Caixa, BPI, BCP e Santander: o que dizem os banqueiros sobre o Novobanco?

Caixa confirmou que está a analisar. BPI diz que a decisão é do acionista. BCP dá as boas-vindas se vier para a bolsa. Santander “estranha” se for comprado pelo banco público. Quem quer o Novobanco?

Além dos lucros elevados, a ronda de apresentação de resultados dos bancos nas últimas semanas teve outro ponto em comum: o Novobanco. Nem todos abriram o jogo como Paulo Macedo o fez ao assumir abertamente que a Caixa está a analisar “essa hipótese”. Mas a troca de farpas entre os banqueiros permite perceber que está muito em jogo e que o negócio poderá mudar estruturalmente o mercado. A favor de quem?

“Estamos a analisar essa hipótese”. Paulo Macedo foi o mais claro dos banqueiros quando questionados pelo Novobanco, que se prepara para entrar na fase mais decisiva do seu processo de venda.

“Interessam-nos operações que possam ter sinergias com a Caixa, acrescentar valor e que o total seja maior do que o somatório das partes”, acrescentou o líder do banco público na passada quinta-feira depois de ter anunciado lucros recorde de 1,74 mil milhões de euros.

Maio poderá ser o mês do IPO do banco da Lone Star, mas esse caminho poderá ser interrompido se alguém se chegar à frente e passar o cheque com o número certo ao fundo americano.

A Caixa poderá não estar sozinha nesta corrida. Do lado do BPI também se manifestou interesse, ainda que de uma forma menos declarada. O CEO João Pedro Oliveira e Costa deixou o tema nas mãos do Caixabank. “Será sempre o movimento do acionista, e não do BPI, porque o BPI não teria capital para esse movimento”, afirmou o gestor, lembrando que os espanhóis têm um “importante” historial no que toca a processos de consolidação.

“A consolidação não é estranha ao Caixabank. (…) Estes movimentos foram feitos com enorme racionalidade, têm de criar valor para o acionista, melhorar a vida dos trabalhadores e o serviço dos clientes. Foi com essa linha de consolidação que tomou a posição no BPI. E se olharmos para os resultados do BPI nos últimos oito anos, esse movimento demonstra que é uma linha de atuação possível”, afirmou o presidente do BPI.

Também o BCP poderá ser um candidato. Miguel Maya foi mais esquivo nas respostas que deu aos jornalistas. “Não estamos em nenhuma corrida pelo Novobanco. De cada vez que há uma operação no mercado é nossa obrigação analisar”, referiu. Mas não deixou de lançar farpas e avisos, mostrando que o negócio do Novobanco não é completamente indiferente ao BCP.

Apresentação de Resultados do 3º Trimestre da Caixa Geral de Depósitos - 07NOV24

Novobanco público ou espanhol?

Quem comprar o Novobanco arrisca a tomar ou reforçar a liderança do mercado com praticamente um terço de quota de mercado em Portugal.

Por outro lado, se o comprador for espanhol, irá acentuar o domínio de nuestros hermanos no sistema nacional – sendo que atualmente os bancos em Portugal com capital espanhol representam quase 30% do total.

Recentemente, o governador do Banco de Portugal alertou para as implicações sistémicas de um eventual processo de consolidação com o banco público. “A Caixa é um banco muito importante, mas isso traz também responsabilidade. É uma decisão de negócio com consequências sistémicas que têm de ser analisadas”, alertou.

Nesse sentido, Mário Centeno mostrou-se mais favorável a um IPO, embora frisasse que o desfecho final será determinado pelo mercado: “Gostava de ter mais bancos na bolsa”.

“Não sei muito bem o que [o governador] quererá dizer, mas não deixa de ser estranho, no panorama europeu, um banco público, que é o maior banco, poder comprar um outro banco, o quarto player e ficar com mais de um terço do mercado”, atirou Pedro Castro e Almeida, CEO do Santander Totta há cerca de um mês.

As declarações mereceram resposta do líder da Caixa: “Se me preocupa que o Novobanco vá parar a mãos estrangeiras? Eu vi o presidente do Santander preocupado que o Novobanco venha parar à Caixa. Eu fico preocupado se a banca espanhola passar a ficar com 45% de quota de mercado”.

Miguel Maya avisou que é “desejável que haja uma apreciação da concorrência se houver uma operação de consolidação”. “Não me passaria pela cabeça que não haja uma avaliação”, considerou o CEO do BCP.

O CEO do BCP, Miguel Maya, ao lado do CEO do BPI, João Oliveira e Costa (D) na Conferência “40 Anos da APB”.ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

Vale cinco mil milhões?

Em relação ao valor potencial do Novobanco, na ordem dos cinco mil milhões de euros, os líderes da Caixa e do BCP mostraram-se céticos. “Se aplicássemos os múltiplos que tenho visto nos jornais, a Caixa teria um valor entre nove mil milhões e 16 mil milhões de euros”, respondeu Paulo Macedo. “Se vale este valor? Fico mais entusiasmado com o que vale o BCP”, referiu Miguel Maya.

Ambos também comentaram a possibilidade de o Novobanco acabar na bolsa. Paulo Macedo assumiu que esse desfecho não representará um obstáculo a um processo de consolidação: “Se entrar em bolsa, não vejo que se torne impeditivo de alguma coisa. Há vários pressupostos. E não me parece que a Lone Star avance para bolsa se não tiver o destino final do comprador”.

