Espanhóis da Plexus compram tecnológica portuguesa BI4ALL

O grupo de Santiago de Compostela adquiriu a maioria do capital da empresa de Lisboa e integrou-a no portefólio. Cofundadores Andro Moreira e Hugo Pinto mantêm-se sócios.

Espanha volta às compras em Portugal. Desta vez, foi a tecnológica portuguesa BI4ALL, especializada em estratégia de dados, analítica e inteligência artificial, que foi adquirida pelo grupo espanhol Plexus Tech. Os cofundadores da BI4ALL Andro Moreira e Hugo Pinto mantêm-se sócios da empresa, no âmbito deste negócio, que ainda requer as habituais aprovações regulatórias.

Desta união resulta um total de 530 profissionais em Portugal. “A continuidade da equipa está assegurada, ampliando a capacidade de serviço e permitindo a entrada em novas contas com projetos de soluções tecnológicas inovadoras”, garantem as duas empresas, em comunicado de imprensa publicado esta terça-feira.

O objetivo da Plexus ao comprar a maioria do capital da BI4ALL, por um valor que não foi divulgado, foi absorver a experiência tecnológica conquistada desde 2004. “O know-how e a experiência de mais de 20 anos da BI4ALL em tecnologias de inteligência artificial [IA] e dados, que irão reforçar a nossa estrutura nestas áreas”, afirmou o fundador e CEO da Plexus Tech, Antonio Agrasar.

“Esta parceria de complementaridade representa um marco estratégico para a BI4ALL. Ao unirmos o nosso talento especializado e experiência consolidada em data analytics e IA à dimensão, escala e capacidades tecnológicas transversais da Plexus Tech, abrimos as portas a novos mercados e criamos condições para oferecer soluções ainda mais inovadoras e acrescentar valor aos nossos clientes em todo o mundo”, acrescentam Andro Moreira e Hugo Pinto.

Quanto ao portefólio da BI4ALL, ganha capacidades de engenharia de software, cibersegurança, satisfação do cliente (Customer First), tecnologia SAP, arquitetura e DevOps (desenvolvimento e operações), além do produto criado internamente pelos novos donos. Está também previsto que os portugueses apoiem o crescimento da empresa nas 24 delegações da Plexus em Espanha, Reino Unido, Alemanha, Polónia, Marrocos, México e Estados Unidos.

Fundada em Santiago de Compostela há cerca de 25 anos, a Plexus Tech especializou-se em serviços e produtos de tecnologias da informação e emprega mais de 4.000 profissionais espalhados por várias zonas de Espanha – da Galiza às Ilhas Baleares – e a trabalhar para Lisboa, Porto, Évora, Frankfurt, Londres, Miami e também América Latina.

Antonio Agrasar, fundador e CEO da Plexus Tech

A BI4ALL tem sede em Lisboa e escritório no Porto, onde estão cerca de 370 trabalhadores, maioritariamente dedicados a serviços de consultoria a clientes em Portugal e nos mercados internacionais, que representam mais de 80% do seu volume de negócios – como Estados Unidos e regiões DACH (Alemanha, Áustria e Suíça) e Benelux (Bélgica, Países Baixos e Luxemburgo).

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Pequenas auditoras usam a IA para ameaçar as “big four”

O negócio da auditoria está a mudar de forma acelerada, muito por causa das novas tecnologias. As grandes investem muito, mas as mais pequenas conseguem incorporar os avanços tecnológicos rapidamente.

No mundo da auditoria há um grupo exclusivo de empresas que tem um enorme peso no mercado. São apenas quatro, as chamadas “big four”, mas arrebatam mais de metade do negócio, algo que pode estar a mudar graças aos avanços da tecnologia, nomeadamente às potencialidades da Inteligência Artificial (IA).

As “big four” perceberam rapidamente o potencial da IA. Por isso mesmo têm vindo a investir fortemente no desenvolvimento de sistemas adaptados às necessidades do trabalho que realizam. “Estão a investir muito dinheiro em IA e têm os recursos para fazerem esses investimentos”, diz Hywel Ball, ex-líder da EY no Reino Unido, citado pelo Financial Times (acesso pago, conteúdo em inglês).

Mas “vão enfrentar os seus próprios desafios na adoção [da IA], porque são muito grandes”, alerta. A dimensão pode, neste caso, ser um entrave à incorporação desta nova tecnologia, essencialmente porque por serem tão grandes é mais difícil mudar a cultura de quem trabalha nessas empresas.

Podendo ser uma oportunidade para se manterem gigantes, também é uma ameaça à posição de liderança de que gozam atualmente. É que há pequenas auditoras, mas também consultoras, que à boleia da IA começam a trilhar uma rota de forte crescimento.

Essas pequenas firmas “têm uma vantagem por conseguirem incorporar a IA no seu trabalho sem restrições”, diz Hywel Ball. “Existe um ponto intermédio” entre ser ágil e ter “massa crítica suficiente para esse impulso”, criando oportunidades para as empresas de média dimensão, acrescenta.

