisboa dá conta de que na área 1 – Amadora, Cascais, Lisboa, Oeiras e Sintra — os passageiros devem consultar diretamente as linhas que utilizam no site ou na app, na ferramenta ‘Pesquisar Linhas’, de forma a verificar as alterações.

Na área 2, que abrange os concelhos de Loures, Mafra, Odivelas e Vila Franca de Xira, o serviço será interrompido às 22:00 no dia 31 e será retomado às 07:00 no dia 01 de janeiro.

Na área 3 — Almada, Seixal e Sesimbra -, nos dias 24 e 31 de dezembro, haverá uma redução de serviço entre as 21:00 e as 21:30, com interrupção total a partir das 21:30, aconselhando a empresa a que sejam consultadas no ‘site’ “exceções operacionais”.

Já nos dias 25 de dezembro (feriado de Natal) e 01 de janeiro (feriado de Ano Novo), o serviço estará interrompido até às 07h00, sendo progressivamente retomado até às 07h30, com algumas exceções.

Já na área 4 (Alcochete, Moita, Montijo, Palmela, Setúbal e Barreiro), no dia 24 de dezembro (véspera de Natal) o serviço será interrompido às 21:00, sendo que as viagens iniciadas até esse horário serão realizadas normalmente e as que estiverem em curso continuarão até ao destino.

No dia 25 de dezembro o serviço será retomado às 07:30, enquanto no dia 31 (véspera de Ano Novo) a circulação será interrompida às 22:00, com exceção das linhas 4512, 4600, 4602, 4604, 4701, 4702, 4705, 4707, 4710, 4715, 4725 e 4730, que funcionarão até ao final do dia, assegurando ligações ao Terminal do Barreiro e a Lisboa.

Em 01 de janeiro, ainda na área 4, o serviço será retomado às 07:30.

Os Espaços Navegante Carris Metropolitana vão funcionar até às 14:00 de 24 de dezembro e, em 31 de dezembro, até às 18:00. Nos dias 25 de dezembro e 01 de janeiro estão encerrados.

A Carris Metropolitana opera, desde 01 de junho de 2022, em quatro áreas (concessionadas a operadores privados distintos), nas quais se incluem os 15 municípios da área metropolitana delegaram as suas competências à Transportes Metropolitanos de Lisboa. Nos restantes três concelhos — Lisboa, Cascais e Barreiro — os municípios continuam a assumir o serviço municipal, embora os territórios sejam servidos por carreiras intermunicipais da Carris Metropolitana.

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Agência para Integração, Migração e Asilo vai ser reforçada com 64 trabalhadores

Três concursos vão abrir nos próximos dias. A maior parte do reforço, num total de 50 pessoas, visa recrutar assistentes técnicos para 18 lojas da agência espalhadas pelo país.

O Governo vai reforçar a Agência para Integração, Migração e Asilo (AIMA) com mais 64 trabalhadores. Esta terça-feira foram publicados em Diário da República três procedimentos concursais para o preenchimento de 64 postos de trabalho em diversas categorias.

O concurso maior visa recrutar 50 trabalhadores para as lojas da AIMA. A maior parte delas com dois funcionários – em Albufeira, Faro, Portimão, Beja, Portalegre, Évora, Odemira, Bragança, Guarda, Viana do Castelo, Viseu, Alverca, Cacém e Odivelas -, enquanto as de Lisboa e Setúbal serão reforçadas com quatro colaboradores, a de Cascais com seis e a do Porto com oito.

O concurso vai estar aberto durante dez dias úteis, a contar do dia da publicitação na Bolsa de Emprego Público (BEP). Os trabalhadores vão ocupar o cargo de assistente técnico, com um contrato de trabalho em funções públicas por tempo indeterminado.

O segundo concurso, com os mesmos prazos e procedimentos, tem por objetivo preencher “dez postos de trabalho na categoria e carreira geral de assistente técnico, do mapa de pessoal” da AIMA.

o terceiro pretende reforçar o Centro Nacional para o Asilo e Refugiados (CNAR) com quatro pessoas que entrarão no mapa de pessoal da AIMA na categoria e carreira geral de assistente técnico.