Já Miguel Maya, líder do único banco nacional cotado, dá as boas-vindas: “Se o Novobanco for para o mercado, ficamos entusiasmados, não tira valor ao BCP. Estamos sozinhos no mercado, será bem-vindo na bolsa”.

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Sogrape antecipa envio de encomendas para os EUA para ‘fintar’ tarifas de Trump

A dona do Mateus Rosé, Barca Velha, Sandeman e Porto Ferreira reforçou o stock para prevenir possíveis perturbações. EUA são o segundo maior mercado dos vinhos portugueses.

Desde que Donald Trump tomou posse como Presidente dos EUA, os empresários estão em alerta com as eventuais tarifas às importações que possam surgir. O setor dos vinhos não é exceção, atendendo ao peso do mercado americano: 102 milhões de euros no ano passado. A gigante Sogrape já tomou medidas ao reforçar o stock para garantir cerca de seis meses de encomendas, antecipando possíveis perturbações.

Com as exportações para os EUA a representaram cerca de 20% do total de exportações da Sogrape o ano passado, a dona do Mateus Rosé, Barca Velha, Sandeman e Porto Ferreira confirmou ao ECO que “adotou uma abordagem preventiva ao reforçar o stock no importador nos EUA, a Evaton, para minimizar eventuais perturbações no mercado”.

Sem confirmar a quantidade enviada para os EUA, a maior empresa portuguesa de vinhos adiantou que “reforçou o stock para garantir cerca de seis meses de disponibilidade, antecipando possíveis perturbações”.

Reforçámos o stock para garantir cerca de seis meses de disponibilidade, antecipando possíveis perturbações.

João Gomes da Silva

Administrador executivo da Sogrape

João Gomes da Silva, administrador executivo da Sogrape, não tem dúvidas que “antecipar encomendas em períodos de incerteza permite à empresa assegurar a continuidade do fornecimento e responder da melhor forma às necessidades dos clientes”.

Contrariamente à maior produtora de vinhos nacional, que viu em 2023 o volume de negócios encolher para 333 milhões de euros, a Symington Family Estates “ainda não antecipou encomendas”. A direção comercial de uma das maiores produtoras mundiais de vinho do Porto premium diz ao ECO que “tendo em conta a imprevisibilidade do que poderá acontecer, prefere aguardar”.

Barreiras burocráticas ou tarifas podem ameaçar exportações

Embora ainda não estejam confirmadas as tarifas sobre o setor dos vinhos, Frederico Falcão, presidente da ViniPortugal, assegura ao ECO que “qualquer dificuldade, sejam barreiras burocráticas ou tarifas, terão impacto negativo nas exportações”.

O administrador executivo da Sogrape corrobora a ideia do líder da ViniPortugal e refere que “qualquer medida que gere incerteza no comércio internacional representa um desafio para o negócio”. No entanto, acredita “que a solidez das marcas do grupo, aliada ao crescente interesse pelos vinhos portugueses nos EUA, permitirá a Sogrape ultrapassar eventuais obstáculos e continuar a crescer neste mercado”.

A Symington que detém marcas como a Graham’s e Cockburn’s (Porto) ou Altano (DOC Douro), também “receia” eventuais tarifas, justificando que os “EUA são um mercado importante para as categorias de vinho do Porto premium, que tem vindo a ganhar mais peso em função do aumento de turismo americano em Portugal”.

De acordo com dados da ViniPortugal, o ano passado os EUA reforçaram a posição como o segundo maior mercado dos vinhos portugueses com um crescimento de 2%, atingindo 102,1 milhões de euros. França manteve-se como o principal destino dos vinhos portugueses.

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Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para abrir o gráfico.

Bernardo Gouvêa, presidente do Instituto da Vinha e do Vinho (IVV), diz ao ECO que “existe claramente uma preocupação do setor“, tendo em conta os Estados Unidos é neste momento o segundo maior mercado para as exportações nacionais.

Existe preocupação no setor, claramente, pois o mercado dos Estados Unidos é neste momento o segundo maior mercado para as exportações nacionais (logo a seguir a França.

Bernardo Gouvêa

Presidente do IVV

“É um mercado muito importante para Portugal, cada vez mais importante“, diz ao ECO o líder da ViniPortugal. “Tinha expectativa que em 2024 os EUA se tornassem o mercado número 1, não foi o ano passado, mas será certamente em 2025 que o mercado norte-americano vai ser o principal destino das nossas exportações“, prevê Frederico Falcão.

Em novembro e dezembro do ano passado, as exportações de vinho para EUA cresceram 4,5% em volume e 4,7% em valor, quando comparado com o período homólogo. Atendendo a estes valores, o líder da ViniPortugal considera que “não houve influência da nova administração dos EUA (ou das ameaças públicas sobre tarifas) nas exportações em 2024.

Dados do IVV mostram que os Estados Unidos cresceram, neste último trimestre, 11% em volume e 10% em valor. No entanto, o presidente do Instituto da Vinha e do Vinho realça que os dados “não permitem concluir, à priori, qualquer tipo de “antecipação” de compras neste mercado devido à ameaça de imposição de novas tarifas”.