Hywel Ball é o antigo CEO da EY no Reino Unido. Há um ano anunciou que, após 35 anos numa das “big four”, ia abandonar o cargo, sendo que agora é reforço de algumas dessas pequenas auditoras que assentam o seu negócio na IA.

Esta necessidade de apostar na incorporação de IA na auditoria é uma realidade de todos os mercados, incluindo Portugal. Em entrevista ao EContas, Virgílio Macedo, bastonário da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas, disse estar agora a dar-se “outro passo gigantesco que é a aplicação de IA aos processos da auditoria”. Uma evolução necessária, uma vez que o “auditor não pode ser, hoje, um profissional que tenha só uma skill do ponto de vista financeiro ou contabilístico. Também tem de ter cada vez mais skills em termos de tecnologias de informação”.

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Governo quer simplificar despedimentos por justa causa

  • ECO
  • 12 Agosto 2025

Mudanças à lei laboral incluem retirada da obrigatoriedade de apresentar provas ou ouvir as testemunhas pedidas pelo trabalhador em caso de despedimento por justa causa.

O anteprojeto do Governo que altera o Código do Trabalho prevê que as micro, pequenas e médias empresas possam avançar com despedimentos por justa causa, por factos imputáveis ao trabalhador, sem apresentarem provas pedidas por este ou ouvir o que as testemunhas apresentam para o defender, durante o processo disciplinar, avança o Jornal de Negócios (acesso pago).

Esta proposta, se for aprovada, aplicar-se-á a todas as sociedades que empregam menos de 250 pessoas — o que corresponde a cerca de 99% do total do tecido empresarial em Portugal, sendo responsável pela maioria do emprego — e, embora exclua as grandes empresas, vai no sentido de uma norma que foi em tempos declarada inconstitucional por violação do direito de defesa.

A lei em vigor dita que é justa causa de despedimento o comportamento “culposo” do trabalhador que, pela sua gravidade ou consequências, torne “praticamente impossível a subsistência da relação de trabalho”, sendo exemplos de situações enquadráveis a desobediência ilegítima a ordens; a provocação repetida de conflitos; o desinteresse repetido pelas obrigações do seu cargo ou posto de trabalho; falsas declarações para justificar faltas; cinco faltas não justificadas seguidas que impliquem prejuízos ou riscos para a empresa; dez interpoladas por ano; ou “reduções anormais da produtividade”, entre outras.

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Quase metade dos desempregados espanhóis com mais de 50 anos está à procura de emprego há mais de um ano

  • Servimedia
  • 12 Agosto 2025

Embora a sua presença no mercado de trabalho tenha duplicado em 20 anos, de acordo com a Asempleo.

45% dos desempregados com mais de 50 anos em Espanha procuram emprego há mais de um ano sem sucesso, sendo assim o grupo que mais sofre com o desemprego de longa duração, apesar de o envelhecimento da população ter feito com que o número de trabalhadores seniores duplicasse nos últimos 20 anos, atingindo cerca de oito milhões.

Estas são as principais conclusões de um estudo realizado pela Asempleo, a associação patronal das agências de emprego e empresas de trabalho temporário em Espanha, no qual se alerta que o grupo de pessoas com mais de 50 anos é o único que contribuiu de forma «decisiva e significativa» para o aumento da população economicamente ativa nos últimos 20 anos.

O aumento do peso dos trabalhadores seniores destaca tanto o envelhecimento da população como a necessidade de integrar este grupo populacional no mercado de trabalho através de «políticas eficazes». Assim, o dinamismo do «grupo sénior» compensou o declínio da atividade em grupos etários mais jovens, onde os menores de 25 anos caíram 27,3% e a faixa dos 25 aos 50 anos diminuiu 2,2%.

Para o presidente da Asempleo, Andreu Cruañas, apesar deste crescimento do coletivo sénior na população ativa, o mercado de trabalho apresenta uma «paradoxo preocupante», pois não é capaz de absorver eficazmente todas as pessoas com mais de 50 anos que querem trabalhar.

«Enquanto o desemprego juvenil diminuiu e o da faixa etária dos 25 aos 50 anos se manteve estável, o número de desempregados mais velhos mais do que duplicou desde 2005», aprofundou Cruañas.

Isto coexiste com a realidade do mercado de trabalho espanhol, em que quase quatro em cada dez empregos são ocupados por pessoas com mais de 50 anos. Para a patronal, esta realidade evidencia uma mudança estrutural na configuração do tecido produtivo, onde o dinamismo tradicionalmente associado à juventude foi substituído por uma força de trabalho mais experiente, mas também mais envelhecida.

Na opinião da Asempleo, este fenómeno responde tanto a dinâmicas demográficas (queda da natalidade, aumento da esperança de vida) como a reformas normativas (aumento da idade de reforma e condições mais restritivas para a reforma antecipada).

Concretamente, em 2005, havia 3,7 milhões de trabalhadores seniores (19,7% do total); em 2025, esse número subiu para 7,9 milhões do total de pessoas a trabalhar.

Em contrapartida, o emprego dos menores de 25 anos passou de 2 milhões para 1,3 milhões, enquanto o da faixa etária dos 25 aos 50 anos caiu ligeiramente, de 13,3 para 12,9 milhões. 57% do aumento do emprego sénior corresponde a mulheres, consolidando assim uma dupla dinâmica de envelhecimento e feminização do emprego.