O júri destes três concursos não é totalmente coincidente, aliás, há troca de posições entre a presidência e os vogais. Mas todos decorrem no prazo de dez dias úteis, a contar da data de publicitação das ofertas de emprego na Bolsa de Emprego Público (acessível em www.bep.gov.pt) e que serão publicitadas no primeiro dia útil após a publicitação do aviso na 2.ª série do Diário da República. Nessa publicação constará a informação integral sobre os requisitos formais, o perfil exigido, a composição do júri, os métodos de seleção e as regras a que deve obedecer a formalização das candidaturas.

O Governo definiu como prioritária a reorganização das competências da AIMA e o reforço de meios para que a agência funcione “de forma plena, dotado dos recursos necessários para assegurar uma resposta célere e eficaz nas matérias de documentação, acolhimento e integração de imigrantes no país”, lê-se no Orçamento do Estado para 2025. Para o próximo ano estão destinados 19 milhões de euros à AIMA.

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Tiago Simões deixa Sonae e é o novo country manager da Betclic

  • + M
  • 17 Dezembro 2024

Com a experiência de Tiago Simões "em comunicação para mass market e inovação", o objetivo é reforçar a posição da marca de apostas desportivas e casino online.

Tiago Simões, ex diretor de marketing da MC e também ex presidente da Associação Portuguesa de Anunciantes, é o novo country manager da Betclic. A informação foi confirmada esta terça-feira pela empresa. “É um gosto poder finalmente anunciar o Tiago como novo country manager da Betclic em Portugal. O Tiago é uma referência de credibilidade, com uma experiência impressionante e acreditamos que é o perfil ideal para liderar a marca e o projeto”, afirma Ricardo Domingues, diretor de mercados internacionais da marca de apostas desportivas e casino online.

“Este é um momento de grande entusiasmo. Estou muito empolgado com esta aposta! Este é O projeto… vou aprender imenso e empenhar-me muito para contribuir para que esta equipe continue o trabalho incrível que a marca tem feito até hoje, na criatividade, no marketing e na liderança do mercado. Agradeço à Betclic por me confiar o cargo de country manager para Portugal”, acrescenta Tiago Simões.

A orientação do mercado português, quer na sua estratégia de negócio quer na comunicação – privilegiando o tom criativo da Betclic, mas reforçando também os pilares mais importantes da sua atividade, como o jogo responsável, a inovação e a experiência do cliente, estão entre os principais focos de Tiago Simões, destaca a empresa no comunicado antecipado ao +M.

O objetivo da contratação é reforçar a posição da marca na indústria, “fazendo-se valer, entre outras competências, da sua experiência em comunicação para mass market e inovação”.

Tiago Simões iniciou a carreira no Santander, passou pela Novis, Clix e Optimus e, desde 2010, trabalhou no setor do retalho, primeiro na Well’s como diretor de marketing e diretor-geral e, depois no marketing da MC, onde liderou, entre outras, a marca Continente. Foi também presidente da Associação Portuguesa de Anunciantes.

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Mais de um quarto das empresas em Portugal está em falência técnica

  • ECO
  • 17 Dezembro 2024

No ano passado, 26,3% das 512.751 sociedades não financeiras em Portugal tinham capitais próprios negativos. Indicador tem estado praticamente inalterado desde a pandemia, sendo as PME que mais pesam.

Entre as 512.751 sociedades não financeiras contabilizadas em Portugal em 2023, mais de um quarto (26,3%) tinham capital próprio negativo, isto é, estavam em situação de falência técnica, noticia o Jornal de Negócios (acesso pago). Comparando com o ano anterior, verifica-se um ligeiro aumento de 0,3 pontos percentuais, mas os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) dos últimos cinco anos mostram que a percentagem de empresas com capital próprio negativo se tem mantido praticamente inalterada, evidenciando que se trata de um problema estrutural do país.

