Liga dos Bombeiros Portugueses defende demissão do presidente da AGIP

  • Lusa
  • 29 Julho 2023

A Liga dos Bombeiros pediu a demissão do presidente da Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais, após declarações sobre o relatório de atividades do Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais.

A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) pediu este sábado a demissão do presidente da Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF), após declarações polémicas sobre o relatório de atividades do Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais.

Em comunicado, a LBP entende que, após as suspeições lançadas, o presidente da AGIF (Tiago Oliveira) devia ter vindo a público apresentar desculpas pela “forma caluniosa e inqualificável” como recentemente, na Comissão Parlamentar de Agricultura e Pescas, se dirigiu aos bombeiros, pondo em causa a “honorabilidade” destes profissionais.

“Ao não o ter feito, contribuiu para um clima de maior desconfiança em relação às suas intenções e condições para se manter em funções”, referiu a Liga. Segundo a LBP, mais grave é ainda o facto do presidente da AGIP ter vindo a público “desvalorizar a questão”, que é “muito séria para a honorabilidade” dos bombeiros portugueses.

Assim, a LBP considera-se que o presidente da AGIF “não reúne as condições mínimas para a continuidade no cargo, face à perda de credibilidade junto dos principais agentes de intervenção”.

A LBP apela ainda à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) para que esclareça o país sobre a forma de financiamento dos corpos de bombeiros, através das Associações Humanitárias de Bombeiros, para que “não reste qualquer dúvida” nos cidadãos e comunidades.

Parelalemente, os órgãos sociais da LBP e os Presidentes das Federações de Bombeiros, em reunião informal urgente na sexta-feira, decidiram aprovar uma moção sobre o que classificam de “comportamento inadequado” tido pelo presidente da AGIF em audição parlamentar.

Levantar suspeições à aplicação de uma ‘barbaridade de dinheiro nos bombeiros pelos municípios, quando não gastam dinheiro a gerir a floresta’, levantar suspeições a ‘resistências políticas de distribuição de poder, de não cumprimento de procedimentos, de dinheiros não verificados que tem de ser escalpelizados’, sem concretizar, é em nossa opinião, muito grave”, diz a moção da LBP.

“Acusar os bombeiros de receberem em função da área ardida é uma calúnia inqualificável e inaceitável”, refere a moção, alegando que aquele “alto dirigente da administração pública nunca manifestou grande apreço pela atividade dos bombeiros, mas não lhe assiste por isso o direito de efetuar declarações atentatórias à dignidade e bom nome das associações humanitárias, dos seus corpos de bombeiros e dos municípios como se estivessem todos sem rumo”.

A LBP contesta e critica ainda declarações do presidente da AGIP de que “não são necessários tantos meios aéreos” no combate aos fogo rurais. “Quando constatamos que ainda agora a União Europeia pretende duplicar a sua frota aérea, leva-nos a questionar em que `planeta´ vive este alto dirigente”, lê-se na moção.

Na moção, é reiterado que o presidente da AGIF “não reúne as condições necessárias ao desempenho das suas funções face à quebra irrecuperável de confiança dos agentes de combate aos incêndios florestais”.

A LBP anuncia ainda que vai notificar a AGIF da suspensão do protocolo recentemente assinado no âmbito da campanha “Portugal Chama. Por Si. Por Todos.”, porque foram quebradas as condições de confiança que constituíram pressuposto para a assinatura do documento.

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Sindicatos do setor da aviação apelam a “forte mobilização” dos trabalhadores à greve

Quatro sindicatos do setor da aviação vieram apelar a uma "forte mobilização dos trabalhadores" para as greves para 30 e 31 de julho e 5 e 6 de agosto e acusam a Portway de "amedrontar" funcionários.

Um grupo de quatro sindicatos do setor da aviação veio, este sábado, apelar a uma “forte mobilização dos trabalhadores” para as greves marcadas para 30 e 31 de julho e 5 e 6 de agosto, com extensão ao trabalho em dia feriado a partir de 1 de agosto, e acusam a Portway de “amedrontar” os funcionários e “condicionar” o direito à greve.

Num comunicado conjunto, o SITAVA, SINDAV, STHA e SIMAMEVIP — sindicatos da empresa do grupo Vinci que presta serviços de assistência em terra nos aeroportos portugueses –, acusam a empresa de “amedrontar os trabalhadores, condicionar o exercício do seu direito à greve e colocar nos sindicatos o ónus da destruição da empresa”.

A reação surge depois de este sábado o Observador ter noticiado que a administração da Portway enviou uma carta aos trabalhadores, onde apela a cada funcionário para que não faça greve, alegando que não é “apenas a imagem do país que está em causa”, mas “também a estabilidade futura da Portway”, dado que decorrem, neste momento, negociações para a renovação do contrato entre a Portway e a Easyjet, o “maior cliente” da empresa de handling.

Os quatro sindicatos rejeitam ainda as acusações da Portway, que argumentou que a motivação para as paralisações centram-se em “agendas corporativas de disputa sindical por maiores quotas de representatividade”, sublinhando, que, “se há agendas corporativas, então serão entre a empresa e essa outra organização sindical para quem estão a ser empurrados os trabalhadores”.

