Vai nascer a Dentsu Creative Iberia. Nova estrutura é liderada por Tomás Froes e Lourenço Thomaz fica responsável pelo trabalho criativo

A Dentsu vai juntar as operações de Portugal e Espanha. A nova estrutura, com mais de 400 profissionais e que ambiciona trabalhar contas globais, vai ser liderada por dois portugueses.

Tomás Froes e Lourenço Thomaz, CEO e CCO da nova Dentsu Creative Iberia

“Dissemos que a Dentsu nos ia abrir as portas do mundo e assim foi”, afirmaram em entrevista ao ECO, em dezembro de 2022, Tomás Froes e Lourenço Thomaz. A Partners, agência fundada há 20 anos, tinha dado lugar à Dentsu Creative e os sócios fundadores apontavam à internacionalização.

Passado pouco mais de um ano, vai nascer a Dentsu Creative Iberia, agência que junta as operações de Portugal e de Espanha da rede Dentsu. Tomás Froes é o CEO da nova estrutura e Lourenço Thomaz será o chief creative officer (CCO), avançam os dois profissionais ao +M.

A direção da nova agência conta também com Javier Antoñanzas — fundador da Comunica + A, comprada pela Dentsu em 2019 — como vice-presidente criativo, e Cédric Bertin, que será chief operating officer.

A Dentsu Creative Iberia junta a agência mais premiada da rede Dentsu na zona EMEA, a portuguesa, e a segunda maior em volume de negócio, a espanhola. O objetivo é criar “a agência criativa número 1 da rede Dentsu na região EMEA“, avançam.

Lourenço Tomás e Thomaz Froes têm como ambição começar a trabalhar clientes ibéricos e, a partir de Espanha, “grandes contas mundiais”. “O objetivo é claro: levar o mindset criativo de Portugal para clientes espanhóis e levar os recursos de Espanha para Portugal“, apontam em conversa com o +M, explicando que a nova estrutura “oferecerá grandes sinergias aos seus clientes através da utilização partilhada de recursos criativos, estratégicos, de produção e de inovação”.

Esta solução está a ser trabalhada desde o verão. “A oportunidade surge da excelente performance criativa da Dentsu Portugal, que é reconhecida pelo grupo“, diz Lourenço Thomaz, frisando que só com a The Forgotten Team, para o Meo, a agência recebeu no último ano mais 60 prémios internacionais. À performance criativa de Portugal junta-se a “grande performance de negócio” da Dentsu Creative Espanha. “Queremos trazer um ADN mais criativo para Espanha e levar um ADN mais de negócio para Portugal“, contam os dois sócios ao +M.

Agora, a partir de Espanha, “ganhamos escala, o que nos posiciona ainda para mais voos internacionais“, acreditam. “Quando se junta a agência mais criativa da zona EMEA, com a segunda maior em termos de volume de negócio (a primeira é inglaterra)… a ambição é ser a número 1 em 2024”, reforça Tomás Froes.

A nova agência vai ter mais de 400 profissionais, cerca de 350 em Espanha e mais de 70 em Portugal, e receitas previstas na ordem dos 45 milhões de euros.

“Quando anunciamos a entrada da Dentsu, dissemos que nos ia abrir as portas do mundo. Começou a abrir muito em termos criativos, com os vários prémios. Temos a ambição de liderar Portugal e Espanha, e de conquistarmos clientes globais, que podem ser tratados a partir da Ibéria. É um desafio gigante, mas com o talento que temos nas equipas, é um desafio que nos inspira e que se vai refletir e contagiar em Lisboa, Madrid e Barcelona“, sintetiza Tomás Froes.

“Tem tudo para dar certo”, acrescenta Lourenço Thomaz. “Queremos ser uma power house, não só no grupo como em termos europeus e mundiais. Vai Exigir muito de nós, a responsabilidade é grande, é um barco muito maior. Mas as boas ideias são o mais importante e isso dá-nos muita tranquilidade“, completa o CCO.

Os dois profissionais têm passado as últimas semanas em Espanha. “A reação interna tem sido extraordinária. Esta é uma agência cheia de talento, com muitas ‘ganas’ de querer ganhar prémios. E para a equipa, em Portugal, é uma oportunidade gigante“, conta Tomás Froes

Com a criação da agência que junta as operações de Portugal e de Espanha, Tomás Froes e Lourenço Thomaz estimam passar cerca de 75% do tempo em Madrid, o que implicará alterações na estrutura portuguesa. A Dentsu Creative em Portugal continuará a ser liderada pelos dois sócios fundadores, mas terá agora Patrick Stilwell, ex diretor de estratégia, como diretor-geral. Filipa Vasconcelos (ex diretora de contas) assume a direção de operações e Ivo Purvis mantém-se como diretor criativo executivo, cargo que já desempenha nos últimos anos.

Orange, Adeslas, Endesa, Mutua Madrileña, CaixaBank, Hackett, GO fit, Pepe Jeans, Simyo, BP, Michelin, Leroy Merlin, Bosch Car Service, Real Madrid, Meo, Turismo de Portugal, CR7, Federação Portuguesa de Futebol, BPI, Recheio e Sacoor são os principais clientes da nova estrutura.