Tendo em conta que, em termos de dimensão, correspondem à esmagadora maioria das empresas nacionais, as pequenas e médias empresas (PME) são as que mais pesam no valor negativo global das sociedades não financeiras em falência técnica, enquanto as grandes empresas pesavam apenas 4% neste indicador. Segundo o INE, é no setor de alojamento e restauração que a percentagem de sociedades com capital próprio negativo é maior (40,7%), seguindo a área dos transportes e armazenagem (34,3%).

Por outro lado, a autonomia financeira das sociedades portuguesas manteve-se inalterada nos 0,43 pontos em 2023, sendo que quanto mais próximo de zero for este indicador, menor é a autonomia financeira de uma empresa, já que isso revela que o seu passivo está próximo do total de capitais próprios. Nas grandes empresas, o indicador de autonomia financeira das grandes sociedades fixou-se nos 0,39 pontos, enquanto o das PME foi de 0,45 pontos, o que revela que, embora pesem mais no número de empresas com capitais próprios negativos, as PME dependem menos de financiamento externo do que as grandes empresas.

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Meight capta 3,4 milhões para acelerar rota na Europa

Plataforma da startup portuguesa usa a IA para ajudar transportadores rodoviárias a melhorar rotas e reduzir custos. Quer acelerar presença na Alemanha, Áustria e Suíça.

António Reis, cofundador e CTO da Meight, e Luís Mendes, cofundador e CEO da Meight.

A Meight, startup portuguesa que desenvolveu uma plataforma que usa inteligência artificial (IA) para ajudar as transportadoras a melhorar rota, fechou uma ronda de 3,4 milhões de euros. Ajudar a crescer a empresa na Alemanha, Áustria e Suíça e reforçar a equipa em mais 20 colaboradores estão entre os planos com esta injeção de capital.

“Este investimento é um passo crucial para consolidarmos a nossa presença na Europa e para intensificarmos o desenvolvimento das nossas soluções inteligentes baseadas em IA, que já estão a transformar o setor de transportes ao ajudar as transportadoras a poupar combustível, reduzir custos e otimizar operações”, diz Luís Mendes, CEO e cofundador da Meight, citado em comunicado.

Desenvolvida com base em IA, a plataforma da Meight automatiza processos “como o planeamento e a monitorização de fretes, permitindo às transportadoras otimizar rotas, reduzir custos operacionais e eliminar a dependência de processos manuais e baseados em papel”. Só na Europa, existem mais de 500 mil operadores de transporte rodoviário, que movimentam 77% de todo o frete terrestre.

Esta ronda — liderada pela Cusp Capital, com participação do grupo Lusiaves, da Faber e da EIT Urban Mobility, que já tinham participado há cerca de dois anos numa de ronda de 1,3 milhões — vai permitir “intensificar o desenvolvimento tecnológico da plataforma” e acelerar a sua expansão na Europa.

Hoje a startup já tem operações em Portugal, Alemanha, Áustria, Espanha e Polónia. “Tendo já presença em vários mercados, esta nova ronda vai servir para fazer crescer a equipa no mercado DACH — Alemanha, Áustria e Suíça —, que será o foco durante os próximos dois anos”, adianta Luís Mendes ao ECO.

Mas também reforçar a equipa. Hoje a startup conta com 15 colaboradores e pretende contratar 20 novos colaboradores nas áreas de produto, marketing e vendas, num modelo de trabalho full remote.

Com esta ronda eleva-se para 4,7 milhões o capital já levantado pela startup.

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Supremo dá razão a tripulantes da TAP dispensados na pandemia

  • Lusa
  • 17 Dezembro 2024

A decisão abre porta a que cerca de 2.000 tripulantes admitidos na TAP com contratos a prazo desde 2006 possam avançar com a mesma exigência.

O Supremo Tribunal de Justiça deu razão aos tripulantes da TAP dispensados na pandemia que exigem retroativos por não terem sido integrados atempadamente nos quadros da empresa e a companhia poderá ter de pagar até 300 milhões de euros, noticiou esta terça-feira o Diário de Notícias.

