Centro de investigação em Famalicão ganha novo edifício de 5,4 milhões

Novo edifício está equipado com laboratórios, equipamentos tecnológicos de última geração e espaços de trabalho mais amplos. Centro de Nanotecnologia tem mais de 200 investigadores.

“Em resposta à crescente atividade científica e tecnológica“, o Centro de Nanotecnologia e Materiais Técnicos, Funcionais e Inteligentes (Centi), localizado em Vila Nova de Famalicão, tem um novo edifício de seis mil metros quadrados. Além de toda a infraestrutura já existente, o novo espaço, que representa um investimento de 5,4 milhões de euros, conta com novos laboratórios, equipamentos tecnológicos de última geração e espaços de trabalho mais amplos.

“O novo edifício resulta de um crescimento contínuo por parte do Centi que conta já com mais de 200 investigadores“, lê-se numa nota enviada às redações.

O Centi está vocacionado para o desenvolvimento e engenharia de novos materiais. Com uma forte ligação ao tecido empresarial, o Centi já participou em mais de 400 projetos com a indústria e mais de 200 projetos científicos com a academia. Possui ainda um portefólio de mais de 90 pedidos de patente ativos dos quais mais de 50 patentes encontram-se concedidas.

Na próxima segunda-feira, dia 16 de dezembro, o primeiro-ministro Luís Montenegro vai estar presente na inauguração das novas instalações do Centi, em Vila Nova de Famalicão. A cerimónia vai contar ainda com a presença de Mário Passos, presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, António Amorim e António Braz Costa, respetivamente presidente do conselho de administração e diretor geral do Centi.

Centi recebe quase 44 milhões do PRR

O Centi vai receber quase 44 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que serão aplicados em atividades de investigação e desenvolvimento relativas a 18 projetos, em parceria com a indústria e outras entidades do sistema científico e tecnológico. Os projetos em causa abrangem vários setores, como têxtil, construção, automóvel, baterias, embalagens, resina, calçado, plásticos e bicicletas.

Até ao momento, já recebeu 18,3 milhões de euros, que correspondem a 41,9% do valor do financiamento, de acordo com o portal Mais Transparência.

As maiores fatias são atribuídas ao seguintes projetos:

  • NGS – New Generation Storage, ligado às baterias e liderado pela empresa portuguesa DST Solar (8,7 milhões euros);
  • Be@T – Bioeconomy at Textiles, promovido pelo Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário de Portugal (CITEVE (7,7 milhões de euros);
  • R2U Technologies | Modular Systems, da área da construção, liderado pela empresa DST (4,1 milhões de euros);
  • HfPT – Health from Portugal, focado na saúde, promovido pelo Health Cluster Portugal (HCP) e liderado pela Prológica (4 milhões de euros).

“Enquanto parceiro científico-tecnológico, o Centro de Nanotecnologia pretende, assim, contribuir para a transformação do setor empresarial, tendo por base tecnologias disruptivas e os princípios emergentes da sustentabilidade, descarbonização e digitalização“, lê-se no site do Centi.

Fundado em 2006, o Centi resulta de uma parceria entre três entidades tecnológicas e três universidades. A saber: Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário de Portugal (CITEVE), o Centro Tecnológico das Indústrias do Couro (CTIC) e Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto (CEiiA); e, na academia, as universidades do Minho, Porto e Aveiro, à qual se juntou recentemente a associação BIKiNNOV – Bike Value Innovation Center.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Cascais financia substituição de janelas, painéis solares ou eletrodomésticos até 100%

Autarquia lança fundo verde municipal com pagamentos individuais até 10 mil euros. Comparticipação ligada aos rendimentos dos munícipes.

A Câmara Municipal de Cascais já está a aceitar candidaturas ao fundo ambiental municipal com que irá comparticipar, ou até pagar na íntegra, a aquisição de equipamentos mais eficientes para a habitação dos residentes no município.

Além dos três milhões de euros de dotação orçamental inicial, a autarquia assegurará o reforço do montante até que todos os munícipes candidatos sejam contemplados, assegurou o vice-presidente, Nuno Lopes, ao ECO/Local Online. “O grande objetivo do município de Cascais é tentar fazer com que este tipo de apoios possa chegar a toda a população” explicou, apontando, em particular, as famílias “mais necessitadas, com dificuldade em chegar aos programas nacionais e europeus, mais complexos”, diz.