Da mesma forma, a Asempleo alerta todos os responsáveis públicos e privados que este crescimento da população ativa e do emprego sénior não é suficiente para integrar um «coletivo fundamental» na realidade do trabalho do país.

«A situação é agravada pela escassez de vagas em Espanha, que historicamente se situa abaixo de 1%, limitando drasticamente as possibilidades de recolocação para este perfil», analisa esta entidade patronal.

Da mesma forma, salienta que a «discriminação por idade» e a falta de oportunidades adaptadas estão a penalizar a experiência. «É incompreensível que, com taxas de vagas tão baixas na Europa, não estejamos a criar os canais necessários para a recolocação de profissionais com mais de 50 anos que, por outro lado, estão a provar que trazem competitividade, estabilidade e compromisso às equipas», acrescentou o presidente da Asempleo, Andreu Cruañas.

O relatório da Asempleo sublinha que a lacuna é «especialmente crítica» para as mulheres com mais de 50 anos, que enfrentam uma dupla discriminação e, desde 2020, superam os homens em termos de desemprego, «tudo isto com o prejuízo adicional para as suas futuras pensões de reforma e para a sustentabilidade do próprio sistema de pensões».

Em resumo, a Asempleo indica que a «paradoxo» está servida, pois, embora sejam mais numerosas e ocupem mais postos de trabalho, são a população que menos encontra emprego e que mais pressiona a taxa de desemprego em Espanha.

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Hoje nas notícias: despedimentos por justa causa, complemento para idosos e imigração

  • ECO
  • 12 Agosto 2025

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O Governo quer que deixe de ser obrigatório apresentar provas ou ouvir as testemunhas pedidas pelo trabalhador no caso de um despedimento por justa causa nas micro, pequenas e médias empresas. O Executivo previa gastar 406,8 milhões de euros em 2025 com o Complemento Solidário para Idosos (CSI), mas a despesa com esta prestação já vai em 260 milhões até junho. Conheça estas e outras notícias em destaque na imprensa nacional esta terça-feira.

Governo quer simplificar despedimentos por justa causa

O anteprojeto do Governo que altera o Código do Trabalho prevê que as micro, pequenas e médias empresas possam avançar com despedimentos por justa causa, por factos imputáveis ao trabalhador, sem apresentarem provas pedidas por este ou ouvir o que as testemunhas apresentam para o defender, durante o processo disciplinar. Esta norma aplicar-se-á a todas as sociedades que empregam menos de 250 pessoas — o que corresponde a cerca de 99% do total do tecido empresarial em Portugal, responsáveis pela maioria do emprego — e, embora exclua as grandes empresas, vai no sentido de uma norma que foi em tempos declarada inconstitucional por violação do direito de defesa.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Complemento Solidário para Idosos já esgotou 64% do orçamentado para 2025

O Orçamento de Estado (OE) para este ano alocou 406,8 milhões de euros para o Complemento Solidário para Idosos (CSI), apenas mais oito milhões do que o custo da prestação em 2024 (398,7 milhões). Contudo, só na primeira metade deste ano, já foi consumido 63,9% do total daquele valor, levando a crer que — mantendo-se o número de beneficiários de junho (225.543) e a prestação média (199 euros) — o custo total ultrapassará os 528 milhões, ou seja, mais 30% que o orçamentado. Nesse caso, tratar-se-á de um aumento de 129,3 milhões face a 2024, num acréscimo de 32,43%. É preciso notar, porém, que o número de beneficiários tem vindo a aumentar desde o início de 2025.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago)

Brasil admite responder com reciprocidade às leis da nacionalidade e imigração

O embaixador do Brasil em Portugal, Raimundo Carreiro, admitiu que “é de se prever que haja maior pressão” em Brasília para “restabelecer a reciprocidade — princípio basilar da política migratória brasileira — “quanto às alterações na Lei dos Estrangeiros e na Lei da Imigração. “Desde o primeiro momento, o Governo brasileiro tem manifestado, pelos canais diplomáticos, o seu interesse nas mudanças legislativas na área de imigração e de nacionalidade em Portugal, transmitindo as preocupações e dúvidas da comunidade brasileira aqui residente, a segunda maior no mundo”, assinala o diplomata. Segundo o embaixador, as autoridades diplomáticas e consulares vão reunir-se no dia 21 de agosto, “diante da urgência do assunto”, por videoconferência.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago)

Mais de 3,6 mil milhões de investimento público por fazer até fim de junho

Na primeira metade deste ano, a diferença entre os contratos firmados pelas entidades públicas, incluindo as câmaras municipais, e os concursos públicos lançados é superior a 3,61 mil milhões de euros. A presidente da Associação Nacional de Municípios de Portugal (ANMP), Luísa Salgueiro, tem insistido na necessidade de flexibilizar as regras da contratação pública, advertindo que “há empreitadas que, neste momento, já não estão a iniciar por ser claro que terminarão após o prazo definido pelo Plano de Recuperação e Resiliência [PRR]”. A situação tem-se agravado desde 2023, o que coincide, precisamente, com a execução do PRR, cujos prazos de implementação muito apertados e “sem nenhuma forma de flexibilização” colocam pressão acrescida sobre o mercado da construção.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago)