 

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Portugal entra em novo projeto europeu de hidrogénio renovável de 6,9 mil milhões

Comissão Europeia autoriza utilização de 6,9 mil milhões de fundos públicos para avançar com projeto de interesse comum na área do hidrogénio renovável. Fusion Fuel e Winpower representam Portugal.

A Comissão Europeia anunciou que será lançado um novo projeto de interesse comum focado na cadeia de valor do hidrogénio, em particular na infraestrutura necessária. Portugal é um dos sete Estados-membros envolvidos e que, em conjunto, vão investir quase 7 mil milhões de euros neste projeto. As empresas Fusion Fuel e a Winpower representam Portugal.

Portugal junta-se a França, Alemanha, Itália, Países Baixos, Polónia e Eslováquia, num grupo de sete países que irão trabalhar no Hy2Infra, que ganhou o estatuto de Projeto Importante de Interesse Comum Europeu (IPCEI).

Estes Estados-membros irão fornecer até 6,9 mil milhões de euros de fundos públicos, o que se espera que desbloqueie 5,4 mil milhões em investimento privado. “O IPCEI comporta riscos financeiros significativos. Por isso é necessário apoio público, para dar incentivos para as empresas avançarem com investimento”, lê-se num comunicado publicado na página da Comissão Europeia.

Portugal, à semelhança de outros países, inclui a participação no IPCEI Hy2Infra no respetivo Plano de Recuperação e Resiliência, informa a nota. Sobre a contribuição de cada país, a CE não adianta mais informação, remetendo esses detalhes para uma próxima comunicação, após ter conferenciado com os países e terceiros acerca de potenciais segredos de negócio que eventualmente devam ser ocultados.

A CE diz ter verificado que estes apoios não distorcem a concorrência. Além disso, “se os projetos cobertos pelo IPCEI acabarem por ser muito bem-sucedidos, gerando receitas líquidas extra, as empresas devolverão parte do apoio ao Estado-membro correspondente”, explica a entidade.

Fusion Fuel e Winpower representam Portugal

O Hy2Infra abarca 32 empresas com atividade num ou mais países do bloco, incluindo pequenas e médias empresas. Estes participantes vão desenvolver 33 projetos, que vão cobrir uma “larga parte” da cadeia de valor do hidrogénio.

Em causa está a instalação de 3,2 gigawatts de eletrolisadores de larga escala, equipamentos que servem para produzir hidrogénio renovável. Em paralelo, projeta-se a construção de 2.700 quilómetros de rede de distribuição de hidrogénio e a aposta em 370 gigawatts-hora de armazenamento. Por fim, está prevista a construção de terminais, em portos, preparados para receber hidrogénio renovável liquefeito.

No caso de Portugal, tem duas representantes na área dos eletrolisadores, a Fusion Fuel e a Winpower. A primeira desenvolveu o seu próprio desenho de eletrolisador, e tem captado financiamento europeu para vários dos seus projetos.

Já a Winpower apresenta-se como uma empresa portuguesa de engenharia com “mais de 30 anos de experiência no setor da energia”, estando presente na Europa, África e América. Dá conta de projetos de energia eólica e fotovoltaica até energia térmica.

“Espera-se que os vários projetos sejam implementados no curto prazo”, lê-se no comunicado emitido pela Comissão Europeia. Por exemplo, os eletrolisadores de larga escala já deverão estar operacionais entre 2026 e 2028, assim como alguma da rede, prevista para o período entre 2027 e 2029. Todos os projetos deverão estar concluídos em 2029.

O objetivo é dar um impulso no fornecimento de hidrogénio renovável, reduzindo a dependência de gás natural, e ajudando à concretização dos objetivos europeus no âmbito do Pacto Ecológico Europeu e do pacote Repower EU.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Casais ganha concursos públicos para construir residências de estudantes em Beja e Valença

  • Ana Petronilho
  • 15 Fevereiro 2024

Edifício em Beja irá acolher 503 alunos e projeto em Valença 56 estudantes. Residências previstas no Plano Nacional de Alojamento contam com verbas do PRR, num investimento total de 19 milhões.

O grupo Casais ganhou os concursos públicos internacionais para construir duas residências de estudantes, uma em Beja e outra em Valença, com um investimento total de 19 milhões de euros.

O projeto da residência universitária em Beja fica localizado no campus da instituição de ensino superior, junto à Escola Superior de Tecnologia e Gestão, e prevê alojamento para 503 estudantes do Instituto Politécnico de Beja, que serão distribuídos em 327 quartos e estúdios, duplos e individuais. As obras do edifício de três pisos com uma área de 11 mil metros quadrados arrancaram no início deste ano e têm um prazo de execução de 510 dias. O valor da empreitada ronda dos 17 milhões de euros.

