O email da intervenção de Medina na Águas de Portugal para baixar a dívida

Fernando Medina impôs ao presidente da Águas de Portugal uma transferência extraordinária de 100 milhões de euros no último dia útil de 2023 para levar a dívida para um valor abaixo de 100% do PIB.

Na última semana de dezembro, com o país quase a despedir-se de 2023, a atividade no Ministério das Finanças era frenética para fechar as contas e garantir uma dívida pública inferior a 100% do PIB, um ‘brilharete’ para vender nas eleições de 10 de março. Mas havia um gestor público que resistia a aceitar a ordem do ministro, Fernando Medina, para transferir 150 milhões de euros em dividendos extraordinários e propunha modelos alternativos. Algo que suscitou a ira do ministro, num email violento. Só a intervenção diplomática do então primeiro-ministro permitiu desbloquear o confronto.

A equipa de gestão que V. Exa lidera demonstrou repetidamente indiferença face aos objetivos e prioridades claramente definidos pelo acionista [no sentido de cumprir o objetivo nacional de redução da dívida pública], revelando falta de diligência e de profissionalismo exigidos a um gestor público“. Medina não perdoava a José Furtado, então presidente da Águas de Portugal, a resposta à decisão do Governo.

Foi num email enviado ao gestor no dia 28 de dezembro, às 19h17, um dos vários que chegaram à comissão parlamentar de orçamento e finanças (Cofap), enviado pela própria Águas de Portugal, para avaliar eventual ingerência do Governo na gestão das empresas públicas. José Furtado, que entrou na AdP por nomeação do socialista Matos Fernandes e que saiu da AdP já com este Governo (foi substituído por Carmona Rodrigues), vai esta quarta-feira ao Parlamento para esclarecer o que se passou naquele fim de ano.

Entre o dia 24 de dezembro, já com a ceia de Natal a aproximar-se, e o dia 29 de dezembro foram várias as trocas de e-mail – a que o ECO teve acesso – entre José Furtado, o secretário de Estado João Nuno Mendes, o presidente da Parpública, José Realinho de Matos, e Fernando Medina, por causa da transferência de dividendos extraordinários da AdP para os acionistas Parpública (81%) e CGD (19%) que, por sua vez, permitiriam baixar o défice e reduzir também a dívida pública.

E até António Costa se envolveu na disputa entre o ministro e o gestor, com contactos telefónicos e uma promessa de solução de compromisso que acabaria por viabilizar a transferência de 100 milhões de euros naquele dia 29 de dezembro ao final da tarde.

O email de Fernando Medina é “curto e grosso”. Em cinco pontos, dirigido ao “Sr. Presidente do Grupo ADP” e finalizado com um seco “Sem mais de momento“, o ministro revela o mal-estar e deixa mesmo implícito que, em Assembleia Geral, poderia avançar para a demissão de José Furtado. Um facto que terá sido depois comunicado verbalmente ao gestor pelo presidente da Parpública, mas que acabou por não se concretizar.

O que diz o email de Fernando Medina?

  1. Vi com surpresa a “proposta” do grupo AdP descrita no email por si enviado ao Dr. Realinho de Matos. Como qualquer um compreenderá, seria a todos os títulos errado comprometer dividendos integrados nos Orçamentos do Estado para 2024 e para 2025 quando estes serão executados na plenitude por outro governo.
  2. Das várias entidades públicas e privadas com quem a equipa do Ministério das Finanças tem vindo a trabalhar ao longo de 2023, no sentido de cumprir o objetivo nacional de redução da dívida pública, temos tido diligencia, empenho e efetividade na concretização de múltiplas medidas, várias de complexidade significativa.
  3. O Grupo AdP foi a única exceção a esta regra, tendo-se recusado a trabalhar de forma ativa e construtiva no processo. Pelo contrário, a equipa de gestão que V. Exa. Lidera demonstrou repetidamente indiferença face aos objetivos e prioridades claramente colocados pelo acionista, revelando falta de diligência e de profissionalismo exigidos a qualquer gestor.
  4. Só assim se pode compreender que não só não tenham apresentado qualquer justificação a “inevitabilidade” da “proposta” que avançam, como muito menos tenham estudado outras possibilidades, das inúmeras possíveis, assegurassem todos os objetivos definidos pelo Governo para as AdP. Para um grupo que recebe anualmente avultadas subvenções públicas, e que apresentou em 2022 capitais próprios de 1,8 mil M€, resultados transitados de 932M€, EBITA de 387 M€, um endividamento 3,2x do EBITDA, e que está dotado de uma capacidade técnica superior à de várias entidades públicas, esta omissão de diligencia da Administração é particularmente inaceitável.
  5. Neste sentido, não procederemos à emissão de Deliberação Unânime dos Acionistas (DUA), reservando para a Assembleia-Geral especifica as apreciações adicionais que entendamos necessárias.