Plano que previa limpeza de um milhão de hectares de floresta cumpriu menos de metade

As metas do Plano Nacional de Ação (PNA) para reduzir a destruição provocada pelos fogos florestais incluíam a gestão de combustível de um milhão de hectares de floresta portuguesa entre 2020 e 2024. No entanto, no final do ano passado, as operações de limpeza de matos tinham abrangido apenas 400 mil hectares. No geral, o PNA considera que os índices de cumprimento dos 98 objetivos traçados até 2030 atingiram os 56% no último ano, mas os especialistas que acompanham o setor são mais cautelosos na avaliação. Se o plano não acelerar, a meta de conter a área ardida em 600 mil hectares em dez anos vai falhar.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago)

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O dia em direto nos mercados e na economia – 12 de agosto

  • ECO
  • 12 Agosto 2025

Ao longo desta terça-feira, 12 de agosto, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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BYD acelera e faz aproximação à Tesla em Portugal

Empresa chinesa, que apenas chegou a Portugal em maio de 2023, tem vindo a acelerar as vendas no país e a ganhar quota de mercado, enquanto a Tesla está a abrandar a tendência de crescimento.

Maio de 2023. Do stand da Salvador Caetano em Vila Nova de Gaia saía um BYD HAN, um modelo 100% elétrico e o primeiro vendido pela fabricante chinesa em território nacional. Pouco mais de dois anos depois, a marca chinesa BYD já é a terceira maior de carros elétricos vendidos em Portugal e está a ganhar velocidade, a aproximar-se da Tesla, que, em sentido oposto, está a perder energia no mercado nacional.

Apenas no primeiro semestre, a BYD já vendeu o equivalente a 90% dos carros que vendeu o ano passado em Portugal, assumindo-se cada vez mais como uma alternativa para os portugueses que compram carros 100% elétricos e veículos híbridos. Contas feitas, no acumulado do primeiro semestre, a empresa chinesa registou 2.818 novas matrículas no país, entre veículos elétricos e plug-in, enquanto a concorrente americana detida por Elon Musk colocou 4.088 novos carros no mercado, menos 25,3% que no período homólogo de 2024, segundo os dados fornecidos pela ACAP.

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Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para abrir o gráfico.

À semelhança do que tem acontecido noutros mercados, a BYD está a crescer a forte ritmo. Depois de ter vendido 450 veículos em 2023, a construtora automóvel chinesa colocou, no ano passado, 3.122 carros no mercado nacional, um número que quase alcançou na primeira metade do ano.

Apesar de a Tesla ainda dominar o mercado de carros elétricos em Portugal, a diferença está a encurtar a grande velocidade e, em julho, a BYD até superou as vendas da Tesla, com a marca chinesa a matricular 394 veículos ligeiros de passageiros elétricos, mais 110 unidades que os 284 carros vendidos pela empresa de Musk.

A ascensão da BYD está longe de ser um fenómeno nacional. A nível globol a fabricante chinesa ultrapassou a Tesla em 2024, com vendas recorde na ordem dos 99,29 mil milhões de euros, uma subida de 29% face a 2023.

A BYD também já destronou a rival na venda de elétricos na Europa, com a marca norte-americana a passar um mau período, sobretudo depois de o seu fundador e líder ter assumido um cargo na administração de Donald Trump, que entretanto já abandonou. Ainda assim, o mal está feito: a fidelidade dos clientes à marca Tesla tem vindo a recuar desde que Musk apoiou Trump no verão passado. A conclusão surge a partir da análise de dados feita parte pela empresa S&P Global Mobility e divulgada pela Reuters.

Depois de ter atingido um pico em junho de 2024, quando 73% das famílias com um veículo Tesla e, à procura de um novo carro, voltaram a comprar um Tesla, a taxa de fidelidade à marca de veículos elétricos começou a cair em julho do ano passado, quando Musk demonstrou publicamente Trump, após a tentativa de assassinato do candidato republicano, mostra o estudo.

Mantendo-se a evolução dos últimos meses, rapidamente vai mudar a tabela dos maiores vendedores de carros eletrificados no mercado nacional, que nos primeiros sete meses do ano registou 81.516 novas matrículas, mais 35,5% que no período homólogo de 2024.

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Uso de YouTube em connected TV cresce 83% no primeiro semestre

  • + M
  • 12 Agosto 2025

Paralelamente, tem também aumentado o consumo de conteúdo longo na plataforma de vídeo. Nos EUA, e em relação ao total de consumo, aumentou de 65%, em 2023, para 73% em 2024.

A visualização do YouTube em connected TV registou um crescimento exponencial durante o primeiro semestre de 2025, aumentando 83% a nível global.

Mas, recuando no tempo, o crescimento é ainda maior. Comparando os dados do primeiro semestre de 2024 com os do mesmo período de 2023, a visualização global do YouTube em connected TV aumentou 185%. As conclusões são de uma análise realizada pela consultora digital espanhola 2btube e que teve por base os dados de mais de 700 canais de YouTube com um média de cinco mil milhões de visualizações mensais.

