Apoio à renda vai chegar a 50 mil famílias com taxa de esforço de 100%

  • Ana Petronilho
  • 9 Novembro 2023

Estão sinalizadas 50 mil famílias com uma taxa de esforço acima de 100% nos encargos com as rendas que vão receber "até ao final do ano" 200 euros mensais com retroativos a janeiro.

50 mil famílias com taxa de esforço acima de 100% em encargos com as rendas que vão receber “até ao final do ano” o apoio extraordinário do Governo, com retroativos a janeiro deste ano.

O anúncio foi feito pela ministra da Habitação que está a ser ouvida no debate do Orçamento do Estado para 2024 em sede de especialidade, que está a decorrer no Parlamento.

De acordo com a governante, a análise da AT e do IHRU aos rendimentos declarados em IRS das famílias já terminou e “foram consideradas 50 mil famílias” com uma taxa de esforço acima de 100% com os encargos com as rendas a que se somam aos 185 mil agregados já incluídos no apoio extraordinário à renda.

Em 2023, este apoio vai vigorar durante cinco anos e terá um valor máximo de 200 euros por mês, sendo que “o pagamento está em fase final de processamento e será uma questão de semanas para as famílias receberem” estas verbas, garantiu Marina Gonçalves.

No próximo ano, estas 50 mil famílias também se vão juntar aos 185 mil agregados para receber o reforço do apoio extraordinário de 4,94% na atualização das rendas que subam mais de 2%. Medida que também vai vigorar durante cinco anos e que foi publicada esta quinta-feira em Diário da República.

Com este reforço no apoio à renda, o Governo pretende apoiar as famílias mais vulneráveis numa altura em que a partir de janeiro, ao contrário do que aconteceu este ano, não será aplicado qualquer travão à atualização das rendas, que, desta forma, podem subir até 6,94%. Isto significa que, mesmo com os apoios do Governo, os inquilinos vão ter de suportar até 2% de aumento das rendas.

O apoio extraordinário é dirigido aos inquilinos com contratos assinados até 15 de março deste ano e com rendimentos até ao 6.º escalão do IRS, ou seja, até 38.632 euros anuais (cerca de 2,760 euros líquidos por mês) e que tenham uma taxa de esforço superior a 35% para o pagamento da renda.

Entre os vários programas do Governo para apoiar o acesso à habitação, Marina Gonçalves disse ainda no Parlamento que no Arrendar para Subarrendar terminou um concurso há dois dias para 106 habitações tendo a “expectativa que se possa abrir outro concurso para mais 150 até ao final do ano”.

Através deste programa, o IHRU arrenda imóveis de acordo com os valores médios por concelho, tendo em conta a tipologia e a localização da casa, para posteriormente subarrendar o imóvel a preços acessíveis. Os contratos têm a duração de cinco anos, renováveis por períodos iguais, e não podem ser inferiores a três anos.

Podem concorrer aos concursos os agregados de uma pessoa cujo rendimento anual bruto máximo seja igual ou inferior ao 6º escalão do IRS, os agregados de duas pessoas cujo rendimento anual bruto máximo seja igual ou inferior ao 6º escalão do IRS, acrescido de 10 mil euros, ou, por fim, os agregados de mais de duas pessoas cujo rendimento anual bruto máximo seja igual ou inferior ao 6º escalão do IRS, acrescido de 10 mil euros, e de 5 mil euros por cada pessoa adicional.

Sobre o novo programa Porta 65+, a ministra da Habitação disse que estão a ser analisadas pelo IHRU cerca de 1.700 candidaturas que deverão ter resultados em breve.

Entre os vários apoios ao arrendamento, de acordo com os números da governante, entre os cerca de um milhão de contratos em vigor, “há cerca de 40% que recebem apoios diretos ou indiretos do Estado”, ou seja, “dois em cada cinco contratos de arrendamento têm uma intervenção direta ou indireta do Estado”, o que equivale a 330 mil contratos de arrendamento.

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“Mascarenhas vai pôr a vereadora a aprovar isso”. Qual foi o papel do autarca da Câmara de Sines neste processo?

Em troca de uma maior celeridade nos procedimentos administrativos em curso na autarquia para a construção do data center, Mascarenhas pediu 5.000 euros para um festival e apoios a equipas de futebol.

Um dos arguidos no caso que acabou a derrubar António Costa é Nuno Mascarenhas, presidente da Câmara Municipal de Sines (CMS). Segundo o despacho de indiciação do DCIAP, a que o ECO teve acesso, em troca de uma maior celeridade nos procedimentos administrativos em curso na autarquia para a construção do data center da Start Campus, o autarca socialista pediu um patrocínio de 5 mil euros para um festival de música e um valor não apurado para equipas de futebol da região.

Mas vamos ao início da história para entender a “entrada” de Nuno Mascarenhas nesta narrativa. Tudo se deve ao data center, um projeto que envolve nove edifícios, apoiado em 495 megawatts (MW) de potência, num investimento global de cerca de 5,7 mil milhões de euros. Este projeto pertence à empresa Start Campus.

A Start Campus, da qual fazem parte dois dos visados e detidos no processo – o advogado e administrador Rui de Oliveira Neves e o CEO Afonso Salema -, tem sede em Sines e dedica-se a energias renováveis e à construção de ecossistemas verdes, tais como a exploração de hidrogénio. A empresa está a finalizar a construção do primeiro edifício alimentados a 100% por energias renováveis a instalar até 2028 em Sines. A Start Campus é controlada pelos fundos Davidson Kempner e Pioneer Point Partners, onde neste último Diogo Lacerda Machado, outro dos arguidos, é consultor.

Afonso Salema, CEO Start CampusHugo Amaral/ECO

Mas o desenvolvimento deste centro de dados estava dependente da Câmara Municipal de Sines, mais concretamente em matérias de licenciamento urbanístico e ordenamento do território, uma vez que está situado na Zona Industrial e Logística de Sines. Ou seja, para a construção eram necessárias algumas licenças que eram concedidas pela autarquia – o licenciamento da obra do data center, o licenciamento da obra em Monte Queimado e outros ainda não identificados.

