“Painéis solares têm mesmo de estar nalgum sítio” e simplex não trouxe “nada de positivo”

João Matos Fernandes identifica como desafios à descarbonização o licenciamento de projetos renováveis, mas também o consumo energético associado à digitalização e a gestão de materiais.

Numa altura em que têm sido divulgados casos de não aprovação de projetos de energias renováveis, o ex-ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, alerta: “os painéis solares têm mesmo de estar nalgum sítio“. Em paralelo, critica a simplificação que foi feita no licenciamento de projetos de renováveis, ainda com o anterior Governo. “O simplex ambiental não trouxe nada de positivo“, considera.

O ex-governante rejeita as críticas que “andam a atapetar Portugal”, no sentido de se estar a cobrir o país com painéis solares. Ainda assim, concede: “Sim, existe uma pegada ambiental associada à transição energética, mas temos de a saber cuidar“. Caso contrário, se as populações apoiarem a transição “em tese” mas não “no concreto”, “não vamos conseguir” cumprir com as metas a que nos propomos nesta área, prevê.

No âmbito da implementação dos projetos, “o simplex ambiental não trouxe nada de positivo“, considera, apontando para a pressão que se coloca sobre as entidades públicas para dar uma resposta no prazo de 100 dias, nalguns dos casos. Caso os licenciadores não consigam fazer a avaliação correta no calendário proposto, Matos Fernandes “não condena” que estes optem pelo indeferimento em vez de se avançar para o diferimento tácito que está previsto na lei.

Estas declarações foram proferidas na 4.ª Conferência Anual do Capital Verde, a Green Economy Forum, que decorre esta terça-feira, em Vila Nova de Gaia.

Esta perceção é dada na sequência de a Agência Portuguesa do Ambiente ter chumbado vários projetos de energias renováveis, incluindo duas centrais solares flutuantes da Finerge e o investimento em bombagem hidroelétrica da EDP em Alto Lindoso.

Durante a apresentação que fez no início da conferência, Matos Fernandes salientou que em 2027 estima-se que a produção de eletricidade a partir de fonte solar já tenha mais expressão em capacidade instalada do que o carvão. “O solar vai ser a principal fonte de eletricidade antes do final desta década. Em Portugal é muito evidente”, afirmou.

Eletricidade barata será motor económico

João Matos Fernandes é perentório na acusação: é “mentira” que Portugal tem a eletricidade mais cara da Europa. Pelo Contrário, o preço da eletricidade doméstica está 26% abaixo da média europeia e 5% abaixo do de Espanha. Na indústria, Portugal tem o quinto preço da eletricidade mais baixo da Europa. “Não conheço nenhum industrial que diga que a eletricidade em Portugal é cara“, rematou.

Para Matos Fernandes, o facto de a Península Ibérica ser uma “ilha energética” – dadas as parcas ligações elétricas com o resto da Europa e a oposição de França a que estas se desenvolvam – “é, em tese, uma coisa negativa”. No entanto, realça o reverso da moeda: “muito melhor que vender eletrões, é vender serviços e produtos prestados com eletrões verdes”, e o excesso de produção de eletricidade, que não possa ser escoada para alimentar o resto da Europa, “é absolutamente essencial para atrair projetos industriais para Portugal“. O valor acrescentado destes produtos e serviços “é muito maior que os eletrões que podiam passar na rede”.

Digitalização e materiais impõem dificuldades

O ex-governante alerta para o “impressionante” consumo de eletricidade dos centros de dados que estão a proliferar pelo mundo. “Depois de anos a dizê-lo com convicção, que a digitalização é essencial, hoje em dia temos de reabrir esta discussão“, considera.

Por outro lado, se é verdade que “já há um divórcio entre as emissões [poluentes] e a economia, sobretudo à boleia da evolução no setor da energia, “do lado dos materiais não temos feito quase nada”, denuncia. Isto, quando 45% das emissões está relacionada com forma como produzimos e consumimos. “Não temos feito nada na melhor gestão dos materiais. O consumo de materiais cresce em absoluto paralelo à criação de riqueza“, concluiu.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Morreu Magalhães Crespo, presidente emérito do Grupo Renascença Multimédia

  • + M
  • 12 Novembro 2024

Magalhães Crespo foi responsável pelo grupo Renascença durante 30 anos. Em 2005, ano em que se reformou, foi nomeado presidente emérito. Morreu esta madrugada aos 94 anos.