O concurso público foi lançado pelo Instituto Politécnico de Beja em julho de 2023 e o contrato de adjudicação foi assinado com a construtora em novembro, sendo que o projeto integra o Programa Nacional de Alojamento para o Ensino Superior, desenhado pelo Governo, que conta com verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

o projeto em Valença vai servir 56 alunos da Escola Superior de Ciências Empresarias (ESCE), do Instituto Politécnico de Viana do Castelo. O edifício com uma área de 1.200 metros quadrados tem um prazo de execução de 300 dias, sendo que ficará concluído no final deste ano, e vai contar com 24 quartos duplos e oito individuais, a que se somam salas de estudo, cozinha e espaços de refeição e convívio. O valor da empreitada ronda os dois milhões milhões de euros.

Também este concurso foi lançado pelo Instituto de Viana do Castelo – que além desta residência vai construir mais dois edifícios para acolher os estudantes – e as verbas são suportadas pelo PRR.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Trabalhadores com bónus, custos dos patrões e formação. Ouça o podcast “Ao trabalho!”

O podcast "Ao trabalho!" leva até si, todas as quintas-feiras, tudo o que precisa saber sobre o que está a fazer mexer o mercado de trabalho nessa semana.

O que está a fazer mexer o mercado de trabalho? Todas as quintas-feiras, o podcast “Ao trabalho!” conta-lhe tudo o que precisa saber. Esta semana falamos sobre os desempregados que encontraram um novo trabalho em 2023, sobre a evolução dos custos dos patrões com salários, sobre o sucesso de um MBA português nos rankings europeus e ainda sobre o enquadramento fiscal dos prémios pagos aos trabalhadores.

Ouça o episódio no leitor abaixo ou aqui.

powered by Advanced iFrame free. Get the Pro version on CodeCanyon.

Começamos pelos fluxos do mercado de trabalho. Ao longo do último ano, quatro em cada dez desempregados encontraram um novo posto de trabalho. Mas também milhares de inativos passaram a procurar emprego, o que significa que passaram a ser considerados desempregados. Resultado: o número de desempregados aumentou.

Por outro lado, o custo dos patrões com salários aumentou em 2023. A subida foi de 5%, acelerando face à variação registada em 2022. Esta tendência registou-se tanto no público, como no privado, mas houve um setor que fugiu à regra: a construção.

Na formação, destaque para a melhoria do posicionamento do MBA que junta a Nova SBE à Católica Business School no ranking do Financial Times. Este programa português entrou no grupo dos 25 melhores da Europa.

Por fim, o bónus pago aos trabalhadores e de que modo deve ser enquadrado. A Autoridade Tributária esclareceu que a distribuição dos lucros pelos colaboradores até cinco salários mínimos ou 4.100 euros está sujeito a englobamento. Por isso, faz subir o IRS a pagar.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Electrão recolheu 1.300 toneladas de pilhas e baterias em 2023, mais 90%

  • Lusa
  • 15 Fevereiro 2024

Segundo a entidade gestora, as 1.227 toneladas recolhidas no ano passado contrastam com as 644 toneladas do ano anterior.

Cerca de 1.300 toneladas de pilhas e baterias foram recolhidas no ano passado pela entidade de gestão de resíduos Electrão, um aumento de 90% em relação a 2022, mas ainda insuficiente, segundo a associação.

“Muito deste material continua a ser depositado no lixo indiferenciado”, e quando tal acontece não só é mau para a saúde pública e ambiente como também se desperdiçam materiais que poderiam ser reutilizados na produção de novas pilhas e baterias, alerta a associação Electrão num comunicado de balanço de 2023 mas também de sensibilização e alerta.

As pilhas e baterias, explica, têm “substâncias altamente nocivas” que poluem o solo e a água, “mas contêm igualmente materiais que podem ser reciclados, como o lítio e o cobalto, que integram a lista das matérias-primas identificadas pela Comissão Europeia como sendo críticas para assegurar a transição ecológica e digital”.

Apesar do grande aumento na recolha para reciclagem, segundo a Eletrão, as quantidades recolhidas equivalem apenas a cerca de 100 gramas por pessoa, pouco mais de duas pilhas, “o que é ainda manifestamente insuficiente face às quantidades disponíveis para recolha”.

De acordo com o comunicado, as 1.227 toneladas recolhidas no ano passado contrastam com as 644 toneladas do ano anterior (mais 90%), um aumento devido sobretudo às baterias industriais, que registaram uma evolução de 363 toneladas recicladas em 2022 para 891 toneladas em 2023 (mais 145%), especialmente de atividades empresariais e industriais.

Nas pilhas e baterias portáteis (por exemplo de comandos, brinquedos, telemóveis e computadores) o aumento foi de 19%, passando de 281 toneladas para 335 no ano passado.

A Electrão diz que a evolução de 2023 se deve nomeadamente à colaboração de municípios, comerciantes, empresas e instituições, e no caso das pilhas e baterias portáteis ao aumento do número de pontos de recolha, que cresceu 17%.

Atualmente, segundo os dados da entidade gestora, há 7.212 locais onde é possível colocar pilhas e baterias usadas, mais 1.060 do que existiam em 2022. Ricardo Furtado, diretor-geral da associação, diz, citado no comunicado, que este ano quer aumentar ainda mais.