Bernardo Gouvêa, presidente do Instituto da Vinha e do Vinho (IVV)

A nível global, as exportações portuguesas para os Estados Unidos têm vindo a aumentar e o país liderado por Donald Trump já é o quarto principal cliente, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).

Para além do setor do vinho, as tarifas de Trump estão a ser encaradas como um balde de água fria com os produtores de milho, os empresários do alumínio e aço e a indústria farmacêutica a anteciparam tempos difíceis.

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IRS tira mais de 300 euros a prémio de produtividade de 2.000 euros. Veja as simulações do 15.º mês

Prémios de produtividade estão isentos de IRS, mas fazem retenção na fonte. Só depois de cumpridas certas condições, Fisco reembolsa contribuintes. Em 2.000 euros, mais de 300 euros são retidos.

As confederações empresariais propuseram e o Governo de Luís Montenegro acolheu: os empregadores podem pagar prémios de produtividade, desempenho, participações nos lucros e gratificações de balanço isentos de IRS, até 6% do salário base anual do trabalhador. Ainda assim, no mês em que o pagamento é feito, é aplicada retenção na fonte. De acordo com as simulações da EY, um trabalhadores com um salário de dois mil euros brutos mensais que receba um prémio do mesmo valor, vê descontados 326 euros ao valor do bónus.

A ideia partiu da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), corria ainda o ano de 2023. Armindo Monteiro propôs ao então Governo de António Costa que as empresas pudessem pagar um 15.º mês aos respetivos trabalhadores isento de impostos e contribuições sociais.

Na altura, a medida não foi acolhida, mas o novo Governo, de Luís Montenegro, fez questão de incluir no seu programa a intenção de avançar com a isenção dos prémios de produtividade “correspondendo a um 15.º mês”. Concretizou essa promessa incluindo a medida, primeiro, no acordo assinado na Concertação Social e, depois, no Orçamento do Estado para este ano.

No entanto, nessa lei ficou previsto algo com o qual os empresários não concordam: os prémios, ainda que isentos de IRS, fazem retenção na fonte. Depois de verificar que o empregador cumprir as condições (nomeadamente, aumentar os demais salários), o Fisco reembolsa ao contribuinte retido em excesso.

Vamos a casos práticos. Sem esta medida, se um empregador quisesse atribuir a um trabalhador (solteiro, sem filhos) com um salário de mil euros um prémio de igual valor, esse bónus seria somado ao vencimento regular e agravaria a taxa de retenção na fonte.

Assim, em vez de descontar por mês 58,59 euros de mil euros, passaria a reter, nesse mês, mais de 300 euros dos dois mil euros totais, calcula a EY. Resultado: dos dois mil euros pagos pelo empregador nesse mês, o trabalhador recebera 1.564 euros líquidos.

Já com a nova medida, o prémio não agrava a taxa de retenção na fonte. Antes, é-lhe aplicada a taxa correspondente à remuneração mensal. Logo, o salário desse trabalhador continua a fazer o desconto que já vinha fazendo e o prémio de mil euros só retém 58,59 euros.

No total, nesse mês, são retidos 117 euros em IRS, o que quer dizer que, dos dois mil euros pagos pelo empregados, 1.773 euros chegam à carteira do trabalhador nesse mês, conforme mostra a tabela abaixo.

A EY também simulou o impacto da nova medida no imposto anual. Sem o que está previsto no Orçamento do Estado, um trabalhador com um salário mensal de mil euros e um prémio de mil euros teria, no total do ano, 1.456,88 euros de IRS anual a pagar. Feitas as contas, o seu vencimento anual líquido seria de 12.003,32 euros.

Já com a nova medida medida, tem menos 138,6 euros de IRS a pagar. Isto porque o prémio está isento de imposto até 840 euros (6% do ordenado anual). Logo, parte do imposto retido abate ao total devido ao Fisco.

Vamos agora ao caso de um trabalhador (solteiro, sem filhos) com um salário de dois mil euros e um prémio do mesmo valor. Sem a medida proposta pelos patrões e acolhida pelo Governo, dos quatro mil euros pagos pelo empregador, só 2.687 euros chegariam à carteira do trabalhador no mês do pagamento, porque a taxa de retenção na fonte sofreria um agravamento.

Já com a medida em questão, não há agravamento da taxa: o salário retém 326 euros e o prémio também. Dos quatro mil euros referidos, 3.128 euros chegam ao bolso do trabalhador nesse mês. São mais 441 euros do que no cenário anterior, como pode ver abaixo.

Vejamos agora o impacto anual. Sem a medida prevista no Orçamento do Estado para 2025, este trabalhador teria a pagar, no total, 5.142,84 euros de IRS num ano, o que significa que o seu rendimento líquido global seria de 21.777 euros.

A nova medida traz uma poupança de de 537,60 euros, uma vez que 1.680 euros dos dois mil euros de prémio estão totalmente isentos de IRS (6% da retribuição anual desse trabalhador), indica a EY.

Prémio de cinco mil euros retém quase 1.500 euros

A lei em vigor diz que os prémios de produtividade estão isentos de IRS até 6% da retribuição base anual do trabalhador, mas não estipula qualquer teto quanto aos ordenados considerados. Tal significa que o impacto desta medida torna-se cada vez maior, quanto maior o salário bruto.