E esta mudança “não é pontual nem temporária”, entende Beatriz Peñas, analista digital sénior da 2btube, que refere que se está a “assistir a um comportamento sustentado que reflete o retorno dos utilizadores ao consumo de conteúdo premium de longa duração“, segundo é citada pelo Periódico Publicidad.

Os números também refletem essa ideia, tendo em conta que, nos EUA, o consumo de conteúdo longo (30 minutos ou mais) no YouTube, em relação ao total de consumo de todos os conteúdos, aumentou de 65% em outubro de 2023 para 73% no mesmo mês em 2024, o que representa um aumento de oito pontos percentuais em apenas um ano.

Esta é uma tendência que pode também redefinir o planeamento da publicidade em vídeo. “No YouTube e através da connected TV, as marcas conseguem atingir os seus públicos de forma mais efetiva, já que os espectadores estão mais recetivos ao consumo de conteúdo neste canal: sem pressa, sem distrações e a partir de casa”, afirma Beatriz Peñas.

“A connected TV consolidou-se como o espaço onde a qualidade do conteúdo televisivo e o engagement com o ambiente digital convergem. Para as marcas, isso representa uma oportunidade única de se conectarem com públicos mais ativos e que se identificam com o que assistem. Além disso, esse formato também permite uma medição [de resultados] muito mais precisa do que a televisão tradicional”, diz também Fabienne Fourquet, CEO e cofundadora da 2btube.

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161 vistos emitidos na construção e agricultura em quatro meses da “via verde” da imigração

"Via verde" para contratar trabalhadores estrangeiros chegou ao terreno a 15 de abril. Em quatro meses, foram emitidos, pelo menos, 161 vistos, segundo as confederações empresariais.

quatro meses que as empresas portuguesas que queiram contratar trabalhadores lá fora têm à disposição uma “via verde” que acelera a emissão de vistos. O Ministério da Presidência recusa fazer, para já, um balanço, mas os dados cedidos pelas confederações empresariais permitem perceber que foram emitidos, até ao momento, pelo menos, 161 vistos, ao abrigo deste protocolo, com a construção e a agricultura em destaque.

No momento em que anunciou, no verão do ano passado, o fim das manifestações de interesse, o Governo explicou que seria criada uma “via verde” para acelerar a emissão de vistos para os trabalhadores que as empresas recrutem lá fora.

A medida saiu do papel já na primavera deste ano, tendo o Governo e cinco confederações empresariais assinado o protocolo de cooperação para a migração laboral regulada, que fixou as regras desta “via verde”.

Quatro meses volvidos, o ECO pediu ao Ministério da Presidência um balanço deste protocolo, mas a tutela não quis avançar, para já, esses números. “O balanço da aplicação do protocolo para a cooperação na migração laboral regulada será feito pelo Governo em momento oportuno, ocasião em que serão disponibilizadas as informações relevantes”, respondeu fonte oficial ao ECO.

Já foram efetivamente apresentados, por esta via, 31 processos de pedidos de vistos, na sua maioria grupais, que abrangeram 225 trabalhadores, sendo que 101 já têm visto emitido.

AICCOPN

Ainda assim, os dados recolhidos junto das várias confederações empresariais permitem levantar o véu ao que está a acontecer no terreno. De acordo com esses números, o setor da construção é o que está a conseguir, neste momento, maior sucesso com esta “via verde”, com mais de 100 vistos emitidos até ao momento.

“Até à data, cerca de 90 empresas já manifestaram interesse em aderir ao protocolo, sendo que já foram efetivamente apresentados, por esta via, 31 processos de pedidos de vistos, na sua maioria grupais, que abrangeram 225 trabalhadores, sendo que 101 já têm visto emitido“, adianta fonte da Associação dos Industriais de Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN) ao ECO.

A estes vistos emitidos, somam-se 21 processos relativos a 103 trabalhadores que estão em fase de finalização, isto é, estão incompletos ou desconformes, pelo que as empresas estão a ultimar ou corrigir os dados. “Certamente, nas próximas semanas, estes serão também apresentados à Direção Geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas (DGACCP) ao abrigo do protocolo, totalizando 52 processos e 328 trabalhadores“, salienta a AICCOPN.

Questionado sobre como estão a decorrer os processos, a associação presidida por Manuel Reis Campos indica que a implementação do protocolo esta “em velocidade cruzeiro e tem decorrido, até ao momento, de forma muito eficiente“.

Estima-se, assim, que nos próximos meses o volume de solicitações venha a duplicar.

AICCOPN

“Regista-se uma média de apenas dez dias entre a submissão dos processos e a data dos atendimentos presenciais dos requerentes nos postos consulares competentes“, detalha a AICCOPN.

A associação garante ainda que “o interesse das empresas em recorrer a este procedimento tem vindo a aumentar de forma significativa, pelo que é crescente o número de pedidos efetuados pelas empresas“. “Estima-se, assim, que nos próximos meses o volume de solicitações venha a duplicar“, aponta a mesma fonte.