Além disso, o SITAVA, SINDAV, STHA e SIMAMEVIP reiteram que “estiveram sempre de boa-fé” nas negociações, mas que foram “obrigados a abandonar” a mesa negocial, “perante o aparente conluio entre a Portway e outra “organização” sindical”, lembrando ainda que “apresentaram várias propostas que permitissem de forma faseada que a empresa pagasse os 800 mil euros que deve aos seus trabalhadores”. “Inúmeras propostas, inúmeras soluções, sempre a esbarrarem na cegueira ideológica da Vinci”, criticam.

As greves decorrem numa altura em que se espera uma maior afluência nos aeroportos nacionais por ser uma altura de verão e em que se realiza a Jornada Mundial da Juventude, que decorre de 1 a 6 de agosto, em Lisboa. Por isso, o Governo decretou serviços mínimos.

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A operação de marketing que fez do filme ‘Barbie’ um sucesso

A Barbie chegou aos cinemas na última semana e tem tido um sucesso retumbante. Grande arte do êxito deve-se a uma poderosa máquina de marketing, cujo investimento ultrapassa o do próprio filme.

Foto: Mattel

No seu fim de semana de estreia, entre dia 20 e 23, o filme “Barbie” foi o mais visto em Portugal, com 189.709 espectadores e mais de 1,1 milhões de euros de bilheteira, segundo o Instituto do Cinema e Audiovisual. Foi apenas superado, este ano e no mesmo período de estreia, pelo filme “Velocidade Furiosa X”. Globalmente, o fim de semana de estreia valeu uma receita total de 356 milhões de dólares (cerca 320,6 milhões de euros), segundo o The Guardian.

O filme da boneca mais conhecida do mundo conta com atores como Margot Robbie, Ryan Gosling, Helen Mirren ou Issa Rae e a banda sonora integra músicas de artistas como Dua Lipa, Tame Impala, ou Nicki Minaj e Ice Spice, que se juntaram para reinterpretar o “Barbie Girl”, dos Aqua.

Mas o sucesso é explicado também pela grande operação de marketing que acompanhou todo o processo de lançamento do filme e que é estimada em 150 milhões de dólares (134,5 milhões de euros), superando assim o orçamento da própria produção (145 milhões de dólares)segundo a Variety.

Um dos teasers do filme da Barbie, inspirado no clássico “2001: Odisseia no Espaço”, é lançado em dezembro de 2022:

Em parceria com a Warner Bros. Pictures, a Mattel (empresa proprietária da Barbie) lançou uma gigante campanha de marketing que envolveu vários teasers, campanhas e cartazes – incluindo outdoors cor-de-rosa em várias cidades a nível mundial que apenas continham a data de estreia do filme -, um gerador de selfies da Barbie e até um emoji oficial no Twitter, indica a Forbes.

Mas a máquina de marketing estende-se para lá do mundo efetivo da Barbie e dos seus promotores e associou-se a muitas outras plataformas e marcas.

Em Malibu (EUA), por exemplo, até foi colocada uma “Barbie DreamHouse” que podia ser alugada pelos fãs através da plataforma Airbnb. Já em Boston estava gratuitamente à disposição dos “Barbies e Kens” (fãs) o barco temático “Barbie Dream Cruise” para uma noite de cruzeiro como música, fotos e giveaways.

Divisão da “DreamHouse” da Barbie, em Malibu. Foto: Airbnb

O Google também se aliou a esta campanha, pelo que quem pesquisar por “Barbie” no motor de busca é “presenteado” com um design e fogo de artifício cor-de-rosa no ecrã.

Já o Spotify também se quis juntar a este “enorme momento cultural que é a Barbie”, fazendo algumas alterações na plataforma de música pelo que “os ouvintes vão reparar que a coisas ficaram um pouco mais cor-de-rosa”. Além de uma barra de reprodução rosa, a plataforma também lançou a Barbie Official Playlist.

Segundo o Spotify, os utilizadores já criaram mais de 620 mil listas de reprodução relacionadas com o mundo da Barbie e várias das músicas do filme sofreram um incremento no número de reproduções no fim de semana de estreia do filme a nível global, nomeadamente “Spice Up Your Life” das Spice Girls (+150%), “Watati” da Karol G e Aldo Ranks (+120%), ou “Barbie World” de Nicki Minaj, Ice Spice e Aqua (+100%).

A campanha de marketing contou também uma forte aposta no merchandising, com o lançamento de uma série de colaborações e produtos de coleções limitadas, onde se incluiu uma coleção de roupas infantis da Tutu Du Monde, umas sandálias da Crocs ou um hoodie da Neiman Marcus, por exemplo, disponível em Portugal por 1289 euros.

A Zara também lançou uma coleção que incluiu vestuário, produtos de beleza e acessórios, ou pijamas, além de duas lojas pop-up (em Paris e Nova Iorque), concebidas pelo Random Studio, e “transformando as entradas na casa de sonho da Barbie'”, refere a Fashion Network.

Por cá, também as lojas Zara do Centro Comercial Colombo (Lisboa) e do NorteShopping (Matosinhos) têm à disposição uma coleção de 27 peças dedicada à boneca mais famosa do momento, bem como uma passadeira cor-de-rosa que conduz os clientes até uma caixa da Barbie em ponto grande, onde se podem tirar fotografias.

Mas estas colaborações de merchandising vão muito além das roupas ou sapatos, tendo sido “centenas” os licenciamentos que a Mattel concedeu a diversas marcas para lançarem produtos inspirados na Barbie, refere a BBC. Os produtos variam desde versões exclusivas da Xbox, a patins ou até acessórios para animais.

