Como as marcas aproveitam o Dia dos Namorados

Tendo como pano de fundo o Dia dos Namorados, são várias as marcas que aproveitam para tentar chegar até aos consumidores através das redes sociais, seja com humor, passatempos ou sugestões.

“O amor está no ar”, dizem várias marcas nas redes sociais, aproveitando o Dia dos Namorados para comunicar com os seus seguidores e consumidores.

Seja através do humor, sugestões de presentes, partilha de receitas ou passatempos, são várias as “técnicas” usadas pelas marcas para potenciar a sua presença nas redes sociais e conseguirem aproximar-se mais dos seus clientes.

A Note, por exemplo, optou por uma série de publicações alusivas ao tema, incluindo uma com frases que podem ser enviadas à cara-metade e outra com sugestões de produtos que podem ser oferecidos nesta data especial.

A Rádio Popular também aproveitou a ocasião, apresentando sugestões de presentes. “Cada casal merece o seu presente ideal”, diz a marca.

Enquanto a Super Bock publicou uma imagem, a Sagres partilhou um vídeo alusivo a este dia, “porque entre nós, há sempre espaço para mais amor”, escreve a marca de cerveja incitando os utilizadores a identificarem com quem querem brindar.

Já a aposta da Odisseias para chegar mais perto dos consumidores passa por comunicar a oferta de uma experiência “Amor está no Ar” (um voo de balão) a duas pessoas que comprem um pack da marca. A promoção é válida até ao dia 29 de fevereiro.

A Fnac também apostou num conjunto de publicações. Numa dessas publicações, a título de exemplo, a marca mostrou alguns “matches perfeitos”, ou seja, artigos que combinam quando comprados em conjunto. Mas a retalhista apostou também na partilha de frases “tiradas dos maiores romances da literatura”, sendo que os consumidores podem “encontrar estes cartões de flores pelas floristas de Norte a Sul do país”, os quais contam ainda com um QR code que encaminha para outros capítulos dos respetivos romances.

Já a Sephora mostra alguns dos seus produtos mais relacionados com o Dia dos Namorados mas também apostou na partilha de uma sopa de letras, desafiando os seus seguidores a comentar o que encontraram primeiro e a marcarem a “crush” para lhes oferecer esse produto.

A marca de cosméticos partilhou também um vídeo onde mostra a rotina de skincare e makeup de um casal, aproveitando para sugerir alguns dos seus produtos tanto para “ela” como para “ele”.

Já entre as marcas de distribuição alimentar, o Pingo Doce aproveitou vários dos seus produtos para criar cartões que podem ser entregues neste dia que celebra o amor, enquanto o Continente optou pela partilha de “um menu semanal com opções para partilhar com quem mais gosta”. Já o Lidl também apostou num passatempo para oferecer um blusão.

Ciente dos dilemas que os casais por vezes enfrentam na hora das escolhas, a Telepizza apresenta a pizza “Não Sei, Escolhe Tu”, até “porque a indecisão agora é uma escolha”. No âmbito desta campanha que contou com a criatividade da agência Judas, a marca promove também um passatempo para oferecer esta pizza aos 10 comentários com mais gostos.

No setor audiovisual, os Cinemas Nos, a pensar em quem ainda não encontrou par com quem assinalar este dia, promove “Single Sessions”, para que os solteiros que queiram ir ao cinema não estejam rodeados de casais.

Além de várias outras publicações, a Flying Tiger preparou um “Quiz de São Valentim”.

De uma forma mais institucional, também as forças de segurança aproveitaram este dia para interagir com os seus seguidores. Em conjunto, a GNR e a PSP lançaram a campanha “Amor não é violência… E tu sabes isso no teu coração”, com a participação da atriz, professora e encenadora Maria Caetano Vilalobos. A PSP fez ainda outras publicações contra a violência e o cibercrime.

Já o MAAT lançou um passatempo de fotografia desafiando os internautas a tirar uma fotografia que mostre o que é para si o amor, junto ao anel, “Solitário”, da artista Joana Vasconcelos.

Veja aqui mais exemplos de como as marcas aproveitam este dia nas redes sociais:

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Macron pede a Netanyahu que pare operações em Gaza e avance para solução de dois Estados

  • Lusa
  • 14 Fevereiro 2024

O Presidente francês "exprimiu a firme oposição da França a uma ofensiva israelita em Rafah", no sul da Faixa de Gaza, "que só poderia conduzir a uma catástrofe humanitária de uma nova magnitude".

O Presidente francês transmitiu esta quarta-feira ao primeiro-ministro de Israel que as operações em Gaza “têm de parar” porque “o custo humano e a situação humanitária” são “intoleráveis”, instando Benjamin Netanyahu a tomar medidas para uma solução de dois Estados.

Numa conversa telefónica com Netanyahu, Emmanuel Macron “exprimiu a firme oposição da França a uma ofensiva israelita em Rafah”, no sul da Faixa de Gaza, “que só poderia conduzir a uma catástrofe humanitária de uma nova magnitude”, de acordo com um comunicado da Presidência francesa. Manifestou ainda a oposição da França a “qualquer deslocação forçada de população”, o que, segundo o governante francês, constituiria uma violação do direito internacional humanitário e “um risco adicional de escalada regional”.

O chefe de Estado francês sublinhou também “a extrema urgência de concluir, sem mais demoras, um acordo de cessar-fogo que garanta finalmente a proteção de todos os civis e o afluxo maciço de ajuda de emergência”. Emmanuel Macron considerou ainda “imperativo abrir o porto de Ashdod, uma via terrestre direta a partir da Jordânia e todos os pontos de passagem” para fazer chegar a ajuda ao enclave palestiniano. “A falta de acesso humanitário é injustificável”, insistiu.

Reiterou ainda a “condenação” de Paris “à política de colonatos de Israel” e “apelou ao desmantelamento dos enclaves ilegais” em território palestiniano, pedindo “que se evite qualquer medida suscetível de conduzir a uma escalada descontrolada em Jerusalém e na Cisjordânia”. A França anunciou na terça-feira sanções contra 28 “colonos israelitas extremistas culpados de violência contra civis palestinianos na Cisjordânia” e apelou à União Europeia (UE) para que faça o mesmo.

Macron também sublinhou que a solução de dois Estados é a única que pode responder “às legítimas aspirações dos palestinianos” e apelou a Netanyahu e a todos os líderes israelitas para que “tenham a coragem de lhes oferecer um futuro de paz”, acrescentou o Eliseu (Presidência francesa) no mesmo comunicado. Por outro lado, o Presidente francês salientou que a libertação de todos os reféns israelitas detidos pelo Hamas, incluindo três que são também cidadãos franceses, “é uma prioridade absoluta para a França”.

Durante a conversa foi também abordada a situação regional, tendo Macron salientado a importância de evitar que o conflito se alastre a toda a região, nomeadamente ao Líbano e ao Mar Vermelho.