José Furtado tinha outros argumentos para justificar a recusa em aumentar o dividendo extraordinário de acordo com o modelo exigido. E logo no dia seguinte, 29 de dezembro às 09h53, respondeu num longo e-mail a Fernando Medina. Sem o tom agressivo da missiva recebida do ministro das Finanças, José Furtado garante que a Águas de Portugal está “empenhada na busca de uma solução para implementar a orientação recebida no Ministério das Finanças há uma semana [dia 24 de dezembro]”. Mas com outro modelo, como a antecipação de tesouraria durante 15 dias. “Tivemos entretanto, nos últimos dias, oportunidade de partilhar a nossa preocupação relativamente a um cenário alternativo que consistiria na redução dos fundos próprios da AdP na ordem dos 150 milhões de euros, operação materialmente relevante numa sociedade com um capital próprio de 916 milhões de euros, sendo o capital social de apenas 435 milhões de euros“, explica o gestor.

José Furtado recorda ao ministro das Finanças, por outro lado, que “a incidência prática de uma redução nos fundos próprios e consequente endividamento a prazo, consistiria num impacto negativo na estrutura financeira, no custo da dívida e consequentemente nas tarifas. Teria ainda repercussão no cumprimento do limite de endividamento fixado na órbita pública”. Mas Medina estava irredutível e só a intervenção de António Costa permitiu uma solução de compromisso, a contendo das duas partes. O gestor público ainda tentou uma solução intermédia, com a antecipação de dividendos de 2024, o que permitiria uma transferência de mais 27 milhões (55 milhões de euros no total do ano), mas Medina recusou, e o valor final acabou por ser fixado nos 100 milhões, com a promessa de um aumento de capital no ano seguinte. Promessa de Costa que Medina sempre recusou subscrever.

O primeiro-ministro terá assumido então, telefonicamente, o compromisso com o presidente da Águas de Portugal de o Estado avançar para um aumento de capital no segundo semestre de 2024, no mesmo valor do dividendo extraordinário transferido no último dia útil de 2023. É o que se depreende de um outro email que chegou à comissão parlamentar, assinado por José Furtado, e que é dirigido ao presidente da Parpública e ao presidente da CGD, Paulo Macedo, enquanto acionista público minoritário. “Na sequência do que ficou estabelecido e por forma a dar execução a indicação que me foi dada pelo Senhor Primeiro Ministro, cabe-me informar que iremos requerer ao Presidente da Mesa da Assembleia Geral da AdP, SGPS, S.A. que seja inscrito na ordem de trabalhos da próxima Assembleia Geral Ordinária um ponto respeitante ao aumento de capital da sociedade, no montante fixado de cem milhões de euros“. Um email, refira-se, antes das eleições legislativas de março.

O resto da história é conhecido. Dia 29 de dezembro de 2023, depois daquela troca de emails e do compromisso verbal de Costa, realiza-se uma assembleia geral extraordinária da empresa pública Águas de Portugal (AdP), formalizada por ata e subscrita pelos acionistas Parpública (81% do capital) e CGD (19%), e um ponto na agenda: Pagamento de um dividendo extraordinário de 100 milhões de euros ao Estado, receita de capital que contribuiu para a redução do défice público e da dívida pública. E no final do ano o Governo consegue mesmo o que quer, um saldo orçamental histórico e uma dívida abaixo de 100% do PIB.

De que forma foi assegurado esse défice? Além das operações de recompra de dívida do Fundo da Segurança Social e da CGA — como o ECO revelou em primeira mão –, as Finanças ‘raparam o tacho’ das empresas e organismos públicos com fundos disponíveis. Um dos casos, talvez o de maior impacto, foi mesmo o da empresa Águas de Portugal, a sociedade empresarial pública que tem concessões como a Epal e com melhores resultados (com exceção da Caixa Geral de Depósitos). Depois de ter transferido 30 milhões de dividendos por conta dos lucros de 2022, da ordem dos 100 milhões de euros, acabou o final do ano a reforçar essa transferência, com uma operação extraordinária de 100 milhões de euros. Somados, foram 130 milhões de dividendos, superiores ao valor dos lucros, e a ‘comer’ os resultados acumulados transitados.

Como é que estes dividendos extraordinários beneficiaram as contas públicas? A AdP é uma empresa fora do perímetro das Administrações Públicas, por isso, os depósitos no IGCP — o ‘banco’ das entidades públicas, empresariais e outras — são uma responsabilidade e, logo, a pesar na dívida. A decisão do ministro Fernando Medina permitiu receita de capital para a Parpública, que consolida dentro do perímetro do Estado, e diminuiu as responsabilidades, isto é, a dívida pública.