Há cerca de 2.000 tripulantes admitidos desde 2006 que podem fazer a mesma exigência, o que, segundo o líder sindical Ricardo Penarróias deverá ascender a uma despesa entre 200 a 300 milhões de euros para a TAP.

Os tripulantes a que agora o Supremo Tribunal deu razão tinham sido dispensados pela companhia aérea em 2020 e 2021, durante a pandemia, não terminando os seus contratos de trabalho a termo.

O tribunal concluiu agora que os contratos de trabalho a prazo na TAP estavam mal fundamentados e que os trabalhadores em causa deveriam estar integrados no quadro de pessoal como efetivos, desde o primeiro dia, pelo que lhes é devido o pagamento de retroativos.

A decisão abre porta a que cerca de 2.000 tripulantes admitidos na TAP com contratos a prazo desde 2006 possam avançar com a mesma exigência.

Para a decisão do Supremo contribuiu um parecer jurídico elaborado em 2021 pela professora catedrática Maria do Rosário Ramalho, atual ministra do trabalho e Segurança Social, a pedido do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil, segundo disse ao DN o presidente da estrutura sindical.

O sindicato diz que chamou a atenção de vários ministros de sucessivos governos para o problema e manifesta-se disponível para reunir com a administração da TAP para tentar encontrar uma solução positiva para todas as partes, mas a decisão sobre cada processo será sempre dos trabalhadores.

Em causa está a forma como a TAP justificou o recurso a contratos de trabalho a termo para reforçar as suas tripulações de cabine.

Segundo escreve o DN, entre 2006 e 2018, a prática corrente na companhia aérea consistia em os novos tripulantes serem recrutados com contratos a termo com um período máximo de três anos. No entanto, era dado como adquirido que a empresa passava essas pessoas para os quadros — para a categoria ‘CABI’ – ainda antes do final deste prazo, assim que existisse necessidade de reforçar algumas rotas para as quais é preciso pertencer a essa categoria.

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Hoje nas notícias: Empresas, TAP e freguesias

  • ECO
  • 17 Dezembro 2024

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Um quarto das mais de 500 mil sociedades não financeiras em Portugal estava em falência técnica em 2023. A TAP arrisca pagar até 300 milhões de euros a cerca de dois mil tripulantes que dispensou desde 2006 por contratos de trabalho a termo mal fundamentados. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta terça-feira.

Um quarto das empresas portuguesas está em falência técnica

Entre as 512.751 sociedades não financeiras contabilizadas em Portugal em 2023, mais de um quarto (26,3%) tinham capital próprio negativo, isto é, estavam em situação de falência técnica. Comparando com o ano anterior, verifica-se um ligeiro aumento de 0,3 pontos percentuais da proporção de sociedades não financeiras com capital próprio negativo. Mas, uma análise aos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) dos últimos cinco anos mostra que a percentagem se tem mantido praticamente inalterada, o que significa que este é um problema estrutural do país. As pequenas e médias empresas (PME) são as que mais pesam no valor negativo global.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

TAP arrisca pagar 300 milhões de euros a dois mil tripulantes

Em 12 de dezembro, o Supremo Tribunal de Justiça concluiu que as dezenas de tripulantes que a TAP dispensou em 2020 e 2021, ao não renovar os seus contratos de trabalho a termo, deveriam estar integrados no quadro de pessoal como efetivos desde o primeiro dia, visto que os seus contratos a prazo estavam mal fundamentados. Por isso, segundo a mais alta instância da Justiça portuguesa, é-lhes devido o pagamento de retroativos. Para a companhia aérea, o caso pode vir a representar um encargo entre 200 a 300 milhões de euros, já que a decisão abre a porta a que cerca de dois mil tripulantes admitidos na TAP com contratos a prazo, desde 2006, possam fazer a mesma exigência.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago)

