Wall Street em queda com investidores a antecipar decisão da Fed. Ford afunda 11%

Investidores já estão a descontar efeitos da subida das taxas de juro da Fed. Ações da Ford tombaram 11% porque a marca norte-americana vai gastar mil milhões de dólares a mais por conta da inflação.

Wall Street viveu um dia de nervos e fechou em baixa. Os principais índices norte-americanos caíram cerca de 1% na véspera do anúncio de nova subida das taxas de juro pela Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed). No dia em que os investidores já descontaram, nas cotações, os efeitos negativos da decisão, os títulos da Ford tombaram 11%.

O índice S&P 500 foi o que mais travou, ao perder 1,12% (3.856,28 pontos); a praça industrial Dow Jones cedeu 0,99% (30.712,79 pontos; nas tecnologias, o índice Nasdaq caiu 0,94% (11.427,15).

Ao contrário do que aconteceu na véspera, os índices norte-americanos passaram a sessão em terreno negativo e de lá nunca saíram. “Há muitos ventos contrários a prevenir subidas sustentadas. É difícil esperar uma expansão quando a política da Fed está a apertar”, destaca Greg Boutle, estratega do BNP Paribas, citado pela Reuters.

Os sinais de abrandamento – se não mesmo recessão económica – estão à vista dos investidores: esta terça-feira foi revelado que as licenças de construção de casas para habitação caíram 10% no último mês, para 1,517 milhões, número mais baixo desde junho de 2020. Os juros das obrigações do Tesouro dos Estados Unidos a 10 anos atingiram 3,56%, patamar mais elevado desde abril de 2011, continuando a trajetória de subida registada nas últimas semanas.

O cenário deverá agravar-se na quarta-feira, depois de a Fed anunciar um novo aumento das taxas de juro, em 75 pontos base, para conter a subida da taxa de inflação – o que irá retirar dinheiro da economia.

Nota ainda para a descida de 11% das ações da Ford. A fabricante de carros norte-americana anunciou que a subida da inflação custou mais mil milhões de dólares (999,83 milhões de euros) do que o esperado e que vai ter de adiar as entregas de carros para o último trimestre do ano por falta de peças.

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Porsche nem precisou de um dia para preencher ações pré-IPO

  • ECO
  • 20 Setembro 2022

Naquela que será a principal entrada em bolsa deste ano, grupo Volkswagen conta arrecadar mais de 9,3 mil milhões de euros.

Nem foram necessárias 24 horas para o grupo Volkswagen ter encontrado investidores para a operação pública de venda em Bolsa (IPO) da Porsche. O grupo automóvel alemão terá conseguido colocar todas as ações que ficarão disponíveis no mercado a partir de 29 de setembro por 82,50 euros, o montante máximo definido.

Entre os investidores interessados, está o fundo soberano do Qatar, que pretende comprar 4,99% das ações da Porsche, refere o jornal Cinco Días, a partir dos dados da Bloomberg e do Financial Times. O fundo soberano da Noruega também vai participar na operação, comprando o equivalente a 750 milhões de euros em papéis.

Ao colocar todas as 911 milhões de ações no mercado – o número tem em conta o modelo 911 –, o grupo Volkswagen vai obter até 9,394 mil milhões de euros. Serão colocadas, no mercado, metade das ações sem direito de voto, que correspondem a 50% de todos os papéis da marca alemã.

Ao entrar em Bolsa, a Porsche ficará avaliada em 75,157 mil milhões de euros, valor próximo dos 78 mil milhões de euros que a troika emprestou a Portugal em 2011.

A entrada em bolsa da Porsche é o primeiro grande IPO do ano na Europa, numa altura em que o fim da política expansionista do Banco Central Europeu serve para diminuir o capital em circulação e, assim, travar a subida da taxa de inflação.

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Jerónimo acusa PS de alinhar nas conceções sobre pensões de Passos e Portas

  • Lusa
  • 20 Setembro 2022

O líder comunista considerou que “vale tudo” na maioria absoluta do PS, “inclusive manipular dados de estudos” para comprovarem que a sustentabilidade da Segurança Social é colocada em causa.

O secretário-geral comunista acusou esta terça-feira o Governo de regressar às “conceções com que Sócrates, Passos e Portas infernizaram” os portugueses, ao utilizar o argumento da sustentabilidade financeira da Segurança Social como justificação para cortar nas pensões.

Utilizar o argumento da sustentabilidade financeira [da Segurança Social] para cortar pensões e prestações sociais, além de constituir uma falsidade, constitui um retrocesso às conceções com que Sócrates, Passos e Portas infernizaram a vida a milhões de portugueses com as suas políticas do PEC [Pagamento Especial por Conta] e do ‘Pacto de Agressão da Troika‘”, argumentou Jerónimo de Sousa, durante uma sessão sobre a degradação das condições de vida, em Lisboa.

O dirigente comunista considerou que “vale tudo” na maioria absoluta do PS, “inclusive manipular dados de estudos” para comprovarem que a sustentabilidade da Segurança Social é colocada em causa se houver um aumento das pensões acima daquele que o Governo anunciou. É a “velha política do PS” que a maioria absoluta “trouxe de volta, em pleno”, completou Jerónimo de Sousa.

“[António Costa] quer resolver o problema da sustentabilidade? Então crie mais emprego, melhores salários, mais direitos e naturalmente que consegue manter a sustentabilidade da Segurança Social”, sustentou. E continuou: as decisões que o PS tomou com maioria absoluta contrastam com aquelas que, “por influência decisiva do PCP, permitiram o aumento extraordinário das pensões”.