A verba do designado “Fundo Verde Famílias Cascais” será distribuída entre aqueles que realizem intervenções nas suas habitações com vista à melhoria da eficiência energética, com um limite de 10 mil euros por agregado familiar.

O “fundo verde” autárquico, já aberto, será distribuído aos munícipes de Cascais, seguindo um critério de rendimentos declarados em IRS. Para os dois primeiros escalões, a comparticipação será de 100%, para o terceiro e quarto escalão o município pagará 90% da despesa efetuada em soluções como o isolamento da casa, troca de esquentador por bomba de calor, substituição de janelas, instalação de painéis solares para autoconsumo, sistemas solares térmicos para aquecimento de águas e até aquisição de eletrodomésticos eficientes.

Do primeiro ao quarto escalões do IRS não haverá qualquer participação financeira do munícipe, que deverá recorrer a uma das instituições de IPSS (Instituições Particulares de Solidariedade Social) que firmaram protocolo com a autarquia. Estas serão responsáveis pelo aconselhamento, ajuda técnica e por acompanhar o cidadão até ao estabelecimento comercial onde serão adquiridos os equipamentos. “O dinheiro não passa pelo munícipe”, assegura Nuno Lopes. “Basta dirigirem-se às IPSS e levar fatura proforma ou orçamento dos equipamentos que gostariam de substituir”, afirma o vice-presidente.

Se a adesão a este fundo for grande, e assim esperamos, assumimos compromisso de reforçar a dotação de forma a que nenhuma família fique de fora. Com estes primeiros três milhões de euros vamos perceber a adesão, vamos aprender. É uma coisa inédita.

Nuno Lopes

Vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais

No quinto e sexto escalões, a câmara pagará entre 50% e 80% do investimento, consoante o tipo de equipamento.

“Se a adesão a este fundo for grande, e assim esperamos, assumimos o compromisso de reforçar a dotação de forma a que nenhuma família fique de fora. Com estes primeiros três milhões de euros vamos perceber a adesão, vamos aprender. É uma coisa inédita, é partir do nacional para a resposta local”, afirma o autarca, que aponta a uma redução da fatura energética em 50%.

Para assegurar que não haverá repetição de atribuição de apoios aos mesmos cidadãos entre o fundo ambiental nacional e o fundo verde municipal, a autarquia articulou-se com a Agência para a Energia (ADENE) e a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) para que os apoios dados em Cascais sejam cruzados com os fornecidos pela República.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

João Paulo Luz assume direção comercial da SIC

  • + M
  • 13 Dezembro 2024

O responsável, na Impresa desde 2015, acumulará a direção comercial de TV com o atual cargo de diretor comercial digital SIC e do Expresso.

João Paulo Luz será, a partir de 6 de janeiro, o novo diretor comercial da área de televisão do grupo Impresa. O responsável, na Impresa desde 2015, acumulará a direção comercial de TV com o atual cargo de diretor comercial digital SIC e do Expresso.

João Paulo Luz vai substituir Pedro Fernandes, que deixa a Impresa, depois de 27 anos, mantendo-se no entanto como representante da SIC na CAEM. “O seu trabalho incansável, visão ímpar e defesa intransigente dos interesses da SIC muito contribuíram para o crescimento e êxito da empresa. Tornou-se uma referência na área da publicidade em Portugal, respeitado por clientes e pares, e é por isso que continuará ligado ao grupo, mantendo-se como o representante da SIC na CAEM”, diz a Impresa em comunicado.

A nomeação de João Paulo Luz acontece na sequência da implementação do novo plano Estratégico, para o triénio 2025-2027, justifica o grupo, sem detalhar o plano.

Recorde-se que Ricardo Costa será, a partir de 6 de janeiro, chief content officer da Imprensa. O até agora diretor de informação da SIC e diretor da SIC Notícias vai integrar a comissão executiva, como administrador com o pelouro editorial. Ricardo Costa terá responsabilidade sobre os conteúdos do Expresso e da SIC, quer na área de informação como na área de entretenimento. Bernardo Ferrão assumirá, também nessa data, o cargo de diretor de informação da SIC e de diretor da SIC Notícias.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Câmara de Braga pretende adquirir edifícios da Arquidiocese por 1,4 milhões de euros

A autarquia vai adquirir o Cinema São Geraldo, avaliado em 745 mil euros, e o edifício do Pé Alado em 659 mil euros, perfazendo um total de 1,4 milhões de euros.