A Electrão é uma associação de Gestão de Resíduos, com responsabilidades em três sistemas de recolha e reciclagem de resíduos: embalagens, pilhas e equipamentos elétricos usados.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Crédito ao consumo sobe 1% para recorde de 7,7 mil milhões em 2023

Famílias portuguesas pediram 7,65 mil milhões de euros no ano passado para o consumo, um aumento de quase 1%. Trata-se de um valor recorde, à boleia dos empréstimos para a compra de carro.

Os bancos e as financeiras emprestaram 7,65 mil milhões de euros aos consumidores em 2023, um aumento de quase 1% em relação ao ano anterior. Trata-se do valor mais elevado desde 2013, pelo menos, quando começa a série estatística do Banco de Portugal.

O ano passado ficou marcado pelo impacto da subida das taxas de juro, que encareceu o crédito. Ainda assim, isso não deteve as famílias de pedirem um montante recorde de financiamentos para o consumo, que anteriormente era de 7,59 mil milhões, registado em 2019, antes da pandemia.

Para este desempenho contribuiu, sobretudo, o crédito para a compra de carro, que acelerou 7,4% para 2,87 mil milhões de euros, de acordo com os dados divulgados esta quinta-feira pelo supervisor bancário. No que diz respeito à aquisição de carro usado, os empréstimos subiram 9% para 2,2 mil milhões, incluindo através de operações de locação financeira ou ALD e com reserva de propriedade.

Também o crédito concedido através do cartão de crédito teve um aumento expressivo no ano passado, subindo quase 4% para 1,31 mil milhões de euros.

Em contrapartida, o crédito pessoal, que é a principal componente dos empréstimos para o consumo, registou um tombo de 5,1% para 3,47 mil milhões de euros. Dentro deste segmento, o crédito pessoal sem finalidade específica caiu 5,3% para 3,33 mil milhões de euros, enquanto o crédito pessoal com a finalidade de educação, saúde e energias renováveis aumentou 0,5% para 141 milhões.

Crédito ao consumo bate recorde

Fonte: Banco de Portugal

Em termos mensais, as famílias pediram 590,6 milhões de euros para o consumo no mês de dezembro, o que representa uma descida homóloga de 1%.

O último mês do ano foi um retrato do que se passou em 2023. O crédito pessoal caiu 3% para 249,7 milhões de euros, com os financiamentos para a compra de automóvel a compensarem: subiram 2% para 235,1 milhões.

(Notícia atualizada às 12h07)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Universidade Nova de Lisboa junta mais de mil alunos em programa de empreendedorismo

Os projetos vencedores contam com prémios monetários, no valor de 2.000 euros para o 1.º lugar, 1.000 euros para o 2.º lugar e 500 euros para o 3.º lugar.

A Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (Nova FCT) está a promover a 12.ª edição do programa de empreendedorismo universitário que junta mais de mil alunos dos cursos de mestrado para um conjunto de aulas práticas e sessões de mentoria que se traduzirão na criação de projetos inovadores de base tecnológica e científica.

Da informática ao ambiente, passando pela química ou ciências sociais, cerca de 200 equipas com valências distintas, vão aprender como funciona o processo de criação de um negócio de âmbito tecnológico, em seis fases distintas. O ecossistema de startups nacional junta-se aos 22 professores dos diferentes departamentos da Nova FCT para várias inspirational talks com os fundadores de startups visionárias.

“O sentido de empreendedorismo é algo que está bem patente no universo da Nova FCT, com os alunos a terem, ao longo do seu percurso letivo, um conjunto de disciplinas focadas nas soft skills, necessárias para o sucesso da vida pós-academia e não só. A 12.ª edição do nosso programa de empreendedorismo reforça a importância que vemos nesta área, além das competências técnicas facultadas por cada um dos cursos”, explica Fernanda Llussá, que integra a equipa de coordenação do programa.

No último dia do programa, 23 de fevereiro, o grande auditório do campus de Caparica acolhe o evento final com as 12 equipas finalistas do programa. O júri vai analisar os projetos a concurso, seguindo critérios como a identificação da oportunidade de negócio, a análise de mercado, estudo financeiro, entre outros. As três equipas vencedoras do programa de empreendedorismo da Nova FCT serão distinguidas com prémios monetários, no valor de 2.000 euros para o primeiro lugar, 1.000 euros para o segundo lugar e 500 euros para a equipa que ficar em terceiro lugar no pódio.

Haverá ainda lugar a prémios corporativos, cada um no valor de 1.500 euros, atribuídos pelas empresas patrocinadoras do Programa (ASSECO, Deloitte, EY, Jerónimo Martins, MEXT: Mota- Engil Next, NOS e NTT Data), assim como distinções monetárias para os melhores vídeos promocionais.

Fundado em 1977 na zona da Caparica, é o “maior campus universitário do país”, com cerca de 8.500 estudantes, 420 docentes, 108 investigadores, 243 funcionários e mais de 1.000 projetos. A Nova FCT acolhe ainda 16 centros de investigação reconhecidos pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Novas regras sobre recibos dos medicamentos entram em vigor a 1 de março. Saiba o que muda

As farmácias têm até 1 de março para implementar as novas regras sobre as informações que devem constar nas faturas ou recibos dos medicamentos. Objetivo é assegurar a transparência.