E quem tinha a competência para dar “luz verde” a estas licenças? Nuno Mascarenhas. O autarca socialista, que está na presidência desde 2013, é responsável por áreas como a gestão financeira, projetos subjacentes a investimentos e a Divisão de Planeamento e Gestão Estratégica.

Foi em 2021 que a Câmara de Sines deu início ao procedimento de revisão do Plano de Urbanização da Zona Industrial e Logística de Sines (PUZILS) e decidiu suspender parcialmente a contrição até que fossem adotadas medidas preventivas.

Em março desse mesmo ano, a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) “consignou em sede reconhecimento do estatuto de Potencial Interesse Nacional (PIN) da Start Campus que “caso não seja possível assegurar a compatibilidade do projeto com o PUZILS, a autarquia manifestou a sua disponibilidade para iniciar o procedimento de alteração desse instrumento de gestão territorial“”.

Nuno Mascarenhas
O presidente da Câmara Municipal de Sines, Nuno Mascarenhas.ANDRÉ KOSTERS/LUSA

Mais recentemente, em junho deste ano, a autarquia de Sines aprovou uma prorrogação do prazo estabelecido para a revisão do PUZILS pelo período de dois anos.

Todos estes entraves e contratempos levaram o Ministério Público a crer que Afonso Salema e Rui de Oliveira Neves recorreram a Diogo Lacerda Machado para “usar” a sua influência sobre Vítor Escária, outro dos arguidos e ex-chefe de gabinete de Costa. O objetivo era persuadir Nuno Mascarenhas e acelerar todo o processo.

Segundo o despacho de indiciação do DCIAP, desde o início do projeto, Afonso Salema, Rui de Oliveira Neves e Diogo Lacerda Machado, com a ajuda de Vítor Escária, foram contactando pontualmente Nuno Mascarenhas e pressionando-o de forma a darem “andamento” aos seus interesses com o data center.

Vereadora é pressionada por administradores da Start Campus

Cedendo às insistências, o autarca de Sines começou a pressionar internamente na Câmara. “Aproveitando-se das funções exercidas como presidente da CMS, efetivou tal pressão sobre as pessoas e entidades que, na sua dependência, exerciam competências em matéria de ordenamento do território, designadamente as referidas vereadora Filipa Faria e chefe de Divisão Maria de Fátima Matos”, lê-se no despacho.

Mas tanto a vereadora como a chefe de Divisão mantiveram uma conduta de cumprimento das normas aplicáveis à sua atuação. Ou seja, incompatível com os interesses da Start Campus. Assim, tanto Afonso Salema como Rui de Oliveira Neves planearam exercer pressão sobre a vereadora, quer diretamente, quer através de Mascarenhas.

Vários exemplos são dados no despacho do DCIAP. Em janeiro de 2023, antes de uma reunião que iam ter na autarquia, Rui de Oliveira Neves referiu a Afonso Salema que o principal objetivo do encontro era ter o “apoio do município relativamente à parte urbanística”. Já o CEO alertou que era necessário ter cuidado para “não ganhar antipatia da vereadora”.

No mesmo mês, Fabiola Bordino, funcionária da Start Campus e mulher de Salema, em conversa telefónica com o marido, adiantou que “o Mascarenhas não faz nada”, que “não pode ser só Mascarenhas têm que arranjar outro ângulo, tem que ser a Filipa, vai trabalhar a Filipa esta semana, vai marcar um almoço com a Filipa” para “desbloquear o licenciamento“, acrescentando que já percebeu que isto tem que ser com almoços” e ainda que “vai estar com ela e ver se consegue desbloquear isto”.

Advocatus Summit 2023 - 12ABR23
Rui Oliveira Neves, sócio da Morais LeitãoHugo Amaral/ECO

Outras das conversas divulgadas revela que Rui de Oliveira Neves disse ao CEO da Start Campus que tinham que “dedicar mais tempo a outras pessoas do município”, que “claramente a vereadora começou crispada connosco” que “não se pode limitar a passar a informação só ao presidente” que “tipos como esta e o Fernando o vereador da educação levantam dúvidas ou se se opõem é o suficiente para termos problemas”.

“No dia 31 de março de 2023, pelas 15h03, o arguido Afonso Salema telefonou para o arguido Rui de Oliveira Neves e disse-lhe, entre o mais, que “também já falou com o Mascarenhas, mais para a frente vai falar com a vereadora para aprovar já assim que se der entrada”. Logo de seguida, o Afonso Salema telefonou para o arguido Diogo Lacerda Machado e referiu-lhe, entre outros assuntos que “vai mudar de diretor de obra Conduril e o Afonso quer a funcionar já segunda-feira e o Mascarenhas vai pôr a Vereadora a aprovar isso”.

Autarca cede perante exigências económicas e reforço partidário

No seguimento de todas estas reuniões e alegadas pressões, em maio de 2023, Nuno Mascarenhas propõe um acordo a Rui de Oliveira Neves, Afonso Salema e a Diogo Lacerda Machado. O autarca comprometeu-se a dar “maior celeridade” a procedimentos administrativos em curso na Câmara, mediante a “entrega de vantagens patrimoniais indevidas”.

Entre essas vantagens está a quantia de 5.000 euros a ser entregues à autarquia a título de patrocínio da Start Campus ao Festival de Músicas do Mundo em Sines e ainda a quantia de valor não apurado mas não inferior a 100 euros às equipas de futebol jovem do Clube de Futebol Vasco da Gama de Sines.

“Por outro lado, no decurso desse contacto e de contactos posteriores, ficou também acordado entre todos esses quatro arguidos que, também como vantagem auferida pela sua atuação favorável à Start Campus, Nuno Mascarenhas iria ver reforçado ou pelo menos mantido o apoio do Partido Socialista em futuras eleições. Bem como que, enquanto presidente da Câmara Municipal, manteria os poderes e competências legalmente previstos em matéria de urbanismo“, lê-se no despacho do DCIAP.