A Câmara Municipal de Braga vai adquirir à Arquidiocese local os edifícios do Pé Alado e o antigo Cinema S. Geraldo, por um valor global de 1,4 milhões de euros. O município tenciona lançar o concurso público para a reabilitação dos dois imóveis no primeiro trimestre de 2025 e vai levar o assunto à reunião do Executivo da próxima segunda-feira.

O objetivo é incluir estas empreitadas no quadro de investimentos prioritários de reabilitação urbana que o município vai submeter ao programa Norte 2030. Segundo a autarquia, o Cinema São Geraldo está avaliado em 745 mil euros e o edifício do Pé Alado em 659 mil euros, perfazendo um total de 1,4 milhões de euros.

“Com a formalização imediata e sem necessidade de validação subsequente por qualquer entidade civil ou eclesiástica, o município de Braga fica habilitado a promover os projetos de reabilitação previstos para ambos os edifícios, de forma integrada, criando condições para a criação do Media Arts Center e para a qualificação plena das instalações disponibilizadas à União de Freguesias de São Lázaro e São João de Souto, a concluir até 2026″, avança a câmara em comunicado.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Operadoras baixaram preços “apenas onde a Digi está”, diz presidente da Anacom

A presidente da Anacom vê com bons olhos o impacto que a nova operadora está a ter no setor ao nível dos preços, mas diz que a descida só está a ocorrer em zonas onde a Digi está presente.

A entrada da Digi em Portugal levou as três grandes operadoras a melhorarem as suas ofertas, mexendo nos serviços das marcas low-cost. Mas com uma nuance importante: só estão a fazê-lo nas zonas onde a nova operadora está presente, afirmou esta sexta-feira a presidente da Anacom.

Meo, Nos e Vodafone controlam, respetivamente, a Uzo, a Woo e o Amigo, três marcas de telecomunicações que têm ganhado expressão no mercado português ao longo dos últimos meses. Principalmente desde que a Digi se apresentou ao mercado no passado dia 4 de novembro.

Num encontro com jornalistas, considerando que as operadoras estão “a proteger a rainha e a mexer no peão”, Sandra Maximiano disse que as três grandes marcas do setor estão a baixar “os preços das suas low cost“, mas “apenas onde a Digi está” presente.

Quanto questionada sobre se a Anacom já confirmou essa tendência, a presidente respondeu que esse movimento por parte das operadoras “é claro”.

A Uzo, a Woo e o Amigo promoveram em novembro descidas significativas dos seus preços e alterações nas condições. Em linhas gerais, apesar de terem reduzido para metade a velocidade máxima dos seus acessos de fibra ótica, as low cost decidiram baixar os prazos de fidelização de dois anos para três meses, igualando a prática introduzida pela Digi.

Outra mudança expressiva foi a introdução de televisão, ainda que com uma grelha de canais mais reduzida.

No mesmo encontro com jornalistas, Sandra Maximiano também afirmou que a Digi, devido às limitações na cobertura, “ainda não é uma alternativa” aos pacotes das três principais operadoras. Mas revelou que algumas das barreiras à sua expansão no mercado já foram resolvidas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Eversheds Sutherland tem novos sócios

"Estas promoções são um reflexo do talento, dedicação e contribuição contínuos destes profissionais para o sucesso do nosso escritório", sublinha o co-managing partner Rodrigo Almeida Dias.

A Eversheds Sutherland promoveu seis sócios a sócios de indústria: António Cid, Gonçalo Mexia e João Osório de Castro, do departamento de Societário e Comercial, Bruno Arez Martins, de Fiscal, Dirce Rente, de Penal, Contraordenacional e Compliance, e Sofia Ferreira Enriquez, de Contencioso e Seguros.

 

Também Paulo Sampaio Neves, que se juntou à Eversheds Sutherland em 2005 e integra os departamentos de Life Sciences e de Propriedade Intelectual, onde era associado principal, foi promovido a sócio convidado.

Estas promoções são um reflexo do talento, dedicação e contribuição contínuos destes profissionais para o sucesso do nosso escritório. Cada um deles tem desempenhado um papel fundamental no crescimento e fortalecimento das nossas áreas de prática e do escritório como um todo. Continuamos a investir no desenvolvimento do nosso capital humano, pois acreditamos que são as pessoas que fazem a diferença no nosso compromisso com a excelência e inovação”, sublinha o co-managing partner Rodrigo Almeida Dias.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Silva Peneda defende que “não devia ser permitido” aos Governos avançar com aumento extra das pensões

A haver aumentos extraordinários das pensões, Vieira da Silva é favorável a subidas permanentes, enquanto Bagão Félix tem simpatia pelos suplementos. Já Silva Peneda queria fechar totalmente a porta.