Fernando Medina já esteve na comissão de orçamento e finanças a responder às dúvidas dos deputados e justificou as operações realizadas. Por um lado, lançou duras críticas à equipa da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), acusando o organismo de cometer um “erro muito grave” ao reiterar que o Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social tinha, no final de 2023, uma percentagem maior de dívida pública do que tinha em 2022. Por outro, em relação às empresas do universo empresarial público, “o que o Estado fez durante o ano foi proceder a injeções de capital perto de três mil milhões de euros a empresas publicas (2.965,4 mil milhões de euros) e solicitou às empresas o pagamento extraordinário de 130 milhões de euros de dividendos“, dos quais 100 milhões às Águas de Portugal, 20 milhões à Nav e 10 milhões a Casa da Moeda.

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Grupo de Paredes constrói 60 apartamentos de luxo em Gaia por 8 milhões de euros

Grupo imobiliário liderado pelos irmãos Fernando, Rui, Vasco e Berto Pinto tem ainda em curso a construção dos Jardins da Seara, em Oliveira do Douro, e os empreendimentos "Repúblicas", em Mafamude.

O grupo paredense SPintos concluiu a empreitada de construção do empreendimento de luxo D’ouro Tower, em Vila Nova de Gaia. O projeto, que representou um investimento de cerca de oito milhões de euros, é constituído por 60 apartamentos e uma loja.

Localizado na Rua Manuel da Silva Cruz nº 219, junto à rotunda de Edgar Cardoso e com vista para o Rio Douro e para as cidades do Porto e de Vila Nova de Gaia, o D’ouro Tower tem dez pisos com apartamentos de tipologias T0, T1 e T2. No rooftop do edifício há uma piscina e um espaço de lazer.

“Todo o projeto do D’ouro Tower foi pensado para criar o máximo conforto, usufruindo da vista do Rio Douro, que serviu de inspiração de base à construção do edifício”, destaca o promotor, sublinhando também a relevância de “viver na cidade de Gaia com a melhor panorâmica sobre o rio e toda a cidade do Porto”.

Em Vila Nova de Gaia, a construtora tem ainda em curso as obras de construção dos Jardins da Seara, em Oliveira do Douro, e os empreendimentos “Repúblicas”, em Mafamude. Brevemente, serão lançadas as obras do Edifício Vintage Garden, na Rua Costa Cabral (Porto), e o Edifício Tetris no centro de Vila Nova de Gaia.

Atualmente sob a liderança de quatro irmãos (Fernando, Rui, Vasco e Berto Pinto), o grupo SPintos soma mais de 30 anos de experiência na construção e gestão e promoção de projetos imobiliários. O grupo conta com 12 empresas, cerca de 120 colaboradores, mais de 500 obras concluídas e diz ter perto de 15 projetos em curso.

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Liberais admitem votar contra von der Leyen para Comissão Europeia

  • Lusa
  • 10 Julho 2024

Vice dos liberais no Parlamento Europeu admitiu o voto contra Ursula von der Leyen para presidente da Comissão Europeia, por incumprimento dos compromissos e por dialogar com a extrema-direita.

O vice-presidente dos liberais no Parlamento Europeu João Cotrim de Figueiredo admitiu esta quarta-feira o voto contra Ursula von der Leyen para presidente da Comissão Europeia, por incumprimento dos compromissos e por dialogar com a extrema-direita.

Esta candidata não está a cumprir os compromissos que tinha com o grupo Renovar a Europa, está a ter conversações com o Conservadores e Reformistas Europeus [ECR], um grupo de extrema-direita aqui no Parlamento [Europeu], e não me parece suficientemente empenhada em manter a solidez da coligação que na última legislatura conseguiu conduzir os destinos da União Europeia”, disse João Cotrim de Figueiredo, no Parlamento Europeu (PE), em Bruxelas.

Depois de uma reunião de três horas entre Ursula von der Leyen os eurodeputados que pertencem ao Renovar a Europa para tentar assegurar o voto dos liberais na votação da próxima semana em Estrasburgo (França), João Cotrim de Figueiredo admitiu que a candidata pode falhar a eleição.

Se esta postura não se alterar até à altura da votação da semana que vem, não está garantido o apoio do grupo Renovar a Europa à recandidatura de von der Leyen e ao conjunto do pacote dos cargos que estão em discussão“, disse o vice-presidente dos liberais.

Face à insistência dos jornalistas na questão, João Cotrim de Figueiredo esclareceu a sua posição: “O meu voto, neste momento, é não.

Ursula von der Leyen, que é candidata do Partido Popular Europeu (PPE) a presidente do executivo comunitário, está esta semana a reunir-se com os grupos políticos com maior representação no PE para tentar assegurar a recondução.

O vice-presidente do Renovar a Europa disse que uma das prioridades para os liberais na próxima legislatura é “o crescimento económico“.

