Automóveis usados online chegam a custar mais 11% do que no início do ano

Venda online de carros usados em Portugal cai 7,6% em julho, face a igual período de 2021, com os níveis de stock a caírem há 17 meses consecutivos, encolhendo 19,4% face ao mesmo mês do ano passado.

O preço médio dos automóveis usados em Portugal à venda online já subiu 10,9% no acumulado até julho, face ao registado no final de 2021, avança o mais recente relatório do Observatório Indicata, pertencente ao grupo Autorola. Esta tendência também se manteve no início de agosto, com uma subida de 1,4% no índice de preços comparativamente com o mês anterior.

A impulsionar o preço dos automóveis usados no mercado português estão os baixos níveis de stock aliados à forte procura. A escassez de semicondutores continua a provocar longos prazos de entrega de veículos novos, levando mais consumidores a optarem pelo mercado de usados.

Neste sentido, os níveis de stock online de usados em Portugal estão a cair há 17 meses consecutivos. No início de agosto, este indicador ficou 9,9% abaixo do registado no início do mês anterior, mas comparativamente com agosto de 2021, os níveis já são 19,4% inferiores.

Em função destes fatores, “os fabricantes não conseguem apoiar as vendas com registos táticos”, pode ler-se no relatório. Por consequência, a venda de veículos usados muito recentes em julho — isto é, com menos de um ano de idade — esteve 50% abaixo do registado em julho de 2021.

No mercado português, em julho, as vendas de veículos usados online foram superiores às do mês anterior em 5,6%, embora se tenham mantido inferiores em 7,6% face a julho de 2021. No entanto, em termos acumulados, a vendas até julho “são agora 17,1% mais baixas do que nos primeiros sete meses do ano passado”, embora se mantenham 1,5% mais elevadas do que em 2019, refere o relatório.

Com o avançar do segundo semestre, o Observatório Indicata nota que “é provável que continue a haver restrições à oferta de usados mais recentes e usados provenientes das frotas de aluguer”. O motivo para isto prende-se com a necessidade das empresas manterem as suas frotas envelhecidas, de modo a satisfazer as suas necessidades comerciais. Considerando ainda a questão dos semicondutores até ao final de 2023, “é expectável que o mercado de veículos usados vá continuar a debater-se”, salienta.

Ainda assim, nos 14 países analisados pelo documento o relatório refere um abrandamento na taxa de crescimento dos preços online de usados.

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Vender excedente de produção aumenta em 60% a rentabilidade de painéis solares

Em vez de oferecer o excedente da energia dos seus painéis solares à rede, venda-o a um comercializador de eletricidade. No orçamento familiar, 'ganha' duas ou três faturas por ano.

À imagem do que acontece com os bancos, também os comercializadores de eletricidade são cada vez mais pontos de venda de uma série de produtos e serviços para lá da venda de energia. O último filão desta estratégia comercial é a venda de painéis solares.

Nos sites dos principais comercializadores não faltam campanhas publicitárias a promover a compra de soluções de energia solar. A oferta, além dos painéis, inclui “instalação gratuita” e a possibilidade de o investimento ser feito “sem juros e sem qualquer investimento inicial”.

Além destes argumentos, os operadores lembram os seus clientes que a taxa de IVA sobre os painéis solares baixou de 23% para 6% e que, por isso, o preço final também é mais económico. A aplicação de uma taxa de IVA reduzida para painéis solares térmicos e fotovoltaicos foi aprovada no Orçamento de Estado para 2022, vigorando a partir de 1 de julho deste ano até 30 de Junho de 2025.

O investimento numa unidade de produção para autoconsumo (UPAC) tem como principal objetivo reduzir a fatura da eletricidade ao final do mês. Mas não é o único.

Vários comercializadores de kits de UPAC avançam que, em média, o retorno deste investimento será alcançado entre sete a dez anos. Mas estas contas têm uma grande subjetividade, pois estão fortemente dependentes do rácio de aproveitamento da energia produzida pelos painéis solares: quanto maior for o consumo da produção de energia solar, menor será a fatura da eletricidade ao final do mês e mais rápido será o retorno do investimento nos painéis.