O ex-ministro José Silva Peneda defendeu esta sexta-feira que não deveria ser permitido aos Governos avançar com atualizações extraordinárias das pensões, argumentando que tal “é mau para a credibilidade e sustentabilidade do sistema“. Esta posição foi assumida nas Jornadas CoLabor, num painel em que o também ex-ministro José António Vieira da Silva sublinhou que tal só faria sentido se estivessem também proibidos os congelamentos das reformas.

Não devia ser permitido que os Governos decidissem atualizações extraordinárias das pensões. É uma medida tentadora em termos eleitorais, mas é má para a credibilidade e sustentabilidade do sistema”, sublinhou Silva Peneda, que não esteve presente no evento em Lisboa (por motivos de saúde), mas fez ler uma intervenção sua.

Quanto muito, a ser encarada esta possibilidade, então que fique consagrado que o Orçamento do Estado suportaria uma parte significativa do aumento do encargo correspondente. Por exemplo, 50%”, detalhou o governante.

Esta posição é particularmente relevante, numa altura que o aumento extraordinário das pensões se tornou num dos temas mais quentes do cenário político.

Por um lado, o Governo sinalizou que avançaria com um suplemento extraordinário das pensões (pago uma única vez) em 2025, mas deixou claro que tal estaria dependente da execução orçamental.

Por outro, uma maioria negativa no Parlamento aprovou uma proposta do PS que garante às reformas até cerca de 1.500 euros uma atualização extraordinária (permanente) de 1,25 pontos percentuais já em janeiro.

Não faz sentido num sistema maduro, sério e constitucional que haja uma lógica de abonos extraordinários, a não ser quando as circunstâncias justificam.

José António Vieira da Silva

Ex-ministro do Trabalho

Questionado sobre este confronto político, e sobre a posição assumida por Silva Peneda, o ex-ministro Vieira da Silva (que, durante os seus anos no Governo, aplicou às pensões vários aumentos extraordinários) começou por explicar que tal “só faria sentido” se também não fosse permitido aos Governos congelar as reformas. E deixou claro que fica mais “repugnado” com a lógica do bónus, uma vez que “é inverter toda a lógica do sistema”.

“Não faz sentido num sistema maduro, sério e constitucional que haja uma lógica de abonos extraordinários, a não ser quando as circunstâncias justificam”, realçou o ex-governante, referindo-se, por exemplo, ao cenário de “inflação galopante” vivido nos últimos anos do Governo de António Costa. “Gostaria que houvesse menos medidas extraordinárias. Se tem que haver, prefiro que sejam incluídas no sistema“, afirmou.

Tenho alguma simpatia, desde que não seja vulgarizado, por poder haver aumentos esporádicos, um bónus. Beneficia as pensões mais baixas.

António Bagão Félix

Ex-ministro do Trabalho

Já o ex-ministro António Bagão Félix defendeu o oposto, dizendo ter “alguma simpatia” pela lógica dos suplementos, até como “distribuição de dividendos” quando o sistema tem excedentes, sem prejudicar o futuro.

Tenho alguma simpatia, desde que não seja vulgarizado, por poder haver aumentos esporádicos, um bónus. Por várias razões. Beneficia as pensões mais baixas“, assinalou.

Ex-ministros desaconselham uso da “almofada” para outros fins

Bagão Félix, antigo ministro das Finanças, em entrevista ao ECOHugo Amaral/ECO

No debate desta sexta-feira, cujo objeto central foi o Livro verde sobre o futuro das pensões, tanto o ex-ministro Bagão Félix, como o ex-ministro Vieira da Silva deixaram um recado: o Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS) não deve ser usado para outros fins que aquela para que foi criado, isto é, deve servir somente para assegurar o pagamento das pensões, em caso de défices.

“Há que estar alerta com tentações de usar o FEFFS para outras funções. Já ouvi o boato que o FEFFS pudesse financiar parte do défice do regime fechado da CGA. Cuidado“, apelou Bagão Félix.

Já Vieira da Silva sublinhou que “há quem tenha a tentação de dizer que o excedente” do sistema da Segurança Social “é falso“, uma vez que existe um défice na Caixa Geral de Aposentações (CGA). Ora, esse défice foi criado por “quem criou” a própria CGA, atirou.