“Embora a presidente da Comissão tenha passado uma boa meia hora a falar da prosperidade e dos problemas da competitividade europeia, não fiquei convencido de que o assunto fosse suficientemente importante para a próxima Comissão“, sustentou.

Tudo isto seria conversável e passível de convencimento se não houvesse um problema político de base, mais importante“, lamentou.

Desde a noite das eleições europeias, no dia 09 de junho, até hoje o Renovar a Europa passou de terceiro grupo político com maior representação no hemiciclo para quinto, ultrapassado pelo recentemente formado Patriotas pela Europa (extrema-direita) e também pelo ECR.

Questionado sobre se este dado levou Ursula von der Leyen a preferir conversar com a extrema-direita do ECR, João Cotrim de Figueiredo respondeu que “se for esse o caso, tem de ser dito”.

“E tem ser assumido [por von der Leyen e pelo PPE] que há uma mudança de parceiros. Cada um tomará depois as suas conclusões em relação a isso. Eu percebo a aritmética, mas percebo um bocadinho melhor a política e acho que é a política que vai resolver os problemas da Europa” concluiu.

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Confiança dos portugueses na Justiça é mais elevada que no Governo e Parlamento

  • Lusa
  • 10 Julho 2024

Os portugueses têm um maior nível de confiança nos tribunais e no sistema judicial do que no parlamento e no Governo, revela um relatório da OCDE com dados de 2023.

Os portugueses têm um maior nível de confiança nos tribunais e no sistema judicial do que no parlamento e no Governo, revela um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) com dados de 2023.

Segundo o inquérito, que foi realizado entre 25 de outubro e 27 de novembro do ano passado, altura que coincidiu com a queda do Governo de António Costa, cerca de 50% dos portugueses dizem confiar nos tribunais e no sistema judicial. Por outro lado, a percentagem da população com confiança elevada ou moderadamente elevada no Governo nacional e na Assembleia da República fica-se pelos 30%.

A percentagem de pessoas que indicaram valores elevados de confiança no Governo diminuiu mais de dez pontos percentuais em Portugal, face a 2021, mas a própria OCDE destaca que estes resultados podem estar relacionados com uma “diminuição generalizada de confiança em todo o sistema político, devido à coincidência do inquérito com o pico de uma crise política significativa que levou à convocação de eleições nacionais e regionais”.

Apesar desta ressalva, no conjunto da OCDE os resultados mostram a mesma tendência: “a confiança na polícia, no sistema judicial, na função pública e no governo local é maior do que no governo nacional”, na média dos 30 países que participaram neste inquérito.

Na média da OCDE, a percentagem de pessoas com baixa confiança no Governo ou sem confiança (44%) supera a percentagem daquelas com confiança elevada ou moderadamente elevada (39%).

O relatório inclui ainda outras questões relacionadas com as instituições públicas, nomeadamente revelando que cerca de metade dos portugueses está satisfeito com o sistema de educação nacional.

Por outro lado, apenas 30% se disseram satisfeitos com o Sistema Nacional de Saúde (SNS), com mais de metade dos portugueses a dizerem que se encontram insatisfeitos com o SNS.

A OCDE questionou ainda as populações relativamente à participação na democracia, o que revelou que a maioria dos portugueses (mais de 90%) é a favor de referendos sobre questões de importância nacional.

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Governo procura novos candidatos a fundos europeus “libertados” para o hidrogénio

Governo tem autorização da Comissão Europeia para encontrar novos projetos candidatos ao financiamento europeu que ficou livre após o cancelamento do projeto H2.Rdam.

O Governo tem autorização da Comissão Europeia para encontrar novos projetos candidatos ao financiamento europeu que ficou livre após o cancelamento do projeto H2.Rdam, focado na exportação de hidrogénio verde a partir de Sines.

A indicação foi dada pela ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, à margem da audição regimental que teve lugar na Assembleia da República esta quarta-feira de manhã.

De acordo com a governante, os fundos podem ser reatribuídos tanto ao mesmo projeto, desde que reformulado, como a um novo projeto dos mesmos promotores ou de outros.

A ideia é promover o uso local do hidrogénio verde já que, tal como frisou durante a audição, o transporte de hidrogénio verde ainda é tecnicamente muito exigente. Por via marítima, por exemplo, só existe um metaneiro no mundo capaz de fazer este transporte, afirmou Maria da Graça Carvalho.

Foi noticiado, no passado mês de abril, que o consórcio promotor do H2Sines.Rdam, do qual faziam parte a Shell e a Engie, desistiu do projeto. A Shell concluiu que o projeto “não era economicamente viável” e a Engie queixava-se de “falta de regulamentação clara”.

Luxemburgo interessado em apoiar Portugal no eólico offshore

Também à margem da audição, a ministra do Ambiente adiantou que, no âmbito do Plano Nacional da Energia e Clima, o Governo deverá avançar com a meta de apenas 1 GW (gigawatt) de eólico offshore até 2030, embora o número ainda não esteja fechado.