Morreu Fernando Magalhães Crespo, presidente emérito do Grupo Renascença Multimédia. Responsável pelo grupo dono da RFM, da Rádio Renascença e da Mega Hits durante 30 anos, integrou o conselho de gerência da Rádio Renascença primeiro como gerente, mais tarde como vice-presidente e em 2005, no ano da sua reforma, foi nomeado pelo então cardeal patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, presidente emérito do grupo, como homenagem aos serviços prestados à Renascença e à Igreja Portuguesa.

A Rádio Renascença recorda Magalhães Crespo como um “intenso lutador e homem de fé”, que desempenhou um “papel crucial na luta pela libertação da Renascença, ocupada pela extrema-esquerda nos anos quentes da Revolução“. “Os anos seguintes foram de forte desenvolvimento do projeto da Renascença, conduzindo-a à liderança e ao lançamento de novos canais como a RFM e a Mega Hits”, recorda o grupo que dirigiu durante 30 anos.

Em 2019, no aniversário dos 82 anos da Renascença, Magalhães Crespo foi homenageado com a atribuição do seu nome a uma das salas do novo edifício para onde o Grupo Renascença Multimédia se mudou, em maio de 2016.

O grupo declarou dois dias de luto pela morte do seu presidente emérito. “Esta é uma hora de agradecer (…) uma personalidade fortíssima, uma personalidade de liderança, uma personalidade que abraça causas acima dos seus interesses pessoais, sempre numa atitude de serviço e luta pela verdade e pela liberdade, pelo bem e pela causa da comunicação social portuguesa, que ficará mais pobre, mas também indelevelmente marcada pela presença desta figura na nossa história (…) O Grupo Renascença Multimédia reage com uma profunda gratidão”, afirma esta terça-feira o presidente do conselho de gerência do Grupo Renascença Multimédia, cónego Paulo Franco.

O presidente emérito do grupo, que em 2023 foi condecorado por Marcelo Rebelo de Sousa com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, morreu na madrugada desta terça-feira, aos 94 anos.

O velório e as celebrações fúnebres decorrem na Capela Exterior da Quinta do Bom Pastor, sede do grupo, desde as 17h desta terça-feira. Será celebrada missa hoje às 19h, presidida pelo Cónego Paulo Franco, e amanhã missa exequial de corpo presente, às 10h, presidida pelo cardial-patriarca de Lisboa Rui Valério.

 

 

* Notícia atualizada com horário das cerimónia fúnebres

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Exportações de componentes automóveis voltam a cair 4,4% em setembro

Dados da AFIA mostram que no acumulado do ano, as exportações para o mercado europeu registaram uma queda de 4,6% face ao mesmo período de 2023.

As exportações de componentes para automóveis caíram 4,4% em setembro, quando comparado com o mesmo período do ano anterior, atingindo os 1.000 milhões de euros, segundo os dados divulgados esta terça-feira pela Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA). Embora o resultado permaneça negativo, ainda assim, a queda é menos acentuada do que a registada no mês de agosto (-5,4%).

O valor das exportações de componentes automóveis em setembro representou 14,7% no total das exportações de bens transacionáveis de Portugal. A associação liderada por José Couto recorda que “embora as exportações de componentes automóveis tenham sofrido uma erosão no ano em curso, continuam a ter um peso significativo nas exportações nacionais”.

No que respeita ao acumulado até setembro, as exportações de componentes automóveis atingiram cerca de 8.800 milhões de euros, o que corresponde a uma diminuição de 3,9% face ao período homólogo de 2023. Dados da AFIA mostram ainda que no terceiro trimestre, que inclui os meses de julho a setembro, o setor registou um declínio de 2,7% face ao mesmo período do ano anterior.

Este ligeiro abrandamento na queda pode indicar uma esperança na estabilização do mercado, embora o setor continue a enfrentar desafios significativos num contexto económico global complicado.

Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA)

A Europa continua a ser o principal destino das exportações portuguesas de componentes automóveis, representando 88,5% das vendas internacionais. No acumulado de 2024, as exportações para o mercado europeu registaram uma queda de 4,6% face ao mesmo período de 2023. Espanha mantém-se como o maior comprador, absorvendo 28% dos componentes fabricados em Portugal, seguida pela Alemanha (23,9%) e França (8,2%).