O conflito na Faixa de Gaza entre o Hamas e Israel foi desencadeado após o ataque sem precedentes do movimento islamita palestiniano em território israelita, em 7 de outubro passado, em que morreram mais de 1.160 pessoas, na sua maioria civis, de acordo com uma contagem da agência noticiosa francesa AFP baseada em dados oficiais israelitas.

O Hamas, considerado terrorista pela UE, Estados Unidos e Israel, fez ainda 253 reféns, dos quais 130 ainda permanecem cativos em Gaza. Em retaliação, Israel está a levar a cabo uma ofensiva militar em grande escala que já fez mais de 28.500 mortos em Gaza, a grande maioria civis, e dezenas de milhares de feridos, segundo os últimos dados do Ministério da Saúde do Hamas, que controla o enclave palestiniano desde 2007.

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Nikki Haley ironiza que Trump é amante de ditadores

  • Lusa
  • 14 Fevereiro 2024

A candidata à nomeação republicana divulgou um comunicado com ilustrações em que Trump aparece com dirigentes como o Presidente chinês, o russo e o líder norte-coreano.

A candidata à nomeação republicana à corrida presidencial norte-americana Nikki Haley aproveitou o Dia dos Namorados para ironizar sobre o ex-presidente e pré-candidato Donald Trump (2017-2021), que apelidou de amante de ditadores. “Feliz Dia dos Namorados de Donald Trump para os ditadores de todo o mundo! Ao longo dos anos, Trump professou o seu amor pelos ditadores mais brutais do mundo e elogiou a sua força e capacidade de liderança”, disse a ex-embaixadora dos EUA na Organização das Nações Unidas (ONU).

Haley, que nas últimas semanas endureceu as suas críticas ao ex-presidente e seu adversário, divulgou um comunicado com ilustrações em que Trump aparece com dirigentes como o Presidente chinês, Xi Jinping, o russo, Vladimir Putin, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un. Na nota, a pré-candidata também recupera textos de Trump referindo-se a estes dignitários, como algumas palavras pronunciadas em 2019: “[Kim] escreveu-me lindas cartas, e são ótimas cartas. Apaixonámo-nos”, disse Trump sobre o líder norte-coreano.

Sobre Xi, recorda Haley, Trump disse que “é forte como o granito, é forte, conheço-o muito bem, o Presidente Xi da China… o que posso dizer: lidera 1,4 mil milhões de pessoas com um punho de ferro”. E sobre o chefe de Estado russo: “Telefonei ao Presidente Putin da Rússia para o felicitar pela sua vitória eleitoral. Os meios de comunicação social falsos estão a passar-se porque queriam que eu o criticasse. Estão enganados!”.

Em relação aos talibãs, Trump disse que são “bons combatentes”. “Temos de lhes dar crédito por isso. Estão a lutar há mil anos. O que eles fazem é lutar”, considerou. Embora Trump continue a ser o favorito para ser o nomeado Republicano, Haley posicionou-se nas últimas semanas como a sua principal rival, depois de outros candidatos, como o governador da Florida, Ron DeSantis, terem desistido.

Trump está muito perto de conquistar a nomeação do seu partido para as eleições presidenciais de novembro, depois de sucessos retumbantes no Iowa, New Hampshire, Nevada e Ilhas Virgens Americanas. Os dois candidatos voltarão a enfrentar-se nas primárias da Carolina do Sul, a 24 de fevereiro.

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O papel das marcas na sustentabilidade dos media

Até que ponto as marcas têm um papel a desempenhar na sustentabilidade dos media? A Conversas +M juntou João Epifânio, Teresa Lameiras e António Fuzeta da Ponte para debater o tema.

João Epifânio (administrador e CMO da Altice), Teresa Lameiras (diretora de comunicação e marca da SIVA-PHS), António Fuzeta da Ponte (diretor de marca e comunicação da Worten) e Carla Borges Ferreira (diretora executiva do +M)Hugo Amaral

As marcas podem, “sem dúvida”, contribuir para a sustentabilidade dos media, garante Teresa Lameiras. Há, no entanto, um “ciclo vicioso“, em que “se os media não tiverem os resultados que esperamos enquanto agentes das marcas, também nós nos vemos condicionados” para investir nesses media.

A afirmação da diretora de comunicação e marca da SIVA foi proferida no debate organizado pelo +M sobre a crise que o negócio dos media atravessa e o papel que as marcas podem desempenhar na sustentabilidade do setor, numa relação que parece levantar desafios para ambas as partes, marcas e órgãos de comunicação social.

Existe por parte das marcas, naturalmente, a necessidade de encontrarem meios fortes que sejam lidos, consumidos, onde estejam os consumidores, para nós também ali podermos marcar presença. E existe, por outro lado, por parte dos jornalistas, o enorme desafio de construírem essas realidades, essas casas onde as atenções surjam e a qualidade seja identificada para haver uma procura bastante grande“, apontou Teresa Lameiras.

Numa altura em que, de forma regular, parte da responsabilidade pela crise do jornalismo é atribuída às grandes plataformas tecnológicas – que atraem tanto a audiência como o investimento publicitário que antes estavam nos meios de comunicação -, João Epifânio defendeu que as culpas desta crise não podem ser só apontadas à Meta e à Google.

Todos aqui temos de enfrentar concorrentes que são marcas globais, e a área da comunicação social não é uma exceção. E, por isso, não acho que tenha de ser uma fatalidade os grupos de comunicação social terem dificuldades nos seus modelos de negócio. Aliás, há pelo menos um [Media Livre, ex-Cofina] que tem provado o contrário, e portanto alguma coisa também quer dizer para os demais

João Epifânio

Administrador e CMO da Altice

A competição com players internacionais “é um desafio que é uma constante para quem gere uma empresa, não é algo que tenha aparecido de novo”, começou por afirmar o CMO da Altice, no painel “O papel das marcas na sustentabilidade dos media”, o terceiro da conferência “Jornalismo, as notícias e o negócio”, que decorreu no Estúdio ECO.

“Todos aqui temos de enfrentar concorrentes que são marcas globais, e a área da comunicação social não é uma exceção. E, por isso, não acho que tenha de ser uma fatalidade os grupos de comunicação social terem dificuldades nos seus modelos de negócio, aliás, há pelo menos um [Media Livre, ex-Cofina] que tem provado o contrário, e portanto alguma coisa também quer dizer para os demais“, apontou João Epifânio.

Sobre a questão da contribuição das marcas para sustentabilidade do jornalismo, João Epifânio evidenciou o papel “particularmente ativo” da marca que representa, referindo que a Meo tem apoiado “todos ou praticamente todos os projetos de conteúdos nacionais que foram lançados ao longo dos últimos 15 anos”.