Também no setor da restauração foram várias as parcerias estabelecidas. O Burger King no Brasil, por exemplo, lançou um hambúrguer inspirado na Barbie, o “BK Barbie Combo”, que contempla um cheeseburger com pedaços de bacon e um molho cor-de-rosa.

Limonadas (Swoon), iogurtes gelados (Pinkberry) ou massas (Di Martino), são outros tipos de produtos alimentares que apostaram numa colaboração aproveitando o lançamento do filme.

A Warner Bros. Discovery e a Mattel, a propósito do lançamento do filme, também se uniram à Save the Children numa campanha global de forma a “inspirar e empoderar raparigas de todo o mundo”, refere a organização. A campanha marca presença nas plataformas lineares, digitais e sociais da Warner Bros. Discovery e as iniciativas que a acompanharam incluíram ativações junto dos consumidores através de parcerias com outras marcas ou um leilão que ofereceu bilhetes para as estreias do filme em Los Angeles e Londres.

Além disso, alguns dos atores do filme – como Margot Robbie, America Ferrera, Kate McKinnon, Simu Liu ou Will Ferrell – fizeram um vídeo incitando os fãs a realizarem uma contribuição para esta organização de defesa dos direitos das crianças, bastando para isso enviarem uma mensagem com o texto “Barbie” para o número 707070.

A Mattel, aliás, é parceira da Save the Children há cerca de duas décadas, tendo lançado o projeto “Dream Gap” a nível mundial. Em Portugal, este projeto materializou-se com o programa escolar “Tu podes ser o que quiseres“, com o objetivo de valorizar o papel da mulher na história nacional e inspirar os adultos de amanhã a sonharem sem limites.

A acompanhar o lançamento do filme, como seria de esperar, foram também colocadas no mercado novas edições da boneca inspiradas precisamente na Barbie que foi adaptada ao grande ecrã, como a “Barbie Look Pink Western”, “Barbie Dia Perfeito” ou “Ken Dia Perfeito”.

A grande máquina de marketing montada em torno do lançamento do filme Barbie contou igualmente com uma forte aposta na presença digital, com a partilha de diversos vídeos e imagens de promoção do filme.

Nas ações no mundo digital, e em particular das redes sociais, recorreu-se várias vezes às próprias “bonecas” Barbie para a promoção do filme:

O grande alcance da campanha de marketing do filme da Barbie – ou pelo menos a sua perceção – tem sido tão grande que motivou algumas piadas nas redes sociais, atribuindo à equipa de marketing do filme a responsabilidade por “fenómenos” naturais que apresentam uma cor rosa:

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Bloco de Esquerda considera lucros dos bancos escandalosos e exige medidas ao Governo

  • Lusa
  • 29 Julho 2023

"É preciso criar medidas que obriguem os bancos a baixarem as taxas do crédito de habitação como contrapartida dos seus lucros", defendeu a líder do Bloco de Esquerda.

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) considerou este sábado escandalosos os lucros de milhões de euros (ME) dos bancos e exigiu ao Governo medidas que os obriguem a baixar taxas de juro nos créditos da habitação.

“Escandaloso é a palavra correta para definir os lucros. Ficamos hoje a saber […] os dados do primeiro semestre que os bancos ganham 11 milhões de euros (ME) por dia em lucros”, reagiu Mariana Mortágua.

Esta responsável falava este sábado aos jornalistas à margem do painel que foi apresentar aos jovens do BE que se encontram no “Acampamento da Liberdade”, até dia 31 de julho, em São Gião, Oliveira do Hospital, distrito de Coimbra.

“Todos os bancos aumentaram estrondosamente os seus lucros, o BCP é o que mais aumenta, são dois mil ME só no primeiro semestre deste ano e estes lucros têm uma razão muito básica, são o resultado e o reverso do aumento dos juros dos créditos à habitação das famílias”, apontou.

Neste sentido, defendeu que “a solução para as famílias poderem ser aliviadas no crédito à habitação” está em “os bancos abdicarem de uma pequena parte dos seus lucros, permitindo assim baixar as prestações”.

“Hoje ficamos a saber, não só, que os lucros do primeiro semestre são 11 ME por dia, mas também que a prestação da casa subiu em 80% para as pessoas que tinham crédito à habitação e este é o Portugal em que vivemos”, reforçou.

Mariana Mortágua lembrou que “os bancos foram limpos com o dinheiro do Estado” e, neste sentido, destacou o caso do Novo Banco que considerou “escandaloso”, porque “recebeu uma garantia de quatro mil milhões de dinheiro público”.

Ou seja, continuou, “foi salvo com dinheiro público e agora está a dar centenas de milhões de lucro ao seu acionista privado, por conta do aumento dos juros que está a empobrecer a população portuguesa”.

Perante aquilo que considerou um “escândalo” e um “assalto” às pessoas que têm crédito à habitação, Mariana Mortágua disse que o que vê é o Presidente da República e o Primeiro-ministro a “pedir” aos bancos “um pouco de simpatia” e “compreensão”.

“Não é assim que se vai resolver este problema. É preciso criar medidas que obriguem os bancos a baixarem as taxas do crédito de habitação como contrapartida dos seus lucros”, exigiu a coordenadora do BE.

Aos jornalistas, Mariana Mortágua defendeu ainda que “é preciso investir mais nos bombeiros e na gestão florestal”, num comentário às declarações do presidente da Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF), Tiago Almeida, que disse que as Câmaras “investem muito dinheiro nos bombeiros”.