Consideremos o caso de um trabalhador (solteiro, sem filhos) com um salário bruto mensal de cinco mil euros e um prémio de igual valor. Sem esta medida, a taxa de retenção agravar-se-ia e acabaria por receber, do total de dez mil euros, somente 5.735 euros. Com esta medida, a retenção não se agrava. O salário retém cerca de 1.500 euros e o prémio outros 1.500 euros, o que significa que, dos dez mil euros totais, 6.462,00 euros chegam à carteira. É uma diferença de 727 euros entre os cenários considerados.

Já no acerto de contas anual, 4.200 euros desses cinco mil euros de prémio ficarão isentos de imposto (6% da retribuição anual), o que significa que haverá uma poupança anual de 1.890 euros para esse contribuinte.

Num outro exemplo, um trabalhador (solteiro, sem filhos) com um salário de dez mil euros e um prémio de igual valor vai ver 3.715 euros desse bónus “absorvido na fonte”. Logo, dos 20 mil euros pagos nesse mês, apenas 11.470 euros vão chegar à sua carteira.

A alternativa seria, porém, menos generosa. Sem esta medida, a taxa de retenção na fonte agravar-se-ia de modo a que, dos tais 20 mil euros, 10.690 euros chegariam efetivamente ao trabalhador.

Quanto ao impacto anual, sem esta medida, teria a pagar, no conjunto do ano, 55.433,72 euros de IRS. Passa a ter de entregar 51.191,72 euros, porque 8.400 euros do prémio ficam isentos de imposto. É um ganho de mais de quatro mil euros.

Importa explicar que, se o empregador não cumprir as condições subjacentes a esta medida, os prémios têm menos de pagar impostos. Portanto, a vantagem no cenário anual desaparece.

Patrões apelam ao fim da retenção. E os partidos?

À saída da última reunião da Concertação Social, o presidente da CIP avisou que, como está, a medida “não é exequível” do ponto de vista prático, apelando a que a Autoridade Tributária “se organize” para que não seja feita retenção na fonte de IRS.

Apesar dos apelos do patrão dos patrões, os partidos do arco da governação, PSD e PS, não tencionam propor alterações legislativas para fazer cair a retenção na fonte dos prémios de produtividade e atira a bola para o Governo.

“Estamos bem com o regime criado, que tem uma cláusula de antiabuso e não estamos a pensar mudá-lo a não ser que surja uma proposta do Governo”, afirmou ao ECO o vice-presidente do PSD, Hugo Carneiro.

“Este incentivo é equilibrado e salvaguarda os interesses dos trabalhadores e do Estado. É importante que se façam os descontos no momento em que se paga o prémio e só depois se efetive a isenção, devolvendo essa parte que foi retida, para que se verifiquem que os requisitos para usufruir desse benefícios foram cumpridos”, argumento o deputado.

Por outro lado, “o Parlamento não pode alterar leis que impliquem perda de receita por causa da norma-travão”, acrescenta o social-democrata.

Do lado do PS, também não se perspetiva a entrada de um projeto de lei para dispensar a retenção na fonte do 15.º mês. Contudo, o vice-presidente do PS e antigo secretário de Estados dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes, defende que “se um prémio está isento não devia estar sujeito a retenção”.

“Mais uma vez este é um Governo que diz uma coisa e faz outra. O Governo tem um padrão: cria uma expectativa e depois não é bem assim. Acordou com os parceiros sociais isentar o prémio, mas depois esqueceu-se de retirar a obrigação de retenção na fonte”, criticou o deputado socialista.

O ECO questionou o Ministério das Finanças se pretendia mudar a lei, de forma a eliminar a obrigação de retenção na fonte do 15.º mês, mas até ao fecho deste artigo não obteve resposta.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 3 de março

  • ECO
  • 3 Março 2025

Ao longo desta segunda-feira, 3 de março, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Agentes de inteligência artificial que trabalham por si. Oiça o À Prova de Futuro

Manuel Dias, Diretor de Tecnologia da Microsoft Portugal, e Gonçalo Consiglieri, CEO da Visor.ia, explicam como os agentes de inteligência artificial vão mudar o trabalho e os modelos de negócio.

A Inteligência Artificial Generativa está na berra desde que a OpenAI lançou o ChatGPT em finais de 2022, mas é este ano que se espera que comece a fazer real diferença na forma como trabalhamos.

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Dizem as consultoras que em 2025 assistiremos ao início da generalização dos chamados agentes de inteligência artificial. O que são estes agentes? De uma forma simples são aplicações de software que usam as capacidades dos modelos de inteligência artificial para desempenhar tarefas de forma autónoma.

A Microsoft é uma das tecnológicas que mais está a investir nestes agentes virtuais. Neste episódio do À Prova de Futuro falamos com Manuel Dias, National Technology Officer da Microsoft Portugal, que partilha alguns exemplos do que estes programas já conseguem fazer hoje e vão fazer no futuro.

“Vamos começar, por exemplo, a ter um agente que trata de toda a validação legal de documentos legais, por exemplo, de uma empresa. Vamos ter agentes que conseguem agendar uma reunião, agentes que conseguem marcar uma viagem, que conseguem reservar um hotel, agente que por exemplo, fazem e aí estamos a falar, se calhar num passo mais à frente, agentes que conseguem fazer o atendimento ao cliente ou suporte ao cidadão”, ilustra Manuel Dias.