Agricultura com 60 vistos emitidos

À semelhança das empresas do setor da construção, os empregadores da agricultura têm demonstrado interesse em recorrer à contratação de trabalhadores estrangeiros através do protocolo assinado em abril, assegura Luís Mira, secretário-geral da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP).

Até ao momento, 30 empresas deste setor avançaram com pedidos nesse sentido, relativos a 440 trabalhadores, precisa o mesmo, que realça que os “número correspondem às expectativas”.

Destes pedidos, 60 vistos já foram emitidos, acrescenta o secretário-geral da CAP, em declarações ao ECO.

Seria sem dúvida importante uma revisão do protocolo, sobretudo no que diz respeito à cláusula do alojamento, que em relação ao setor do Turismo é prejudicial, por exemplo se tivermos em conta regiões onde há neste momento maiores dificuldades em obter habitação.

CTP

Em contraste, a Confederação do Turismo de Portugal (CTP) revela que ainda não recebeu pedidos formais, ao abrigo deste protocolo.

“A CTP tem apenas recebido alguns contactos com questões associadas ao protocolo de cooperação para a migração laboral. Ora, uma vez que ainda não houve apresentação de pedidos formais, não temos dados reais quantitativos”, explica fonte oficial, que ressalva, ainda assim, que as grandes empresas do setor podem ter avançado com pedidos diretamente, sem passar pela confederação.

Por outro lado, a CTP alerta que, “em relação às pequenas e médias empresas, os pedidos são feitos às associações do setor, que no entanto, não têm estruturas necessárias para dar seguimento aos processos“.

Outro aviso deixado pela confederação liderada por Francisco Calheiros é que é importante rever o protocolo, sobretudo no que diz respeito à cláusula que obriga os empregadores a garantir acesso a alojamento aos estrangeiros recrutados. “Em relação ao setor do turismo é prejudicial, por exemplo se tivermos em conta regiões onde há neste momento maiores dificuldades em obter habitação“, afirma a CTP.

CIP e CCP com pedidos, mas ainda sem números

A Confederação Empresarial de Portugal (CIP) garante que tem vários processos concluídos com sucesso, ao abrigo da “via verde” para contratar imigrantes, mas diz que é prematuro avançar com números concretos, neste momento, uma vez que o levantamento ainda está em curso.

Ainda assim, revela que tem recebido “inúmeros pedidos de informação, não só de empresas associadas, mas também de empresas não associadas e cidadãos particulares, o que evidencia o interesse gerado por este novo mecanismo“.

No caso dos nossos sectores o número de pedidos não é elevado, possivelmente porque já há um número muito significativo de trabalhadores estrangeiros a trabalhar.

CCP

Já a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) explica que o processo de atribuição de vistos através da “via verde” da imigração “está a decorrer com normalidade“, mas o “número de pedido não tem sido elevado“.

“Possivelmente porque já há um número muito significativo de trabalhadores estrangeiros a trabalhar no comércio e serviços“, argumenta fonte oficial da confederação presidida por João Vieira Lopes.

Afinal, como funciona a “via verde”?

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, usa da palavra durante a cerimónia de assinatura de protocolo de migração laboral regulada entre o Estado e as Confederações Patronais e Empresariais, no Ministério dos Negócios Estrangeiros, em Lisboa, 01 de abril de 2025.JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA

Através do protocolo de cooperação para a migração laboral regulada, as confederações empresariais e as maiores empresas (pelo menos, 150 trabalhadores e 20 milhões de volume de negócios) que adiram podem pedir o agendamento prioritário para a emissão de vistos, sendo que a decisão final sobre esses pedidos deverá ser emitida em 20 dias.

O processo é composto por cinco passos. Primeiro, a entidade empresarial reúne toda a documentação necessária relativamente aos estrangeiros recrutados e envia, por e-mail, para a DGACCP o pedido individual ou grupal de agendamento para apresentação do pedido de visto.

Depois, a DGCACCP remete o processo para o posto consular correspondente, no prazo de dois dias. E o posto consular procede, então, ao agendamento do atendimento dos requerentes de visto para efeitos de apresentação da respetiva documentação original. Além disso, analisa e procede à instrução dos pedidos individuais de visto.

A Agência para a Integração Migrações e Asilo (AIMA) e a Unidade de Coordenação de Fronteiras e Estrangeiros do Sistema de Segurança Interna (UCFE/SSI) têm, entretanto, de emitir pareceres para a concessão dos vistos em causa. Com os pareceres emitidos, os postos consulares tomam a decisão derradeira.

Em troca da celeridade na atribuição dos vistos, os empregadores têm, porém, de cumprir uma série de condições: garantir um contrato de trabalho válido (não é obrigatório que seja permanente, admitindo-se contratos a prazo); Garantir oportunidades de formação profissional e de aprendizagem da língua portuguesa a realizar ou em território nacional ou no de origem; E garantir o acesso a alojamento adequado.

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Chumbo à Lei de Estrangeiros. Almirante defende “direitos fundamentais”, Mendes e Seguro assinalam funcionamento das instituições

Gouveia e Melo defende regulação da imigração, mas sem enfraquecer os direitos fundamentais. Marques Mendes e Seguro destacam o regular funcionamento das instituições democráticas.