Por fim, a AFIA destaca que embora as exportações de setembro tenham caído 4,4%, esta redução é menos pronunciada do que a verificada em agosto, altura em que se verificou uma diminuição de 5,4%. “Este ligeiro abrandamento na queda pode indicar uma esperança na estabilização do mercado, embora o setor continue a enfrentar desafios significativos num contexto económico global complicado”, conclui.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Fim do programa das janelas eficientes deixa classe média “sem qualquer apoio financeiro”

  • Lusa
  • 12 Novembro 2024

Anfaje defende ”o redesenho e reforço" do Programa de Apoio a Edifícios Mais Sustentáveis (PAES+) ao invés da sua extinção, bem como o IVA reduzido de 6% na instalação de janelas eficientes.

fundos A Associação Nacional dos Fabricantes de Janelas Eficientes (Anfaje) criticou esta terça-feira o fim do Programa de Apoio a Edifícios Mais Sustentáveis (PAES+), alertando que as famílias da classe média ficam sem qualquer ajuda para melhorar o isolamento térmico das habitações.

Em comunicado, a Anfaje defendeu que o problema do isolamento térmico dos edifícios é “um desafio que não se limita apenas às denominadas ‘famílias vulneráveis’, mas que se estende igualmente às famílias da classe média, as quais ficam sem qualquer apoio financeiro à melhoria do conforto das suas habitações”.

A ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, anunciou na sexta-feira, no Parlamento, o lançamento de dois novos programas de apoio, destinados a pessoas e regiões mais vulneráveis — o E-Lar e o Áreas Urbanas Sustentáveis — com cerca de 50 milhões de euros cada, e o fim do PAES+.

A Anfaje realçou esta terça-feira que o novo apoio destina-se à instalação de aparelhos de ar condicionado, com IVA reduzido à taxa de 6%, e de eletrodomésticos, mesmo que mais eficientes, sem que se inclua a melhoria do isolamento térmico das habitações.

Ao invés de melhorar o isolamento das suas habitações, [as famílias] terão de aumentar a sua fatura energética para deixar de ter frio no inverno e calor no verão“, apontou.

Para a associação, “as janelas eficientes, pelas suas características técnicas, evitam o consumo de energia, ao contrário dos aparelhos elétricos”, e, por isso, o caminho a seguir “é o redesenho e reforço do programa e não a sua extinção”.

A associação defende ainda a inclusão da taxa de IVA reduzido de 6% na instalação de janelas eficientes, como no caso da instalação de aparelhos de ar condicionado, continuando a aguardar a disponibilidade do Governo para a sua aplicação.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

EUA vão continuar a ser “mercado de excelência” para EDP

A vitória de Trump não altera a aposta estratégica da EDP nas renováveis nos EUA. Ainda assim, há indefinição sobre as tarifas e há um "risco enorme" para as exportações para o país.

Os Estados Unidos são um país fundamental para a EDP e continuarão a ser um “mercado de excelência” para a empresa, garante o diretor de desenvolvimento de negócios EDP em Portugal, Hugo Costa. O responsável reconhece, porém, que a eleição de Donald Trump nas eleições presidenciais dos EUA traz riscos para as exportadoras.

“Reconheço que possa haver algum deslocar de financiamento para a Europa. Não acredito que haja paragem das renováveis“, refere Hugo Costa no Green Economy Forum, que está a decorrer esta manhã em Vila Nova de Gaia.

Hugo Costa, diretor de Desenvolvimento de Negócios em Portugal da EDPRicardo Castelo

O especialista admite que haja ainda algum “abrandamento em tecnologias menos maduras, como hidrogénio verde, atrasando licenças e incentivos”. Ainda assim, e apesar da “filosofia de aumentar atividade de oil & gas, vai ser preciso continuar com eólico e solar” e “70% investimentos renováveis são em estados republicanos e que defendem renováveis”.

Referindo-se ao caso concreto da EDP, o diretor da elétrica aponta que “mais de 50% do portefólio” de renováveis da empresa é nos EUA. “É uma peça fundamental nas renováveis, continuará a ser mercado de excelência para EDP”, garante.