Na rubrica Gestor sem Medo falamos com Gonçalo Consiglieri, co-fundador e CEO da Visor.ai, uma startup portuguesa de agentes de conversação inteligentes, que trabalha com grandes bancos e seguradoras. O aumento da produtividade é um dos benefícios da nova tecnologia sublinhados pelo gestor.

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Trump anuncia a intenção de incluir altcoins na reserva estratégica dos EUA e criptoativos disparam

Trump anunciou pela sua rede social a intenção de incluir criptoativos secundários na reserva estratégica de criptomoedas dos EUA, provocando subidas superiores a 25%.

Donald Trump voltou a agitar o mercado das criptomoedas este domingo, provocando uma subida superior a 25% em vários ativos digitais após anunciar na sua rede social “Truth Social” que a reserva estratégica de criptoativos dos EUA incluirá altcoins como Ripple (XRP), Solana (SOL) e Cardano (ADA).

Esta é mais uma demonstração da influência que o atual presidente norte-americano exerce sobre o mercado de ativos digitais, consolidando a sua promessa de transformar os EUA na “capital mundial das criptomoedas”.

O anúncio gerou uma onda imediata de entusiasmo entre os investidores, com os ativos mencionados a registarem valorizações entre 26% (Solana) e 75% (Cardano) este domingo. O Bitcoin chegou a subir 11%, negociando acima dos 94.500 dólares, segundo dados da CoinMarketCap.

A declaração surgiu na sequência da ordem executiva sobre ativos digitais assinada por Trump em janeiro, que estabeleceu a criação de uma reserva estratégica de criptomoedas, numa clara mudança de paradigma relativamente à anterior administração democrata.

“Vou garantir que os EUA sejam a capital mundial das criptomoedas”, afirmou o presidente republicano na sua publicação, reforçando o apoio que tem manifestado ao setor desde a sua campanha eleitoral. A iniciativa de criar uma reserva estratégica de criptoativos representa um passo na institucionalização destes ativos digitais, atribuindo-lhes um estatuto semelhante a outros recursos estratégicos do país.

Esta não é a primeira incursão de Trump no universo das criptomoedas. Em janeiro deste ano, pouco antes da sua tomada de posse, o republicano lançou a sua própria criptomoeda, denominada $TRUMP, que rapidamente atingiu uma capitalização de mercado próxima dos 15 mil milhões de dólares, antes de corrigir para cerca de 9 mil milhões. Também a sua esposa, Melania Trump, lançou um token próprio, o $MELANIA, que registou uma valorização de aproximadamente 800% nas primeiras horas após o lançamento.

A escolha de altcoins (alternativas ao Bitcoin) como Ripple, Solana e Cardano para a reserva estratégica surpreendeu o mercado, que esperavam uma concentração em ativos mais estabelecidos como o Bitcoin e o Ethereum. No entanto, esta diversificação poderá indicar uma estratégia mais abrangente de apoio ao ecossistema cripto, além das moedas digitais mais populares.

SEC abandona processo contra Coinbase

O impulso dado por Trump ao setor das criptomoedas coincide com uma mudança significativa na abordagem regulatória da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC).

Recentemente, a Coinbase, a maior bolsa de criptoativos dos EUA, revelou que a SEC concordou em desistir de um grande processo sobre a empresa que teria amplas ramificações para a indústria. “Após anos de litígio, milhões de dólares dos contribuintes gastos e danos irreparáveis causados ao país, chegámos a um acordo com a SEC para encerrar o litígio contra a Coinbase”, referiu Brian Armstrong, co-fundador e CEO na sua conta da rede social “X”.

Dias depois deste anúncio, a SEC emitiu um comunicado revelando que o regulador norte-americano “apresentou um acordo conjunto com a Coinbase Inc. e a Coinbase Global Inc. para encerrar a ação de execução civil em curso contra as duas entidades.”

Segundo Brian Armstrong, este processo “poderia ter matado a indústria cripto na América”, o que torna o abandono da SEC um sinal claro da nova orientação da administração Trump sobre o mercado dos criptoativos.

Esta transformação regulatória ganhou forma logo após a tomada de posse de Trump, com a SEC a estabelecer um grupo de trabalho sobre o mercado de criptoativos liderada pela comissária Hester Peirce, conhecida no setor como “Crypto Mom” pelo seu apoio aos ativos digitais (e pela crítica à regulamentação excessiva destes ativos).

“Nos últimos anos, as opiniões da Comissão [da SEC] sobre criptoativos foram amplamente expressas por meio de ações de fiscalização sem envolver o público em geral”, referiu em comunicado o presidente da SEC, Mark T. Uyeda, sublinhando que “é tempo de a Comissão retificar a sua abordagem e desenvolver uma política de criptoativos de uma forma mais transparente.”

Apesar do entusiasmo, permanecem dúvidas quanto à forma como a reserva estratégica de criptomoedas será implementada.