João Epifânio, administrador e CMO da Altice.Hugo Amaral

Nós temos sido de facto, porventura, a marca que mais projetos de comunicação social tem apoiado ao longo dos anos. Infelizmente isto não é secundado por outras. É algo que nos distingue. Temos tido sempre a porta aberta para todos os projetos que nos queiram apresentar. Obviamente que não conseguimos ir a todos, mas porventura se outras marcas tivessem a mesma disponibilidade, podia ser feito mais e melhor neste setor“, defendeu o administrador e chief marketing officer (CMO) da Altice.

Este trabalho desenvolvido pela Meo, e por outras marcas que apoiam, “muitas vezes por crença”, projetos de media, foi apelidado por Antonio Fuzeta da Ponte, diretor de marca e comunicação da Worten, como “louvável”. “É preciso casar o bom jornalismo com a boa gestão e políticas comerciais”, para que as marcas depois adiram aos projetos, aproveitou para defender.

Se só investirmos no que o Excel nos diz, então aí a media digital da Meta e da Google vai levar tudo e não fica nada para os publishers. Por isso, se eu estivesse no lugar dos publishers, tentaria perceber o que é que as marcas querem, tentaria dar bons números e tentaria ser mais colaborativo

António Fuzeta da Ponte

Diretor de marca e comunicação da Worten

Já quanto às decisões de investimento tomadas pelos gestores das marcas, Fuzeta da Ponte garantiu que “ainda não somos totalmente robóticos e não respiramos apenas Excel“. “Se só investirmos no que o Excel nos diz, então aí a media digital da Meta e da Google vai levar tudo e não fica nada para os publishers. Por isso, se eu estivesse no lugar dos publishers, tentaria perceber o que é que as marcas querem, tentaria dar bons números e tentaria ser mais colaborativo“, indicou o responsável da Worten.

Num paralelismo com a corrida, e ainda sobre decisões de investimento, o diretor de marca e comunicação da Worten descreveu os marketeers como “uns maratonistas de sprints“, apontando que “muitas vezes cai-se no erro de meter o dinheiro todo em acquisition, performance e borrifar em tudo o resto“.

Segundo Fuzeta da Ponte, o mercado nacional é pequeno e as empresas têm dificuldade na construção de marca, pelo que “muitas vezes” os investimentos na construção são “atacados pela premência de vender”, sendo por isso que depois se investe “nestas ferramentas muito rápidas de ir buscar receita”.

O responsável da Worten defendeu também a partilha da informação de que as marcas dispõem com os jornalistas e a abertura dos media a essa informação. “Nós conseguimos antever o que se vai passar nos próximos anos, e acho que é interessante enquanto matéria-prima para os jornalistas e para as pessoas lerem. As marcas devem poder abrir essas bases de dados, esse conhecimento. E os jornalistas aceitar esta nossa vontade de colaborar“, afirmou.

Integração das marcas no jornalismo

Teresa Lameiras aproveitou a deixa da colaboração para defender que os órgãos de comunicação social e os jornalistas não podem só olhar para as marcas quando precisam delas, até porque as marcas têm narrativas e histórias que devem ser acompanhadas.

As marcas devem ser integradas de uma forma perfeitamente natural. Não devem ser ostracizadas e só ser olhadas como anunciantes. As marcas têm histórias para contar, que interessam ou não, dependendo dos meios. E nós temos que saber respeitar isso”, prosseguiu.

O que às vezes sinto é que só nestes momentos de maior crise é que existe espaço para isso. E, mesmo assim, nos automóveis é um bocadinho mais complicado, porque verificamos que muitos meios acham importante a presença do automóvel enquanto anunciante, mas não dão espaço ao automóvel enquanto produto“, prosseguiu ainda Teresa Lameiras.

Subscrevendo esta ideia, João Epifânio acrescentou que o jornalismo tem de alterar a sua mentalidade, em termos de igualdade de tratamento, devendo falar das marcas tanto pela positiva ou negativa. Quando é para se falar bem não se deve “escamotear”, omitindo o nome da marca e aludindo-se à mesma como “uma marca de automóveis ou uma cadeia de retalho”, exemplificou.

A diretora de comunicação e marca da SIVA-PHS aproveitou então para chamar à atenção para a existência de um “desafio” de mudar um “certo mindset” dos jornalistas, para que estes ajudem a fazer uma evolução para um “enquadramento de trabalhar em equipa”. Segundo Teresa Lameiras o “enquadramento que ajuda a construir alguma coisa de valor para a marca passa também por quem acompanha a marca no dia-a-dia e para quem estas mandam a informação”, ou seja, o jornalista.

Sobre esta relação entre marcas e meios, e alargando à parte comercial, João Epifânio defendeu que o “espaço de colaboração” é “muito curto”, e que a existência das agências de meios não devia ser impeditiva de que as marcas falem diretamente com os meios, até porque “é do nosso interesse coletivo”.

António Fuzeta da Ponte, diretor de marca e comunicação da WortenHugo Amaral

Também sobre esta ligação, António Fuzeta da Ponte reforçou que os meios e os jornalistas podem ajudar a estabelecer esta relação e a contribuir para a persecução do propósito das marcas de contar histórias.

O responsável da Worten concedeu que os media são importantes como espaço de publicidade, mas argumentou que é preciso “injetar força nas colaborações“, defendendo ainda um uso “limitado” de branded content.

Sobre as relações e soluções que podem ser estabelecidas e encontradas entre as marcas e os meios, e advogando a ideia de que não se pode ficar preso aos modelos de negócio do passado, que sofrem a “pressão da inovação” tanto de players nacionais como internacionais, João Epifânio destacou o lançamento do Playce.

Segundo explicou o CMO da Altice, esta é uma solução segmentada e direcionada com critérios (validados e auditados), que “responde aos kpis [indicadores-chave de desempenho, na tradução em português] do digital e é medida da mesma forma”, com a diferença de que é publicidade servida com um “alto índice de agrado” num “ambiente muito mais rico”.

Esta é, segundo Epifânio, publicidade que as pessoas não se importam de ver. “Quando a publicidade se torna mais relevante, o consumidor não tem problemas em vê-la. Agora breaks de 20 minutos, convenhamos que todos nós enquanto consumidores teremos seguramente as nossas reservas“.

O responsável da Altice explicou então que o Playce tem crescido bastante, quer em termos de visualizações quer de valor, crescimento que “vai continuar porque estamos com o inventário lotado”.

O que estamos a criar é uma plataforma que vai permitir fixar budgets locais e investimento local em soluções também de programático e que na prática dá a opção do anunciante poder escolher entre o Google e Facebook, mas também o Playce, uma vez que também consegue endereçar consumidores de forma muito semelhante“, explicou.

Também temos de trazer inovação para o mercado, o problema é que por vezes existe falta de capacidade de investimento para dinamizar essa inovação“, destacou ainda Epifânio, reforçando a necessidade de “colaboração” entre marcas, anunciantes, meios e agências, mas também entre o Estado e “políticas estatais de dinamização de consumo de conteúdos”.