Há que estar alerta com tentações de usar o FEFFS para outras funções. Já ouvi o boato que o FEFFS pudesse financiar parte do défice do regime fechado da CGA. Cuidado.

António Bagão Félix

Ex-ministro do Trabalho

A CGA nunca foi criada numa lógica contributiva e previdencial. Se fosse, não tinha a idade da reforma que teve, não tinha a ausência de contribuições que houve durante décadas, e não tinha condições muito mais favoráveis do que têm os demais trabalhadores. O Estado assumiu um compromisso com aqueles trabalhadores de lhes pagar aquela pensão“, lembrou o ex-governante.

Não vamos pensar que vai ser o esforço contributivo do sistema previdencial que vai financiar uma responsabilidade que o Estado assumiu, com a sua própria escolha”, asseverou.

Ainda sobre o FEFFS, Vieira da Silva salientou que é “pela prudência“, não ficando “chocado que existam reservas em títulos de dívida pública”.

Também Bagão Félix aconselhou “nada de aventureirismo” com este fundo, ainda que confesse simpatia com alguma limitação do fundo ter instrumentos de dívida pública, à semelhança do que é recomendado pelos especialistas do referido livro verde.

“É altura de reavaliar a fórmula das pensões”

José Vieira da Silva, Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, em entrevista ao ECO - 30SET19

Com o futuro da Segurança Social como pano de futuro, José António Vieira da Silva aproveitou o painel desta sexta-feira para observar que “é altura de reavaliar a fórmula de cálculo das pensões“, nomeadamente ponderando a inclusão dos dados salariais, a par do crescimento da economia e da inflação. Isto até porque há pensionistas com pensões mais altas que, no atual quadro, nunca recebem atualizações.

Por outro lado, também quanto à idade da reforma, o ex-ministro admitiu um debate, mas defendeu que a relação entre esse limite etário e a esperança média de vida deve ser mantida. A esperança de vida e a idade da reforma têm uma relação que não pode ser ferida”, declarou.

Já quanto ao financiamento do sistema de pensões, e em resposta a uma das propostas do Livro verde, Vieira da Silva não poupou críticas à ideia de olhar Valor Acrescentado Líquido (VAL) das empresas, em vez de somente os salários.

“Se a proposta do VAL fosse para aumentar as receitas… Mas é para substituir. A única explicação é que os setores que pagarão mais e o que os que pagarão menos em conjunto terão um efeito positivo. Não percebo como“, esclareceu Vieira da Silva, que alertou para o risco de planeamento agressivo perante esta medida.

Se a proposta do VAL fosse para aumentar as receitas… Mas é para substituir. A única explicação é que os setores que pagarão mais e o que os que pagarão menos em conjunto terão um efeito positivo. Não percebo como.

José António Vieira da Silva

Ex-ministro do Trabalho

Já Bagão Félix recordou que “sempre foi favorável” a uma “ideia próxima do VAL”, mas reconheceu potenciais problemas. “Estamos na UE e numa economia global. Experiências deste tipo têm de ser prudentes, graduais e vista num quadro mais geral“, assinalou o ex-governante.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Acordo com Oi melhora resultados da Pharol em 26 milhões

Pharol esclarece que a anulação de um passivo de 26,2 milhões de euros se irá traduzir numa melhoria dos resultados através da rubrica de impostos e também da situação líquida no mesmo montante.

A Pharol anunciou esta sexta-feira que o acordo com a Oi vai resultar numa anulação do passivo de 26,2 milhões de euros, o qual terá um “impacto positivo em resultados” na rubrica de impostos devido aos reembolsos recebidos do Fisco e consequentemente na situação líquida da empresa “do mesmo montante”.

Num comunicado enviado ao mercado, a empresa liderada por Palha da Silva esclarece que o montante de 26,2 milhões de euros corresponde a um valor líquido dos custos de 22 milhões incorridos no passado relacionados com contingências fiscais, “pelo que o montante de 22 milhões não terá impacto nas demonstrações financeiras”.

Por outro lado, acrescenta ainda que a redução de 15 milhões de euros na conta escrow refere-se a uma diminuição na conta garantia anteriormente depositada pela Oi para fazer face a potenciais contingências fiscais, “que a esta data foi revisto em baixa”.

A Pharol adianta também que potenciais futuros reembolsos que a Autoridade Tributária previamente pagos pela Pharol pertencem à própria empresa. Mas neste caso não se sabe qual o impacto nas contas pois “não existe previsão de ocorrência futura”, segundo esclarece.