Segundo o Ministério Público, Nuno Mascarenhas, que está no terceiro mandato enquanto líder da Câmara de Sines, pretendia ser eleito a um cargo numa outra autarquia e para tal precisaria do apoio do PS.

Esta última parte do acordo foi firmada tendo em conta que Afonso Salema, Rui de Oliveira Martins e Diogo Lacerda Machado transmitiram a Mascarenhas que, caso este não atuasse de acordo com os interesses da Start Campus, e por efeito da influência exercida por aqueles no Governo, lhe seria retirado o apoio do PS numas futuras eleições e que “seriam aprovadas alterações legislativas no sentido de serem subtraídos ou reduzidos os poderes da CMS em matéria de urbanismo“.

João Galamba, ministro das Infraestruturas,MIGUEL A. LOPES/LUSA 19 Maio, 2023

Também João Galamba, um dos arguidos neste processo, entra em “cena” neste capítulo do caso. No dia 24 de agosto de 2022, através de uma chamada telefónica, “reclama” com Mascarenhas depois de a Câmara de Sines não ter autorizado uma alteração de um parque eólico.

“Epá, não há, ó Nuno, nós vamos ter de marcar, nós vamos ter de marcar uma reunião qualquer convosco. Porque eu neste momento estou a receber queixas sucessivas do Município de Sines como um dos Municípios mais difíceis na relação com renováveis, epá, se vocês querem ser o porto que querem ser, isso não pode ser pá nós estamos, vocês estão-nos a criar imensos problemas Sines pá”, disse na altura Galamba a Mascarenhas.

Mas o autarca de Sines respondeu: “Não, é ao contrário, porque o que é que vocês estão a fazer, estão a fazer uma coisa que para mim é absolutamente irracional, que é autorizar a construção de parques em zonas onde não é possível como é que é possível os promotores chegarem ao pé de nós e dizer assim, ah mas nos temos aqui uma licença para construir um parque, mas aonde, mas como é que vocês se não consultaram o PDM [Plano Diretor Municipal], podem construir um parque naquele local isso é uma coisa um bocadinho absurdo, quer dizer as coisas estão a ser colocadas um pouco ao contrário”, disse.

Uma coisa é certa, segundo revela o Ministério Público, Vítor Escária explicou a Afonso Salema e a Diogo Lacerda Machado que Costa pretendia tirar os poderes do urbanismo à Câmara Municipal de Sines já “há muito tempo”, por considerar que “não são capazes de entregar”. Daí, no acordo firmado, os arguidos terem prometido que Mascarenhas manteria os poderes e competências legalmente previstos em matéria de urbanismo.

Já a 19 de maio de 2023, Afonso Salema avisou Lacerda Machado que a arquiteta da Câmara de Sines já “está a levantar todos os obstáculos”, concretamente em relação à suspensão do PUZILS.

A reunião nas Amoreiras e mais favores

Mas os desentendimentos não ficaram resolvidos. Ainda em maio de 2023, Lacerda Machado avisa Vítor Escária dos atrasos da Câmara de Sines. Assim, decidem agendar uma reunião com Mascarenhas.

Pôr o medo de Deus em cima dele [Mascarenhas] porque a atitude dele não pode ser” ou “se o Escária vai dizer ao Costa que esqueça os sonhos do Data Center porque existe uma arquiteta na Câmara que não quer trabalhar, o que achas que vai acontecer?” foram algumas das intervenções de Salema ao diretor da ZILS Miguel Borralho na manhã que antecede a reunião com o autarca de Sines.

Na reunião na Amoreiras, Lacerda Machado avisou Mascarenhas que atrasos seriam um “desastre” para a Start Campus. Assim, o presidente de Sines comprometeu-se a encurtar prazos, reiterando a contrapartida.

Diogo Lacerda MachadoANDRÉ KOSTERS/LUSA 9 maio, 2023

A 7 de agosto de 2023 os 5.000 euros foram transferidos da Start Campus para a autarquia de Sines, passando a empresa a constar do material publicitário do Festival.

Dias depois, a 24 de agosto, Nuno Mascarenhas volta a pedir uma outra “vantagem patrimonial” a Afonso Salema. Desta vez, era para um programa de ação social, o “programa Escolhas”, que não teria mais financiamento por parte do Governo e ninguém o tinha avisado. O CEO da Start Campus aceita, mas pede para falar com a sua mulher e sublinha que “se não for através de nós [Start Campus] é através dos nossos fornecedores/clientes”.

Os prazos não estavam a acelerar e Afonso Salema e Rui de Oliveira Neves recorreram a Lacerda Machado e Vítor Escária para fazerem mais pressão sobre Mascarenhas. Em chamada telefónica, o CEO da Start Campus revela que estão a ter problemas “sérios” com a vereadora que disse que parte da obra era “ilegal”.

“O arguido Afonso Salema referiu também: “nós estamos a preparar um papel da PLMJ para dizer que ela não tem razão e na terça-feira vou falar com o Mascarenhas e vou deixar bem claro ao Mascarenhas, é por razões destas que se falava em voltar a implementar o gabinete de Sines”, lê-se no despacho.

Face às adversidades, Salema faz pressões obre Rui Pereira, chefe do Gabinete de Apoio à Presidência e Vereação da Câmara de Sines, para acelerar as coisas.

Entre os telefonemas que foram feitos nas semanas subsequentes está um a Miguel Gama, vice-presidente da Comissão Executiva da AICEP. Entre outros assuntos, Salema perguntou qual era o partido da arquiteta de Sines, por forma a “exercer pressão na mesma através da direção desse partido”.

Mas este “ping-pong” nas negociações continuou entre Salema, Mascarenhas, Lacerda Machado, Rui de Oliveira Neves e Vítor Escária.