O futuro pode passar por conteúdos pagos, mas estes têm de ser de qualidade

Quando o jornalismo migrou para o online, a tendência foi a de disponibilizar todos os conteúdos gratuitamente, estratégia difícil de reverter. Nesta ótica, o diretor de marketing da Altice defendeu que é preciso habituar as pessoas de que não pode ser tudo gratuito, algo que passa por “educar o mercado” e que pode ser feito, por exemplo, através de ferramentas como bonificações no IRS para assinaturas de conteúdos digitais.

Há uma necessidade muito grande de ter notícias credíveis, o que é uma enorme oportunidade para os meios que dão essas notícias. Agora, tem de se encontrar uma forma de trabalhar para que as pessoas sintam que o conteúdo tem de ser pago e que há uma diferença nesse conteúdo

Teresa Lameiras

Diretora de comunicação e marca da SIVA-PHS

“Nós enquanto consumidores temos um contributo a dar para o bem-estar geral. Não podemos achar normal consumir conteúdo jornalístico, vídeos com peças de reportagem, e achar que é tudo de borla. Acho que há aqui um problema de educação, de formação”, disse Epifânio, defendendo que a comunicação social tem de ser remunerada pelo trabalho que faz.

Indo ao encontro desta ideia, Teresa Lameiras defendeu que os media são desafiados em encontrar soluções para captar novos hábitos de consumo e de produzir conteúdos diferenciados, mas que este consumo não pode ser gratuito.

Há uma necessidade muito grande de ter notícias credíveis, o que é uma enorme oportunidade para os meios que dão essas notícias. Agora tem de se encontrar uma forma de trabalhar para que as pessoas sintam que o conteúdo tem de ser pago e que há uma diferença nesse conteúdo“, afirmou, referindo também “toda uma parte cultural e educacional que também é preciso ser trabalhada”.

Ainda nesta senda, António Fuzeta da Ponte concedeu que os conteúdos pagos podem ser o futuro, mas que estes “não podem ser bons, têm de ser excelentes”, tendo em conta que há tanta coisa e tantos conteúdos disponibilizados de forma gratuita, como em outras plataformas como a Twitch, onde há pessoas a distribuir conteúdos para centenas ou milhares de pessoas “sem qualquer regulamentação”.

Já quando questionados quanto a orçamentos de investimento publicitário para este ano, António Fuzeta da Ponte avançou que este ia ser muito semelhante ao do ano passado, com o digital – incluindo o digital de curto prazo (redes sociais, shopping, performance) – a subir bastante. “Não me posso queixar enquanto investidor e marca”, disse ainda o responsável da Worten, acrescentando que gostava de ver reforçadas as “parcerias e colaborações”.

Teresa Lameiras, diretora de Comunicação e Marca da SIVA-PHSHugo Amaral

Teresa Lameiras também observou que as perspetivas de investimento publicitário da SIVA para este ano não são de crescimento, mas sim em linha com o ano passado.

“Acreditamos que este é um ano muito importante e que se calhar vai marcar a próxima década ou mais”, começou por dizer por sua vez João Epifânio, referindo que vão mais de quatro biliões de pessoas às urnas este ano.

Vamos viver um ano “extremamente desafiante”, com uma “dose de incerteza grande”, “que vai seguramente influenciar todas as marcas, e as maiores vão influenciar as mais pequenas de alguma maneira, numa cadeia sucessiva que a todos vai tocar“, afirmou.

Vai haver marcas que vão querer aproveitar alguma incerteza adicional e outras que vão congelar um pouco mais os seus movimentos. Nós acreditamos na irreverência e portanto vamos querer estar, naturalmente, na vanguarda do movimento“, completou.

O diretor de marketing da Altice observou ainda que as marcas têm também uma responsabilidade de devolver um pouco à sociedade, defendendo que as marcas são mais do que dizer “compre aqui” e que essa tem sido uma “consciencialização crescente” no mercado.

Esta consciencialização de marcas, a capacidade e alcance que têm os media, a arte de saber escrever, expor e explicar dos jornalistas. Estas têm que ser capacidades convergentes, sinérgicas, para que efetivamente possamos todos, de alguma maneira, construir uma sociedade que todos queremos melhor“, concluiu.

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Ministério Público vai recorrer de medidas aplicadas a suspeitos de corrupção na Madeira

  • Lusa
  • 14 Fevereiro 2024

O Ministério Público tinha pedido prisão preventiva, a medida mais gravosa. Mas os três arguidos no caso de corrupção a Madeira acabaram por sair em liberdade, ao fim de 21 dias de detenção.

O Ministério Público vai recorrer da aplicação da medida cautelar menos gravosa ao ex-presidente da Câmara do Funchal Pedro Calado e aos empresários Avelino Farinha e Custódio Correia, investigados por suspeitas de corrupção na Madeira.

“O Ministério Público vai interpor recurso”, disse à Lusa fonte oficial da Procuradoria-Geral da República (PGR), em relação à decisão do juiz Jorge Bernardes de Melo, do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC) de Lisboa, que determinou esta quarta-feira à tarde a libertação “de imediato” dos arguidos.

O magistrado do TCIC decidiu ainda aplicar termo de identidade e residência ao ex-presidente do município do Funchal Pedro Calado (PSD), bem como aos empresários Avelino Farinha, líder do grupo de construção AFA, e Custódio Correia, principal acionista do grupo ligado à construção civil Socicorreia.

“Não se encontrando indiciada a prática, pelo arguido Custódio Ferreira Correia, pelo arguido José Avelino Aguiar Farinha e/ou pelo arguido Pedro Miguel Amaro de Bettencourt Calado de um qualquer crime, deverão os mesmos aguardar os ulteriores termos do processo sujeitos à medida de coação de termo de identidade e residência”, refere o despacho do juiz.

Na sexta-feira, o Ministério Público tinha pedido prisão preventiva, a medida mais gravosa, para os três arguidos. O termo de identidade e residência, de aplicação obrigatória quando alguém é constituído arguido, consiste na identificação da pessoa e indicação da sua residência, bem como na obrigação de comparecer perante as autoridades sempre que houver uma notificação. O arguido não pode mudar de residência ou ausentar-se por mais de cinco dias sem comunicar o lugar onde pode ser encontrado.

A Polícia Judiciária (PJ) realizou, em 24 de janeiro, cerca de 130 buscas domiciliárias e não domiciliárias sobretudo na Madeira, mas também nos Açores e em várias zonas do continente, no âmbito de um processo que investiga suspeitas de corrupção ativa e passiva, participação económica em negócio, prevaricação, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, abuso de poderes e tráfico de influência.