A Pharol nasceu da implosão da antiga Portugal Telecom e tem como principais ativos a participação na brasileira Oi e um crédito de 897 milhões de euros sobre a Rioforte.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Mais de meio milhão de multas de trânsito entre janeiro e julho e maioria por velocidade

  • Lusa
  • 13 Dezembro 2024

A maior parte das multas foram por excesso de velocidade, nomeadamente os condutores apanhados pelos radares geridos pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária.

Mais de meio milhão de infrações ao trânsito foram detetadas nos primeiros sete meses do ano, mais 6,2% do que no mesmo período de 2023, sendo a maioria por excesso de velocidade, revelou esta sexta-feira a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR).

Segundo o relatório da ANSR de sinistralidade a 24 horas e fiscalização rodoviária, de janeiro a julho de 2024 foram fiscalizados 141,9 milhões de veículos, quer presencialmente, quer através de meios de fiscalização automática, um aumento de 79,8% em relação ao período homólogo de 2023.

Dos 141,9 milhões de veículos fiscalizados naquele período, as autoridades detetaram 545,1 mil infrações, o que representa um aumento de 6,2% face ao período homólogo do ano anterior.

A maior parte das multas foram por excesso de velocidade, nomeadamente os condutores apanhados pelos radares geridos pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, que registou, neste período, um crescimento de 49,6% no número de infrações, passando de 224.464 de janeiro a julho de 2023 para 335.801 no mesmo período deste ano.

Segundo o relatório, das 395.492 infrações registadas pelo excesso de velocidade, 335.801 dizem respeito aos radares da ANSR. O documento frisa que o número de condutores fiscalizados no sistema radares da responsabilidade da ANSR, num total de 136.719.761, aumentou 88%, entre janeiro e julho, face a período idêntico de 2023.

“O SINCRO gerido pela ANSR registou um aumento de 88,1%, em contraste com a PSP e a GNR que registaram diminuições de 22,4% e 14,7%, respetivamente”, precisa o documento.

A ANSR refere que 72,6% do número total de multas registado nos primeiros sete meses de 2024 correspondeu a excesso de velocidade e 5,9% das infrações se deveram à ausência de inspeção periódica obrigatória, tendo ainda se verificado que a condução sob influência de álcool atingiu um peso de 2,8% do total, a ausência de seguro representou 1,8%, o uso do telemóvel 1,6% e a não utilização de cinto de segurança 1,3%.

Em comparação com o ano anterior, com exceção do excesso de velocidade que teve um aumento de 23,1%, ANSR sublinha que se verificaram diminuições generalizadas em todas as restantes tipologias de infração, destacando a ausência de cinto de segurança (-44,9%), sistemas de retenção para crianças (-33,2%), uso do telemóvel ao volante (-32,3%), excesso de álcool (-21,4%) e falta de seguro (-14,0%).

A ANSR indica também que a criminalidade rodoviária, medida em número total de detenções, diminuiu 38,8% por comparação ao período homólogo de 2023, atingindo 13.000 condutores. Do total, 57% deveu-se à condução sob a influência de álcool (-38,5%), seguindo-se 33,3% por falta de habilitação legal para conduzir.

Até julho de 2024, cerca de 712,2 mil condutores perderam pontos na carta de condução. Desde junho de 2016, data de entrada em vigor do sistema de carta por pontos, 3.286 condutores ficaram com o seu título de condução cassado, indica ainda a ANSR.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Moldova decreta estado de emergência energética por 60 dias a partir de segunda-feira

  • Lusa
  • 13 Dezembro 2024

A suspensão da circulação de gás russo através da Ucrânia pode causar uma falta de energia elétrica no inverno. Contrato de abastecimento por território ucraniano termina a 31 de dezembro.

A Moldova decretou esta sexta-feira o estado de emergência energética durante 60 dias a partir da próxima segunda-feira, perante a ameaça de uma crise humanitária devido à possível suspensão do fornecimento de gás russo à Europa através da Ucrânia. O prazo desse contrato de abastecimento por território ucraniano termina a 31 de dezembro.

A medida, proposta pelo primeiro-ministro moldovo, Dorin Recean, foi aprovada pelo parlamento, apenas com os votos do Partido da Ação e Solidariedade (PAS), no poder, liderado pela Presidente da ex-república soviética, Maia Sandu. A oposição moldova criticou fortemente a declaração do estado de emergência.