Crimes em “cima da mesa”

O Ministério Público já fez a lista dos crimes que imputam aos arguidos detidos naquela que já é chamada de “Operação Influencer”. No total, são 28 crimes: prevaricação, tráfico de influência, corrupção ativa e passiva – quanto a titular de cargo político, agravada – e recebimento indevido de vantagens quanto a titular de cargo público, agravado. Afonso Salema e Rui Oliveira Neves, da Start Campus, estão a ser investigados por seis crimes. Diogo Lacerda Machado por quatro.

Na lista de imputação dos crimes, no final do despacho, não estão referidos crimes relativos a João Galamba, a Nuno Lacasta nem a João Tiago Silveira.

Diogo Lacerda Machado, amigo de Costa, foi detido, tal como o chefe de gabinete de António Costa, Vítor Escária, e ainda Nuno Mascarenhas, autarca de Sines, Afonso Salema e Rui Oliveira Neves, da Start Campus, numa investigação que visaria os casos dos negócios do lítio, do hidrogénio e do centro de dados em Sines.

Nesse mesmo dia, foram ainda constituídos arguidos o ministro João Galamba e Nuno Lacasta, presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA). João Tiago Silveira, sócio da Morais Leitão, é também arguido.

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Joana Marques protagoniza campanha de Black Friday da Fnac

A campanha é essencialmente digital, utilizando canais como o Instagram e o Spotify, e ainda uma breve presença no programa As Três da Manhã, da rádio Renascença.

Joana Marques é a protagonista da campanha de Black Friday da Fnac que faz uso de uma das suas expressões mais populares – “Calma, jovem” – e cujo guião é da autoria da humorista. A criatividade é da agência Judas.

Calma, jovem! Se comparares, vais ver que os preços FNAC não têm comparação” é assim o mote da campanha da Black Friday da Fnac, que chega às lojas a 17 de novembro, com 10 dias de descontos.

“Só víamos a Joana Marques como cara desta campanha. Ninguém melhor do que uma das melhores humoristas do país para, de forma simples e eficaz, passar a mensagem de que na Black Friday Fnac é possível encontrar os melhores produtos aos melhores preços e sem stress”, diz Inês Condeço, diretora de marketing e comunicação da Fnac, citada em comunicado.

A campanha é essencialmente digital, utilizando canais como o Instagram e o Spotify, e ainda uma breve presença no programa As Três da Manhã, da rádio Renascença, junto ao podcast Extremamente Desagradável.

Ainda antes da Black Friday, até 16 de novembro, a Fnac tem a decorrer as Black Deals, sendo que é também Joana Marques quem lança o mote para este momento: “Calma, jovem! A Black Friday Fnac está a chegar, mas até lá treina com os Black Deals”.

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Ministros das Finanças da UE em reunião extraordinária para fechar regras orçamentais

  • Lusa
  • 9 Novembro 2023

A reunião do Ecofin para rever as regras orçamentais deve acontecer no final do mês, segundo a ministra espanhola Nadia Calviño.

Os ministros das Finanças da União Europeia (UE) vão discutir, numa reunião extraordinária no final do mês, a revisão das regras orçamentais, com tetos para défice e dívida pública, visando reduzir as divergências para um “acordo equilibrado” em dezembro.

A informação foi divulgada esta quinta-feira pela vice-presidente do governo espanhol e ministra para os Assuntos Económicos, Nadia Calviño, que em conferência de imprensa, em Bruxelas, informou que a presidência espanhola da UE vai fazer “circular uma proposta de texto jurídico e acelerar os trabalhos ao nível técnico com a intenção de convocar uma reunião extraordinária do Ecofin no final de novembro”.

Falando aos jornalistas após uma reunião dos ministros europeus das Finanças, Nadia Calviño indicou que o objetivo de Espanha é “trabalhar em conjunto e ouvir atentamente os pontos de vista de todos os Estados-membros com vista a fechar o acordo no Ecofin de dezembro”.

“Nada está acordado até que tudo esteja acordado, mas a troca de pontos de vista de hoje permitir-nos-á assinalar os progressos significativos que fizemos nas últimas semanas e abre caminho a um acordo equilibrado sobre o pacote”, observou Nadia Calviño.

Em concreto, “verificámos que existe um acordo sobre os elementos e mecanismos fundamentais das novas regras orçamentais no que respeita à necessidade de disciplina orçamental, credibilidade e confiança, mas também para assegurar a contra ciclicidade e os incentivos corretos para investimentos e reformas que promovam o crescimento”, elencou.

Assim, Espanha vai promover uma “zona comum que garanta uma redução gradual e consistente da dívida pública, gere espaço orçamental para responder a novas crises e incentive investimentos e reformas em áreas prioritárias fundamentais da UE”, adiantou.

Também presente na ocasião, o vice-presidente executivo da Comissão Europeia com a pasta de “Uma economia que funciona para as pessoas”, Valdis Dombrovskis, defendeu que “a futura política orçamental da UE precisa de ser clara e previsível nos próximos anos”.

Dado o contexto atual de taxas de juro elevadas e de desafios económicos significativos, temos de preservar a sustentabilidade das finanças públicas e proporcionar uma margem de manobra suficiente para o investimento”, salientou o responsável. Fontes comunitárias indicaram à Lusa que a reunião extraordinária decorre no dia 23 de novembro, altura na qual os países da UE tentarão então um consenso.

A discussão surge quando se prevê a retoma destas regras orçamentais em 2024, após a suspensão devido à pandemia e à guerra da Ucrânia, com nova formulação apesar dos habituais tetos de 60% do Produto Interno Bruto (PIB) para a dívida pública e de 3% do PIB para o défice. A discussão tem por base uma proposta da Comissão Europeia de trajetória técnica e personalizada para países endividados da UE, como Portugal, dando-lhes mais tempo.