O problema é que é muito difícil uma família consumir a totalidade da energia produzida pelos painéis solares, dado que são vários os períodos durante o dia em que a produção é superior ao consumo energético da casa. E quando isso acontece, na maioria dos casos, o excedente de produção é injetado na rede de forma gratuita.

Para evitar que isso aconteça, algumas famílias acabam por comprar baterias. Dessa forma, o excedente da produção da energia solar é armazenada para que possa ser consumido mais tarde. É uma solução perspicaz e lógica mas que ainda exige um investimento avultado. Numa UPAC pequena, com uma potência instalada de 1800 watts (seis painéis de 300w), por exemplo, dificilmente este investimento se justifica. Daí que a maioria dos consumidores encare o investimento num kit solar somente como uma solução para autoconsumo e nem se preocupe com o que produz em demasia. Mas será que essa visão mudaria se soubessem que entre 60% a 70% da energia que os painéis solares produzem é entregue à rede a troco de nada?

O lado bom da subida do preço da eletricidade

Segundo um trabalho académico desenvolvido por cinco investigadores e publicado em 2016 na revista “Applied Energy”, para uma família europeia média, o rácio de aproveitamento da energia produzida pelos painéis solares para autoconsumo, na ausência de baterias, varia entre 30% e 37%.

Segundo os investigadores, o valor tende a ser ligeiramente mais elevado nos países do sul da Europa. Ou seja, por mais eficiente que seja a gestão da energia produzida pelos painéis solares, a maioria é entregue à rede.

E se a maioria dos portugueses com UPAC ainda entrega este excedente à rede de forma gratuita, desde 2020, com a aprovação da nova lei do autoconsumo), são também cada vez mais os que retiram algum dinheiro do excesso de produção dos seus painéis vendendo-o aos comercializadores de eletricidade.

Segundo a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), estão atualmente a operar no mercado 29 comercializadores de eletricidade que disponibilizam ofertas para consumidores domésticos. Porém, de acordo com uma análise do ECO ao mercado, são apenas quatro os comercializadores que compram o excedente de produção de UPAC de pequena dimensão: Coopérnico, JafPlus, Ezu Energy e LuzBoa.

A maioria destes comercializadores está disponível em adquirir o excedente de produção mediante um preço fixo por megawatt-hora (Mwh) ou com base num preço indexado ao valor por Mwh praticado no mercado grossista de eletricidade ibérico (Mibel), que é publicado diariamente pelo OMIE, acrescido de uma comissão de gestão do comercializador.

De acordo com as ofertas atualmente em vigor, o modelo da fixação de preço revela-se muito pouco vantajoso para a carteira dos consumidores, em comparação com o modelo de preço indexado. Enquanto o preço oferecido pelos comercializadores no modelo de preço fixo varia entre 40 e 60 euros por Mwh, no caso do modelo de preço indexado situa-se nos 145 euros por Mwh, considerando a média do preço no Mibel nos últimos 12 meses.

Assumindo como exemplo uma UPAC com uma potência instalada de 1800w com uma taxa de aproveitamento para autoconsumo de 40%, que se traduz num excesso de produção média de 130 quilowatts-hora (kWh) por mês, optando pelo modelo fixo, a venda do excedente de produção geraria 94 euros por ano (cerca de 7,8 euros por mês). Optando pelo modelo do preço indexado, o orçamento familiar ganharia 226 euros por ano (cerca de 19 euros por mês), o equivalente a duas ou três faturas de eletricidade.

Entre as propostas dos quatro operadores que compram o excedente de produção a preço indexado aos consumidores, destacam-se as ofertas da LuzBoa e da Ezu Energia. Ambas apresentam um custo de gestão de 20%. A oferta da Coopérnico também tem o mesmo custo de gestão, mas como se trata de uma cooperativa, o serviço de compra de excedentes só está disponível para membros. E para se tornar num cooperante é necessário despender 60 euros para adquirir três títulos de capital. No caso da oferta da JAFplus, o custo de gestão é de 35%.