Além deste ajuste, Portugal poderá ter um aliado que ajudará a diminuir o risco do leilão. O Governo do Luxemburgo estará interessado em ceder financiamento no âmbito deste leilão, de modo a poder ter direito a “reclamar” o cumprimento de metas de descarbonização apoiando-se em capacidade instalada em território português.

Esta é uma possibilidade prevista na legislação europeia, explicou a ministra: países que não tenham possibilidade de investir em renováveis no seu território, por exemplo por limitações físicas ou técnicas, podem criar parcerias com outros Estados-membros, neste caso Portugal, e terão direito a reclamar como seus parte dos ganhos em termos de descarbonização.

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Governo e guardas prisionais chegam a acordo para aumento de 300 euros no suplemento de missão

  • Lusa
  • 10 Julho 2024

O Ministério da Justiça e os sindicatos da guarda prisional chegaram a um entendimento sobre o aumento do suplemento de missão em 300 euros, existindo "acordo fechado" para ser assinado brevemente.

O Ministério da Justiça e os sindicatos da guarda prisional chegaram a um entendimento sobre o aumento do suplemento de missão em 300 euros, existindo “acordo fechado” para ser assinado brevemente, adiantou fonte do Governo.

A ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, apresentou uma proposta muito similar àquela que o Ministério da Administração Interna apresentou aos sindicatos da PSP e associações da GNR, que assenta em 200 euros já a partir deste mês, mais 50 euros em janeiro de 2025 e outros 50 euros em janeiro de 2026, num total de 300 euros de aumento.

A mesma fonte referiu à Lusa que o documento está a ser preparado e será assinado pelos três sindicatos presentes na reunião: Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP), Associação Sindical de Chefias do Corpo da Guarda Prisional e Sindicato Independente do Corpo da Guarda Prisional.

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Portugal tem mais de 40.000 empresas exportadoras

  • Lusa
  • 10 Julho 2024

O número de empresas exportadoras tem aumentado sucessivamente ao longo da última década. Em 2012, não chegava às 30.000 empresas, segundo um estudo da Informa D&B.

Portugal tem atualmente mais de 40.000 empresas exportadoras, número que tem aumentado sucessivamente nos últimos dez anos e que em 2012 não chegava às 30.000 empresas, revela um estudo elaborado pela Informa D&B.

O aumento foi “especialmente expressivo” nos últimos dois anos, período em que surgiram mais de 4.000 empresas a fazer negócios com o exterior, explica o estudo divulgado esta quarta-feira, adiantando que em 2022 o total exportado por estas empresas ascendia a 94.000 milhões de euros, isto é, a cerca de 40% do Produto Interno Bruto (PIB).

As empresas exportadoras escolhidas abrangem aquelas que apresentaram resultados financeiros até final de 2023, venderam bens e serviços no mercado externo que representam pelo menos 5% do seu volume de negócios ou mais de um milhão de euros no ano.

A análise da Informa D&B permitiu saber que nos últimos quatro anos, mais de metade das empresas exportadoras (52%) mantiveram esta atividade consistentemente em todos os anos. “Estas empresas mais regulares têm um enorme peso nas exportações, representando, em 2022, 90% do valor total dos negócios externos das empresas”, adianta.

Para a diretora geral da Informa D&B, Teresa Cardoso de Menezes, “o conhecimento sobre as exportadoras é importante em qualquer economia, mais ainda em países com um mercado interno reduzido como o nosso, onde os mercados externos são a oportunidade para atingir maior competitividade e crescimento através de economias de escala”.

Automóveis fabricados na Autoeuropa aguardam transporte no Porto de Leixões

O estudo refere ainda que entre 2019 e 2022 o volume de negócios das empresas exportadoras cresceu mais rapidamente do que nas empresas que vendem exclusivamente para o mercado interno, tendo registado um aumento médio anual de 11% em termos homólogos. No mesmo período, as outras empresas cresceram, em média, 6,8% ao ano, salienta o trabalho.

O estudo revela também que há empresas exportadoras em todas as dimensões, desde as mais pequenas às maiores, mas a sua percentagem está claramente associada à dimensão, sendo que entre as grandes empresas, mais de metade são exportadoras. Além disso, estas grandes empresas são responsáveis por 58% do total das exportações do tecido empresarial.

Há também empresas exportadoras de todas as idades e quase 10% das empresas no seu primeiro ano de vida nascem com um perfil exportador. A taxa de exportadoras é, aliás, muito semelhante entre todos os escalões de idade das empresas, mas, no entanto, o peso dos seus negócios com o exterior aumenta com a idade e quase três quartos das exportações estão concentrados nas empresas maduras (+20 anos).