“Penso que essa afirmação parte de um equívoco, que é a ideia de que perante um risco tão grande como incêndios, temos de tirar de um lado para por no outro e portanto puxar a manta dos bombeiros par a por na gestão florestal, ou puxar a manta da gestão florestal para por nos bombeiros”, considerou.

Neste sentido, Mariana Mortágua disse que “a manta, se calhar, é só demasiado curta e se calhar é preciso investir nos bombeiros e na gestão florestal”, porque, “os bombeiros atuam preventivamente e nas situações de incêndio” e “a gestão florestal é essencial para a prevenção”.

“Presumo e interpreto essas palavras como uma chamada de atenção para a falta de investimento na gestão florestal, em momento nenhum entendo que se gasta demasiado dinheiro em bombeiros, acho que é uma ideia equivocada”, defendeu.

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Montenegro pede a Costa que deixe “complexo ideológico” como “marca da política” de saúde

  • Lusa
  • 29 Julho 2023

Líder do PSD apela a Costa para que "deixe o complexo ideológico" na área da saúde e defende que o fim da PPP no Hospital de Braga "serviu apenas para aumentar despesa" e piorar os cuidados prestados.

O presidente do PSD, Luís Montenegro, apelou este sábado ao primeiro-ministro para que “deixe o complexo ideológico como marca da sua política de saúde”, considerando que “está a prejudicar os portugueses” e a criar desigualdades sociais.

Na sua página oficial na rede social X (antigo Twitter), o social-democrata partilhou duas notícias sobre o serviço de urgência de ginecologia e obstetrícia do Hospital de Braga, uma de junho de 2022 e a outra deste mês, para assinalar que, passado um ano, esta urgência “volta a estar condicionada”.

“É mais um dos muitos exemplos de que o Governo socialista não consegue resolver o problema das pessoas“, criticou.

O presidente do PSD apela, por isso, ao primeiro-ministro, António Costa, para que “deixe o complexo ideológico como marca da sua política de saúde”, considerando que “está a prejudicar os portugueses e a criar uma grande desigualdade social”.

Luís Montenegro refere igualmente que a “extinção desta PPP [parceria público-privada] serviu apenas para aumentar despesa e diminuir a qualidade do serviço”.

Na quarta-feira, o Hospital de Braga deu conta de que o serviço de urgência de ginecologia e obstetrícia e o bloco de partos vão estar condicionados nos fins de semana de agosto devido “à dificuldade em completar as escalas de trabalho necessárias”.

Em comunicado, aquela unidade refere que nos dias 5, 6, 12, 13, 20, 26 e 27 de agosto (sábados e domingos) o serviço de urgência de ginecologia e obstetrícia e o bloco de partos estarão condicionados entre as 00h00 e as 23h59. Nos dias 4, 11 e 25 (sextas-feiras) e 19 (sábado) estes serviços também estarão condicionados a partir das 8h00.

O Hospital de Braga ressalva que, “nos períodos de condicionamento, o bloco de partos estará em funcionamento para as utentes e parturientes que se encontram internadas” na unidade hospitalar.

“Em casos de urgência, as grávidas e parturientes da região devem optar por se deslocar a um dos outros hospitais da região, nomeadamente aqueles que têm apoio da especialidade de ginecologia e obstetrícia: Hospital Senhora da Oliveira/Guimarães, CHMA/Famalicão e ULSAM/Viana do Castelo”, adianta o Hospital de Braga. Em alternativa, os utentes devem contactar a Linha SNS 24 — 808 24 24 24.

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Papa Francisco em Lisboa. Veja por onde vai passar o sumo pontífice

  • ECO
  • 29 Julho 2023

Lisboa acolhe a Jornada Mundial da Juventude entre 1 e 6 de agosto, onde é esperada a participação de cerca de um milhão de peregrinos. Estes são os locais por onde vai andar o Papa Francisco.

Lisboa acolhe a Jornada Mundial da Juventude entre 1 e 6 de agosto, mas o Papa Francisco só chega no dia 2. Do extenso programa de cerimónias públicas e encontros (alguns privados), o sumo pontífice vai passar pelo Parque Eduardo VII, passeio marítimo de Algés, jardim Vasco da Gama em Belém e Parque Tejo. Na manhã do dia 5 de agosto, o Papa visita o Santuário de Fátima, o único local fora da grande Lisboa.

Veja no vídeo abaixo o itinerário do Papa Francisco na Jornada Mundial da Juventude

http://videos.sapo.pt/Pboo5F0uDuDarhBijFno

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Espanha. PP conquista mais um deputado e complica contas do PSOE

  • ECO
  • 29 Julho 2023

Os votos dos espanhóis residentes no estrangeiro deram mais um deputado ao PP, o que complica as contas de Pedro Sánchez, que precisa agora do voto favorável do Junts para formar governo em Espanha.

O Partido Popular (PP) conquistou mais um mandato por Madrid no Congresso espanhol, na sequência da contagem dos votos dos espanhóis residentes no estrangeiro. Deste modo, já não basta que o Juntos pela Catalunha (Junts) se abstenha para o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) consiga formar governo, segundo avança a imprensa espanhola.

Neste contexto, Pedro Sánchez precisa agora de contar com o voto favorável dos independentistas do Junts para conseguir formar governo. Segundo o El País (acesso pago, conteúdo em espanhol), o PSOE não tenciona contestar os resultados.