A partir de 1 de março entram em vigor as novas regras sobre as informações que devem constar nas faturas ou recibos dos medicamentos vendidos pelas farmácias, passando a ser obrigatório constar, nomeadamente, o preço de venda ao público (PVP), a percentagem de comparticipação do Estado (se aplicável) e o custo suportado pelo utente.

Em causa está a portaria n.º 51/2024 publicada esta quinta-feira, em Diário da República e que prevê “as regras de formatação das informações obrigatórias que devem constar na fatura/recibo ou recibo emitido ao utente sobre o preço dos medicamentos e que “devem ser implementadas pelas farmácias até ao dia 1 de março de 2024”.

O diploma foi aprovado no início de dezembro em Conselho de Ministros com o intuito de simplificar a legislação na área dos medicamentos. Prevê também que o preço dos medicamentos deixe de constar nas embalagens, por forma a reduzir “de forma significativa os custos de contexto”, explicou, na altura, a ministra da Presidência. Esta medida entrou em vigor em janeiro.

Neste contexto, a portaria determina agora que na fatura ou recibo dos medicamentos passa a constar obrigatoriamente o PVP do medicamento, bem como o preço de referência de referência e a percentagem de comparticipação do Estado no PVP (ambos no caso de ser aplicável). Estas informações devem constar em “formato legível” e “não devem ser utilizadas fontes estilizadas e de difícil leitura”, lê-se.

Por outro lado, na “parte inferior da fatura/recibo, utilizando letra da mesma fonte, a negrito e dois tamanhos inteiros acima do maior tamanho utilizado na fatura ou fatura/recibo, não estreitada e com espaço entre linhas de pelo menos 3 mm” deve constar o custo suportado pelo Estado, assim como o custo suportado pelo utente.

Estas regras não invalidam a obrigatoriedade de, no momento de dispensa dos medicamentos, o farmacêutico “informar o doente da existência dos medicamentos disponíveis na farmácia de oficina com a mesma substância ativa, forma farmacêutica, apresentação e dosagem do medicamento prescrito, bem como sobre aqueles que são comparticipados pelo Serviço Nacional de Saúde e o que tem o preço mais baixo disponível no mercado”.

A portaria publicada esta quinta-feira determina ainda novas regras de alteração de preços. O objetivo é “permitir a transparência da informação” e “garantir o cumprimento das regras de formação de preço aplicáveis a todos os intervenientes no circuito do medicamento”, salvaguardando o direito à informação do utente.

No início deste mês, o Governo voltou a rever os preços dos medicamentos, sendo que os mais baratos (com PVP até dez euros) vão poder subir até 3,5%. Mas há possibilidade de descidas também. Os novos preços entram em vigor também a 1 de março.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Pedro Nuno é mais falado por comentadores. Redes sociais falam mais de Ventura, Rocha e Mortágua

  • Lusa
  • 15 Fevereiro 2024

Em relação às últimas eleições, o Facebook perdeu relevância para o Instagram e TikTok, a desinformação é menor, e o Chega, em particular, mas também a Iniciativa Liberal, são os "campeões" das redes.

Os investigadores Gustavo Cardoso e José Moreno.Lusa

Nas redes sociais, Pedro Nuno Santos foi a personalidade mais falada por comentadores e candidatos durante a primeira semana de fevereiro, enquanto no mesmo meio as pessoas discutiram sobre André Ventura, Rui Rocha e Mariana Mortágua.

Estes dados representam as primeiras conclusões de um projeto, efetuado pelo MediaLab do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e a Empresa (ISCTE) em parceria com a agência Lusa, para aferir a desinformação e os conteúdos a circular nas redes e sociais e meio online no período pré-eleitoral.

“Os candidatos parecem todos muito preocupados com Pedro Nuno Santos, ou seja, focam todos muitas críticas no Pedro Nuno Santos, como se fosse aquele que se tem que tirar da frente para que aconteça alguma coisa. Os opinion makers que publicam opinião também dão a preponderância ao Pedro Nuno Santos, mas aquilo que se discute nas redes é o André Ventura, o Rui Rocha e a Mariana Mortágua”, disse o investigador e professor Gustavo Cardoso.

Ao mesmo tempo, neste mesmo ranking de candidatos, comentadores e utilizadores das redes sociais, Luís Montenegro é sempre o último ou o penúltimo a ser referido.

O professor de Ciências da Comunicação do ISCTE especifica, porém, que o projeto apenas consegue medir “a atenção que é dada” e não se o que se fala é bem ou mal.

E resume: “As pessoas falam mais dos extremos, os candidatos falam do incumbente, os opinion makers falam do incumbente, e o desafiador, que é o Luís Montenegro, nesta lógica surge muito para baixo em termos da conversa dos candidatos, é como se ninguém quisesse falar dele, por parte da atenção que lhe é dada“.

Em termos de análise “político-comunicacional”, isto significa, segundo Gustavo Cardoso, que enquanto os comentadores e políticos “centram as suas baterias ou no louvar ou no atacar o Pedro Nuno Santos”, as pessoas nas redes não ligam nem a este, nem ao líder do PSD e da Aliança Democrática (AD), mas em contrapartida estão muito atentos aos três outros.