A poucos dias de a Comissão Europeia apresentar as previsões económicas de outono, na próxima quarta-feira, Valdis Dombrovskis assinalou ainda à imprensa que “as perspetivas a curto prazo são fracas”, no que toca ao crescimento do PIB. Já falando sobre a revisão do orçamento da UE a longo prazo, que prevê uma reserva financeira para apoiar a reconstrução da Ucrânia de 50 mil milhões de euros, Valdis Dombrovskis pediu a “rápida adoção” de tal mecanismo.

O objetivo é que tal mecanismo para Kiev seja aprovado no âmbito da revisão intercalar do Quadro Financeiro Plurianual 2024-2027, mas numa altura em que a UE já avançou com 15 mil milhões de euros de assistência macrofinanceira à Ucrânia e quando se preveem mais dois desembolsos até final do ano, um plano B seria reforçar este último programa, “acrescido de garantias nacionais”, adiantou Valdis Dombrovskis.

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Responsabilidades do fundo de pensões do INE passam para a Caixa Geral de Aposentações

A transferência abrange responsabilidades financeiras "relativas a complementos de pensões de velhice ou de invalidez dos atuais beneficiários e participantes", indica o Conselho de Ministros.

As responsabilidades do fundo de pensões do Instituto Nacional de Estatística (INE) vão ser transferidos para a Caixa Geral de Aposentações, segundo o decreto-lei que o Governo demissionário aprovou esta quinta-feira, no dia em que o Presidente da República vai falar ao país e revelar qual será a solução política após a demissão do primeiro-ministro.

“Foi aprovado o decreto-lei que procede à transferência das responsabilidades do fundo de pensões do Instituto Nacional de Estatística (INE) para a Caixa Geral de Aposentações, salvaguardando-se os direitos dos trabalhadores do INE, tal como resultam do contrato constitutivo do fundo”, lê-se no comunicado do Conselho de Ministros desta quinta-feira.

O Governo demissionário indica que se vai assegurar “uma gestão semelhante à seguida para fundos de pensões de idêntica natureza“, sendo que “a transferência abrange as responsabilidades financeiras formadas, ou em formação, relativas a complementos de pensões de velhice ou de invalidez dos atuais beneficiários e participantes”.

É de recordar que os trabalhadores do INE têm vindo a reivindicar melhores condições e neste mês tiveram mesmo de adiar a publicação de uma estatística devido à “escassez de recursos humanos”.

Já tinham sido alcançados alguns progressos entretanto, sendo que na semana passada realizou-se uma reunião dos sindicatos com a Secretária de Estado da Administração Pública que determinou, “para os trabalhadores integrados nestas carreiras, uma valorização remuneratória de aproximadamente 52 euros”, de acordo com o comunicado do STE.

O sindicato também indicava que Governo assumiu “o compromisso de rever, em 2024, a estrutura destas carreiras, à semelhança do que vier a acontecer para a carreira geral de técnico superior”. No entanto, a demissão do primeiro-ministro dita a queda de todo o Executivo, pelo que o cumprimento destas promessas vai depender do próximo Governo.

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Antiga Delphi constrói nova fábrica de cabos para veículos elétricos em Castelo Branco

  • Lusa
  • 9 Novembro 2023

Câmara de Castelo Branco prevê a criação de 70 a 80 postos de trabalho com a segunda fábrica da multinacional norte-americana Aptiv, que tem ainda uma unidade industrial e centro técnico em Braga.

A gigante americana Aptiv vai investir 10 milhões de dólares (9,3 milhões de euros) numa nova fábrica de produção de cabos para veículos elétricos, a instalar na zona industrial de Castelo Branco. Em Portugal, a multinacional já opera com uma fábrica nesta localidade e outra em Braga, além de dois centros técnicos na cidade minhota e em Lisboa.

“Este é um investimento muito, muito importante. Trata-se de um investimento de 10 milhões de dólares que visa a criação de 70 a 80 postos de trabalho e cuja faturação anual se estima em 70 milhões de euros”, disse à agência Lusa o autarca Leopoldo Rodrigues. Este novo projeto da antiga Dephi vai ficar, inicialmente, instalado em dois edifícios cedidos pela Câmara, situados na zona industrial.

“É um investimento que traz valor altamente acrescentado e que irá empregar técnicos altamente especializados e operadores, e posiciona Castelo Branco no âmbito daquilo que é hoje a grande tendência de mercado, que são os carros elétricos”, frisou o autarca. Leopoldo Rodrigues salientou que as previsões apontam para que a fábrica entre em laboração no primeiro semestre de 2024.

“Estamos a falar de cerca de 70 milhões de euros de faturação anual para cerca de 70 a 80 trabalhadores. Trata-se de um projeto com valor altamente acrescentado. Castelo Branco continua a dar condições para que este e outros projetos aqui se venham a instalar”, sintetizou.

Manifestou ainda “satisfação” pela confiança que a Aptiv teve na escolha de Castelo Branco, para a instalação deste novo projeto. Segundo o autarca, a multinacional do setor de fabricantes de material elétrico e eletrónico tem, neste momento, o maior número de trabalhadores de sempre (mais de 1.300) em Castelo Branco.

“Isto demonstra bem a nossa capacidade para disponibilizar mão-de-obra e receber grandes projetos e, neste caso concreto, grandes projetos industriais”, afirmou. No âmbito da estratégia delineada para o município de Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues disse que a preocupação do executivo municipal passa por assegurar condições para a fixação de pessoas.

“A Câmara Municipal tem vindo a criar um conjunto de condições, no âmbito desta estratégia, para ter aqui jovens a trabalhar, com as suas famílias e a criar riqueza. A disponibilização de habitação é outra das preocupações que temos”, concluiu.

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Governo aprova aumentos salariais de 52 euros e 3% na Função Pública para 2024

Mesmo demissionário, o Conselho de Ministros deu luz verde às atualizações dos ordenados para 2024. A base remuneratória, vulgo ordenado mínimo no Estado, sobe para 821,83 euros.