Espanha foi a votos no passado domingo e do resultado saíram contas complicadas para os dois maiores partidos: o PP, liderado por Alberto Núñez Feijóo, conseguiu eleger 137 deputados, enquanto o PSOE, liderado por Pedro Sánchez, conseguiu 121 mandatos (já tendo em conta a contagem dos votos dos espanhóis no estrangeiro), aponta a imprensa espanhola.

Assim, nenhum destes dois partidos conseguiu alcançar os 176 deputados necessários para formar governo sozinho, ficando, por isso, dependentes de acordos pós-eleitorais. As eleições estavam previstas para dezembro, no final da legislatura, mas foram antecipadas por Sánchez na sequência da derrota da esquerda nas municipais e regionais de 28 de maio.

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Líder da Iniciativa Liberal critica recurso a ajustes diretos na JMJ e pede transparência

  • Lusa
  • 29 Julho 2023

Rui Rocha defendeu que "só se devia recorrer a ajuste direto quando é absolutamente impossível responder em tempo", mas "a prática diz que tem sido sistematicamente feito o contrário".

O líder da Iniciativa Liberal considerou este sábado que o recurso a ajustes diretos para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) não pode ser justificado com a falta de tempo de preparação do evento e pediu transparência.

Nós sabemos que vamos ter a JMJ em Lisboa há muito tempo e, portanto, nada justifica a falta de preparação [e que] a falta de tempo seja depois justificação para recorrer a ajustes direitos que, muitas vezes, depois põem em causa quer o preço a que os bens e os serviços são adquiridos, quer a própria transparência do processo”, afirmou.

Em declarações aos jornalistas no Peso da Régua (distrito de Vila Real), Rui Rocha defendeu que “só se devia recorrer a ajuste direto quando é absolutamente impossível responder em tempo”, mas “a prática diz que tem sido sistematicamente feito o contrário”.

O liberal acusou o Governo de “falta de capacidade de gerir com rigor aquilo que são os gastos e os custos do Estado”. “Há incapacidade de preparação, há pouco rigor depois no dinheiro que se gasta, mas não é só neste evento, é em geral no Estado, mas agora já não há grande coisa a fazer”, apontou.

O líder da IL considerou que “se isto é grave para a JMJ, é grave para a gestão do país no seu conjunto”, e apelou a “uma gestão rigorosa, transparente, atempada, sempre que é possível prever”.

“O que eu espero é que a partir de agora relativamente à JMJ de facto sejamos exigentes, que haja transparência nas decisões tomadas, mas que essa decisão de ter transparência se estenda à gestão publica no seu conjunto, quer na administração regional, quer na administração local, quer na administração central”, defendeu.

Rui Rocha afirmou também que, no que toca à JMJ, “tudo foi muito mal preparado”, e referiu que “os planos de segurança, de mobilidade, foram aprovados e divulgados muito em cima da própria jornada, impedindo, por exemplo, as autarquias de se adequarem e organizarem”.

“Aquilo que devemos desejar é que esta jornada corra bem, que seja um sucesso para Portugal, embora haja muito para avaliar e muito para criticar depois quando se concluir”, salientou.

Falta de preparação do Governo aumenta custos e diminui transparência, diz Bloco

Também a coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Mariana Mortágua, acusou este sábado o Governo de não ter preparado atempadamente a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) o que “agrava” os seus custos e diminuiu a sua transparência.

“Agora falamos de pequenas decisões, mas nós alertamos atempadamente para a falta de preparação para a Jornada Mundial da Juventude, que traria em cima da hora custos mais agravados e muito menor transparência”, apontou. No seu entender, quando os processos “são preparados com tempo é possível haver concursos públicos, é possível preparar as jornadas, é possível preparar a sua segurança”.

“O Governo não preparou a JMJ e o que tem feito é, por um lado, ajustes diretos e contratações e decisões financeiras em cima da hora que saem muito mais caras e que são muito menos transparentes”, acusou.

Por outro, continuou, o Governo “tem gerido os trabalhadores do Estado, que garantem a segurança das próprias JMJ, sejam eles bombeiros, polícia, médicos, empresas de transporte com maior autoritarismo”.

Ou seja, continuou, “impedindo-os de tirar férias, deslocando-os contra a sua vontade de uma parte do país para a outra” e, por isso, afirmou que o BE tem “criticado esta forma de gerir a organização” das JMJ. “E tudo isto deriva do mesmo problema: falta de preparação do Governo”, acusou.

Ainda assim, Mariana Mortágua defendeu que “até prova em contrário, é assumir que estão garantidas todas as condições de segurança” para a realização das JMJ, que decorrem em Lisboa até dia 6 de agosto.

 

O Governo e os municípios de Lisboa e Loures já assinaram contratos num total de 36,6 milhões de euros para a realização da JMJ, representando 49% do gasto previsto pelas três entidades.

Dos 73 contratos adjudicados pela capital, 67 foram realizados através de ajuste direto e, no caso de Loures, de 32, 30 foram adjudicados com este sistema. No que toca ao Estado, recorreu ao ajuste direto para 27 de um total de 30 contratos, segundo os dados consultados pela agência Lusa no Portal Base da Contratação Pública.

Mais de um milhão de pessoas são esperadas em Lisboa para a JMJ, que vai decorrer entre 1 e 6 e agosto, com o Papa Francisco. Considerado o maior acontecimento da Igreja Católica, a jornada nasceu por iniciativa do Papa João Paulo II, após um encontro com jovens em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.