“É quase como se pudéssemos colocar aqui a hipótese que são aqueles que levantam mais adversidade, ou seja, que recebem mais paixão, seja de apoio, ou seja contra e, portanto, os que estão de um lado atacam os outros (…) que é aquilo que, no fim de contas, nós verificamos no Parlamento”, diz ainda o professor.

E remata: “Luís Montenegro, curiosamente, está sempre low profile portanto, não é atacado, não é defendido, mas está lá, e está muito para baixo.”

Nesta primeira semana do projeto MediaLab/ISCTE-Lusa, que durará até à realização das eleições, foi ainda possível traçar três outras conclusões.

Face a idêntico período de 2022, no último escrutínio, a rede social Facebook perdeu relevância para o Instagram e o TikTok, a desinformação é menor e que, tal como no passado, o Chega, em particular, mas também a Iniciativa Liberal, são os “campeões” das redes.

Segundo José Moreno, outro investigador que participa neste projeto, a perda de importância relativamente aos conteúdos políticos do Facebook — a rede social mais relevante em Portugal e também a mais usada pelos mais velhos e, portanto, os que mais votam — mostra que a política “migrou” de uma rede popular para outras cujos estratos etários são mais jovens, o que pode ter alguma influência sobre estes.

“O conteúdo político torna-se mais presente em redes que são mais frequentadas por mais jovens e isso pode ter consequências eleitorais. Não quer dizer que tenha, porque não podemos fazer essa correlação, não conseguimos estabelecer essa causalidade, mas a verdade é que se as pessoas são expostas a conteúdos políticos, podem formar ideias políticas”, salienta José Moreno, considerando que este é um aspeto a reter.

Sobre o facto de a desinformação ter sido menos relevante, com apenas quatro casos referenciados e com pouca “tração” (menos alcance e influência), não quer dizer que não venha ainda a ocorrer, segundo apontam os especialistas.

Quatro casos desinformativos em janeiro mas pouco virais

Pelo menos quatro casos desinformativos relacionados com as legislativas foram identificados, em janeiro, nas redes sociais, com uma publicação do Chega de um gráfico com uma interpretação errada e uma afirmação descontextualizada do Bloco de Esquerda.

A conclusão é também do MediaLab, numa análise que tem como objetivo identificar os conteúdos desinformativos atribuídos aos partidos ou candidatos pelos fact-checkers nacionais credenciados pela International Fact-Checking Network (IFCN), Polígrafo, Observador Fact Check e Público – Prova dos Factos, e avaliar o impacto nas redes sociais, medido em interações e visualizações.

“O que concluímos é que não são assim tão virais como parecem à primeira vista”, comparando com outras publicações, afirmou à Lusa José Moreno, investigador em Ciências da Comunicação – Instituto Superior de Ciências do Trabalho e a Empresa (ISCTE-IUL), não se podendo excluir que casos mais complexos venham a acontecer até às legislativas de 10 de março.

Um dos fatores em análise, além das visualizações, é a interação de um determinado conteúdo: se for muito partilhado, com muitas interações tem mais alcance.

Neste caso, entre 7 de janeiro e 7 de fevereiro, o MediaLab identificou quatro casos alvo de fact-checking por parte do Polígrafo e do Observador, com muitos milhares de visualizações.

O caso mais recente foi da líder do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, que, numa publicação no X (ex-Twitter) acusa a direita de ser responsável pela privatização da EDP e Polígrafo alega que está descontextualizada.

A publicação Mariana Mortágua no X, em 1 de fevereiro, sobre a privatização da EDP por parte do governo PSD, teve 75.500 visualizações e 650 interações (gostos, comentários e partilhas) e um total 3.533 interações no Instagram.

O Polígrafo conclui que esta informação está descontextualizada, dado que a privatização da EDP foi distribuída por várias fases e ficou a cargo de vários governos entre 1997 e 2013, sendo o último o de Pedro Passos Coelho (PSD/CDS).

O segundo caso é de uma publicação do Chega, da autoria do deputado e dirigente Pedro Frazão que, em 22 de janeiro, publicou no X um gráfico que, alegadamente, comprovaria a substituição populacional em curso em Portugal, nove dias depois de o líder, André Ventura, ter afirmado que 30% da população em Braga seria imigrante, o que fack-checkers também verificaram ser falso.

A publicação de Pedro Frazão foi partilhada 75 vezes e usado por mais um utilizador para fazer uma publicação original com o mesmo tema. No total, a imagem teve pelo menos 996 interações e foi visualizada 36.800 vezes, de acordo com o relatório.

O Polígrafo concluiu que esta imagem é enganosa e o teor da publicação é dado como falso. A sobreposição das pirâmides de população “diz respeito a dois universos distintos que não podem ser comparáveis da forma que Pedro Santos Frazão fez”.

Neste período de um mês, o MediaLab identificou mais dois casos de desinformação, um utilizador que deturpou a imagem da Aliança Democrática, e teve 428 mil visualizações na rede X. Um outro utilizador fez uma publicação com uma fotografia manipulada de Pedro Passos Coelho com uma bandeira do Chega, que teve um total de 287 interações, com cerca de 18 mil visualizações.