“Para o PAS, o estado de emergência tornou-se a norma. Quando à frente do país se encontra um Governo analfabeto, as crises tornam-se a norma”, declarou o líder do oposicionista Nosso Partido, Renato Usatii, citado pelo jornal digital Noi.md.

Segundo o Governo moldovo, a suspensão da circulação de gás russo através da Ucrânia pode causar uma falta de energia elétrica no inverno, uma vez que a central termoelétrica da Moldova, país situado entre a Ucrânia e a Roménia, funciona com gás procedente da Rússia.

A situação na região separatista da Transnístria, que também declarou estado de emergência na quinta-feira, é ainda mais grave, uma vez que está totalmente dependente do fornecimento de gás russo. De acordo com o vice-primeiro-ministro moldovo, Oleg Serebrian, a Ucrânia não manterá a circulação de gás russo através do seu território para permitir a continuação do abastecimento à Hungria e à Moldova.

A nossa posição é totalmente clara: estamos a preparar-nos para circulação zero a partir de 01 de janeiro (…). Só este ano, realizámos vários testes de resistência ao nosso sistema de gasodutos, para ver como funcionará com circulação zero”, afirmou na quinta-feira o ministro da Energia ucraniano, Herman Galushchenko.

Após o início da guerra russa na Ucrânia, a 24 de fevereiro de 2022, o Governo de Kiev declarou que não iria prolongar o contrato de cinco anos assinado em 2019 com o consórcio de gás russo Gazprom para a passagem do seu gás pelo território ucraniano.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Francois Bayrou defende reconciliação para travar impasse político

  • Lusa
  • 13 Dezembro 2024

“Todos conhecem a situação difícil em que nos encontramos. Mas há um caminho que temos de encontrar, o da unidade em vez da divisão”, disse o novo chefe do Governo.

O recém-nomeado primeiro-ministro francês, François Bayrou, defendeu esta sexta-feira que “a reconciliação é necessária” para ultrapassar o impasse político que a França vive atualmente, abrindo a porta à colaboração com todos os partidos.

“Todos conhecem a situação difícil em que nos encontramos. Mas há um caminho que temos de encontrar, o da unidade em vez da divisão”, disse o novo chefe do Governo à imprensa na sua primeira declaração desde a sua nomeação pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, acrescentando que “a reconciliação é necessária”.

Bayrou, de 73 anos, foi nomeado hoje de manhã, uma semana depois da moção de censura que derrubou o Governo do conservador Michel Barnier, votada pela esquerda e pela extrema-direita, após três meses de mandato.

Esta nomeação “vem no momento certo, porque coincide com o aniversário do nascimento de Henrique IV”, disse Bayrou, referindo-se ao rei que, com a frase “Paris vale uma missa, pôs fim às guerras de religião na França do século XVI, e do qual é um dos principais estudiosos.

O veterano centrista e aliado de Macron tomará posse esta tarde no Hôtel de Matignon, após a transmissão de poderes do primeiro-ministro demissionário, que foi muito aplaudido às 17:00 horas locais (16:00 de Lisboa) antes da chegada de François Bayrou para uma reunião entre ambos.

François Bayrou terá uma enorme tarefa à frente do Governo, tendo o Orçamento do Estado para 2025 como prioridade, numa altura em que a França está fortemente endividada e o projeto de orçamento da Segurança Social levou à queda do seu antecessor.

Com a esquerda radical França Insubmissa (LFI) a garantir uma moção de censura, os restantes partidos da oposição não ficaram satisfeitos com a nomeação do centrista, mas garantiram não censurar o novo chefe de Governo ‘a priori’ desejando conhecer primeiro os seus objetivos políticos.

O Partido Socialista (PS) enviou esta tarde uma carta a Bayrou pedindo-lhe que abandone o mecanismo 49.3 (que permite a aprovação de projetos de lei sem votação) em troca da não-censura e também que não dependa do partido de extrema-direita União Nacional (RN) de Marine Le Pen.

Na mesma carta, o PS anunciou que “não participará no [seu] governo e que, por conseguinte, permanecerá na oposição no Parlamento”, mas pedem a Bayrou que se encontre “o mais rapidamente possível” com os presidentes dos grupos parlamentares da coligação de esquerda Nova Frente Popular (NFP) e, de um modo mais geral, com “aqueles que lideraram a Frente Republicana”.