As principais cerimónias da jornada decorrem no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures, e no Parque Eduardo VII, no centro da capital.

(Notícia atualizada às 14h08 com as declarações da líder do BE)

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Recusada entrada a 94 pessoas desde a reposição do controlo de fronteiras

  • Lusa
  • 29 Julho 2023

Autoridades controlaram mais de 588 mil pessoas desde o início de reposição do controlo nas fronteiras no âmbito da Jornada Mundial da Juventude, tendo impedido a entrada no país a 94 pessoas.

As autoridades portuguesas controlaram mais de 588 mil pessoas desde o início de reposição do controlo documental nas fronteiras no âmbito da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), tendo impedido a entrada no país de 94 pessoas, foi anunciado este sábado.

As fronteiras aéreas são aquelas onde mais cidadãos têm sido controlados no âmbito desta operação – só na sexta-feira foram mais de 77.000 passageiros de 437 voos, a esmagadora maioria com origem fora do Espaço Schengen.

O controlo documental nas fronteiras terrestres, aéreas e marítimas no âmbito da JMJ entrou em vigor no dia 22 e está a ser feito de forma seletiva e direcionado com base em informações e análise de risco.

De acordo com o balanço operacional feito este sábado, em comunicado, pelo Sistema de Segurança Interna, nos primeiros sete dias foram fiscalizadas 35.039 pessoas nas fronteiras terrestres, 516.260 passageiros nas fronteiras aéreas e 37.332 nas fronteiras marítimas, num total de 588.631 pessoas.

No âmbito da operação, foi recusada a entrada a 94 pessoas, das quais 59 tentavam chegar a Portugal por via terrestre e 35 por via aérea.

Nas fronteiras aéreas foram controlados desde o início da operação 3.008 voos e detidas quatro pessoas, nas fronteiras terrestres as autoridades controlaram um total de 8.554 viaturas e nas marítimas foram controladas 772 embarcações, 137 das quais nas últimas 24 horas.

Ao todo, foram feitas sete detenções, desde o início da operação (quatro no controlo das fronteiras aéreas e três nas fronteiras terrestres).

A reposição de controlos documentais nas fronteiras permanecerá ativa até às 00h00 horas de 7 de agosto e acontece “a título excecional de forma a acautelar eventuais ameaças à ordem pública e à segurança interna”, segundo uma resolução do Governo.

O controlo de fronteiras no âmbito da JMJ, evento que vai decorrer em Lisboa entre 01 e 06 de agosto e contará com a presença do Papa Francisco, está a cargo do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), com a assistência da Polícia de Segurança Pública (PSP) e da Guarda Nacional Republicana (GNR), além da eventual colaboração de autoridades de outros países.

Governo garante que foram tomadas todas as medidas para que haja segurança

A ministra adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, garantiu este sábado que foram “todas as medidas tomadas para que haja segurança” durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em Lisboa, e considerou que não vale a pena “efabular sobre episódios”.

“Aquilo que posso garantir, falando com o senhor secretário-geral” do Sistema de Segurança Interna, “é que estão todas as medidas tomadas para que haja segurança”, afirmou a ministra aos jornalistas, durante uma visita ao Centro de Imprensa da JMJ, que se encontra instalado no Pavilhão Carlos Lopes, na capital portuguesa.

Ana Catarina Mendes frisou que “o que é absolutamente importante neste momento” é “dar uma palavra de serenidade e tranquilidade”. “Não vale a pena estarmos a efabular sobre episódios”, acrescentou a governante, referindo-se à intervenção do artista Bordalo II, que estendeu uma “passadeira da vergonha”, composta por representações de notas de 500 euros, no palco-altar no Parque Tejo, numa crítica aos “milhões do dinheiro público” investidos para receber o Papa.

Segundo Ana Catarina Mendes, a segurança “foi trabalhada ao longo de meses para garantir que tudo corre dentro daquilo que é o previsto”. “Não é por acaso que estão cerca de 20 mil agentes entre os portugueses e aqueles estrangeiros que se juntaram também a nós, num esforço de garantia de segurança de todos os que vão participar” na JMJ.

A ministra referiu que o Governo fez tudo o que estava ao seu alcance “para que o plano de segurança à responsabilidade” do Sistema de Segurança Interna esteja a funcionar no que respeita quer à segurança do Papa Francisco, quer dos peregrinos e de todos os envolvidos na JMJ.

Questionada sobre as declarações do ministro da Administração de Interna, que na sexta-feira rejeitou ter existido uma falha de segurança na instalação da “passadeira da vergonha”, Ana Catarina Mendes reiterou que “não houve uma quebra de segurança, houve, sim, um evento”. “O meu colega de Governo não desvalorizou e julgo que não vale a pena também interpretar o que não foi dito”, frisou.

A governante congratulou-se pelas condições do Centro de Imprensa do Pavilhão Carlos Lopes, onde começaram já a trabalhar jornalistas que serão “os olhos e a voz” do que acontecer na JMJ. “Estamos a falar de 4.600 jornalistas e cerca de 500 milhões de espetadores que assistirão, a partir deste centro, a tudo o que aqui vai acontecer”, acrescentou.

(Notícia atualizada às 17h56 com as declarações da ministra adjunta e dos Assuntos Parlamentares)

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DBRS revê em alta rating da Madeira

  • ECO
  • 29 Julho 2023

A agência de notação financeira canadiana reviu em alta o rating da Região Autónoma da Madeira, melhorando a classificação de risco para “qualidade de investimento”. 