A reação positiva do mercado este domingo às recentes notícias surge após semanas de correção nos preços das criptomoedas, que apagaram grande parte dos ganhos obtidos após a vitória eleitoral de Trump. Este movimento das cotações ocorre também a poucos dias da primeira cimeira de criptoativos na Casa Branca — que irá decorrer na sexta-feira, 7 de março –, que reunirá alguns dos líderes da indústria para discutir regulamentos, stablecoins e papel potencial da Bitcoin no sistema financeiro dos EUA.

Apesar do entusiasmo, permanecem dúvidas quanto à forma como a reserva estratégica de criptomoedas será implementada. Analistas e especialistas jurídicos estão divididos sobre a necessidade de legislação específica aprovada pelo Congresso. Algumas análises sugerem que a reserva poderia ser criada através do Fundo de Estabilização Cambial do Tesouro dos EUA, habitualmente utilizado para comprar ou vender moedas estrangeiras.

Outra possibilidade em consideração pela equipa de Trump é a utilização de criptomoedas apreendidas em ações de aplicação da lei, uma abordagem que permitiria constituir a reserva sem necessidade de novas aquisições por parte do governo norte-americano.

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Sindicatos fecham acordo de revisão salarial com Zurich e Fidelidade

  • ECO Seguros
  • 2 Março 2025

Além dos salários e do subsídio de refeição, também foram atualizados os valores referentes aos serviços prestados pelos trabalhadores fora da empresa e outras compensações.

O Sindicato dos Trabalhadores da Atividade Seguradora (STAS) e o Sindicato Nacional dos Profissionais de Seguros e Afins (SINAPSA) firmaram acordos de revisão salarial com as seguradoras Zurich e Fidelidade.

A Zurich acordou com os sindicatos aumentos salariais entre 33,89 e 61,27 euros, elevando o salário mínimo da empresa para 972,54 euros. Percentualmente, os reajustes variam entre 2,18% e 5,42%, sendo o maior aumento destinado aos auxiliares – que recebem 972,54 euros, enquanto os diretores coordenadores terão um reajuste menor, com vencimentos fixados em 2.871,76 euros.

O novo Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) da Zurich também contempla um aumento no subsídio diário de refeição, que passa a ser de 13 euros. Tanto os novos salários quanto os benefícios entraram em vigor com data de 1 de janeiro de 2025.

Além disso, foram atualizadas outras cláusulas financeiras relacionadas aos serviços prestados pelos trabalhadores fora da empresa. A cláusula referente ao teletrabalho garante um reajuste de 10,2% no subsídio diário e fixo mensal para o regime híbrido. O valor diário passará para 3,5 euros, enquanto o fixo mensal será ajustado para 41,90 euros.

As comparticipações do Apoio Infantil e Escolar variam agora entre 70 euros para berçário, creche, infantário, pré-escolar e ensino básico (1.º ciclo) e 135 euros para estudantes do ensino superior, até o limite de 24 anos.

O acordo também trouxe revisões em diversas cláusulas, incluindo classificação e evolução profissional, trabalho suplementar, regime de turnos, suspensão do período de férias, atividade sindical, prémio de carreira e reconhecimento, reclassificação profissional, linguagem inclusiva e Plano Individual de Reforma.

Os sindicatos aguardam a definição da data para a assinatura oficial do acordo, que será posteriormente publicado no Boletim do Trabalho e Emprego (BTE).

Salário mínimo na Fidelidade sobe para 915 euros

A Fidelidade também chegou a um acordo com os sindicatos, prevendo aumentos salariais entre 33,89 e 61,27 euros, com o salário mínimo ajustado para 915,30 euros. Os reajustes percentuais variam de 2,5% a 10,3%, com o maior aumento sendo concedido também aos auxiliares, enquanto os diretores receberão um reajuste menor, passando a ganhar 2.414,15 euros.

O novo ACT da Fidelidade estabelece que o subsídio diário de refeição será de 12,5 euros, com os novos valores entrando em vigor a partir de 1 de janeiro de 2025. Além disso, foi garantida a não absorção dos complementos salariais durante o ano de 2025.

Foram atualizadas outras cláusulas financeiras referentes a serviços prestados fora da empresa. No âmbito do Apoio Infantil e Escolar, o novo acordo prevê comparticipações de 100 euros para os 1.º 2.º ciclo do ensino básico e 130 euros para creches, infantários, estabelecimentos de ensino pré-escolar, ensino secundário e superior.

O ACT da Fidelidade também incluiu alterações favoráveis aos colaboradores em cláusulas como tolerância para atrasos, regime de trabalho por turnos, trabalho suplementar, mobilidade geográfica, teletrabalho, valorização profissional, regras de retribuição, benefícios de carreira, interrupção do período de férias, complemento do subsídio por doença e demais prestações sociais, atividade sindical e condições do Plano de Pensões.

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Seguradoras lançam campanha de rastreio do cancro colorretal

  • ECO Seguros
  • 2 Março 2025

A iniciativa lançada pela Movsaúde destina-se a adultos entre 45 e 75 anos sem sintomas da doença. Inscrições estão abertas até 30 junho.

A Movsaúde – Associação Pela Prevenção da Doença Oncológica, entidade independente e sem fins lucrativos promovida por seguradoras, iniciou no dia 1 de março – primeiro dia do Mês Europeu da Luta Contra o Cancro do Intestino – a segunda edição da sua campanha de rastreio do cancro colorretal.