Os socialistas consideram que “ao escolher mais uma vez um primeiro-ministro do seu próprio campo”, Emmanuel Macron “assume a responsabilidade de agravar a crise política e democrática em que colocou o país desde a dissolução da Assembleia Nacional”, quando as eleições legislativas deveriam ter levado à nomeação de “um primeiro-ministro de esquerda”.

Para segunda-feira, está previsto que a Assembleia Nacional vote uma “lei especial” para assegurar a continuidade de financiamento do Estado. A “lei especial” estenderá temporariamente as normas orçamentais de 2024, até que o novo Governo francês consiga que o orçamento para 2025 seja aprovado.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Digi “ainda não é uma alternativa” às três grandes operadoras, diz líder da Anacom

Líder da Anacom diz que a nova empresa de telecomunicações tem serviço limitado, pelo que não "consegue competir com o mesmo nível" com Meo, Nos e Vodafone. "Queremos é que se chegue lá", acrescenta.

A presidente da Anacom disse esta sexta-feira que a oferta da Digi, que se estreou no mercado português no início de novembro, “ainda” não representa “uma alternativa” aos pacotes das três grandes operadoras, Meo, Nos e Vodafone.

“Acho que ainda não temos uma alternativa ao que os operadores oferecem nos seus produtos raiz, nos pacotes. Ainda não temos aí uma alternativa que consiga competir com o mesmo nível com esses três operadores. Queremos é que se chegue lá”, disse Sandra Maximiano, num encontro com jornalistas.

A empresa de origem romena começou a operar em Portugal no dia 5 de novembro, mas com um nível de serviço mais limitado do que o das empresas incumbentes. Um dos principais problemas é a cobertura, numa altura em que está a construir as suas próprias redes de fibra e 5G, apesar de já estar a pressionar a concorrência a descer os preços.

A ausência de rede nos túneis do metro de Lisboa tem sido um dos aspetos mais ilustrativos dessas limitações, depois de responsáveis da Digi terem denunciado o que entendem ser “barreiras” para dificultar a sua expansão no país. Mas a Anacom tem tido alguma intervenção para sanar o problema.

Sandra Maximiano explicou esta sexta-feira que as operadoras têm um contrato com o metro de Lisboa que as obriga a partilharem rede, mas não define nenhum prazo em que isso tem de ocorrer. Atualmente, as operadoras estão a pedir 24 meses para darem acesso à Digi, prazo que a líder da autoridade das comunicações considera ser “muito tempo”.

Nesse sentido, o regulador teve esta semana uma reunião com o metropolitano e pediu que fosse realizado “algum estudo que permita perceber se os prazos que os operadores estão a dizer são tecnicamente razoáveis ou não”. “Cabe a quem gere o contrato perceber isso”, defendeu a presidente da Anacom.

Ainda assim, a responsável reconheceu que “não é falso o que os operadores dizem”, até porque o problema já terá sido resolvido na linha vermelha: “Na linha vermelha foi mais viável, porque é uma linha mais recente”, afirmou, salientando que já existe rede da Digi em “algumas estações”.

Quanto a outras “barreiras” denunciadas pelos responsáveis da Digi, nomeadamente ao nível dos municípios e centros comerciais, Sandra Maximano garantiu que “muitos desses passos estão resolvidos”. “O metro é realmente uma infraestrutura diferente. Estamos em constante contacto”, reiterou.

A presidente da Anacom disse ainda ter a informação de que a Digi e a Impresa já terão chegado a um acordo para incluir os canais do universo SIC na grelha de televisão da empresa romena. A empresa estreou o seu serviço de televisão com os canais da RTP e da TVI, incluindo a CNN, mas sem a SIC nem a SIC Notícias.

Neste contexto, e apesar das melhorias, a Digi “ainda não é um operador totalmente alternativo”, mas sim um “segundo operador” para as famílias. Questionada se tal significa que a empresa não fez uma boa entrada no mercado nacional, Sandra Maximiano afastou essa ideia, dizendo: “Foi a única estratégia possível para conseguirem ter uma grande adesão agora. Mas isso já aconteceu noutros mercados, em que eles entraram assim.”

Além disso, “as pessoas estão cansadas, mas também estão com medo de arriscar”, disse a presidente da Anacom, que advertiu, contudo, para a necessidade de se garantir que “não existam dois países e duas realidades”. “Podemos ter aqui, nas zonas urbanas, acesso até a outros produtos, outros serviços, com preços mais baratos, e depois em outras localidades isso ainda não acontecer, e acabarmos por criar essa discrepância”, afirmou.

(Notícia atualizada pela última vez às 17h33)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.