Mesmo demissionário e debaixo de uma crise política, o Governo aprovou esta quinta-feira, em Conselho de Ministros, as atualizações salariais para a Função Pública que irão entrar em vigor em 2024, segundo o comunicado do Executivo. Os aumentos oscilam entre 52,63 euros até ordenados brutos mensais de 1.754,49 euros e 3% para remunerações superiores.

A Base Remuneratória da Administração Pública (BRAP), vulgo ordenado mínimo no Estado, vai subir de 769,2 euros para 821,83 euros, ou seja, mais 52,63 euros, o que corresponde a uma subida de 6,8%.

O salário mínimo no Estado vai, no entanto, continuar a pagar IRS e a fazer retenção na fonte no próximo ano, apesar da diferença de menos de dois euros face ao ordenado do privado (820 euros), que se irá manter livre do imposto e de descontos. Pelo menos, é esta a decisão do atual Executivo que está prestes a cair, depois de o primeiro-ministro, António Costa, ter pedido a exoneração do cargo ao Presidente da República, na sequência de buscas no âmbito da ‘Operação Influencer’, que está a investigar suspeições de corrupção ligadas aos negócios do lítio e hidrogénio verde.

“Foi aprovado o decreto-lei que estabelece as medidas de valorização dos trabalhadores que exercem funções públicas, procedendo à alteração da base remuneratória e à atualização do valor das remunerações da Administração Pública para 2024, no quadro do cumprimento da negociação salarial”, segundo a mesma nota do Governo.

Os aumentos nominais de 52,63 euros para remunerações até 1.754,49 euros correspondem a uma subida entre 6,8% e 3,1%, sendo que 22% ou 164 mil funcionários do total de 745 mil, e que estão na BRAP, vão ter a atualização mais alta, de 6,8%, em termos percentuais.

No comunicado, o Executivo quis salientar que os aumentos salariais aprovados para 2024 “vão, novamente, além do compromisso firmado no Acordo Plurianual de Valorização dos Trabalhadores da Administração Pública, em 2022”. De facto, o pacto original previa que rendimentos mais altos tivessem direito a um aumento anual de 2%. O decreto-lei aprovado indica uma subida superior, de 3% para os salários mais elevados.

Os aumentos salariais agora aprovados ficam, contudo, aquém das reivindicações dos três sindicatos que representam os funcionários públicos. A Federação de Sindicatos da Administração Pública (FESAP) propôs uma atualização salarial de 6% com um mínimo de 80 euros no próximo ano e uma subida do subsídio de alimentação dos atuais seis euros para 7,50 euros por dia. Enquanto o Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado e de Entidades com Fins Públicos (STE), também afeto à UGT, reivindicou uma subida de 5%.

Mais ambiciosa, a Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (Frente Comum), da CGTP, exigiu um aumento de 15% com um mínimo de 150 euros por trabalhador.

Subsídio de alimentação congelado

De salientar que, para 2024, o valor do subsídio de refeição fica congelado nos seis euros por dia, depois de, este ano, o Governo ter aumentado aquele apoio de 5,20 euros para os atuais seis, o que corresponde a uma subida de 0,80 euros ou de 15,4%.

Recorde-se que o subsídio de alimentação decretado para a Função Pública determina o valor até ao qual aquele apoio está isento de IRS tanto no Estado como no setor privado. Assim, se o apoio for pago por transferência bancária, o teto livre de imposto é de 132 euros por mês, considerando 22 dias úteis de trabalho. No caso de cartão refeição, aquele valor sobe para 9,6 euros por dia ou 211,2 euros por mês.

(Notícia atualizada às 17h37)

 

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Goldman Sachs expande nos seguros com a compra da DOXA

  • ECO Seguros
  • 9 Novembro 2023

A transação deve ficar concluída neste quarto trimestre de 2023. Os trabalhadores acionistas da DOXA e a sua equipa de continuarão a ser investidores importantes.

A Goldman Sachs está a expandir o seu portfólio em seguros com a celebração do contrato definitivo de aquisição da DOXA Insurance Holdings, uma distribuidora de seguros especializada e centrada em nichos de mercado e engloba serviços de MGA (empresas também conhecidas por agências de subscrição), vendas a retalho e soluções de risco alternativas e conta com mais de 600 milhões de dólares (cerca de 561 milhões de euros) em prémios emitidos, avança o jornal Insurance Business.

A aquisição enquadra-se na estratégia de investimento do Goldman Sachs na DOXA e impulsionará a expansão da empresa de seguros. Além disso, o investimento do banco norte-americano reforçará a estratégia da DOXA em adquirir negócios complementares e sustentará as iniciativas de crescimento orgânico da empresa de seguros.

A companhia de seguros confirmou que quer os trabalhadores acionistas quer a equipa de gestão da DOXA continuarão a ser investidores importantes da empresa, juntamente com a Goldman Sachs.

O diretor executivo em Private Equity, Anthony Arnold, diz-se entusiasmado com a parceria com a equipa da DOXA e está impressionado “com as capacidades significativas e diferenciadas que a empresa de seguros reuniu desde o seu lançamento em 2016”, lê-se no site da empresa. “Esperamos trazer os nossos recursos para a plataforma existente da DOXA e ajudá-la a capitalizar as tendências globais significativas que estão a impulsionar o sector MGA em geral”, acrescenta.

Estima-se que a transação fique concluída no quarto trimestre de 2023, sob a condição de consenso em relação às cláusulas contratuais, estando ainda sujeita às aprovações regulamentares.

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“Um terço do capital levantado no ecossistema fintech vai para insurtech”

  • ECO Seguros
  • 9 Novembro 2023

O desafio agora é continuar a alimentar este funil e acima de tudo, garantir que as fintech existentes tiram proveito de revoluções como a Genarative AI, diz João Freire de Andrade.

O Portugal Fintech Report 2023 revela que em 2023 “um terço do capital levantado no ecossistema fintech vai para insurtech” e que estasjá representam um quinto do ecossistema nacional de fintechs, avança a associação num comunicado.