A agência de notação financeira DBRS reviu em alta o rating da Região Autónoma da Madeira, melhorando a classificação de risco para “qualidade de investimento”.

Em comunicado, o Governo regional madeirense destaca que depois da Fitch, “esta é a segunda agência de rating, das três que avaliam as finanças da Região, a avaliar positivamente as capacidades financeiras da Madeira, o que significa o atestar da sustentabilidade das finanças públicas regionais”.

Segundo o secretário regional das das Finanças esta decisão reflete “o reequilíbrio em curso do desempenho fiscal da Madeira, através da redução de impostos e do controlo das despesas, para além, da política de estratégia plurianual levada a efeito pelo governo regional”.

Além disso, atesta também “a boa gestão financeira e o rigor orçamental realizados diariamente, em pleno conflito no leste Europeu com a invasão da Ucrânia, e após um período pandémico que obrigou a um esforço redobrado às contas públicas da Região”, acrescenta Rogério Gouveia, citado na nota de imprensa.

Com a revisão em alta por parte da agência canadiana, o acredita que “este novo reconhecimento” possa significar “uma maior apetência por dívida pública regional no mercado financeiro internacional, com a possibilidade da redução dos custos com os juros a pagar pela Região, redirecionando assim, maior disponibilidade orçamental para as despesas correntes e de investimento para benefício dos Madeirenses e Porto-santenses”, sublinhando, no entanto, que o esforço no controlo das finanças públicas “é um trabalho inacabado”.

Ao mesmo tempo, o governante realça ainda que a dívida pública da Madeira “regista uma média abaixo da Zona Euro e um decréscimo bastante acentuado comparativamente a Portugal, sendo que, no final do 1º trimestre de 2023, o rácio de dívida pública sobre o PIB na Região, atingia os 85% comparativamente aos 114% do Estado e 92% da Zona Euro”.

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Minipreço vai “reforçar” horários de algumas lojas na Área Metropolitana de Lisboa durante a JMJ

Tal como o Continente e o Pingo Doce, o Minipreço também vai "reforçar" os horários de algumas lojas na Área Metropolitana de Lisboa, no âmbito da JMJ, avançou fonte oficial da retalhista ao ECO.

À semelhança do Continente e do Pingo Doce, o Minipreço também vai “reforçar” os horários de algumas lojas na Área Metropolitana de Lisboa, no âmbito da Jornada Mundial da Juventude, avançou fonte oficial do grupo Dia, ao ECO.

“No âmbito da Jornada Mundial da Juventude, o Minipreço irá reforçar de forma mais intensiva o horário das suas lojas em Lisboa Calvário, Camarate, Estefânia, Mercado de Santos, Prior Velho, Guerra Junqueiro e São Paulo –, São João do Estoril, Benavente, Fetais, Alverca, Vialonga, Castanheira do Ribatejo e Vila Franca, de segunda-feira a domingo entre as 8h00 e as 21h30″, adianta o departamento de relações exteriores da Dia Portugal, em resposta ao ECO.

Paralelamente, o Minipreço vai também reforçar o número de colaboradores nesses lojas, de modo a proporcionar “um melhor e mais rápido atendimento”, sendo que este reforço “irá estender-se ao longo do mês de Agosto”, acrescenta a retalhista.

Também o Continente e o Pingo Doce já tinham adiantado, à Lusa, que iriam alargar o horário de alguns supermercados na região de Lisboa, na sequência do expectável aumento de fluxo de clientes durante a JMJ, que decorre de 1 a 6 de agosto, onde são esperados entre um milhão a um milhão e meio de peregrinos. Ao ECO, fonte oficial da retalhista da MC explicou que “na área da Grande Lisboa são mais de 40 as lojas abrangidas pelo alargamento de horário, de 28 de julho a 6 de agosto”, sendo que “os horários de abertura das lojas estão sempre disponíveis e atualizados” no site do Continente ou no Google Maps.

Numa nota enviada aos clientes, o Continente admitiu ainda que o serviço de entrega e Click&GO poderá “apresentar limitações, na sequência das “restrições à circulação em Lisboa nos dias 1 a 6 de agosto”, pelo que insta os clientes a fazerem as encomendas com data de entrega fora desse período, bem como a consultar “as lojas cujo Click&GO estará indisponível durante estes dias”.

Já o grupo Jerónimo Martins identificou 130 lojas Pingo Doce em que espera que haja maior afluência, e para as quais direcionou um “reforço de stocks e de equipa”. Nesse sentido, fonte oficial indicou ao ECO que desde 28 de julho “o Pingo Doce vai ter 25 lojas (23 em Lisboa e 2 em Fátima) com horário alargado das 7h00 às 23h59”, ao passo que “a loja Parque das Nações – Norte, que fica no recinto do Campo da Graça (onde vai decorrer o momento da Vigília e Missa de Envio), ficará aberta na noite de 5 de agosto”, bem como as lojas de Sacavém (Real Parque) e Olivais. O grupo aconselha ainda os clientes a a consultarem o site da rede de supermercados ou a app “para confirmarem o horário da sua loja”.