A PJ deteve nesse dia o então presidente da Câmara do Funchal, que entretanto renunciou ao cargo, e os dois empresários. O presidente do Governo Regional da Madeira (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido e acabou por renunciar ao cargo, o que implicou a demissão do executivo. Em causa no processo estão suspeitas de corrupção ativa e passiva, participação económica em negócio, prevaricação, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, abuso de poderes e tráfico de influência, segundo a PJ.

De acordo com documentos judiciais a que a Lusa teve acesso, o Ministério Público refere que o social-democrata Miguel Albuquerque, Pedro Calado e Avelino Farinha estabeleceram, “ao longo do tempo, uma relação de particular proximidade e confiança” que terá beneficiado aquele grupo empresarial “ao arrepio das regras da livre concorrência e da contratação pública”.

Entre os contratos alvo de investigação criminal, indicam os documentos judiciais, estão a concessão de serviço público de transporte rodoviário de passageiros na ilha da Madeira, a concessão do Teleférico do Curral das Freiras, o projeto da requalificação da Praia Formosa e o Funchal Jazz 2022-2023.

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Mutua Madrilena compra mais ações da start-up Mundimoto

  • ECO Seguros
  • 14 Fevereiro 2024

A compra é "estratégica" para o grupo crescer no domínio da mobilidade, diz o diretor-geral adjunto e de novos negócios do grupo segurador espanhol Mutua Madrileña.

O grupo espanhol Mutua Madrilena, onde se destaca a seguradora Mutua Madrilena, adquiriu uma participação de 4,5% das ações da startup catalã Mundimoto, startup especializada na compra e venda de motociclos usadas, dá conta o elEconomista.

Segundo o diretor-geral adjunto e de novos negócios da Mutua Madrileña, Víctor Zambrana, a compra alinha-se com a estratégia do grupo em investir em startups com potencial de crescimento e que se adequam à sua estratégia de negócio. Para o digirente, o grupo estar a dar “um novo passo na sua estratégia de crescimento no domínio da mobilidade”.

No ano passado, a Mutua Ventures, veículo investidor em startups do Grupo Mutua que visa reforçar o seu desenvolvimento estratégico e apostas em empresas inovadoras na sua fase inicial, e a familia Riberas, através da empresa de gestão detida e utilizada apenas pela família, investiram 10 milhões de euros na startup.

A Mundimoto encerrou 2022 com volume de negócios de 60 milhões de euros, tendo comercializado mais de 15 mil motociclos.

Além da startup catalã a seguradora investiu em mais novas empresas, como a Recomotor e V2C nos últimos meses.

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Número de funcionários públicos sobe para máximos à boleia das autarquias

Estado tem 745.406 trabalhadores. Há mais 3.239 postos de trabalho (0,4%) em termos homólogos ou mais 6.560 (1,2%) em cadeia. Dezembro fechou com o maior número de trabalhadores de sempre.

O número de funcionários públicos subiu, em dezembro do ano passado, para 745.406 à boleia das autarquias. São mais 3.239 postos de trabalho (0,4%) em termos homólogos ou mais 6.560 (1,2%) em cadeia. Em relação à série, que remonta a 2011, é o dezembro com mais trabalhadores de sempre, segundo a síntese estatística da Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP), publicada esta quarta-feira.

“A 31 de dezembro de 2023, o emprego no setor das administrações públicas situava-se em 745.406 postos de trabalho, refletindo um aumento de 0,4% em termos homólogos e de 1% face ao trimestre anterior”. Comparando com o último trimestre de 2011 (início da série), verificou-se um aumento de 2,4%”, o que corresponde a mais 17.705 postos de trabalho, lê-se no documento.

Em comparação com quarto trimestre do ano anterior, o emprego nas administrações públicas subiu 0,4%, o que se traduz em mais 3.239 funcionários, “com origem principalmente no subsetor da administração local”, que contratou 3.065 trabalhadores, o que representa uma variação de 2,3%, “em resultado, sobretudo, do aumento nos municípios” que empregaram mais 2.072 funcionários, segundo a DGAEP.

Na administração central, “o aumento homólogo de 701 postos de trabalho (+0,1%) foi impulsionado essencialmente pelo emprego nas carreiras de técnico superior (+881 postos de trabalho), docentes do ensino universitário e superior politécnico (+468 postos de trabalho, no seu conjunto) e carreira médica (+364)”, nota ainda o gabinete de estatísticas.

Na variação em cadeia, isto é, em relação ao trimestre anterior, entre julho e setembro, o aumento de 6.560 postos de trabalho ou de 1,2% deveu-se sobretudo ao início do ano letivo, ou seja, um fator de sazonalidade.

Assim, verificou-se um aumento das contratações para as carreiras de educadores de infância e docentes do ensino básico e secundário, que integraram 4.997 funcionários. O ensino superior contribuiu com mais 1.806 postos de trabalho e foram contratados mais 830 técnicos superiores, designadamente para estabelecimentos de ensino básico e secundário, no âmbito das AEC – atividades de enriquecimento curricular.

Por área governativa, o aumento em cadeia foi mais significativo na Educação, com mais 5.856 postos de trabalho, e na Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, que empregou mais 1.971 funcionários.

“Na Administração Interna, a redução de 2.264 postos de trabalho face ao trimestre anterior resultou principalmente da extinção do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e da passagem dos respetivos trabalhadores para outras entidades, designadamente para a Agência para a Integração, Migrações e Asilo, I. P. (área governativa da Presidência do Conselho de Ministros) e para a Polícia Judiciária (área governativa da Justiça)”, destaca a DGAEP.

O gabinete de estatísticas assinala ainda “a saída de assistentes operacionais contratados na GNR para a vigilância das florestas no verão”.

A 31 de dezembro de 2023, o emprego no setor das administrações públicas manteve sensivelmente a estrutura por subsetor: “75% dos trabalhadores encontravam-se em entidades da administração central, 18,1% na administração local, 5,5% na administração regional e 1,4% nos fundos de Segurança Social”, indica a DGAEP.

“62,2% de trabalhadores das administrações públicas eram mulheres, indicador que se situava 12,3 pontos percentuais (p.p.) acima do valor da taxa de feminização da população ativa (49,9%)”, sendo a taxa de feminização mais elevada nas regiões autónomas da Madeira e dos Açores e mais baixa nas autarquias, segundo a síntese estatística.

De salientar que o emprego público representava 7,2% da população total, 14% da população ativa e 15% da população empregada.

Salário médio bruto avança 5,5% para 1.657,8 euros

Em outubro de 2023, o valor da remuneração base média mensal dos trabalhadores a tempo completo no Estado aumentou 5,5% ou 86,7 euros para 1.657,8 euros face ao salário médio de 1.571,1 euros, registado no período homólogo.

Esta variação deve-se ao “efeito conjugado da entrada e saída de trabalhadores com diferentes níveis remuneratórios, das medidas de valorização remuneratória aprovadas para os trabalhadores em funções públicas e da atualização do valor da Retribuição Mínima Mensal Garantida (RMMG) para 760 euros e do valor da Base Remuneratória da Administração Pública (BRAP) para 769,2 euros”, justifica a DGAEP.