Procuradora condenada por deixar prescrever 89 processos

No final de outubro, uma procuradora de uma comarca da zona de Lisboa foi condenada pelo Supremo Tribunal de Justiça (STJ) a dois anos e dois meses de prisão com pena suspensa. Em causa estão crimes de falsificação de documento praticado por funcionário, denegação de justiça e prevaricação. Segundo o STJ, a magistrada, que iniciou funções em 2006, tinha mais de 600 processos por concluir e “traçou [uma] estratégia” para os esconder da inspeção a que foi sujeita, deixando prescrever 89 inquéritos, alguns sobre abuso sexual de menores ou tentativas de homicídio.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago)

Porto lidera no número de freguesias que voltam a ser autónomas

Os concelhos de Gaia, Matosinhos e Famalicão lideram na desagregação de freguesias: após as eleições autárquicas do próximo ano, deverão ter, respetivamente, 12, dez e nove freguesias com gestão autónoma. O distrito do Porto é aquele que mais aprovações tem, com 20 processos de separação autorizados, seguido por Leiria (17) e Braga (12). O relatório do grupo de trabalho que avaliou os processos de desagregação de uniões de freguesias, criadas em 2013 pelo Governo de Passos Coelho, será analisado e votado na especialidade, seguindo depois para votação final em plenário entre 15 e 18 de janeiro.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso indisponível)

Houve mais de 4,6 milhões de dias de ausência até novembro no SNS

De janeiro a novembro deste ano, os 150 mil profissionais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) faltaram mais de 4,6 milhões de dias, sendo que só os dias de ausência por doença superaram a fasquia dos dois milhões, representando 46% das faltas, de acordo com o Portal da Transparência do SNS. Em comparação com os quatro anos anteriores, em que a pandemia de Covid-19 levou estes números a picos inauditos verifica-se que a média de dias de ausência por trabalhador diminuiu, mas é um problema que se mantém elevado e que nem o aumento do número de trabalhadores ajudou a atenuar de forma significativa.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago)

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Uma microbiota saudável pode ajudar a melhorar a qualidade de vida de cães e gatos com determinadas doenças

  • Servimedia
  • 17 Dezembro 2024

Quando a microbiota intestinal está desequilibrada, é mais provável que os cães e os gatos desenvolvam problemas de saúde, como perturbações intestinais.

A microbiota intestinal dos cães e gatos desempenha um papel fundamental na sua saúde, tal como acontece com os humanos. Estes microrganismos benéficos, na sua maioria bactérias, que vivem no intestino contribuem para a digestão e a produção de vitaminas. Também apoiam o sistema imunitário, reforçando as defesas naturais do organismo e atuando como barreira protetora contra o crescimento de bactérias nocivas, de acordo com um estudo publicado na revista Frontiers in Veterinary Science.

Quando o microbiota intestinal fica desequilibrado – disbiose – os cães e gatos têm maior probabilidade de desenvolver problemas de saúde, como distúrbios intestinais (síndrome inflamatória intestinal), alergias, problemas de pele, obesidade ou distúrbios metabólicos.

Embora nem sempre seja claro se a disbiose é a causa ou a consequência destas patologias, estudos como o “Molecular-phylogenetic characterisation of microbial community imbalances in the small intestine of dogs with inflammatory bowel disease” concordam que manter uma microbiota equilibrada é crucial para prevenir complicações e melhorar a qualidade de vida dos animais de companhia.

Uma das doenças que mais afetam os cães e gatos e que representam até 20% das visitas às clínicas veterinárias são os problemas gastrointestinais, incluindo a diarreia. Em casos graves, estas patologias podem levar à desidratação e a complicações graves.

No entanto, a utilização de antibióticos, que tem sido tradicionalmente o principal tratamento para estas doenças, é cada vez mais questionada devido ao seu impacto na saúde e à alteração da microbiota intestinal. Neste contexto, o seu tratamento posiciona-se como uma alternativa promissora para tratar cães e gatos com patologias gastrointestinais.

ALIMENTOS

O principal fator que pode alterar a microbiota é a alimentação. Os alimentos ricos em fibras prebióticas, como a inulina ou os fruto-oligossacáridos, promovem o crescimento de bactérias benéficas no intestino. Além disso, os probióticos, microrganismos vivos que apoiam a saúde intestinal, são cada vez mais comuns nas dietas concebidas para animais de companhia com problemas digestivos.