Os autores deste projeto (Gustavo Cardoso e José Moreno) alertam que não existe uma relação direta entre o número de interações (ou ‘gostos’) com as intenções de voto de um determinado partido ou candidato.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Publicado diploma que alarga ajudas de custo dos deputados. Marcelo avisou para despesa retroativa

  • Joana Abrantes Gomes
  • 15 Fevereiro 2024

Alteração ao Estatuto dos Deputados aumenta lista de trabalhos parlamentares contabilizados para efeitos das ajudas de custo, cujo valor se mantém nos 69,19 euros por dia.

O decreto-lei que aumenta a lista de atividades parlamentares com direito a ajuda de custo para os deputados já está publicado em Diário da República. É a décima sexta alteração ao Estatuto dos Deputados, aprovada no Parlamento em janeiro e promulgada pelo chefe de Estado na semana passada.

De acordo com o diploma, os deputados que residam “fora dos concelhos de Lisboa, Oeiras, Cascais, Loures, Sintra, Vila Franca de Xira, Almada, Seixal, Barreiro, Amadora e Odivelas têm direito à ajuda de custo fixada para os membros do Governo”.

A ajuda será “abonada por cada dia de presença em trabalhos parlamentares na Assembleia da República, designadamente em reunião plenária, de comissões, subcomissões, grupos de trabalho, reuniões realizadas pelos grupos parlamentares e deputados únicos representantes de um partido ou convocadas pelo Presidente da Assembleia da República nos termos fixados no Regimento da Assembleia da República, e mais dois dias por semana”.

Assim, os deputados que residam fora da Área Metropolitana de Lisboa receberão ajudas de custo no valor de 69,19 euros por dia, o mesmo montante atribuído aos membros do Governo, sempre que reuniões de grupos parlamentares, de direções de bancada e para definição do sentido de voto de orçamentos do Estado decorrerem durante dois ou mais dias por semana.

Os deputados com morada nos concelhos da Área Metropolitana de Lisboa podem receber até um terço daquele valor, ou seja, até 22,83 euros por dia.

A nova alteração ao Estatuto dos Deputados aplica-se com efeitos retroativos à data da entrada em vigor da mais recente versão do Regimento da Assembleia da República, 15 de setembro de 2023, que marca o início da segunda sessão legislativa da atual legislatura.

O decreto teve como base um projeto de lei do PS para adequar o Estatuto dos Deputados às alterações introduzidas pelo Regimento, tendo sido aprovado por unanimidade na generalidade, especialidade e votação final global, em votações realizadas em 11 de janeiro, na última reunião plenária desta legislatura, quatro dias antes da dissolução do Parlamento.

Na promulgação do diploma, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, alertou, contudo, para o aumento da despesa parlamentar em 2025, ano em que serão pagos os retroativos com efeitos a agosto de 2023.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Salário médio dos portugueses sobe 6,6% e ultrapassa fasquia dos 1.500 euros

Salário médio voltou a aumentar em 2023, tendo chegado aos 1.505 euros. Em termos reais, ordenado médio avançou 2,3%, o que significa que houve alguma recuperação do poder de compra.

O salário médio dos trabalhadores portugueses aumentou 6,6% em 2023, em termos homólogos, tendo ultrapassado a fasquia dos 1.500 euros. Em termos reais — isto é, considerando a evolução dos preços –, o ordenado médio avançou 2,3% no último ano, o significa que houve alguma recuperação do poder de compra.

“Em 2023, a remuneração bruta total mensal média por trabalho aumentou, em relação a 2022, para 1.505 euros (6,6%)”, indica o Instituto Nacional de Estatística, no destaque publicado esta quinta-feira.

No que diz respeito especificamente à componente base houve uma subida de 6,8%, para 1.143 euros. Já quanto à componente regular (que inclui, nomeadamente, subsídio de férias e subsídio de refeição), registou-se um salto de 6,6% para 1.216 euros, revela o gabinete de estatísticas.

E mesmo considerando a evolução dos preços, os salários dos portugueses aumentaram no último ano. Em concreto, em termos reais, o salário bruto médio subiu 2,3%, enquanto a componente base avançou 2,4% e a componente regular melhorou 2,2%.

Importa notar que em 2022 os ordenados também tinham crescido, em termos nominais, mas a inflação tinha sido tal que, em termos reais, os portugueses acabaram por perder poder de compra. “Em 2022, a remuneração total tinha diminuído 4,0% em termos reais”, lembra o INE. O ano de 2023 marca, portanto, uma inversão dessa tendência, significando alguma recuperação do poder de compra dos portugueses.

Salário médio termina o ano a subir quase 6%

Os dados divulgados esta manhã pelo INE permitem perceber também como se comportaram os salários especificamente no quarto trimestre de 2023: a remuneração bruta total mensal média aumentou 5,7% para 1.670 euros, enquanto a componente regular subiu 6% e componente base aumentou 6,3%.

“Em termos reais, tendo por referência a variação do Índice de Preços do Consumidor, a remuneração bruta total mensal média
aumentou 4,0% e as suas componentes regular e base aumentaram 4,2% e 4,5%”, sublinha o INE.