Como vender o excedente de produção à rede

O processo de venda do excedente de produção é relativamente simples. O primeiro passo é recorrer a um profissional certificado para instalar uma UPAC com uma potência superior a 350w.

Depois é preciso garantir que tem um contador bidirecional para que possa ser processado a energia produzida pelos painéis e, no processo de venda do excedente de produção, o contador possa fazer o registo bidirecional a cada 15 minutos (período de contagem do excedente que é injetado na rede). A substituição do contador antigo pelo novo contador “inteligente” terá de ser solicitada à e-Redes.

O passo seguinte é registar a UPAC na Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), para obter o registo de mera comunicação prévia ou o certificado de exploração (caso a potência instalada seja superior a 30kw) – algumas empresas instaladoras de UPAC responsabilizam-se por esta burocracia.

Para vender o excedente de produção é também necessário abrir atividade nas Finanças. Pode fazê-lo através do portal das Finanças e escolher o código 35133 do Código de Atividades Económicas (CAE). Caso o montante angariado da venda do excedente de produção seja inferior a 12500 euros anuais, está isento de IVA e existe dispensa de retenção na fonte de IRS. O mesmo sucedo para quem já tem atividade aberta e no ano anterior não faturou mais do que 12500 euros.

Por fim, só tem de celebrar um contrato de compra e venda da energia excedente com um comercializador e enviar toda a documentação. Não necessita de ser o mesmo comercializador a quem compra eletricidade. Pode celebrar o contrato de compra de eletricidade com um operador e um contrato de venda com outro.

Desta forma, além de utilizar os painéis solares para abater a fatura da eletricidade todos os meses, acabará também por ver a conta bancária engordar um pouco mais com a venda do excedente de energia que não consome. É um “dois em um” que aumenta consideravelmente a rentabilidade do investimento dos painéis solares.

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Meloni choca opositores com vídeo de alegada violação

  • Lusa
  • 22 Agosto 2022

A candidata de extrema-direita, à frente nas sondagens para liderar Itália, publicou um vídeo pixelizado mostrando uma mulher a ser violada por um requerente de asilo.

A candidata de extrema-direita que aspira a ser a primeira mulher a liderar Itália foi esta segunda-feira criticada pela oposição por ter publicado um vídeo pixelizado mostrando uma mulher a ser violada por um requerente de asilo. Giorgia Meloni, a dirigente do partido Irmãos de Itália (FdI), de matriz neofascista, republicou no domingo à noite na rede social Twitter um vídeo de um site de notícias italiano filmado por uma testemunha de uma janela com vista para a rua.

Nele se vê e ouve uma mulher, identificada como ucraniana, a gritar desesperadamente. Um requerente de asilo da Guiné-Conacri foi detido por agressão sexual, segundo relatos da comunicação social italiana. “Não se pode ficar em silêncio perante este atroz episódio de violência sexual em plena luz do dia em Piacenza, perpetrado por um requerente de asilo”, escreveu Meloni, que na terça-feira vai iniciar a campanha no âmbito das eleições legislativas italianas antecipadas, agendadas para setembro.

“Um abraço para esta mulher. Farei tudo o que me for possível para restaurar a segurança nas nossas cidades”, acrescentou. O seu principal adversário nas eleições legislativas antecipadas de 25 de setembro, o líder do Partido Democrático (PD, centro-esquerda), Enrico Letta, reagiu numa entrevista a uma rádio afirmando que republicar aquele vídeo foi além dos “limites da dignidade e da decência”.

Uma ex-ministra da Educação italiana, Lucia Azzolina, declarou que publicar o vídeo da alegada violação “não é uma denúncia criminal oficial, mas uma instrumentalização” da violência. “[Ver] uma mulher, candidata a líder do país, usar estes ‘media’ é arrepiante”, sustentou a antiga ministra.