De acordo com a FEDIAF (Federação Europeia da Indústria de Alimentos para Animais de Estimação), em Espanha existem mais de 9,3 milhões de cães e 5,8 milhões de gatos nos agregados familiares, o que realça a importância de cuidar destes animais de estimação, que são membros importantes das famílias. Um relatório de 2024 refere que os donos gastam, em média, até 45 euros por mês em alimentação, com um foco crescente em produtos que apoiam a saúde e o bem-estar dos seus animais de estimação.

Além disso, o interesse por alternativas mais naturais para o tratamento de patologias reflete uma mudança na mentalidade dos donos de animais de companhia. Embora a indústria alimentar esteja constantemente a inovar, os veterinários e os especialistas em nutrição animal sublinham a importância de sensibilizar os donos dos animais para o papel crucial da microbiota na saúde dos seus animais.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 17 de dezembro

  • ECO
  • 17 Dezembro 2024

Ao longo desta terça-feira, 17 de dezembro, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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App portuguesa True Friends combate o isolamento social e ajuda a fazer amigos nos EUA

Aplicação já tem seis mil utilizadores e aponta para o primeiro trimestre de 2025 a primeira ronda seed. EUA, Brasil, Reino Unido e Escandinávia são mercados na mira.

Manuel Fidalgo, cofundador e CEO de True Friends.

Há histórias de vida que acabam por dar ideias de negócio. É o caso da True Friends. Foi o isolamento social vivido por Miguel Fidalgo na infância e adolescência que o levou a pensar numa forma de ajudar quem está a passar pelo mesmo a interromper o ciclo e criar laços de amizade com outras pessoas. Incubada na Nova SBE, a aplicação já tem cerca de seis mil utilizadores e aponta para o primeiro trimestre de 2025 a primeira ronda seed de até 500 mil euros, já com mercados como EUA, Brasil, Reino Unido e Escandinávia na mira.

“Neste momento estamos com o (bom) problema de ter tido um fluxo gigante de utilizadores após a nossa participação nos programas Júlia, A Nossa Tarde e no podcast Páginas com Graça. Queremos aumentar a estrutura e a equipa de modo a fazer face à procura. Com a próxima ronda, queremos desde cedo incorporar a versão freemium, assim como iniciar o mercado dos EUA”, adianta Miguel Fidalgo, CEO e um dos três cofundadores da True Friends, juntamente com José Francisco Gandarez e Fernando Pinto.

Como funciona?

O funcionamento é simples: os utilizadores criam o seu perfil indicando os temas de interesse, os valores, as causas e, mais recentemente, problemas pelos quais estejam a passar”, descreve Miguel Fidalgo.

“Percebemos pelos estudos na Nova que as pessoas muito rapidamente começavam a desabafar, uma vez que estão defendidas em termos de identidade (no perfil não consta nome ou fotografia), assim como pelo tipo de interação que procuram (amizade, partilha de interesses ou desabafos)”, precisa. “A partir daí, podem iniciar conversas com outras pessoas, sem a pressão de padrões superficiais como likes ou a aparência física”, continua.

“Após cada interação, os participantes podem avaliar-se mutuamente com base na qualidade da conversa, permitindo que aqueles que promovem boas interações ganhem maior visibilidade dentro da aplicação”, refere ainda. “Este sistema de avaliação não só incentiva conversas respeitosas e positivas, como também atrai mais utilizadores para interagir com aqueles que se destacam pelas avaliações recebidas”, explica. “Desta forma, True Friends cria um ciclo virtuoso que fortalece a confiança e fomenta uma verdadeira sensação de comunidade”, conclui.

A True Friends tem ainda ligação a organizações como a SOS Voz Amiga e Voades. Uma forma de fazer a ponte entre quem precisa (mais) de ajuda e instituições de apoio. “Alguém que, pelo isolamento social, esteja hoje a passar por problemas mais sérios de saúde mental e/ou sinta que precisa de ajuda por parte de profissionais (a aplicação é apenas para peers) terá no site da app — e futuramente — na própria app ligação direta para essas instituições”, explica Miguel Fidalgo.