Em relação à política comercial de Donald Trump, Hugo Costa diz que “há uma indefinição sobre o que serão tarifas às importações nos EUA”, apontando “um risco enorme” para as exportadoras.

A vitória de Donald Trump nas presidenciais norte-americanas castigou as ações das empresas renováveis, com os investidores a anteciparem um desinvestimento nestas áreas. O CEO do grupo EDP, Miguel Stilwell de Andrade, numa reação à queda de 11% das ações da EDP Renováveis adiantou que os mercados reagiram de forma exagerada.

“Vamos esperar para ver, mas não atiraria a toalha ao chão, penso que os mercados reagiram claramente de forma exagerada em baixa“, disse Miguel Stilwell de Andrade, em teleconferência com os analistas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Cabo Verde traz 15 startups à Web Summit

  • ECO
  • 12 Novembro 2024

Cabo Verde leva este ano à conferência tecnológica 15 startups, em áreas como e-commerce, saúde e bem-estar, recrutamento e marketing digital, para promover o desenvolvimento digital do país.

Cabo Verde traz este ano cerca de 15 startups, em áreas como e-commerce, saúde e bem-estar, recrutamento e marketing digital, à Web Summit Lisboa, cimeira tecnológica a decorrer até 14 de novembro, na FIL de Lisboa. O objetivo é promover o ecossistema digital do país. É o quarto ano que o país lusófono participa.

“Estar presente na Web Summit mais um ano e organizar o evento ‘Cabo Verde Nação Digital’ são dois marcos significativos para Cabo Verde, pois são fundamentais para o crescimento sustentável e global do nosso país, reafirmando o compromisso do arquipélago com o ecossistema digital”, afirma Milton Cabral, coordenador da Cabo Verde Digital, citado em comunicado.

A delegação cabo-verdiana conta com mais de 30 membros e pretende trazer à Web Summit “propostas para startups nacionais e condições para que entidades públicas e privadas” possam promover o desenvolvimento digital do país, pode ler-se em comunicado.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Castro Almeida defende “menos radicalismos” na Política de Coesão

O ministro Adjunto e da Coesão defende "ajustamentos" na Política de Coesão, "com ponderação e seriedade". "Mafra não pode ter o mesmo tratamento que Hamburgo ou Berlim", reclama.

O ministro Adjunto e da Coesão defende a necessidade de fazer ajustamentos à Política de Coesão “com ponderação e seriedade”, de modo a reduzir os radicalismos que impedem regiões desenvolvidas como Lisboa a aceder a determinados fundos temáticos.

“Não entendo que se queira fazer aceleração tecnológica do país apostando em Portalegre, Bragança ou Viseu, deixando de fora Lisboa. Os programas operacionais temáticos não tocam em Lisboa”, frisou Manuel Castro Almeida a sessão de encerramento do Lisboa 2020. “Se concebo isto para infraestruturas municipais, não entendo que se mude o perfil tecnológico do país longe dos grandes centros tecnológicos”, acrescentou.

Por isso, defende que “há ajustamentos a fazer a Política de Coesão (…) com ponderação e seriedade”. “O país entende”, acrescenta. Castro Almeida frisa a necessidade de “menos radicalismos, que impedem totalmente regiões desenvolvidas como Lisboa a aceder a determinados fundos temáticos, sobretudo os da ciência e tecnologia”.

“Radicalismos que depois obrigam a truques. Fazemos truques”, confessa o responsável. “Financiamos com fundos as estruturas fora de Lisboa e com Orçamento do Estado as de Lisboa. É um truque. Os fundos deviam poder financiar todos”, defende.

“A política da Coesão não deve estar como está”, diz ainda. “Devemos dar passos em frente”, vaticina. “Na divisão da região de Lisboa, tratar Mafra como uma região desenvolvida não condiz com a realidade. Não pode ter o mesmo tratamento que Hamburgo ou Berlim. É um trabalho de casa que temos de fazer”.

O ministro Adjunto e da Coesão recorda que “há muitas tensões na Europa sobre o futuro da Política de Coesão”. “Portugal deve lutar com grande firmeza pela Política de Coesão porque é alicerce do desenvolvimento da Europa. É preciso acautelar condições de igualdade entre as diferentes regiões da Europa e as regiões devem ter decisão ativa na aplicação dos fundos europeus. Marcas essenciais para discutir como usar da melhor forma os recursos da Europa”, defendeu.