E Carlo Calenda, líder de um pequeno e novo partido centrista chamado Ação, afirmou, por sua vez: “Meloni fez uma coisa que não é digna de um país civilizado e é contra as mulheres”. A referência de Meloni à segurança das cidades italianas é um dos temas da direita nesta campanha eleitoral, que também tem como alvo a imigração.

Ela foi, é claro, apoiada pelo parceiro de coligação Matteo Salvini, líder da Liga, de extrema-direita, e ex-ministro do Interior, que declarou: “Defender as nossas fronteiras e os cidadãos italianos será um dever para mim, não um direito”. Num vídeo de resposta às críticas de Letta, Giorgia Meloni enfatizou que ninguém é identificável naquele vídeo e que o líder do centro-esquerda falhou ao não condenar sequer a agressão.

“Por que é que não fala sobre isto? Porque isso implicaria admitir o facto de que a segurança nas nossas cidades está fora de controlo, também graças às políticas de imigração surreais que o senhor adotou”, disse Meloni. As sondagens mostram que os Irmãos de Itália têm uma vantagem potencial sobre o PD na corrida eleitoral, mas nenhum deles tem apoio suficiente para governar sozinho.

Meloni pode contar com um impulso significativo dos seus parceiros de coligação – a Liga, de Salvini, e o partido de centro-direita Força Itália, de Silvio Berlusconi –, ao passo que Letta está alinhado com partidos muito mais pequenos.

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S&P 500 e Dow perdem 2% e têm pior sessão dos últimos dois meses

Investidores estão a antecipar aquela que pode ser uma semana volátil de negociações, antes dos comentários desta sexta-feira do presidente da Fed.

Os principais índices de Wall Street encerraram a primeira sessão da semana em terreno negativo, com o Dow Jones e o S&P 500 a perderem 2%, naquele que foi o pior dia dos últimos dois meses. Investidores estão preocupados com aumentos mais agressivos das taxas de juro.

O índice de referência financeiro, S&P 500, perdeu 2,07% para 4.140,85 pontos, acompanhado pelo industrial Dow Jones, que caiu 1,91% para 33.063,61 pontos. Foi a pior sessão desde o dia 16 de junho para ambos os índices. Essas perdas acontecem após uma semana de derrotas, que interrompeu quatro semanas de subidas para o S&P 500. Ainda assim, o índice permanece 13% acima dos mínimos de junho.

Pelo mesmo caminho seguiu o tecnológico Nasdaq, que desvalorizou 2,55% para 12.381,57 pontos. As ações do setor tecnológico caíram devido a preocupações com aumentos mais agressivos das taxas de juro. A Amazon caiu 3,62% para 133,22 dólares, enquanto as ações da empresa de chips Nvidia desvalorizaram 4,57% para 170,34 dólares. As ações da Netflix afundaram 6,06% para 226,54 dólares.

Os investidores estão a antecipar aquela que pode ser uma semana volátil de negociações, antes dos comentários desta sexta-feira do presidente da Reserva Federal norte-americana (Fed), Jerome Powell, sobre a inflação no simpósio económico anual do banco central em Jackson Hole.

“Quando vemos o mercado a cair assim, é o mercado a dizer-nos que a Fed precisa de ser mais agressiva para desacelerar ainda mais a economia” se quiser mesmo trazer a inflação para baixo, diz Robert Cantwell, gerente de portfólio da Upholdings, citado pela CNBC.

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Lisboa não vai apoiar financeiramente evento do filho de Sérgio Figueiredo em 2022

  • ECO
  • 22 Agosto 2022

Autarquia de Carlos Moedas diz não ter dado qualquer apoio financeiro para a realização do Planetires World Gathering 2022, um evento a realizar pelo filho de Sérgio Figueiredo.

A Câmara de Lisboa (CML) contraria Sérgio Jacob Ribeiro, filho de Sérgio Figueiredo, e afirma não ter concedido qualquer apoio financeiro para a realização da edição deste ano do Planetires World Gathering, avança o Público (acesso pago), citando uma fonte da autarquia.