Em contrapartida, o grupo Auchan e o Lidl não vêm necessidade de mudar os horários. Ao ECO, fonte oficial do Lidl justifica a decisão com o facto de as suas lojas já terem “uma extensão horária suficiente para absorver eventuais necessidades de compra”. Mas admite que é “expectável” que haja “uma maior afluência às lojas próximas dos locais onde irão decorrer os diferentes momentos” da JMJ, pelo que a retalhista de origem alemã “irá reforçar antecipadamente os stocks de 35 lojas da região Centro”.

De notar, que os supermercados e as lojas de conveniência localizadas na capital vão poder excecionalmente funcionar 24 horas por dia durante JMJ, ainda que estejam impedidos de vender álcool a partir da meia-noite, segundo um despacho da autarquia liderada por Carlos Moedas.

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Lucros recorde e faturação de 4,2 mil milhões com juros: eis o primeiro semestre na banca

Subida das taxas de juro continua a impulsionar os resultados dos bancos, mas também já está a fazer baixas no negócio bancário, com o crédito e os depósitos em queda.

Os principais bancos portugueses tiveram um lucro recorde de 1,99 mil milhões de euros no primeiro semestre do ano, em que faturaram mais de 4,2 mil milhões na margem financeira. Como era esperado, a subida das taxas de juro continuou a impulsionar os resultados da banca. Mas também já está a provocar baixas no negócio: tanto o crédito e os depósitos caíram.

Caixa Geral de Depósitos, BCP, Santander Totta, BPI e Novobanco lucraram mais de 11 milhões de euros por dia na primeira metade do ano, um resultado nunca visto – pelo menos desde 2008, antes da grave crise afundar o setor.

Embora cada um tenha um negócio muito próprio, a margem financeira foi o principal motor dos resultados dos cinco principais bancos do mercado nacional. “O ano está a correr muito bem”, disse o CEO do BCP, Miguel Maya. Os outros banqueiros também têm muitas razões para sorrir.

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Entre os juros cobrados nos empréstimos às famílias e empresas e os juros pagos nos depósitos, os bancos viram a faturação quase duplicar entre janeiro e junho deste ano: mais de 4,2 mil milhões em juros significou 23 milhões por dia. Foi o resultado, sobretudo, de o aumento das taxas de juro se ter refletido mais rapidamente nos empréstimos do que nos depósitos, o que tem motivado muitas críticas aos bancos.

Já as comissões líquidas – outra parte importante do negócio dos bancos – tiveram um decréscimo de cerca de 2% para 1,2 mil milhões de euros. Um valor que não deixa de ser relevante depois de terem carregado no preçário nos últimos anos para contrariar os juros baixos.

O bom desempenho atirou o setor para patamares de rentabilidade elevados, um tema que era até há pouco tempo o “calcanhar de Aquiles” da banca portuguesa e uma fonte de preocupação para as autoridades de supervisão.

O Novobanco, que apresentou um lucro de 373 milhões de euros até junho, atingiu um ROE (rentabilidade dos capitais próprios) de 28%, batendo toda a concorrência. Só a Caixa se aproximou destes níveis, com um ROE de 20%. O BCP, cuja atividade continuou a ser pressionada pela Polónia, deu o maior salto em termos de rentabilidade, passando de um ROE de 2,4% há um ano para 16,8%. Uma performance que “escancara” a porta para a distribuição de dividendos, como adiantou o CEO Miguel Maya.

Crédito em queda, depósitos estancam fuga

Se a subida dos juros está a dar mais receita aos bancos, também está a ter um impacto negativo no balanço. Tanto o crédito concedido à economia como os depósitos caíram no semestre passado. Sendo que os depósitos até já estancaram a fuga que estavam a registar para os Certificados de Aforro.

Os banqueiros afastaram a crítica/acusação de que tenham pressionado o Governo a baixar a remuneração dos certificados, dada a razia que estava a provocar nos depósitos. “Não houve conversa, nem de corredor”, reagiu o CEO do BCP. “É um mito”, disse Paulo Macedo.

Junho foi já um mês de recuperação das poupanças dos depositantes, mas não compensou as saídas de 7,4 mil milhões de euros em comparação com o ano passado.

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Além dos certificados, muitas famílias optaram por fazer reembolsos do crédito para baixar a prestação da casa e fizeram-no recorrendo às poupanças depositadas nos bancos, o que também ajuda a explicar a contração do stock de depósitos neste período.

Em relação ao crédito, a contração da carteira dá-se pelas amortizações antecipadas, mas não só. Há menos procura por crédito e também as empresas estão a adiar investimentos ou estão a gerar mais dinheiro, pelo que já não necessitam do financiamento bancário, explicaram os responsáveis do Santander.

“Menos crédito e menos poupança. É uma tendência que vai continuar a haver um decréscimo enquanto tivermos esta situação de crescimento económico muito baixo ou de recessão, no caso da Europa”, explicou Pedro Castro e Almeida.

Mais de 50 mil créditos renegociados, mas não há problema

Os bancos revelaram que renegociaram mais de 50 mil créditos, na sua maioria por iniciativa própria do que ao abrigo do decreto-lei 80-A/2022 que obriga as instituições a encontrar uma solução para as famílias em maiores dificuldades.

Ainda assim, os banqueiros consideram que “não há um problema transversal” no crédito da casa, embora reconheçam que há casos pontuais que têm tentado resolver.

Os líderes da Caixa e do BPI colocaram as coisas noutros termos: de que nenhuma casa foi executada por incumprimento no pagamento da prestação. “As pessoas têm feito um esforço significativo nas contas para conseguirem pagar o crédito à habitação”, salientou João Pedro Oliveira e Costa.

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