Já numas palavras gravadas em vídeo, a ainda comissária europeia da Coesão também sublinhou o debate que já se vai fazendo sobre a Política da Coesão pós-2027. “Cabe à nova Comissão Europeia avançar com propostas concretas e todos os intervenientes devem participar ativamente neste debate e na construção desta agenda”, frisou Elisa Ferreira.

Elisa Ferreira defendeu ainda que é necessário “assumir a coesão económica e social como uma prioridade”. “Até porque temos um alargamento à porta”, recordou. “Só o sucesso de todos os Estados-membros vai permitir o da Europa que todos desejamos”, frisou a responsável.

Em 50 anos, haverá três euros de ganho por cada euro investido de fundos

E os fundos europeus têm desempenhado um papel fundamental esse sucesso. “Estudos revelam que os fundos têm tido um impacto positivo sobre a economia. Em 50 anos, haverá três euros de ganho por cada euro investido, contribuindo assim para reduzir as disparidades regionais”, recordou a presidente da Agência para o Desenvolvimento e Coesão.

Cláudia Joaquim sublinhou as grandes dificuldades enfrentadas no período de programação que está agora a terminar: a pandemia de Covid-19, a guerra a Ucrânia e a crise energética. Desafios a que a Comissão Europeia soube responder com mais rapidez e adaptação, recordou Elisa Ferreira.

“Mas se a execução financeira é relevante, a execução física é ainda mais”, frisou Cláudia Joaquim. A presidente da AD&C fez questão de lembrar os cerca de 800 projetos de competitividade e internacionalização financiados pelo Lisboa 2020 ou as quase 11 mil pessoas que beneficiaram de estágios profissionais. “Dados concretos que materializam o impacto dos fundos”, diz.

Apesar de o “cofinanciamento em Lisboa não ser igual às restantes regiões do país” – é mais baixo por ser uma região mais rica — com “grande esforço” foi possível realizar grandes projetos “impactantes”, nomeadamente as 50 infraestruturas técnico/cientificas, sublinhou a gestora do Lisboa 2020. “Foram estas infraestruturas que nos impactaram e envolveram, disse Teresa Almeida.

“Construímos isto juntos”, disse a responsável para o presidente do Técnico, Rogério Colaço, numa referência ao Tecnico Innovation Center, local onde decorreu a sessão de encerramento. Um edifício que assegurou regeneração urbana (era uma antiga central de camionagem) e ofereceu oito mil horas de estudo aos alunos do Técnico e duas dezenas de eventos de projeção de talento. Este edifício é “um sinal do sucesso do PT2020”, frisou Rogério Colaço, sublinhado que este “foi um sonho realizado”.

Há entrada, o centro tem uma exposição com os objetos que fazem parte da história do Técnico, construídos por estudantes da universidade ou cientistas consagrados, objetos que protagonizaram as 110 histórias do podcast do Técnico e que o ministro teve o cuidado de visitar, conversando com alguns alunos presentes.

 

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

AstraZeneca aumenta as previsões de receitas e lucros para 2024, com base num forte desempenho e crescimento nos primeiros nove meses do ano

  • Servimedia
  • 12 Novembro 2024

A AstraZeneca apresentou os resultados do terceiro trimestre com um aumento das receitas de 19% para 39,182 mil milhões de dólares, impulsionado pelas fortes vendas dos seus medicamentos.

No terceiro trimestre, todas as áreas registaram um crescimento de dois dígitos, com a oncologia a subir 22%, a cardiovascular, renal e metabolismo a subir 20%, a respiratória e imunologia, vacinas e imunoterapias a subir 29% e as doenças raras a subir 11%.

De acordo com a empresa, estes resultados levaram a uma revisão em alta das previsões de receitas e lucros para o final de 2024. A empresa informou que investiu mais de 3,1 mil milhões de dólares em investigação e desenvolvimento no trimestre, ultrapassando os 3 mil milhões de dólares pela primeira vez. Isto representa aproximadamente 23% das receitas.