Henrique Gouveia e Melo, Luís Marques Mendes e António José Seguro podem ter desacelerado as iniciativas da pré-campanha presidencial em época estival, mas nem por isso têm menos a dizer sobre o tema que tem agitado as águas da política: a Lei de Estrangeiros. Ao ECO, o Almirante defende a necessidade de regular a imigração, mas respeitando direitos fundamentais, enquanto quer o ex-líder do PSD, quer o antigo líder do PS destacam o regular funcionamento das instituições com o veto do diploma do qual Marcelo Rebelo de Sousa se mostrou especialmente crítico.

O Presidente da República vetou na sexta-feira as alterações à legislação da Lei de Estrangeiro, depois do Tribunal Constitucional ter considerado que cinco das normas do decreto que o Governo propôs e o Parlamento aprovou são inconstitucionais. Uma decisão que não merece críticas de Henrique Gouveia e Melo, um dos candidatos a suceder-lhe no lugar.

“Não há dúvidas sobre a necessidade de regulação do fluxo de imigração. Contudo, não nos podemos esquecer da integração, que é uma prioridade, não só social e humanitária, mas também económica. Regular, sim, sem que tal implique o enfraquecimento dos direitos fundamentais ou a erosão da confiança institucional“, afirma Gouveia e Melo em declarações ao ECO.

Regular, sim, sem que tal implique o enfraquecimento dos direitos fundamentais ou a erosão da confiança institucional.

Henrique Gouveia e Melo

O candidato presidencial reitera quanto à Lei da imigração a posição que assumiu perante as propostas para alterações na legislação laboral: “qualquer reforma deve ser conduzida com rigor, transparência e diálogo, respeitando os princípios fundamentais do Estado de direito e a confiança das partes no sistema democrático”, assinala ao ECO.

Por sua vez, Luís Marques Mendes prefere falar no “funcionamento das instituições”. Ao ECO, o candidato a ocupar o Palácio de Belém refere que “concorde-se ou discorde-se da decisão do Tribunal Constitucional, a verdade é que foram as instituições a funcionar“. Ou seja, salienta, “o Governo propôs à Assembleia da República, o Parlamento decidiu, o Presidente da República teve dúvidas constitucionais e enviou ao Tribunal Constitucional, o Tribunal deliberou e agora a Assembleia da República corrigirá a lei”.

Concorde-se ou discorde-se da decisão do Tribunal Constitucional, a verdade é que foram as instituições a funcionar.

Luís Marques Mendes

Uma posição semelhante à da candidatura de António José Seguro. Ao ECO, a candidatura do antigo secretário-geral socialista “considera que o Presidente da República cumpriu o seu dever constitucional e, face às normas inconstitucionais decretadas pelo Tribunal Constitucional, vetou o decreto e devolveu-o à Assembleia da República”.

É o sistema político a funcionar no respeito pelas regras democráticas e pelos nossos valores constitucionais”, refere.

É o sistema político a funcionar no respeito pelas regras democráticas e pelos nossos valores constitucionais.

Candidatura de António José Seguro

O diploma enviado em 24 de julho pelo Presidente da República ao Tribunal Constitucional para fiscalização preventiva regressa assim ao Parlamento depois do chumbo de Marcelo Rebelo de Sousa, tendo o Executivo de Luís Montenegro já mostrado abertura para fazer ajustamentos, mesmo que vincado que não vai desistir de regular a imigração.

No domingo, o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, garantiu que o Governo vai adaptar as normas declaradas inconstitucionais pelo Tribunal Constitucional e apresentará depois uma proposta, com abertura ao diálogo.

“O Governo vai olhar e está a olhar para a decisão, vai – respeitando e discordando – fazer os ajustamentos nas normas que os juízes, que aquela maioria dos juízes, identificou como (…) desconformes à Constituição, ajustá-las-á com um objetivo“, afirmou o ministro aos jornalistas em Olhão, citado pela Lusa. Ainda assim, salientou que é “necessário reforçar a regulação da imigração”.

O Presidente da República pediu a fiscalização de sete normas da legislação proposta pelo Governo, tendo o Palácio Ratton chumbado cinco. Em causa estão várias normas relativas ao direito ao agrupamento familiar, nomeadamente as condições para o seu acesso e os prazos não só para a entrada do pedido como para a apreciação dos mesmos pela Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA), assim como o direito de recurso.

Antes da decisão do Tribunal Constitucional, Marcelo Rebelo de Sousa avisou que a maioria parlamentar que quis alterar a Lei de Estrangeiros “será oportunamente julgada por isso”.

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Banca empresta 500 milhões à Explorer para comprar carteira de hotéis de luxo em Portugal

A gestora de fundos Explorer está a negociar a compra de uma carteira de hotéis de luxo por 660 milhões. Banca -- dona do fundo Discovery -- emprestará 500 milhões. Será um dos negócios do ano.

Octant Douro integra carteira de hotéis geridos pela Discovery.Octant Hotels Douro

A Explorer prepara-se para comprar uma carteira de hotéis de luxo e outros ativos turísticos aos bancos por cerca de 660 milhões de euros, naquele que será um dos maiores negócios imobiliários do ano em Portugal, de acordo com as informações recolhidas pelo ECO junto de várias fontes.