Sérgio Jacob Ribeiro escreveu este domingo, numa carta aberta publicada no Observador, que a Câmara de Lisboa tinha concedido apoio para a edição deste ano daquele evento, mas em declarações ao Público, uma fonte da autarquia de Carlos Moedas afirma que “não está contratualizada qualquer transferência de verba por parte da CML para o evento em causa no ano de 2022”. Ou seja, o apoio não passa por dinheiro.

Assim, apesar de o filho do ex-diretor de informação da TVI ter recebido 350 mil euros para a edição de 2020, na altura com Fernando Medina à frente da autarquia lisboeta, o mesmo não vai acontecer este ano. Na carta aberta, Sérgio Jacob Ribeiro escreve que o evento de 2020 custou três milhões de euros, angariados entre investimento privado e público, dos quais 12% vieram da Câmara de Lisboa.

(atualizado às 22h03, com correção da notícia do Público)

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Governo deixa cair situação de alerta a partir de 4.ª feira

Situação de alerta no país não será renovada para além de terça-feira. Apesar disso, Governo vai ter no terreno 600 patrulhas diárias a fiscalizar.

O ministro da Administração Interna anunciou esta segunda-feira que a situação de alerta no país devido ao risco de incêndios não será renovada. Assim, a partir desta quarta-feira, regressa o “quadro regular do verão”. Apesar disso, continuará a haver fiscalização, nomeadamente através da colocação de 600 patrulhas diárias no terreno.

A partir de quarta-feira, dia 24 de agosto, prevê-se que “as temperaturas voltem a descer até um máximo de 35.ºC” e que haja um “aumento da humidade”, que constituiu um “fator positivo”. Este, disse José Luís Carneiro, em conferência de imprensa esta segunda-feira, é um “quadro como o país não tinha desde o início desta situação mais difícil dos incêndios”.

“É expectável que, a partir de quarta-feira, se retome o quadro regular do verão, pese embora a seca severa e extrema”, continuou o ministro, afirmando que, “em função deste quadro de melhoria significativa”, o Governo entende que “é preferível aliviar as restrições associadas ao perigo dos incêndios rurais” e, por isso, decidiu “não prolongar a situação de alerta para além das 00h do dia de amanhã”.

Assim, durante esta terça-feira, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) manterá sob aviso laranja 16 distritos e, a partir de quarta-feira, apenas cinco distritos, “muito particularmente no interior, norte e centro” do país. “A partir das 00h de quarta-feira, entraremos numa situação que continua a exigir cuidados especiais, mas não em regime de situação de alerta”, disse o ministro.

Apesar disso, a ANEPC “promoverá o pré-posicionamento dos meios terrestres e aéreos, acompanhando o risco nos diferentes pontos do território nacional”. Além disso, detalhou José Luís Carneiro, haverá “300 patrulhas diárias da GNR e, em coordenação com a GNR, mais 300 patrulhas que integram várias entidades externas, nomeadamente municípios”.

A ANEPC “manterá a avaliação diária para, em função das necessidades e alterações das condições meteorológicas, adaptar as respostas”, acrescentou o governante.

(Notícias atualizada às 20h45 com mais informação)

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Sindicato acusa Governo de violar direito à greve na Portway

  • Lusa
  • 22 Agosto 2022

Sindicato critica despacho do governo "onde o direito à greve dos trabalhadores que prestam assistência a passageiros de mobilidade reduzida nos aeroportos nacionais (MyWay) é completamente vedado".

O Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (Sintac) acusou esta segunda-feira o Governo de ter lançado um despacho “que viola o direito à greve” dos trabalhadores da Portway que prestam assistência a pessoas com mobilidade reduzida nos aeroportos nacionais.

“O secretário de Estado do Trabalho [Miguel Fontes] e o secretário de Estado das Infraestruturas [Hugo Santos Mendes] acabam de lançar um despacho onde o direito à greve dos trabalhadores que prestam assistência a passageiros de mobilidade reduzida nos aeroportos nacionais (MyWay) é completamente vedado“, afirma o Sintac em comunicado.