Em relação ao ganho médio mensal, que já inclui suplementos e pagamentos de horas extra, o valor escalou 6,5% ou 120,5 euros para 1.968,6 face aos 1.848,1 euros praticados em outubro de 2022.

“A variação homóloga resulta do aumento da remuneração base média mensal e das restantes componentes do ganho, como subsídios e suplementos regulares e pagamentos por horas suplementares ou extraordinárias”, esclarece a DGAEP.

(Notícia atualizada às 18h58)

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Municípios pedem comboio de alta velocidade que ligue Faro, Huelva e Sevilha

  • Lusa
  • 14 Fevereiro 2024

Os responsáveis autárquicos dos municípios de Faro, Huelva e Sevilha argumentaram no manifesto que a alta velocidade trouxe “desenvolvimento económico” e um “notável crescimento” a cidades e regiões.

A criação de um comboio de alta velocidade entre Faro e as cidades espanholas de Huelva e Sevilha é o objetivo de um manifesto assinado pelos representantes máximos dos três municípios, anunciou esta quarta-feira a autarquia algarvia.

O manifesto, assinado no âmbito do 1.º Encontro Internacional pela Alta Velocidade, que juntou a Câmara de Faro e os Ayuntamientos de Huelva e Sevilha, defende a construção de uma linha ferroviária de alta de velocidade transfronteiriça que una as três cidades, informou o município português em comunicado.

O presidente da Câmara de Faro, Rogério Bacalhau, e os alcaides de Huelva, Pilar Miranda, e Sevilha, José Luis Sanz, assinaram na terça-feira o manifesto, que pede o reconhecimento da importância do desenvolvimento desta ligação ferroviária pelas autoridades nacionais de ambos os países e pela União Europeia.

Os três signatários do manifesto apelaram às autoridades luso-espanholas e comunitárias para classificarem o corredor ferroviário entre o Algarve e a Andaluzia (Espanha) como “obra prioritária” na Rede Transeuropeia de Transportes, dotando-a dos “fundos necessários para o início dos trabalhos prévios”. Os responsáveis autárquicos dos municípios de Faro, Huelva e Sevilha argumentaram no manifesto que a alta velocidade trouxe “desenvolvimento económico” e um “notável crescimento” a cidades e regiões que foram dotadas de “uma moderna rede ferroviária”.

Os três representantes municipais consideram ainda que o Algarve e a Andaluzia “carecem de uma infraestrutura férrea que permita consolidar um crescimento” e “potencie os seus recursos e condições” naturais e de infraestruturas hoteleiras e industriais. “A ligação ferroviária entre o Algarve e a Andaluzia através de uma linha de alta velocidade que conecte Faro com Huelva e Sevilha seria um marco na conectividade entre dois territórios”, consideram.

A inexistência de uma ligação ferroviária transfronteiriça entre as duas regiões representa, frisaram, um “handicap [desvantagem]” quer para “o desenvolvimento logístico do território”, quer para o “transporte de passageiros em duas zonas com vocação turística”.

A criação de um corredor ferroviário atlântico, que coloque a Linha do Algarve em comunicação com o resto da arquitetura da rede ferroviária espanhola, vai permitir a mobilidade eficiente e rápida de passageiros e mercadorias, mas também fomentar a coesão territorial e o desenvolvimento social e económico regional e transfronteiriço”, afirmou Rogério Bacalhau, citado no comunicado do município.

A ligação vai também permitir, segundo o autarca farense, aproximar o sul da Península Ibérica do centro económico europeu e dar “passos importantes para atingir as metas ambientais de descarbonização” exigidas para combate aos efeitos do aquecimento global e das alterações climáticas.

Pilar Miranda, também citada no comunicado, recordou que a União Europeia defende o planeamento e o avanço da cooperação transfronteiriça entre os Estados-membros e considerou que, por isso, “a reivindicação de uma linha de alta velocidade Faro–Huelva–Sevilha deve contar com o apoio político e financeiro” comunitário.

“Hoje, fomos nós, autarcas, a assinar este manifesto de apoio, mas este é um documento aberto para que venha a ser adotado e assinado por todas as administrações e agentes sociais”, salientou. Igualmente citado, o alcaide de Sevilha, José Luis Sanz, apelou ao Governo espanhol para que avance com a linha ferroviária de alta velocidade entre Sevilha e Huelva e pediu à Comissão Europeia que impulsione a ligação desse traçado até Faro.

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Google poderá criar seguradora cativa na Lloyd´s

Se o acordo avançar será um marco importante na atração de grandes empresas para o mercado segurador e ressegurador. 

A Google poderá formar uma cativa na Lloyd´s, uma vez que a seguradora aprovou, em princípio, a proposta da tecnológica. Segundo apurou o The Insurer, se a criação desta cativa for avante será considerado um marco importante na atração de grandes empresas para o mercado segurador e ressegurador.

O grupo de gestão Apollo, responsável por auxiliar as novas empresas da Lloyd´s desde o conceito inicial até estarem serviços completos de agência de gestão, também está envolvido nas negociações.

O uso das permissões de subscrição internacional da Lloyd’s, como a capacidade de subscrever seguros diretos em 80 países e de utilizar parceiros da Lloyd’s onde esta não tem permissões permite uma maior eficiência de custos para as empresas cativas, é uma das vantagens de criar uma cativa com a Lloyd’s diz a seguradora. Outra mais-valia é ausência de acordos de fronting que permitem à cativa definir e controlar os seus riscos, retenção e condições sob supervisão da Lloyd’s.

A histórica seguradora com origem no século 17 disponibilizou no seu site um guia para quem se candidata a criar cativas em janeiro deste ano onde revela que a taxa de inscrição é de 100 mil dólares, escreve o jornal City A.M

A cativa, um tipo de sindicato da Lloyd´s criado por um grupo ou empresa para cobrir os próprios riscos, é uma das cinco formas que uma empresa pode participar no mercado da seguradora. Criar um sindicato, estabelecer um acordo para fins especiais, tornar-se uma empresa de gestão de um ou mais sindicatos e testar um novo negócio de três anos são as restantes opções.

No início deste ano, representantes do setor segurador e ressegurador do Reino Unido, como o CEO da Marsh McLennan e o London Market Group, apelaram aos ministros para simplificarem ou reduzirem a regulamentação para as seguradoras cativas. De acordo com o Financial Times, prevê-se que tal poderá atrair capital para Londres e reduzir a lacuna no mercado de seguros especializados.

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Turquia mostra-se disponível para reconstruir Gaza com o Egito

  • Lusa
  • 14 Fevereiro 2024

"A população de Gaza não deve ser exilada. As tentativas de despovoar Gaza são inaceitáveis", disse Erdogan, que quer o governo israelita a "abandonar a sua política de massacre em Rafah".

O Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, mostrou-se esta quarta-feira disponível para reconstruir Gaza em colaboração com o Egito, após uma reunião com o seu homólogo egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, no Cairo. “A médio prazo estamos dispostos a reconstruir Gaza em colaboração com o Egito”, reconheceu o Presidente turco, durante uma conferência de imprensa conjunta, na qual apoiou a posição egípcia de rejeitar a deslocação do povo palestiniano de Gaza.

“A população de Gaza não deve ser exilada. As tentativas de despovoar Gaza são inaceitáveis. Apoiamos a posição egípcia sobre este assunto. O Governo israelita deve abandonar a sua política de massacres em Rafah”, acrescentou Erdogan.

O líder turco condenou ainda o Governo israelita pela sua “política de ocupação, destruição e massacres”, reafirmando o seu compromisso com a ajuda humanitária e lembrando que o seu país transferiu “cerca de 34.000 toneladas de material humanitário para a região”. Erdogan acrescentou que a Turquia acolheu cerca de 700 palestinianos que chegaram através do Egito para lhes oferecer tratamento médico.

Por sua vez, o Presidente egípcio agradeceu a ajuda humanitária enviada pela Turquia para a Faixa de Gaza, embora lamentando que essa ajuda esteja a demorar muito para entrar no enclave, devido às “restrições impostas por Israel”. Al-Sisi disse ter chegado a um acordo com Erdogan sobre a necessidade de alcançar um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza e impor a tranquilidade na Cisjordânia “para retomar o processo de paz o mais rapidamente possível”, até que seja possível instituir um Estado palestiniano.

Esta foi a primeira visita que Erdogan faz ao Egito nos últimos 12 anos, depois de uma primeira aproximação a Al-Sisi durante o Campeonato do Mundo de Futebol de 2022 no Qatar, depois de uma fase de tensão entre os dois países. O Presidente egípcio lembrou que após um período de aproximação entre Cairo e Ancara, as relações comerciais e de investimento entre os dois países experimentaram um “crescimento constante” que fez do Egito “o primeiro parceiro comercial da Turquia em África”.

Erdogan concordou com esta perspetiva e referiu que o comércio deve ser “a nova locomotiva” das relações bilaterais, recordando que há investimentos em curso no valor de mais de três mil milhões de euros entre os dois países.

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Bruxelas vai acelerar reprogramação do PEPAC mas “bola” está com Governo, segundo a CAP

  • Lusa
  • 14 Fevereiro 2024

"O comissário europeu respondeu à nossa proposta de que a comissão acelere a aprovação da reprogramação do PEPAC e prometeu maior celeridade", disse o presidente da CAP, Mendonça e Moura.

A Confederação dos Agricultores de Portugal, que esteve reunida, em Bruxelas, com o comissário da Agricultura, adiantou que a Comissão Europeia vai acelerar a aprovação da reprogramação do PEPAC, mas vincou que “a bola” está do lado do Governo.

O comissário europeu, [Janusz Wojciechowski], respondeu à nossa proposta de que a comissão acelere a aprovação da reprogramação do PEPAC [Plano Estratégico da Política Agrícola Comum] e prometeu maior celeridade, mas agora está nas mãos do Governo”, afirmou o presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), Álvaro Mendonça e Moura, em declarações à Lusa.

Conforme notou Mendonça e Moura, este é um “ato de gestão”, que pode ser adotado pelo Governo ainda em funções, pedindo assim uma “reprogramação corajosa”. A CAP esteve reunida esta quarta-feira em Bruxelas com Janusz Wojciechowski, no âmbito de umas jornadas de trabalho da confederação, que decorrem até sexta-feira. Da ordem de trabalhos fizeram também parte os pagamentos dos ecorregimes agricultura biológica e produção integrada.

Entretanto, o Ministério da Agricultura e da Alimentação avançou à Lusa ter concluído as conversações com a Comissão Europeia e que o pagamento avança a partir do corrente mês. “O Ministério da Agricultura e Alimentação já concluiu as conversações com a Comissão Europeia, tendo alcançado um resultado positivo, o qual vai permitir efetuar os pagamentos dos ecorregimes [Agricultura Biológica e Produção Integrada] aos agricultores já a partir deste mês”, lê-se numa nota enviada à Lusa.

Do lado de Bruxelas, segundo a CAP, ficou o compromisso de “muito rapidamente” autorizar os pagamentos. Ainda assim, “alguns procedimentos administrativos têm que se cumprir e a bola volta a estar do lado do Governo, que tem a competência e a obrigação” de avançar com a resolução destas questões. A confederação levou ainda à reunião com o comissário europeu da Agricultura o pedido de que se pusesse fim à obrigatoriedade da rotação de culturas.

“O comissário disse que não só concordava, como ia levar ao colégio de comissários uma proposta no mesmo sentido. Venho muito satisfeito”, assinalou Álvaro Mendonça e Moura. Também esta quarta, a CAP vai ter uma reunião no Comité das Organizações Profissionais Agrícolas (COPA) sobre o funcionamento e atividades da organização.

Já da agenda para quinta-feira destaca-se uma sessão pública com as confederações agrícolas da Alemanha, Bélgica, Espanha, Itália e Países Baixos para “analisar a situação geral dos agricultores na Europa”, um encontro com eurodeputados e uma reunião com a Representação Permanente de Portugal junto da União Europeia (REPER). A deslocação termina na sexta-feira, com uma visita a uma produção agrícola na Flandres.

O Conselho de Ministros aprovou, na quinta-feira, uma resolução com 320 milhões de euros de apoio para o setor agrícola, destinado a atenuar o impacto da seca e da inflação dos custos de produção. Contactado pela Lusa, na altura, o Ministério da Agricultura e da Alimentação explicou que este montante está inserido no pacote de apoio ao setor, com mais de 400 milhões de euros de dotação, que foi lançado pelo Governo.

A restante verba refere-se aos apoios que estão dependentes de “luz verde” por parte de Bruxelas, adiantou. O Governo tinha anunciado um pacote de apoio, com mais de 400 milhões de euros de dotação, destinado a mitigar o impacto provocado pela seca e a reforçar o PEPAC, que não travou as manifestações do setor.

Os agricultores, que reclamam a flexibilização da PAC, condições justas de trabalho e de concorrência, direito à alimentação adequada e a valorização da atividade, decidiram manter os protestos agendados, justificando que os apoios são “uma mão cheia de nada”, tendo em conta que não são definidos prazos ou formas de pagamento. Desde então, a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, tem vindo a reunir-se com o Movimento Cívico de Agricultores, associações e confederações representativas do setor.

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Crescimento acima de 3% colocaria Portugal entre mais ricos da UE numa década

Estudo da Faculdade de Economia do Porto conclui que políticas que incentivem o crescimento podem colocar Portugal acima do nível de vida médio da UE, em 2033. Sem elas, será um dos mais pobres.