Pouco mais de metade de todas as exportadoras (52%) exportam apenas serviços, 29% exportam só bens, enquanto os restantes 19% exporta bens e serviços, sendo que os bens são, no entanto, a maior fatia do valor das exportações, com 74% do total.

Os setores das indústrias, dos serviços empresariais e dos grossistas concentram 57% do total das exportadoras e as indústrias mantêm-se como o setor mais exportador, não só com mais empresas, mas sobretudo em valor, correspondendo a 52% do total.

Nas indústrias, os subsetores do Têxtil e Moda e da Metalurgia são os que reúnem mais empresas exportadoras, mas o maior valor pertence às “Indústrias de Materiais”, que exportam quase um quarto do total do setor.

O setor das tecnologias da informação e comunicação, por sua vez, é o que tem o maior crescimento no quadro das empresas exportadoras. Com mais 2,5 pontos percentuais desde 2019, representam agora 11% do total das exportadoras portuguesas, ainda que neste setor, 28% destas empresas são exportadoras, ou seja, têm a mais elevada taxa entre todos os setores.

Fruto da elevada concentração de empresas dos setores das indústrias e dos grossistas no norte do país, esta região concentra quase metade das empresas exportadoras em Portugal, a que corresponde cerca de um terço do valor total das exportações, conclui o estudo.

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Cavaco Silva rejeita eleições antecipadas e não vê “nenhum drama” se Orçamento for chumbado

  • ECO
  • 10 Julho 2024

Lembrando que Espanha esteve dois anos em duodécimos e “ninguém morreu”, o ex-Presidente da República defende que eventual chumbo do OE2025 não é motivo para dissolver Parlamento.

Aníbal Cavaco Silva considera que foi mal interpretado quando, de um artigo de opinião publicado no Expresso no final de junho, se depreendeu que defendia legislativas antecipadas para desbloquear o impasse político que decorre do atual Governo com apoio parlamentar minoritário e com dificuldades em entender-se com a oposição. Numa longa entrevista ao Observador, o antigo Presidente da República afirma-se contra eleições antecipadas: “No passado houve muitas dissoluções, que eu espero que não ocorram” no futuro, justifica.

Saindo em defesa da ideia do primeiro-ministro, Luís Montenegro, de que um eventual chumbo do Orçamento do Estado para 2025 não é razão para dissolver o Parlamento e fazer cair o Governo, o antecessor de Marcelo Rebelo de Sousa lembra o que aconteceu no país vizinho: “O atual primeiro-ministro [espanhol, Pedro Sánchez] viveu durante dois anos com duodécimos. Ninguém morreu”, disse. Embora antecipe ser “muito provável” que, em Portugal, o documento orçamental para o próximo ano seja aprovado, “não há nenhum drama” se for chumbado.

O social-democrata reitera que o “fundamental, neste momento, é pensar o futuro do país” e não apenas “na discussão do dia-a-dia político, económico e social”. Caso contrário, “não encontraremos o caminho certo”. Nesse sentido, insiste na necessidade de priorizar reformas que permitam o crescimento da produção interna, da produtividade e da competitividade externa, para que a economia portuguesa possa prosperar na próxima década.

Para atingir esse objetivo diante de um Governo minoritário, Cavaco Silva defende que, se for necessário um pacto de regime, os partidos que coloca nos “extremos” de esquerda e de direita, designadamente o PCP, o Bloco de Esquerda e o Chega, devem ficar fora da equação. “Têm posições que me parecem inconsistentes com (…) o salto em frente no bem-estar das famílias portuguesas”, aponta.

Tal como Luís Montenegro, o antigo Chefe de Estado considera que António Costa é “inequivocamente” o melhor socialista para presidir ao Conselho Europeu, por não se tratar de um cargo executivo. “Portugal tem provado que tem personalidades com perfil para desempenhar altas funções a nível internacional”, disse, em referência a António Guterres como secretário-geral da ONU e a Durão Barroso, que foi presidente da Comissão Europeia durante dois mandatos.

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Ministra do Trabalho admite “algumas mexidas” no subsídio de desemprego

Governante defende que é necessário aumentar a fiscalização para evitar que desempregados prefiram continuar sem trabalho do que aceitar novo posto, porque tal implicaria perda de rendimentos.

A ministra do Trabalho admitiu esta quarta-feira que poderá haver “algumas mexidas” no subsídio de desemprego, de modo a evitar que quem aceita um novo posto de trabalho perca rendimento. Numa audição parlamentar, Maria do Rosário Palma Ramalho explicou que o assunto será levado à Concertação Social.

No final de junho, a tinha indicado, em declarações à saída de uma conferência, que o Governo irá estudar a possibilidade de “acumular prestações sociais com rendimentos do trabalho” para evitar que algumas pessoas prefiram continuar a receber prestações sociais do que trabalhar, porque aceitar um novo emprego, por vezes, é sinónimo de perda de rendimento.