O sindicato diz que teve acesso ao despacho que define os serviços mínimos para a greve da Portway marcada para 26, 27 e 28 de agosto e defende que o mesmo “não contém qualquer fundamentação jurídica para o efeito”. Segundo o Sintac, no despacho é referido que os trabalhadores que prestam assistência a passageiros de mobilidade reduzida nos aeroportos nacionais, pertencentes à MyWay, “têm que assegurar os seus postos de trabalho, mesmo que seja de sua vontade aderir à greve agendada para os dias 26, 27 e 28 de agosto”.

“De acordo com o despacho apresentado, em cada dia de greve, os trabalhadores da Portway deverão assegurar os serviços mínimos de assistência em escala para de 1 voo diário Lisboa/Funchal e Funchal/Lisboa e 1 voo diário Porto/Funchal e Funchal/Porto. No entanto, é de salientar que, nos dias 26, 27 e 28 de agosto, estão previstos 21 voos de igual natureza em Lisboa e 8 voos no Porto, assistidos por outras empresas que não a Portway”, afirma o Sintac.

O despacho “institui dois novos direitos constitucionais: o direito ao turismo e o direito dos interesses económicos das multinacionais, em detrimento do direito à greve”, refere o Sintac que considera o despacho “uma forma encapotada do Governo conseguir constranger o direito à greve de alguns dos trabalhadores da Portway.”

O sindicato refere que o pré-aviso de greve tem início a partir das 00:00 do dia 26 de agosto e término às 24:00 de 28 de agosto “e prevê a paralisação geral dos trabalhadores da Portway, nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro e Madeira.”

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Líder dos vereadores do PS em Lisboa nomeada para cooperativa do Estado

  • ECO
  • 22 Agosto 2022

Inês Drummond integra desde meados de julho a direção da Movijovem. Socialista vai receber um vencimento ilíquido superior a 3 mil euros e mantém-se como vereadora da CML, onde não é remunerada.

Inês Drummond, vereadora sem pelouro da Câmara Municipal de Lisboa (CML), foi nomeada para integrar a direção da Movijovem. A socialista vai receber um vencimento ilíquido de 3.212,12 euros por mês, avança o Observador (acesso pago).

Tendo em conta que o PS perdeu as eleições autárquicas para a CML para o PSD, os vereadores socialistas eleitos não recebem qualquer salário, pelo que alguns estão a optar por acumular estas funções com outros empregos, desta vez, remunerados. É o caso de Inês Drummond que integra desde meados de julho a direção da Movijovem, a cooperativa que gere pousadas da juventude.

Segundo o mesmo jornal, a socialista foi indicada pelo cooperador IPDJ (Instituto Português do Desporto e Juventude), cujo presidente é Vítor Pataco, antigo assessor para o desporto de António Costa quando este estava na CML e que é também presidente do Conselho Estratégico da Movijovem.

Ao Observador, Inês Drummond confirma a acumulação de cargos, mas descarta eventuais incompatibilidades. Recorde-se que também o socialista João Paulo Saraiva, antigo vice-presidente de Fernando Medina na CML e atual vereador da autarquia, foi nomeado administrador da Metropolitano de Lisboa.

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Apoio a cabaz alimentar começou a ser pago a quem recebe prestações mínimas

  • Lusa
  • 22 Agosto 2022

Este apoio representou até ao momento um total de cerca de 128 milhões de euros, segundo o ministério do Trabalho e Segurança Social.

O apoio de 60 euros ao cabaz alimentar às cerca de 298.500 famílias que recebem prestações sociais mínimas começou a ser pago esta segunda-feira, disse fonte oficial do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social. “Hoje começou a ser pago o apoio extraordinário de 60 euros às cerca de 298.500 famílias beneficiárias de uma prestação social mínima“, afirmou à Lusa o gabinete da ministra Ana Mendes Godinho.