Planos de expansão com EUA na mira

A True Friends tem objetivos de crescimento para o primeiro ano de atividade, entre os quais atingir 50 mil downloads e 15 mil utilizadores ativos por mês, bem como alcançar 40% dos utilizadores ainda ativos após 90 dias, com um tempo médio de interação por sessão entre 15-20 minutos mínimos por sessão, “indicando conversas longas e significativas”.

Quer ainda alcançar uma taxa de resposta de 80% às conversas iniciadas, com um mínimo de cinco conversas iniciadas por utilizador por mês, “promovendo a criação de conexões regulares”, elenca Miguel Fidalgo.

E há planos para avançar com uma ronda de financiamento já no próximo ano. “Iremos ter uma ronda seed. Prevemos que a mesma aconteça ainda no primeiro trimestre de 2025. Situar-se-á entre os 250 mil e 500 mil euros nesta primeira fase”, adianta o CEO.

Uma injeção de capital que vai permitir reforçar a equipa atual de três cofundadores, dois developers e duas pessoas na comunicação e marketing. “Dado o volume de utilizadores, precisamos aumentar em todas as áreas para fazer face à procura, assim que se concretizar a próxima ronda”, diz Miguel Fidalgo, sem adiantar número de reforços.

Com isso, a ideia é expandir a presença da aplicação em outros mercados. “Seguidamente iremos para os EUA dado a pandemia que se vive nesse país relativamente ao isolamento social (uma em cada três pessoas diz ter um ou zero amigos com quem falar!). Brasil, Reino Unido e Escandinávia, pelos mesmos motivos”, diz.

Com a injeção de capital, há planos para a implementação de um modelo de negócio freemium, ou seja, gratuito, mas em que os utilizadores pagam para aceder a determinadas opções e funcionalidades. Ou seja, por exemplo, poder falar com dez pessoas num dia, mas pagar se quiser falar com a 11.ª ou esperar 24h; ou se quiser ter destaque e aparecer no topo dos perfis durante 24h, detalha o CEO. “Existirão também anúncios, mas que nunca comprometerão o fluir da conversa”, acrescenta.

Num ano, o projeto quer converter entre 4%-6% dos utilizadores ativos a um modelo de subscrição freemium. Ao nível de receitas, têm como meta atingir os “50 mil euros gerados por subscrições freemium aquando da implementação de pagamentos na app“.

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Santa Comba Dão é a autarquia que mais tempo demora a pagar aos fornecedores

Das 18 autarquias que pagavam a mais de 60 dias, no terceiro trimestre, metade melhorou os prazos de pagamento e a outra metade agravou. Sete demoravam mais de 90 dias a pagar.

Santa Comba Dão é a autarquia que mais tempo demora a pagar aos fornecedores. No terceiro trimestre deste ano precisou de 131 dias para pagar as suas faturas, um forte agravamento face aos 94 dias registados no segundo semestre, de acordo com os dados divulgados pela Direção-Geral das Autarquias Locais. O município ultrapassou assim Tabuaço que tinha sido no trimestre anterior a autarquia com o pior desempenho.

O ECO contactou o gabinete do presidente da Câmara de Santa Comba, o socialista Leonel Gouveia, e aguarda há uma semana por uma justificação para este agravamento.

Num universo de 260 municípios para os quais existem dados (mais 52 do que no trimestre anterior), sete demoravam mais de 90 dias a pagar as faturas a fornecedores, menos dois do que no trimestre anterior.

Na atualização da lista dos municípios com prazos médios de pagamento superiores a 90 dias, no segundo trimestre, passou a constar Tomar. O ECO questionou a autarquia a 25 de outubro para saber as razões pelas quais tem vindo a agravar o seu desempenho, mas até à publicação deste artigo não obteve resposta. Passou de um prazo médio de pagamento de 28 dias, no terceiro trimestre de 2023, para 122 dias no segundo trimestre de 2024. A câmara liderada pelo socialista Hugo Cristóvão não tem dados referentes ao terceiro trimestre.