Na altura, a ministra foi questionada sobre se tal implicaria mexidas na legislação do subsídio de desemprego, o que não rejeitou. Porém, num debate no Parlamento, o primeiro-ministro explicou que as alterações poderão incidir, antes, no subsídio social de desemprego, que é uma prestação não contributiva.

Esta quarta-feira, questionada sobre o que pretende o Governo fazer afinal, a ministra do Trabalho colocou a tónica no subsídio social de desemprego, em linha com Luís Montenegro. Mas não descartou mexidas também no subsídio de desemprego, prestação que resulta diretamente dos descontos feitos pelos trabalhadores.

Poderá haver algumas mexidas no subsídio de desemprego, mas vamos levar aos parceiros sociais“, explicou Maria do Rosário Palma Ramalho. “Nada está fechado. Qualquer matéria que qualquer parceiro social quiser discutir será discutida”, insistiu a governante, que detalhou que as empresas têm sofrido com falta de mão-de-obra, sendo que esta medida está a ser pensada também para dar resposta a essa reclamação.

“Sabemos que as pessoas recusam propostas de emprego com facilidade e que é necessário aumentar a fiscalização”, disse ainda a ministra.

Para já, o Governo aprovou a promoção do trabalho presencial na Administração Pública, o que se deverá refletir numa “fiscalização mais ativa” destas situações, disse. “Se houver mais fiscalização, as situações de abuso tenderão a diminuir“, acredita Palma Ramalho.

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OCDE desafia Portugal a cortar mais na burocracia

Portugal tem avançado na simplificação do seu quadro regulatório, mas ainda enfrenta desafios que limitam a concorrência e o crescimento sustentável, refere uma análise da OCDE.

Portugal tem feito progressos significativos na melhoria do seu ambiente regulatório, mas ainda enfrenta desafios importantes para promover uma economia mais dinâmica e competitiva. A conclusão é da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), segundo a atualização dos indicadores de Regulação do Mercado de Produtos (PMR), publicados esta quarta-feira.

Os indicadores PMR da OCDE medem as barreiras regulatórias à concorrência e à entrada de empresas nos mercados. São uma ferramenta valiosa para os decisores políticos identificarem áreas onde a regulação pode estar a prejudicar a competitividade e o crescimento económico.

Segundo a OCDE, Portugal destaca-se como um dos países que mais evoluiu nos indicadores PMR, refletindo os esforços em reformar o ambiente regulatório. “Portugal tem feito progressos significativos na redução da burocracia e na simplificação de procedimentos para as empresas”, lê-se no relatório. Porém, continua relativamente longe da média dos países da Zona Euro.

Os técnicos da OCDE destacam que Portugal tem feito avanços notáveis na simplificação administrativa, na redução da burocracia e na abertura da economia a investimentos estrangeiros.

Também referem que o país implementou reformas para aumentar a transparência e a eficiência na gestão das empresas estatais. No entanto, ressalvam que persistem alguns obstáculos que dificultam uma maior e desejável concorrência no tecido empresarial que possam promover um maior crescimento sustentável.

Os técnicos da OCDE referem, por exemplo, que “alguns serviços profissionais como a advocacia e a contabilidade ainda enfrentam regulações restritivas que limitam a concorrência.”

Além disso, o documento destaca também que a complexidade do sistema regulatório continua a ser um desafio, especialmente para as pequenas e médias empresas (PME), e que o Estado ainda mantém uma presença significativa em alguns setores-chave da economia que pode limitar a concorrência.

A OCDE revela ainda que, na área da governação, foram implementadas “reformas para aumentar a transparência e a eficiência na gestão das empresas públicas”, mas sublinham que há espaço para melhorias, já que “em muitos países, as empresas estatais comerciais continuam parcialmente isoladas da disciplina do mercado e, muitas vezes, não são efetivamente protegidas de interferências políticas”.

Entre os principais desafios, a OCDE destaca três grandes áreas em que Portugal deveria apostar:

  • Barreiras administrativas: Os técnicos da OCDE referem que Portugal poderia beneficiar de uma simplificação dos requisitos administrativos para a criação de novas empresas. “A redução da burocracia e a adoção de ferramentas digitais são essenciais para incentivar a entrada de empresas inovadoras e fomentar a criação de empregos.”
  • Transparência no lobbying: A OCDE considera que a regulação das atividades de lobbying em Portugal é insuficiente, apresentando poucas exigências de divulgação das interações entre funcionários públicos e lobistas. Esta falta de transparência pode favorecer as grandes empresas estabelecidas em detrimento das mais jovens e inovadoras, ressalvam os técnicos, alerta o relatório.
  • Gestão das empresas estatais: A governação das empresas estatais em Portugal é também apontada pelo relatório como uma área em que poderia estar mais alinhada com as melhores práticas da OCDE para garantir um campo de jogo nivelado com as empresas privadas. A interferência política e a falta de disciplina de mercado são preocupações que precisam ser abordadas.