Em julho, o apoio foi pago aos beneficiários da tarifa social de energia, “abrangendo assim, entre julho e agosto, 1 milhão e 70 mil agregados familiares”, salienta o ministério. De acordo com o gabinete, este apoio representou até ao momento um total de cerca de 128 milhões de euros.

Ana Mendes Godinho disse em 11 de agosto que a segunda tranche do apoio ao cabaz alimentar já tinha sido paga e admitiu avaliar o seu prolongamento no conjunto de medidas que serão discutidas em setembro. “Relativamente ao [apoio ao] cabaz, aproveito para partilhar que a segunda tranche já foi paga, abrangendo mais de um milhão de pessoas”, referiu Ana Mendes Godinho na conferência de imprensa após a reunião do Conselho de Ministros.

Questionada sobre se o Governo está disposto a prolongar novamente o apoio, tendo em conta a subida da inflação, a ministra respondeu que “essas medidas serão avaliadas no conjunto das medidas que serão discutidas em setembro”.

Fonte oficial do gabinete esclareceu depois à Lusa que o apoio de 60 euros ao cabaz alimentar destinado a famílias mais vulneráveis foi pago no dia 21 de julho aos beneficiários da tarifa social da eletricidade, indicando que em agosto o apoio será pago “no dia 21 ou 22” a quem recebe prestações sociais mínimas.

Este apoio tinha sido pago pela primeira vez em abril e maio com vista a atenuar o aumento dos preços dos bens alimentares, mas acabou por ser prolongado.

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Trabalhadores da Apple dizem “não” ao regresso ao escritório e lançam petição

"A Apple deve encorajar, não proibir, trabalho flexível para construir uma empresa mais diversa e com sucesso onde nos nos podemos sentir confortáveis a 'pensar diferente' em conjunto", dizem.

Trabalhadores da Apple lançaram uma petição contra o regresso ao escritório previsto para 5 de setembro, considerando que pode afetar o bem-estar dos colaboradores. A petição foi lançada pela Apple Together, que se apresenta como um sindicato solidário formado por trabalhadores da tecnológica em todo o mundo. Menos de 300 trabalhadores assinaram a petição até ao momento.

Depois de vários falsos arranques, Tim Cook agendou o regresso ao escritório para os trabalhadores da Apple para 5 de setembro, Dia do Trabalhador, nos Estados Unidos. A decisão de, a partir de setembro, os colaboradores terem de ir ao escritório três vezes por semana não agradou a todos.

Apple Together, que se apresenta com um sindicato solidário composto por trabalhadores da tecnológica de todo o mundo, lançou mesmo uma petição e no Twitter – plataforma onde tem mais de 10 mil seguidores– está a incentivar os colaboradores da companhia a aderir.

“Nos últimos mais de dois de anos, os trabalhadores da Apple têm desempenhado um trabalho excecional, flexível, tanto dentro como fora do ambiente tradicional de escritório. Contudo, a liderança da Apple anunciou recentemente o regresso geral ao escritório a partir de 5 de setembro. Este regresso obrigatório da liderança senior não tem em consideração as exigências únicas de cada função nem a diversidade dos indivíduos”, pode ler-se. (conteúdo em inglês, acesso não condicionado)

Quem pede um modelo de trabalho mais flexível pode ter razões válidas para o fazer – prestar cuidados à família, questões financeiras ou “simplesmente ser mais feliz e produtivo”.

Acreditamos que a Apple deve encorajar, não proibir, trabalho flexível para construir uma companhia mais diversa e com sucesso onde nos podemos sentir confortáveis a ‘pensar diferente’ em conjunto“, dizem ainda.

Pedem por isso, que os colaboradores possam, juntamente com os seus gestores diretos, definir o melhor modelo flexível que sirva os interesses dos trabalhadores e empresa; e que esse acordo não exija complexos processos de aprovação ou que seja necessário facultar informação privada.

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Oito organizações lançam apelo contra expansão aeroportuária em Lisboa

  • Lusa
  • 22 Agosto 2022

As organizações querem “reduzir a capacidade total instalada nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro e Beja” e promover a ferrovia.