O presidente da AstraZeneca, Pascal Soriot, afirmou: “Estamos muito encorajados pelo amplo impulso subjacente a que estamos a assistir em toda a nossa atividade em 2024, e o crescimento parece destinado a continuar até 2025, proporcionando uma base sólida para concretizar a nossa ambição para 2030. Soriot também fez questão de destacar que “até agora, este ano, anunciámos vários resultados positivos de ensaios de alto valor e estamos a trabalhar para levar estas novas opções aos doentes o mais rapidamente possível. Além disso, a qualidade e o impacto da nossa investigação científica foram bem reconhecidos neste trimestre, com dados de medicamentos AstraZeneca apresentados em cinco sessões plenárias presidenciais sem precedentes nas duas principais conferências de oncologia em setembro”.

A empresa reforçou na sua comunicação que estes números fortes proporcionam uma base sólida para cumprir a sua ambição para 2030 de atingir receitas totais de 80 mil milhões de dólares. Isto inclui oferecer mais de 25 blockbusters até 2030, contra 13 no ano passado, continuar a aumentar as indicações para os seus medicamentos em todo o mundo, fornecer pelo menos 20 novas entidades moleculares até 2030, onde estamos a fazer bons progressos até agora, e tudo isto apoiado pelo desenvolvimento de uma série de tecnologias disruptivas que são o futuro da medicina: conjugados de anticorpos internos e medicamentos contra o cancro direcionados, terapias celulares e gestão de peso, entre outros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Centros de emprego subcontratam contact centers a privados por 932 mil euros

Governo fez publicar portaria na qual autoriza IEFP a investir 932 mil euros na aquisição de serviços de contact center para, nomeadamente, servirem a 1.ª linha do Centro de Contacto do instituto.

O Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) vai ter à disposição cerca de 932 mil euros para contratar serviços de contact center em regime de outsourcing nos próximos três anos. Este montante consta de uma portaria publicada esta terça-feira em Diário da República, que é assinada pelo secretário de Estado do Orçamento, José Maria Brandão de Brito, e pelo secretário de Estado do Trabalho, Adriano Rafael Moreira.

“Fica o IEFP autorizado a celebrar o contrato para aquisição de prestação de serviços de contact center em outsourcing para o Instituto do Emprego e Formação Profissional, para o triénio 2025-2027, até ao montante de 932.601,60 euros, acrescido de IVA à taxa legal em vigor”, lê-se no diploma divulgado esta manhã.

Esse total será dividido em quatro tranches: cerca de 285 mil euros em 2025, quase 311 mil euros em 2026, quase 311 mil em 2027 e os demais 26 mil euros em 2028. O saldo apurado no final de um determinado ano pode ser transferido para o ano seguinte, indicam os secretários de Estado.

A portaria determina, por outro lado, que “os encargos decorrentes da execução do contrato de aquisição de serviços envolvem somente receitas próprias e são suportados por verbas adequadas, inscritas e a inscrever no orçamento do IEFP”.

“O IEFP, I. P., enquanto organismo público responsável pela execução das medidas de emprego e formação profissional, revela-se uma instituição que, pelas suas atribuições, tem grande impacto junto do cidadão. O âmbito do presente procedimento é a prestação de serviços de primeira linha do Centro de Contacto do IEFP, bem como disponibilização de uma plataforma de apoio à gestão e funcionamento do Centro de Contacto, incluindo a produção de indicadores e medidores de satisfação dos utilizadores”, detalha o governo, no mesmo diploma.

Com esta portaria publicada, o IEFP pode agora dar início ao concurso público para a aquisição destes serviços.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

FEI apoia fundos da Armilar, Faber e 33N com 90 milhões de euros

O Fundo Europeu de Investimento (FEI) acredita que estes três fundos portugueses de capital de risco conseguirão atrair mais de 400 milhões para acelerar startups de deeptech.

O Fundo Europeu de Investimento (FEI) vai alocar 90 milhões de euros a três fundos portugueses de capital de risco, com vista a acelerar o crescimento de startups em áreas como inteligência artificial e cibersegurança, entre outras ligadas à deep tech.

Armilar Venture Partners IV, Faber Tech III e 33N Cybersecurity and Infrastructure Software Fund são os três nomes agraciados pelo apoio. Com este investimento, a CEO do FEI, Marjut Falkstedt, espera conseguir mobilizar “mais de 400 milhões de euros para o ecossistema europeu de capital de risco”, anunciou numa conferência de imprensa inserida na Web Summit, em Lisboa.