No âmbito desta transação, os bancos deverão conceder um empréstimo de 500 milhões à sociedade liderada por Elizabeth Roth e Rodrigo Guimarães (filho do fundador) que, por sua vez, terá de adiantar 160 milhões em equity, adiantaram as mesmas fontes – valores que excluem as necessidades de capex. Neste tipo de transações é habitual os bancos financiarem o comprador através do que se chama de vendor finance.

Em causa está o fundo de promoção turística Discovery, gerido pela própria Explorer e que detém, entre outros ativos, a cadeia hoteleira Octant (lançada em 2022 e que conta com oito unidades), o Six Senses Douro Valley, o Eden Resort, o Dolce CampoReal e o Ramada Lisbon Hotel.

No final do ano passado, este fundo apresentava um valor patrimonial líquido (NAV) a rondar os 800 milhões de euros, segundo o valor comunicado pela sociedade gestora às instituições participantes.

O negócio entre bancos e Explorer será feito com base num desconto de 15% sobre o preço pago à cabeça, mas os bancos esperam diluir parte do haircut através de juros e outras comissões associadas à operação que deverá estar concluída até final do ano. Embora os termos do acordo estejam mais ou menos estabilizados, o processo não está concluído e as negociações entre as partes ainda prosseguem, frisaram as fontes consultadas pelo ECO.

Novobanco, BCP e Caixa Geral de Depósitos (CGD) são os bancos com maior exposição a este fundo – nenhum deles, nem a Explorer, quiseram responder às questões colocadas pelo ECO sobre a transação. Oitante (veículo criado para ficar com os ativos do Banif que não foram comprados pelo Santander) e Banco Montepio também detêm participações.

O fundo Discovery foi criado em 2012, com uma maturidade de 15 anos (termina em 2027 mas prorrogável até 2032). Nos últimos anos os ativos turísticos valorizaram significativamente à boleia do crescimento do turismo em Portugal e da recente descida das taxas de juro.

Os bancos já tentaram vender o fundo no passado. Em 2021, numa altura em que o país (e o mundo) estava a sair da crise pandémica, contrataram a casa de investimento Houlihan Lockey, mas o processo não chegou a bom porto, como avançou o ECO na altura.

Tal como os fundos da ECS (entretanto vendido pelos bancos em 2022 ao fundo Davidson Kempner) ou Oxy, também este fundo foi criado com o objetivo de ficar a gerir ativos imobiliários e outros que ficaram nas mãos dos bancos na década passada.

Ao cederem os ativos ao fundo especializado em troca de unidades de participação, a banca partilhou risco entre si. Contudo, estas exposições têm peso nos ativos ponderados pelo risco e consomem capital aos bancos, razão pela qual há muito pretendem vender.

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Aviso laranja por causa do calor prolongado até quinta-feira em oito distritos

  • Lusa
  • 11 Agosto 2025

Bragança, Évora, Guarda, Beja, Castelo Branco e Portalegre estão sob aviso laranja, o segundo mais grave, devido à "persistência de valores muito elevados da temperatura máxima".

Doze distritos de Portugal continental estão sob aviso laranja por causa do calor, a maioria até ao final do dia de quinta-feira, anunciou esta segunda-feira o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Bragança, Évora, Guarda, Beja, Castelo Branco e Portalegre estão sob aviso laranja, o segundo mais grave, devido à “persistência de valores muito elevados da temperatura máxima”, que vai permanecer até às 18:00 de quinta-feira. Já os distritos de Viseu e Vila Real passam a amarelo a partir das 18:00 de terça-feira, regressando ao aviso laranja entre as 06:00 e 18:00 de quinta-feira, referiu o IPMA em comunicado.

O aviso laranja para Faro, Setúbal, Santarém e Lisboa termina às 18:00 de terça-feira, passando estes distritos a aviso amarelo até às 18:00 de quinta-feira.

 

Porto, Viana do Castelo e Braga estão sob aviso amarelo até às 18:00 de quinta-feira, enquanto em Coimbra, Aveiro e Leiria o aviso vigora até às 18:00 de terça-feira e entre as 06:00 e 18:00 de quinta-feira.

O Governo renovou a situação de alerta no país até quarta-feira, dia 13 de agosto, devido ao risco de incêndio florestal. A renovação da situação de alerta tem como base dois motivos principais: a continuação de temperaturas elevadas em todo o país para os próximos dias e a diminuição de ignições devido às proibições determinadas.

Entre as medidas em vigor estão a proibição de acesso, circulação e permanência no interior dos espaços florestais, de acordo com os Planos Municipais de Defesa da Floresta Contra Incêndios, bem como a realização de queimas e queimadas, ficando igualmente suspensas as autorizações emitidas para esse período.

A situação de alerta implica também a proibição de realização de trabalhos nos espaços florestais e rurais com o recurso a maquinaria e o uso de fogo de artifício e outros artefactos pirotécnicos. Neste caso, também as autorizações já emitidas ficam suspensas.

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