Oito organizações da sociedade civil lançaram esta segunda-feira o apelo “Lisboa com os pés na terra”, contra a expansão da capacidade aeroportuária na capital, que querem ver reduzida, e a favor do aumento da ferrovia.

“Quer a poluição sonora e atmosférica, quer o turismo massificado e a crise de habitação que este provoca, quer a emissão de gases com efeito de estufa da aviação, passam por uma mesma solução. Ela é simples e suave. Está à frente dos nossos olhos e ouvidos: É preciso reduzir o tráfego aéreo“, afirmam as organizações, que lançam o apelo perante “a intenção das elites políticas e económicas de aumentar a capacidade aeroportuária da capital”.

No apelo (aberto a subscrição em https://aterra.info/lisboa-com-os-pes-na-terra/ ), as organizações consideram que a aviação é um perigo quer para a saúde da população, quer para a saúde planetária, e pedem solidariedade para com os que sofrem com os impactos do tráfego aéreo e da ampliação de aeroportos, em Portugal e no resto do mundo.

“A crise ecológica é uma oportunidade para mudarmos radicalmente para melhor”, dizem as organizações, considerando que tal passa por “reduzir a capacidade total instalada nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro e Beja”, e promover a ferrovia.

No documento para subscrição as organizações salientam que o aeroporto é a maior fonte de poluição de Lisboa e uma ameaça à saúde e bem-estar da população, que em Lisboa e em Loures é sobrevoada por um avião a cada dois minutos e meio.

A aviação, dizem também, é responsável por cerca de 2% das emissões globais de carbono, representou em 2019 6% do efeito global sobre o aquecimento da Terra, e é a fonte de gases com efeito de estufa que mais rapidamente cresce. Na União Europeia aumentou 146% nos últimos 30 anos, asseguram. E é ainda, acrescentam, um meio de transporte de uma minoria, porque mais de 80% da população nunca andou de avião.

Além de reduzir os aviões, defendem as organizações no documento que se desenvolva a ferrovia como meio de transporte para viagens de média e longa distância, fazendo a ligação de Portugal, de dia e de noite, com Espanha e com o resto da Europa, e fazendo também a ligação de todo o país. Assinam o apelo as organizações ATERRA, Campo Aberto, Climáximo, GAIA, Left Hand Rotation, Morar em Lisboa, Rede para o Decrescimento e Stop Despejos.

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Ford corta cerca de 3.000 empregos nos escritórios para reduzir custos

  • Lusa
  • 22 Agosto 2022

Os cortes representam cerca de 6% dos 31 mil trabalhadores a tempo integral nos EUA e no Canadá. Os 56.000 trabalhadores da produção da Ford não são afetados.

A Ford Motor Co. está a cortar cerca de 3.000 postos de trabalhadores administrativos enquanto tenta reduzir custos e fazer a transição para veículos elétricos. Os responsáveis da Ford em Dearborn, no Michigan, anunciaram hoje a decisão através de um e-mail.

Os cortes representam cerca de 6% dos 31 mil trabalhadores a tempo integral nos EUA e no Canadá. Os 56.000 trabalhadores da produção da Ford não são afetados. Alguns trabalhadores na Índia também irão perder o posto de trabalho.

O presidente do Conselho de Administração, Bill Ford, e o CEO, Jim Farley, sinalizaram no e-mail que a Ford irá providenciar benefícios e ajuda significativa para os trabalhadores encontrarem novos empregos, acrescentando que a empresa tem a oportunidade de liderar a nova era de veículos elétricos.

Construir esse futuro requer mudar e reformular praticamente todos os aspetos da forma como operámos durante mais de um século”, dizia o e-mail, acrescentando que tal “significa redistribuir recursos e abordar a estrutura de custos, que não é competitiva em relação às empresas tradicionais e novas.”

Farley e Ford justificaram que analisaram o trabalho de alteração de cada equipa para decidir onde os cortes seriam feitos. A empresa determinou que a estrutura de custos não era competitiva face à General Motors, Stellantis e Tesla.

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