As inovações tecnológicas então a ser utilizadas por muitas empresas para melhorarem a sua eficiência. A inovação tecnológica incorporada nas empresas do setor segurador é denominada de Insurtech, já à tecnologia incorporada nas empresas de serviços financeiros dá-se o nome de fintech.

João Freire de Andrade, CEO da Start Venture, em entrevista ao ECO Seguros - 12SET23
João Freire de Andrade, CEO da Start Venture e presidente da Portugal Fintech acredita que o desafio atual para as fintech existentes é tirarem proveito das novas tecnologias, como a da inteligência artificial generativa.Hugo Amaral/ECO

A Portugal Fintech é uma associação sem fins lucrativos, que “centra a sua atividade no apoio ao crescimento de empresas de tecnologia financeira”, destaca no relatório o crescimento da associação.

João Freire de Andrade, Presidente da Portugal Fintech, afirma que o relatório “mostra como entramos agora numa fase com fintechs nacionais em todos os estágios, de startup a scaleup. O desafio agora é como garantir que continuamos a alimentar este funil e, acima de tudo, como é que garantimos que as fintech existentes tiram proveito de revoluções como a inteligência artificial generativa”.

O relatório, a que pode aceder carregando aqui, dedica um capítulo à inteligência artificial generativa, explorando questões relacionadas com a próxima lei para a inteligência artificial da União Europeia e as aplicações da mesma nos serviços financeiros.

No mesmo comunicado, a Portugal Fintech anunciou a abertura da 2.ª edição da Fintech House Scholarship 2024. Trata-se de uma atribuição de bolsas a 5 startups financeiras, em estágio inicial de desenvolvimento. A bolsa oferece um espaço de coworking, mentoria, angariação de fundos, assessoria de vendas e apoio ao recrutamento. Para mais informações e para se candidatar, pode aceder através deste link.

O Portugal Fintech Report 2023 é apoiado pela Visa, Morais Leitão e pela KPMG Portugal.

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Governo aprova aumento do salário mínimo a poucas horas de Marcelo falar ao país

Está por horas a comunicação de Marcelo ao país sobre o futuro do Governo e do Parlamento, mas o Conselho de Ministros aproveitou para aprovar já o aumento do salário mínimo.

O Governo aproveitou a reunião do Conselho de Ministros desta quinta-feira para aprovar a subida do salário mínimo nacional para 820 euros, valor que já tinha sido acordado em Concertação Social. Isto apesar de António Costa ter pedido recentemente demissão do cargo de primeiro-ministro e de o Presidente da República estar a ponderar dissolver o Parlamento. Marcelo Rebelo de Sousa deverá falar ainda esta quinta-feira ao país.

“O Conselho de Ministros aprovou hoje [esta quinta-feira] o decreto-lei que determina o aumento do salário mínimo nacional para os 820 euros a partir de 1 de janeiro de 2024, em cumprimento dos compromissos assumidos no âmbito do reforço do acordo de médio prazo de melhoria dos rendimentos, dos salários e da competitividade”, anunciou o Governo esta tarde, em comunicado, sendo que não houve conferência de imprensa, ao contrário do que é tradição.

O acordo de rendimento assinado há um ano com as quatro confederações patronais e com a UGT previa a subida do salário mínimo nacional para 810 euros em 2024, mas os parceiros sociais acabaram por negociar uma subida mais robusta da retribuição mínima garantida para o próximo ano.

Assim, a 7 de outubro deste ano foi assinado um reforço desse acordo (já sem a Confederação Empresarial de Portugal) que prevê que o salário mínimo nacional vai subir dos atuais 760 euros para 820 euros em janeiro, um acréscimo de 60 euros. “Corresponde ao maior aumento da retribuição mínima mensal garantida alguma vez verificado, de 7,9%“, salienta o Executivo, no comunicado desta quinta-feira, em linha com o que já tinha sido realçado pelo próprio primeiro-ministro (agora demissionário).

Com o entendimento da Concertação Social já assinado, faltava o diploma ser aprovado em Conselho de Ministros antes de partir para Belém.

O “sim” do Governo foi dado esta quinta-feira, a poucas horas de Marcelo Rebelo de Sousa anunciar ao país o que decidiu, na sequência da demissão do primeiro-ministro: pode manter o Parlamento e abrir a porta à formação de um novo Governo (o cenário apontando como menos provável) ou dissolver a Assembleia da República e antecipar as eleições, ficando o país com um governo de gestão (o cenário considerado o mais provável).

Ainda assim, conforme escreveu o ECO, mesmo que o país fique com um governo de gestão seria possível avançar com a subida do salário mínimo já anunciada, uma vez que tal depende apenas de um decreto-lei e não passa pelo Parlamento.

Atualizada às 17h30

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lluni lança novo portal preparado para M&A de mediadores de seguros

  • ECO Seguros
  • 9 Novembro 2023

Já instalada em 380 mediadores, a tecnológica sediada em Braga lança o Portal do Agente para responder aos atuais desafios operacionais de redes de corretores e agentes de seguros em grande expansão.

A lluni, Software house de Gestão de Seguros, anunciou um novo Portal para gestão das redes de agentes dos mediadores e corretores de seguros. O Portal do Agente agora lançado, é uma plataforma integrada nativamente com o ERP de gestão de Seguros lluni Seg, conectado hoje a 10 seguradoras por webservice, ao Portal de Cliente lluni e implementado em mais de 380 mediadores em Portugal e Angola que representam mais de 500 Milhões euros de carteira de seguros, afirma a lluni, que tem Leandro Fernandes como CEO.

3ª Conferência Anual ECO Seguros - 20OUT22
Leandro Fernandes, CEO da lluni: Novo portal para facilitar o movimento de fusões e aquisições entre distribuidoras de seguros.Hugo Amaral/ECO

A lluni indica que O Portal do Agente é “mais uma ferramenta essencial a integrar o ecossistema digital lluni que sustenta todos os intervenientes na distribuição de seguros: Seguradora – Mediador – Agente – Cliente”.