Tal como Tomar, no terceiro trimestre, ainda havia 48 municípios com informação em falta no Sistema de Informação para o Subsetor da Administração Local (Sisal).

Os dados da DGAL revelam ainda que 11 câmaras demoravam mais de 60 dias, menos sete do que nos três meses anteriores.

Santa Comba Dão ocupa ainda o topo do pódio como a autarquia que agravou mais o prazo de pagamento aos fornecedores (+37 dias) e Tabuaço lidera no extremo oposto, sendo a que reduziu mais significativamente os prazos de pagamento (-17 dias), seguida de Monção (-16 dias) e Figueiró dos Vinhos (-15 dias).

O presidente da Câmara de Tabuaço, Carlos Carvalho, já tinha reconhecido ao ECO que o prazo de pagamento da autarquia ia continuar a ser elevado, porque tem uma dívida de curto prazo muito elevada que já vem de executivos anteriores, sendo que alguma está a ser contestada em tribunal. Assim que as dívidas forem consolidadas, será possível melhorar os prazos de pagamento, explicou o social-democrata.

A situação já foi pior: Tabuaço chegou a levar 376 dias para pagar aos fornecedores antes de ter encontrado uma solução para a dívida de cerca de três milhões de euros junto do Grupo Águas de Portugal. E está confiante de que, assim que as dívidas herdadas forem consolidadas, será possível melhorar os prazos de pagamento.

Com uma diferença de menos seis dias surge Tábua, que explica os pagamentos em atraso com o facto de a autarquia ter aderido a um saneamento financeiro voluntário. “Desde que tomámos posse que temos problemas de tesouraria e a solução encontrada com os ministérios das Finanças e da Coesão foi contrair um empréstimo para pagar aos fornecedores e depois ter pagamentos mais regulares”, já tinha explicou ao ECO Ricardo Cruz, aquando da divulgação dos dados do primeiro trimestre. Em causa está um saneamento financeiro voluntário, porque o volume de dívidas não é suficiente para um obrigatório, acrescentou o edil socialista.

Em quarto lugar está Alfândega da Fé, a segunda autarquia que mais agravou os prazos de pagamento aos fornecedores – ao passar de 98 dias para 118. “O agravamento deve-se ao facto de estarmos a negociar um acordo de pagamento com a Resíduos do Nordeste”, explicou ao ECO Carla Vítor. A chefe da divisão financeira explicou que enquanto “o acordo não for assinado não será possível mexer nos prazos das faturas”, que ascendem a 150 mil euros, mas que remontam a 2023.

O município já fez, este ano, um acordo semelhante com a Águas do Norte que “permitiu que faturas superiores a 700 mil euros, já com a data-limite ultrapassada, fossem pagas a 60 meses”, disse Carla Vítor. Este acordo teve reflexo nos prazos médios de pagamento que passaram de 102 dias no primeiro trimestre para 98 dias no terceiro.

Tarouca leva exatamente os mesmos 118 dias para pagar aos fornecedores, mas este desempenho representa uma melhoria face aos 121 dias do segundo trimestre.

Em termos globais, há 18 autarquias que pagaram a mais de 60 dias, no terceiro trimestre, sendo que metade melhorou os prazos de pagamento — Tabuaço, Monção, Figueiró dos Vinhos, Aljustrel, Caminha, Peso da Régua, Tábua, Tarouca e Viana do Castelo – e a outra metade agravou – Santa Comba Dão, Alfândega da Fé, Sesimbra, Melgaço, Peniche, Pinhel, Mira, Vagos e Barcelos.

O ranking dos prazos médios de pagamento das autarquias continua a padecer de falta de comparabilidade. Desde o quarto trimestre de 2019 que não existe uma listagem completa que inclua os 308 municípios devido às dificuldades técnicas de adaptação ao novo Sistema de Normalização Contabilística para as Administrações Públicas (SNC-AP) introduzido em 2020. Além do prazo médio de pagamento dos municípios é afetada também a aferição do seu nível de endividamento.

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