Patrícia Ramalho, presidente da Direção da MovSaúde: “O cancro colorretal, apesar de ser um dos mais fatais, também é altamente curável quando identificado precocemente”.

A iniciativa, promovida pela MovSaúde, destina-se a adultos entre 45 e 75 anos sem sintomas da doença que estejam dispostos a realizar o teste de pesquisa de sangue oculto nas fezes (PSOF).

Com atuação em todo o território nacional, incluindo as regiões autónomas, a campanha deste ano expandiu parcerias com mais laboratórios, aumentando a capacidade e alcance do rastreio. A colaboração com a Europacolon mantém-se, reforçando o compromisso com a prevenção e o diagnóstico precoce.

As inscrições para participar no rastreio gratuito estão abertas até 30 de junho.

De acordo com Patrícia Ramalho, presidente da Direção da MovSaúde, o cancro colorretal, apesar de ser um dos mais fatais, também é altamente curável quando identificado precocemente. “É a conjugação da evolução silenciosa da doença com a reduzida adesão ao rastreio que culmina numa elevada percentagem de diagnósticos em fase avançada. Por analogia, podemos dizer que, diariamente, ‘desaparece’ uma equipa de futebol. O diagnóstico tardio leva a cerca de 11 mortes por dia.”, alerta.

A MovSaúde, fundada em 2024, representa um modelo colaborativo que reúne diversas entidades para enfrentar desafios na prevenção da saúde em Portugal. Como Associados fundadores, algumas das principais seguradoras do país – Aegon Santander Seguros, Allianz Portugal, Future Healthcare, Generali Tranquilidade, Grupo Ageas Portugal e Multicare – uniram forças para ampliar o impacto da iniciativa, promovendo uma abordagem mais abrangente e cooperativa no combate ao cancro colorretal. A esta iniciativa aderiram ainda a Cuf, Hospital da Luz e a KPMG.

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Costa diz que UE e aliados vão trabalhar em plano de paz

  • Lusa
  • 2 Março 2025

O presidente do Conselho Europeu, António Costa, considerou a cimeira de Londres sobre a defesa europeia "útil e importante" e afirmou que a União Europeia quer continuar a trabalhar com aliados. 

O presidente do Conselho Europeu, António Costa, considerou a cimeira internacional de Londres sobre a defesa europeia “útil e importante” e afirmou que a União Europeia (UE) quer continuar a trabalhar com outros parceiros e aliados. “Esta consulta foi muito útil e importante”, disse aos jornalistas à saída do evento, agradecendo ao primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, pela organização.

Costa disse que vai agora trabalhar com todos os líderes dos Estados-Membros da UE para preparar o Conselho Europeu especial na próxima quinta-feira em Bruxelas. “A União Europeia está pronta para trabalhar com todos os nossos parceiros europeus e outros aliados no plano de paz para a Ucrânia que garanta uma paz justa e duradoura para o povo ucraniano”, vincou.

No entanto, Costa também alertou que é necessário “aprender com o passado” e evitar “repetir a experiência de Minsk”, uma referência aos acordos de paz fracassados de 2014 e 2015 sobre os territórios ucranianos, e também a retirada dos países ocidentais do Afeganistão, deixando os Talibã assumirem o poder.

“Para isso, necessitamos de fortes garantias de segurança. A paz é um processo que anda de mãos dadas com a manutenção da paz”, salientou.

Organizada pelo Reino Unido, a cimeira sobre a segurança europeia reuniu líderes da Ucrânia, França, Alemanha, Itália, Países Baixos, Espanha, Noruega, Canadá, Finlândia, Suécia, Dinamarca, República Checa, Polónia, Roménia.

O ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Hakan Fidan, também participou, bem como o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

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Von der Leyen quer plano para rearmar a Europa

  • Lusa
  • 2 Março 2025

A presidente da Comissão Europeia reconheceu em Londres a necessidade de dar aos Estados-membros "espaço fiscal" para investir na defesa e prometeu um plano para "rearmar" Europa. 

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, reconheceu em Londres a necessidade de dar aos Estados-membros “espaço fiscal” para investir na defesa e prometeu um plano para “rearmar” a Europa. À saída da cimeira internacional sobre a segurança europeia organizada pelo Reino Unido na capital europeia, a presidente da Comissão Europeia disse pretender apresentar “um plano abrangente sobre como rearmar a Europa no dia 06 de março”, durante o Conselho Europeu especial em Bruxelas.

Questionada sobre que tipo de contribuição financeira os 27 Estados membros devem dar para o setor da defesa, Von der Leyen respondeu: “uma coisa é certa: temos de ter um reforço”. “Temos de fazer um grande esforço. E, para isso, precisamos de um grande plano claro da União Europeia para os Estados-Membros”, defendeu, referindo a necessidade de investir em escudos aéreos avançados. “Precisamos de uma abordagem europeia comum, mas os Estados-Membros precisam de mais espaço fiscal para aumentar as despesas com a defesa”, reconheceu.

Sobre o apoio à Ucrânia, Ursula von der Leyen disse que “as garantias de segurança são da maior importância para a Ucrânia, mas é preciso garantias de segurança abrangentes“.