O relatório da OCDE refere que Portugal tem demonstrado um compromisso positivo ao nível do seu ambiente regulatório, que é refletido nos progressos dos indicadores PMR identificados pela OCDE.

As reformas implementadas para reduzir a burocracia, simplificar procedimentos e aumentar a transparência na gestão das empresas estatais são passos relevantes na direção certa da competitividade da economia nacional.

No entanto, persistem desafios que necessitam de atenção contínua, como a complexidade do sistema regulatório, especialmente para as PME, e a regulação restritiva em alguns serviços profissionais.

Para alcançar uma economia mais dinâmica e competitiva, a OCDE salienta a necessidade de Portugal continuar a simplificar os requisitos administrativos, seja capaz de adotar ferramentas digitais e melhorar a transparência nas atividades de lobbying.

Além disso, salienta que a gestão das empresas estatais deve ser alinhada com as melhores práticas internacionais para garantir um nível equiparado com o que é praticado nas empresas privadas.

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Ordem dos Advogados apresenta queixa à provedora da Justiça sobre inconstitucionalidade de normas na CPAS

A Ordem dos Advogados apresentou uma queixa à provedora de Justiça, Maria Lúcia Amaral, a pedir a verificação da inconstitucionalidade de algumas normas do regulamento da CPAS, como da parentalidade.

A Ordem dos Advogados (OA) apresentou uma queixa à provedora de Justiça, Maria Lúcia Amaral. Em causa está um pedido de verificação da inconstitucionalidade de algumas normas do regulamento da Caixa de Previdência de Advogados e Solicitadores (CPAS). A OA pretende que a provedora utilize os seus poderes e fiscalize as normas em causa, como as relativas aos apoios à parentalidade e doença.

Em comunicado, a OA explica que o pedido de fiscalização abstrata sucessiva pedido visa normas que “impedem a advocacia de aceder aos apoios na parentalidade, doença e quebra de rendimentos e ainda aquelas que obrigam a classe a efetuar pagamentos de contribuições de acordo com rendimentos presumidos e não reais”. “Normas essas que na nossa opinião violam de forma grosseira os princípios da universalidade, da igualdade, da capacidade contributiva, do livre acesso à profissão previstos na Constituição da República Portuguesa, enquanto baluartes em que se sustenta o regime dos direitos fundamentais”, lê-se no comunicado.

A queixa foi entregue na passada segunda-feira, dia 8 de julho, pela bastonária da Ordem dos Advogados, Fernanda de Almeida Pinheiro, e pelo Conselho Geral da Ordem dos Advogados.

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Ministro admite que descer IVA da construção de casas para 6% “é uma medida difícil” de aplicar

No pacote Construir Portugal, o Governo prevê reduzir o imposto para a taxa mínima. Contudo, Joaquim Miranda Sarmento não se compromete com prazos e duvida da sua eficácia sobre os preços dos imóveis.

O ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, reconheceu esta quarta-feira que a redução do IVA da construção de casas para a taxa mínima, de 6%, “é uma medida difícil de modelar”, e duvida da sua eficácia.

O pacote Construir Portugal que o Governo aprovou, em maio, prevê a redução de IVA para a taxa mínima de 6% para as obras de reabilitação e construção de habitação, com limites em função dos preços até ao fim da legislatura. No entanto, Joaquim Miranda Sarmento não se compromete com prazos.

“A descida do IVA na habitação é um objetivo do Governo, mas é uma medida difícil de modelar porque tem de ter uma efetiva repercussão nos preços da habitação”, afirmou durante a audição regimental que decorreu esta quarta-feira na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública (COFAP).

O governante explicou que “a teoria económica diz que depende da elasticidade do mercado e nem sempre as descidas do imposto são repercutidas nos preços sobre os consumidores”.

“É uma medida que gostaríamos de implementar o mais rapidamente possível, mas temos de avaliar quando será possível nos quatro anos da legislatura para ser o mais eficiente possível”, sublinhou.

No final de maio, a secretária de Estado da Habitação, Patrícia Gonçalves Costa, admitiu alargar a taxa reduzida do IVA a projetos de construção. “Tivemos uma conversa com os vários partidos, e estamos neste momento a estudar o alargamento do IVA a 6% também para os projetos que são 23%”, afirmou a governante, na Advocatus Summit, uma iniciativa do ECO.

Mas agora o ministro das Finanças considera que é uma medida de difícil aplicação, uma vez que é preciso garantir que a redução do imposto se reflita na descida dos preços das casas.

(Notícia atualizada às 13h01)

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