Mas nem todas empresas registaram o mesmo desempenho. Os maiores aumentos foram observados nas indústrias extrativas (10,0%), nas empresas de um a quatro trabalhadores (6,5%), no setor privado (6,3%) e nas empresas de serviços de
mercado com forte intensidade de conhecimento (9,5%), dá conta o gabinete de estatísticas.

Estes resultados abrangem 4,7 milhões de postos de trabalho, correspondentes a beneficiários da Segurança Social e a subscritores da Caixa Geral de Aposentações.

(Notícia atualizada às 11h27)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Das lamas aos pinguins, maior zoo do Norte gasta meio milhão para renovar habitats

Parque de Vila Nova de Gaia alberga mais de 700 animais de 200 espécie e pertence ao grupo francês Thoiry, que comprou o negócio à família Aveleda. Em 2023 recebeu uma média de 700 visitantes por dia.

O Zoo Santo Inácio, localizado em Vila Nova de Gaia, vai avançar com obras no valor de meio milhão de euros que contemplam a renovação dos habitats dos tapires, capivaras, lamas e maras. Uma das maiores novidades será a criação de um habitat direcionado aos pinguins de huhboldt. Com 50 funcionários, o maior zoo do Norte tem 15 hectares e acolhe mais 700 animais de 200 espécies diferentes.

“Vamos dar início à reformulação do zoo, recriando habitats e criar outros que permitam a coabitação de novas e várias espécies. Esperamos ainda receber novos habitantes para completar as famílias já existentes. Estamos a trabalhar num plano de ampliação do zoo, tal como de melhoria de espaço já existentes e criação de novos serviços complementares à visita”, avança Teresa Guedes, diretora do Zoo Santo Inácio, em declarações ao ECO/Local Online.

O Zoo Santo Inácio teve o “melhor ano de sempre” em 2023 com um total de 245 mil visitantes. Um aumento de 33 mil face ao ano anterior, equivalente a um crescimento de 14%. Em média, recebeu 700 visitantes por dia, maioritariamente provenientes das regiões do Porto, Braga, Viana do Castelo, mas também do Centro do país, de cidades como Viseu e Aveiro. Entre os visitantes internacionais destacam-se os espanhóis, que representam mais de 7% das entradas, e os franceses, cerca de 3% das visitas.

Hipopótamos pigmeus, chitas, leões asiáticos, girafas, tigres, hienas, rinocerontes e suricatas são apenas alguns dos animais no maior zoo do Norte de Portugal. No total, tem 700 habitantes de 200 espécies diferentes, sendo que já nasceram mais de 275 crias integradas nos programas de Preservação EEP (Programa Europeu de Espécies Ameaçadas de Extinção), pertencentes à EAZA (Associação Europeia de Zoos e Aquários).

Uma das iniciativas que está a atrair visitantes ao zoo é a exposição das Luzes Selvagens. Teresa Guedes explica que, ao anoitecer, os visitantes podem desfrutar de uma “experiência imersiva, interativa e mágica, deslumbrando figuras iluminadas de animais e da natureza espalhadas ao longo de um percurso com cerca de um quilómetro”. A exposição termina dia 25 de fevereiro.

O projeto Inácio surgiu da paixão pela Natureza da família Guedes, detentora dos vinhos da Aveleda. Fundado em 2000, mas idealizado a partir de 1996, o projeto foi desenhado por Roberto Guedes depois de visitar alguns zoos nacionais e internacionais. Os outros cincos irmãos aprovaram a ideia e nasceu o maior zoo do Norte.

Teresa Guedes, filha de Roberto, conta que “a ambição era grande e moderna: criar um zoo diferente, rodeado de jardins e bosques, onde os animais pudessem coabitar em áreas grandes, exibindo todos os seus comportamentos genuínos e naturais, como descansar, comer, nadar, saltar ou correr”.

A ambição era grande e moderna: criar um zoo diferente, rodeado de jardins e bosques, onde os animais pudessem coabitar em áreas grandes, exibindo todos os seus comportamentos genuínos e naturais, como descansar, comer, nadar, saltar ou correr.

Teresa Guedes

Diretora do Zoo Santo Inácio

No entanto, em 2014 o zoo passou para as mãos do grupo francês Thoiry. Teresa Guedes conta que esta aquisição começou com um encontro na Loja da Aveleda, enquanto o casal de La Panouse adquiria vinhos. No decorrer da conversa foi mencionado que a Aveleda tinha um Zoo e, curiosamente, o casal era proprietário de dois zoos em França, um em Thoiry (região de Versailles) e outro em Peaugres (região de Lyon).

Teresa Guedes, diretora do Zoo Santo InácioZoo Santo Inácio

“A paixão com que a família de La Panouse se dedicou a estes dois Zoos foi percebida pela família Guedes, com a certeza de que os valores de conservação, de educação e de valorização dos recursos humanos eram os mesmos, transmitido a confiança para esta passagem”, acrescenta.

A diretora do Zoo Santo Inácio destaca que a missão passa por manter vivo o sonho que nasceu em 1996, receber mais espécies de animais e aumentar o apoio a associações de conservação de espécies in-situ.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.