Esta melhoria, segundo a empresa, resultou da identificação desta necessidade, pelo CEO Leandro Fernandes, através da auscultação de vários agentes económicos do setor. Nesse processo o CEO identificou potenciais constrangimentos que limitam a adequada resposta às exigências resultantes das inúmeras fusões e aquisições (M&A) que se têm verificado.

Mercado em euforia M&A revelou as necessidades

Como fatores que dificultam o movimento de M&A, o CEO notou a Dispersão da informação do negócio, com arquivos locais e/ou não partilhados e por várias plataformas não integradas entre si, muitas vezes com duplicação de tarefas: Ausência de canais estruturados de comunicação com excessivo recurso ao e-mail, papel e pior, a dependência do telefone; Incapacidade de monitorização dos vários atos de gestão e das suas métricas de qualidade; Excessiva dependência dos Gestores de Negócio, com reduzida autonomia dos Agentes; Nuances regulamentares, tais como, RGPD e DDS em matéria de rastreabilidade financeira.

Para Leandro Fernandes a ausência de resposta a estas necessidades podem ser “um fator de bloqueio à escalabilidade do negócio, com reforço sistemático das áreas operacionais para acomodar a exigência das redes de agentes em crescimento, o que naturalmente consome uma parte significativa dos dividendos esperados por essa agregação, diminuindo a rentabilidade da operação, ou até, torná-la deficitária”, afirma.

Por outro lado, sublinha a lluni, produz “uma resposta ineficiente às necessidades da rede de agentes quebra a sua expectativa e envolvimento, podendo gerar danos reputacionais às marcas que pretendem seguir estratégias de crescimento por aquisição ou fusão”.

Perante este cenário a lluni apresentou uma solução, que classifica de inovadora, e que integra as várias fases e ciclos operacionais na gestão da rede de Agentes através das inúmeras funcionalidades: Consulta de dados e Análise da carteira; Pedidos de Cotação e gestão de Propostas; Configuração e gestão de Pedidos; Gestão de Sinistros; Acompanhamento de Objetivos; Submissão e descarga de documentos; Alertas de situações em risco; Apresentação de Anúncios e Campanhas; Ligações úteis para gestão de acessos a seguradoras; Conta corrente de comissões cedidas e notificações automáticas.

O Portal do Agente apresenta ainda “uma solução versátil que permite a configuração de perfis de acesso únicos, de forma a adaptar facilmente as funcionalidades disponibilizadas a cada um dos agentes, ou mais ainda, de forma personalizada para cada colaborador do agente”, acrescenta a empresa.

A promoção da interação diretamente com o Gestor do Agente é também um aspeto que a empresa realça bem como a capacidade de aceder e editar informação de CRM útil aos processos de venda e fidelização resultante da relação do tomador com o Agente, conclui a lluni.

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Mota-Engil cresce cerca de 30% em Angola e vai continuar a investir no país

  • Lusa
  • 9 Novembro 2023

O presidente executivo da Mota-Engil Africa, Manuel Mota, diz que a empresa deverá crescer 30% em Angola, e destaca o investimento contínuo no país, com realce para o Corredor do Lobito.

O presidente executivo da Mota-Engil África revela que a empresa deverá crescer 30% em Angola, em linha com o grupo, destacando o investimento contínuo no país, com realce para o Corredor do Lobito. Segundo Manuel Mota, que falava em Luanda à margem da cerimónia de entrega dos prémios Manuel António da Mota, este ano a faturação do grupo irá crescer de 3,8 mil milhões de euros para mais de cinco mil milhões de euros de faturação e a atividade em Angola “está a crescer de forma muito parecida”, na ordem dos 30%.

“A nossa atividade vai crescer este ano em Angola e queremos continuar a dar resposta aos desafios que o governo angolano nos tem apresentado”, salientou. Manuel Mota acrescentou que o investimento da Mota-Engil no país “é contínuo”, assinalando o peso significativo do Corredor do Lobito, infraestrutura ferroviária que vai ligar a Zâmbia e a República Democrática do Congo ao porto angolano do Lobito, e que “espelha bem o interesse” em continuar a investir no desenvolvimento de Angola.

A Mota-Engil integra o consórcio responsável pela concessão que vai gerir o Corredor do Lobito nos próximos 30 anos, juntamente com a Vecturis, do Luxemburgo, e a suíça Trafigura.

Questionado sobre as dificuldades que a construtora enfrenta em Angola, aquele responsável frisou que a Mota-Engil está no país há 77 anos (altura em que iniciou atividade em Cabinda) e tem uma atividade “bastante estável”. “Claro que os ciclos económicos pesam sempre e isso reflete-se mais em economias como a angolana“, admitiu, apontando a desvalorização cambial como um tema “recorrente” que pesa na capacidade de o país continuar a desenvolver mais infraestruturas.

Mota afirmou ainda que a Mota-Engil não está preocupada com a concorrência de outras empresas internacionais, já que o mercado angolano “tem espaço para todos, cada um com suas valências e especificidades”

O prémio “Manuel António da Mota — Uma vida em Angola”, criado em 2019, visa distinguir instituições de solidariedade social com trabalho reconhecido nas áreas de saúde e educação. Manuel Mota salientou que o prémio, que pretende ser um legado da empresa e do seu contributo para Angola, “é uma forma de retribuir e participar ativamente na sociedade”.

Na cerimónia estiveram presentes a primeira-dama angolana, Ana Dias Lourenço, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, que chegou a Angola para participar na VI reunião ministerial do Caminho Conjunto União Europeia-Angola, em representação do Alto Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrel.

João Gomes Cravinho vai liderar os trabalhos no domingo de manhã, que tem entre os temas de análise as prioridades da cooperação UE-Angola no período 2021-2027, incluindo nos domínios do comércio, do investimento e da diversificação da economia.

Nesta deslocação a Angola, o chefe da diplomacia portuguesa vai visitar também o Corredor do Lobito, que beneficia de financiamento norte-americano e apoio da União Europeia, no âmbito do Global Gateway.

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