“Isto inclui a necessidade de colocar a Ucrânia numa posição de força que lhe permita fortificar-se e proteger-se, desde a sobrevivência económica até à resistência militar. Basicamente, precisamos de transformar a Ucrânia num porco-espinho de aço indigesto para potenciais invasores”, descreveu.

Von der Leyen explicou que isso implica não só dar assistência a nível militar, mas também, por exemplo, ajudar na rede energética, possibilitando que “com o tempo, este seja um país forte e resistente”.

Organizada pelo Reino Unido, a cimeira sobre a segurança europeia reuniu líderes da Ucrânia, França, Alemanha, Itália, Países Baixos, Espanha, Noruega, Canadá, Finlândia, Suécia, Dinamarca, República Checa, Polónia, Roménia.

O ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Hakan Fidan, também participou, bem como o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, e o presidente do Conselho Europeu, António Costa.

 

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Starmer sublinha “momento único” para a segurança da Europa

  • Lusa
  • 2 Março 2025

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, afirmou aos líderes europeus que "este é um momento único" para a segurança da Europa e que é fundamental conseguir um bom resultado para a Ucrânia.

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, afirmou aos líderes europeus reunidos em Londres que “este é um momento único” para a segurança da Europa e que é fundamental conseguir um bom resultado para a Ucrânia. Starmer deu este domingo início à cimeira informal que decorre no palácio de Lancaster House, no centro de Londres, para dar apoio à Ucrânia depois do desentendimento na sexta-feira na Casa Branca entre o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

“Reunimo-nos hoje porque este é um momento único para a segurança da Europa e todos devemos dar um passo em frente”, afirmou Starmer, com o Presidente francês, Emmanuel Macron, sentado à sua direita e Zelensky à sua esquerda.

O primeiro-ministro britânico disse ainda que conseguir um bom resultado para a Ucrânia “é fundamental para a segurança” das nações reunidas no encontro em Londres e de “muitas outras”.

O Reino Unido é o anfitrião de uma cimeira internacional sobre defesa que decorrer hoje em Londres com 18 líderes.

Além da França e Ucrânia, a Alemanha, Itália, Países Baixos, Espanha, Noruega, Canadá, Finlândia, Suécia, Dinamarca, República Checa, Polónia, Roménia e Turquia estão também representados.

O secretário-geral da NATO, Mark Rutte, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, António Costa, também vão estar presentes.

O objetivo da cimeira é apresentar novas garantias de segurança para a Europa face aos receios de que Washington a abandone e que se acentuaram depois do encontro na Sala Oval entre Trump e Zelensky.

A reunião antecede a cimeira extraordinária sobre a Ucrânia agendada para quinta-feira em Bruxelas.

Antes da abertura da cimeira, Starmer avançou que estava a trabalhar com a França num “plano para acabar com os combates” entre a Ucrânia e a Rússia. “Concordamos que o Reino Unido, a França e talvez um ou dois outros países devem trabalhar com a Ucrânia num plano para acabar com os combates e depois discutiremos esse plano com os Estados Unidos“, afirmou o primeiro-ministro britânico à BBC.

De acordo com Londres, que sábado assinou um acordo de empréstimo de 2,26 mil milhões de libras [cerca de 2,74 mil milhões de euros] para apoiar as capacidades de defesa da Ucrânia, a cimeira irá centrar-se no “apoio militar contínuo” a Kiev e no “aumento da pressão económica sobre a Rússia”.

Em cima da mesa poderá também estar a “necessidade de a Europa desempenhar o seu papel na defesa” e os “próximos passos no planeamento de garantias de segurança sólidas” no continente, face ao risco de retirada da proteção militar norte-americana.

Na sexta-feira, na Sala Oval da Casa Branca, Trump e o seu vice-presidente, JD Vance, acusaram o líder ucraniano de não estar grato pela ajuda norte-americana e de recusar conversações de paz.

O confronto levou o Presidente ucraniano a abandonar prematuramente a Casa Branca, sem assinar o acordo previsto sobre minerais.

A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022.

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SVS compra carteira de seguros de mediador Generali Tranquilidade

  • ECO Seguros
  • 2 Março 2025

É uma operação entre mediadores localizados nos bairros históricos de Lisboa, a loja exclusiva da Generali Tranquilidade no Chiado passa a carteira de seguros para a SVS em Campo de Ourique.

A São Vicente Seguros (SVS), mediadora sedeada em Campo de Ourique, em Lisboa, acaba de adquirir a carteira de seguros atualmente gerida pela Matriz Variante, agente exclusivo Generali Tranquilidade com loja na Rua Garrett, na baixa de Lisboa.

Em carta enviada aos clientes por Tiago Santos, administrador da SVS, e João Alves, gerente da Matriz Variante, ambos garantem que vão “manter intactas todas as condições dos seus contratos de seguro em vigor, nomeadamente quanto às condições gerais e particulares, aos direitos e deveres das partes contratantes, e ao respetivo custo dos prémios de seguro”.

A SVS tem 31 anos de atividade e é mediadora de seguros multimarca tendo faturado 674 mil euros em 2023, ano em que obteve um resultado líquido de cerca de 180 mil euros.

Com 9 empregados no final de 2023, a SVS tem como principal acionista Vanessa Sousa Paiva que detém cerca de 90% do capital social.

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