A economia portuguesa teria de crescer, em média, entre 3,1% e 3,8% para entrar para a metade superior dos países mais ricos da União Europeia, conclui um estudo da Faculdade de Economia da Universidade do Porto. Atingir aquele ritmo exige reformas estruturais potenciadoras do PIB, defendem os autores. Sem alteração de políticas, Portugal afundar-se-à ainda mais na tabela, caindo até à 25ª posição, e perderá população.

O estudo do Gabinete de Estudos Económicos, Empresarias e de Políticas públicas (G3E2P), da Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP), defende que seja adotada a média simples de crescimento dos países da União Europeia (UE) – ou, se superior, a mediana – “como novo referencial estratégico base a superar, constituindo uma reforma estrutural primordial“.

O uso da média simples é justificado com o facto de o crescimento do bloco dos 27, como um todo, refletir em grande medida o peso elevado das três maiores economias (Alemanha, França e Itália), “que são, desde há muito, das menos dinâmicas”. O que reduz o crescimento da UE e ainda mais o da Zona Euro, este último usado frequentemente como referência pelo Banco de Portugal.

Propõe-se como reforma estrutural primordial — novo rumo –, a adotar por futuros governos, usar como referencial base de crescimento económico a média simples dos valores dos países da UE, considerando, assim, que cada país pesa o mesmo.

Estudo da Faculdade de Economia do Porto

“Para alcançar mais rapidamente possível um nível de vida e uma população mais elevados é preciso ambição e políticas consonantes em matéria de crescimento económico, o que implica, desde logo, escolher um referencial com uma dinâmica de crescimento ambiciosa e adequada para nos compararmos“, defendem os economistas Nuno Torres e Óscar Afonso, autores do estudo que integra o segundo capítulo da publicação Economia e empresas: tendências, perspetivas e propostas. O último é diretor da FEP e participou na elaboração do programa económico do PSD.

Crescimento médio anual do PIB inferior aos países da UE

Crescimento económico anual de Portugal, do TOP 3 dos países com maior PIB e da média ou mediana (se maior) dos países da UE. Fonte: Eurostat e cálculos dos autores. Valores em percentagem.

Adotando este referencial, Portugal conseguiria, a longo prazo, atingir não só a média simples do bloco, como entrar na metade dos países com maior nível de vida até 2033, na 13ª posição. Atualmente está no 20º lugar.

Chegar lá, exige um ritmo de crescimento económico anual entre 1,4 a 1,5 pontos percentuais acima da média simples dos países da UE na próxima década, usando as projeções para a evolução do PIB potencial do Ageing Report 2024 da Comissão Europeia. Ou seja, a economia teria de avançar 3,1% ao ano.

Num cenário alternativo, em que se mantêm as tendências de crescimento passadas (entre 2009 e 2022), será preciso crescer entre 1,5 a 1,7 pontos percentuais acima da média de países da UE, ou seja, “entre 3,6% ao ano no cenário com inclusão de erros de estimação da dinâmica populacional em 1999-2022 e 3,8%, sem esses erros”.

Nível de vida de 77,7% da UE mais longe da média

Nível de vida (PIB per capita em paridades de poder de compra) de Portugal, área do euro, da mediana e média simples dos Estados-membros (UE = 100). Fonte: Eurostat e cálculos dos autores.

Para chegar a estes ritmos de evolução do PIB, o país terá de triplicar, quadruplicar ou até mais o nível de crescimento médio registado entre 2009 e 2022, que se ficou pelos 0,9%.

Se, pelo contrário, Portugal tivesse crescido nesse período à média simples dos países da UE (2,4% ao ano), teria em 2022 um nível de vida de 99,4% da UE, ocupando a 12ª posição. O estudo estima ainda que no país viveria mais um milhão de residentes (11,32 milhões em vez de 10,3 milhões), dos quais 486 milhões do saldo migratório e 530 mil do saldo natural. Já se estivesse crescido ao ritmo do conjunto da UE teria ficado na 19ª posição, apenas uma acima da atual.

Sem alterações de política, Portugal pode tornar-se o terceiro mais pobre

Os autores estimam ainda o que aconteceria caso não houvesse uma alteração de políticas que aumentassem o crescimento potencial. No primeiro cenário, que considera as projeções do Ageing Report, Portugal desceria até 2033 para a 23ª posição em nível de vida e teria uma população de 9,69 milhões. No segundo cenário, tendo como referência o período 1999 – 2022, o país cairia para o 25º lugar, o terceiro pior.

O estudo considera que “o surto recente de crescimento económico não é estrutural, mas decorre apenas de impulsos temporários do turismo e do PRR, tendo em conta projeções separadas da Comissão Europeia”.

A boa notícia é que, em democracia, Portugal conseguiu ritmos de crescimento económico nas décadas de 1980 e 1990 que, a serem repetidos na próxima década, mediante políticas adequadas, poderão colocar-nos no pelotão da frente da UE em nível de vida e bem-estar em 2033.

Estudo da Faculdade de Economia do Porto

“A boa notícia é que, em democracia, Portugal conseguiu ritmos de crescimento económico nas décadas de 1980 e 1990 que, a serem repetidos na próxima década, mediante políticas adequadas, poderão colocar-nos no pelotão da frente da UE em nível de vida e bem-estar em 2033″, sublinha o estudo. Para isso é “crucial encontrar (como então) as reformas e os fatores de competitividade necessários face ao contexto nacional e internacional de agora, de modo a atingir essa dinâmica da atividade económica de forma sustentada”.

Os autores salientam que “o caminho das reformas estruturais potenciadoras do crescimento económico é tanto mais importante e urgente quanto a partir de 2026 se perspetiva uma forte redução do elevado fluxo de fundos europeus de que Portugal tem beneficiado“, com o fim do PRR e depois do PT2030. O próximo quadro plurianual será condicionado por novas necessidades de despesa (migrações, defesa, reconstrução da Ucrânia) e a eventual entrada de novos países na UE elegíveis para os fundos, estimam.

Espera-se que haja por parte dos cidadãos eleitores um maior escrutínio, exigência e responsabilização dos governos em matéria de reformas promotoras do crescimento económico, (…) a começar na avaliação das propostas dos partidos políticos a sufragar nas eleições legislativas de 10 de março.

Estudo da Faculdade de Economia do Porto

Os autores deixam ainda um apelo: que face aos resultados do estudo, “haja por parte dos cidadãos eleitores um maior escrutínio, exigência e responsabilização dos governos em matéria de reformas promotoras do crescimento económico, dado o seu impacto no nível de vida e dimensão da população – o que afeta a nossa soberania –, a começar na avaliação das propostas dos partidos políticos a sufragar nas eleições legislativas de 10 de março”.

 

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