Na mira destes investidores vão estar startups em fase de arranque, inseridas no mercado europeu. “O capital de risco não é um negócio nacional, é um negócio europeu”, afirmou a gestora, lembrando que o fundo 33N, de Carlos Alberto Silva e Carlos Moreira da Silva, apoiado pela primeira vez pelo FEI, também conta com o apoio de um fundo do Luxemburgo.

Num comunicado, o FEI revela que já existem “operações em andamento”. “O novo financiamento realça a confiança internacional em Portugal enquanto plataforma tecnológica, demonstrando simultaneamente o papel fundamental do FEI na promoção de investimentos estratégicos no setor tecnológico na Europa”, acrescenta.

Esta operação do FEI tem o apoio do programa InvestEU da Comissão Europeia, que também pretende mobilizar mais 372 mil milhões de euros, pelo menos, em investimentos adicionais até 2027. O investimento do FEI é apoiado pela garantia de 26,2 mil milhões de euros do InvestEU, explicou também, na Web Summit, António Vicente, vice-líder da Representação da Comissão Europeia em Portugal.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Shell vence recurso que obrigava a petrolífera a reduzir emissões de CO2

  • Lusa
  • 12 Novembro 2024

Tribunal de Recurso dos Países Baixos considerou que não se pode exigir apenas à empresa Shell que deixe de vender petróleo e gás, uma vez que "essa parte do negócio seria assumida pela concorrência".

A Shell ganhou o recurso interposto pela Justiça holandesa e que obrigava a petrolífera a reduzir as emissões de dióxido de carbono (CO2) em 45% até 2030 anulando uma decisão de 2021 e que foi considerada uma vitória histórica na luta contra as alterações climáticas.

O Tribunal de Recurso dos Países Baixos considerou que não se pode exigir apenas à empresa Shell que deixe de vender petróleo e gás, uma vez que “essa parte do negócio seria então assumida pela concorrência”.

Mesmo assim, o tribunal referiu que não está isenta da luta contra o aquecimento global e “foram precisamente os produtos de empresas como a Shell que geraram o problema climático”.

Em 2021, a organização não-governamental holandesa Amigos da Terra (Milieudefensie) tinha conseguido vencer o processo contra a Shell, que obrigava a petrolífera a reduzir as emissões de CO2 em 45% até 2030, uma decisão que teve um grande impacto internacional.

A Shell deixou os Países Baixos pouco depois da decisão e mudou a sede para Londres.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Portugal envia para Valência força conjunta da Proteção Civil e Forças Armadas

  • ECO
  • 12 Novembro 2024

A partida da coluna terrestre com 100 operacionais e meios para Espanha está prevista para esta terça-feira em Vendas Novas. Portugal disponibilizou ajuda no próprio dia da tragédia em Valência.

Portugal vai enviar uma força conjunta de Proteção Civil e das Forças Armadas (FOCON) para apoiar a situação no terreno em Valência (Espanha), ao abrigo do pedido de ajuda internacional ao Mecanismo de Proteção Civil da União Europeia.

De acordo com um comunicado conjunto do Ministério da Defesa Nacional e do Ministério da Administração Interna, a FOCON será constituída por 101 operacionais oriundos da Proteção Civil, Sapadores de Lisboa, bombeiros voluntários, INEM e 28 militares dos três ramos das Forças Armadas.

A força conjunta tem uma capacidade de sustentação mínima de sete dias. “Portugal disponibilizou ajuda no próprio dia da tragédia em Valência. A ativação efetiva ocorreu no tempo determinado pelo mecanismo europeu”, detalha. A partida da coluna terrestre para o país vizinho está prevista para esta terça-feira, em Vendas Novas.

Estará equipada com 40 veículos, dos quais 28 são operados por elementos da Proteção Civil, entre os quais três retroescavadoras, uma motobomba de lama alto débito, seis eletrobombas de esgoto, uma motobomba esgoto de alto débito, um modulo de bombagem de lamas, cinco eletrobombas para lama.

Por sua vez, Marinha, Exército e Força Aérea enviam 12 veículos: duas retroescavadoras, uma bomba de esgoto alto débito, duas motobombas esgoto, duas bombas esgoto pequeno débito, uma escavadora giratória, uma pá carregadora de rodas, dois camiões de transporte de terras e um bobcat.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.