A menos de dois meses da discussão do Orçamento do Estado para 2023, Jerónimo de Sousa recordou que há pouco mais de um ano “muitos não compreenderam” o voto contra do partido na proposta apresentada então pelo executivo socialista, cuja rejeição na generalidade espoletou a dissolução do parlamento e eleições legislativas antecipadas.

Hoje, prosseguiu o secretário-geral do PCP, a realidade das políticas do PS demonstra que os comunistas estavam certos quando recusaram as medidas vertidas no Orçamento do Estado e que os socialistas só olharam para os portugueses como “meras peças de um jogo eleitoral”. Para o membro do Comité Central comunista o PS está a fazer uma “política de ataque” aos direitos dos pensionistas e que a única convergência – promessa feita pelo primeiro-ministro no início da legislatura – foi com a direita.

A intervenção de 23 minutos no Largo da Graça foi também utilizada para recordar as propostas que o PCP considera basilares para mitigar os efeitos da inflação e repor o poder de compra dos portugueses: aumentar salários e pensões, incluindo o aumento do salário mínimo para 800 euros a curto prazo, a fixação de preços máximos em bens essenciais, combustíveis e energia, e a taxação dos lucros máximos dos grandes grupos económicos que vivem no “El Dorado” e contam com “a subserviência” dos partidos que estiveram no Governo desde sempre – PS e PSD.

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Colorado é o primeiro estado norte-americano a aceitar criptomoedas como pagamento de impostos

  • ECO
  • 20 Setembro 2022

Cidadãos que saldem os impostos com criptomoedas terão de pagar uma taxa de um dólar somado de 1,83% do valor do pagamento. 

Colorado tornou-se o primeiro estado norte-americano a aceitar criptomoedas como pagamento de impostos. De acordo com o site Bitcoin Magazine (conteúdo em inglês), para fazer este tipo de pagamentos, os cidadãos têm de usar uma conta PayPal.

O governador Jared Polis anunciou a implementação do novo método de pagamento na passada segunda-feira, na Denver Startup Week, de acordo com um relatório da Axios Denver, citado por aquele site. Os cidadãos podem usar criptomoedas para pagar impostos de rendimentos individuais, empresariais, impostos sobre vendas, retenções na fonte, etc.

O Departamento de Receitas do Governo do Colorado considera agora as criptomoedas como métodos de pagamento, assim como os cartões de débito e crédito. No entanto, os utilizadores precisam de usar uma conta PayPal para pagarem com criptomoedas.

“Apenas contas pessoais do PayPal podem ser usadas para pagar com criptomoedas”, explica o Departamento de Receitas do Colorado, acrescentando que os utilizadores precisam de ter o valor total da fatura numa única criptomoeda na conta do PayPal.

Os cidadãos que paguem os impostos com criptomoedas terão de pagar uma taxa de um dólar somado de 1,83% do valor do pagamento.

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Lourdes Afonso (IAP) : Riscos de clima, ciberataques e envelhecimento estão subsegurados

Lourdes Afonso, presidente do instituto dos atuários portugueses, alerta que os riscos a precisar de proteção estão a mudar e a forma de os avaliar também. Há grande défice nas coberturas.

Lourdes Afonso: “Para suportar o aumento do número de pensões pagas a cada reformado, devido ao aumento da esperança média de vida, é necessário gerar mais poupança na vida ativa”.

O que faz concretamente o atuariado e quais os motivos para as seguradoras dependerem tanto destes profissionais para estarem confortáveis sobre os riscos que aceitam cobrir e sobre o prémio que cobram aos clientes?

Lourdes Afonso é atuária e professora associada no Departamento de Matemática da FCT NOVA e membro da Comissão Científica do Mestrado em Atuariado. É também docente convidada na NOVA IMS e atuária responsável dos ramos não vida certificada pela ASF. É igualmente Presidente da Direção do Instituto de Atuários Portugueses desde janeiro de 2021 e conversou com ECOseguros.

O que faz um atuário/a?

É um profissional com conhecimentos base de matemática, com destaque para as probabilidades, estatística e finanças que avalia as probabilidades de ocorrência de acontecimentos futuros e incertos assim como o seu impacto financeiro. Um exemplo simples é o cálculo do preço de um seguro automóvel, de vida ou saúde.

O atuário tem de ter conhecimentos em diversas áreas e, usualmente, trabalha integrado numa equipa interdisciplinar. Para além de toda a modelização matemática, económica e financeira dos riscos terá de possuir bons conhecimentos a nível informático, de direito e de comunicação, o que lhe permite dar um contributo transversal à sociedade.

Exemplo das atividades de um atuário são: o cálculo de prémios de seguros, avaliar as provisões técnicas, ou seja, a quantidade e qualidade dos montantes financeiros que as empresas de seguros precisam de provisionar e gerir, para cumprir, com grande grau de fiabilidade com as suas obrigações, presentes e futuras; tratados de resseguro, isto é, o seguro das seguradoras, desenvolver novos produtos associados à proteção de riscos. Sendo estas as tarefas mais conhecidas, aos quais se associam as funções de gestão de alto nível, como sejam membros de conselhos de administração, incluindo CEO e Chairman.

Quais as tarefas mais urgentes na indústria seguradora para um atuário?

No âmbito da indústria seguradora, grande empregadora de atuários, o atuário está envolvido na avaliação global dos riscos imposta pelo regime de Solvência II, com um maior impacto no Pilar I (requisitos quantitativos), mas com envolvimento também nos Pilares II (requisitos qualitativos) e III (informação e reporte) e, mais recentemente, na avaliação de riscos imposta pela diretriz contabilística IFRS 17. Pode especializar-se nas áreas Vida, Não vida, Fundos de Pensões, Banca, auditoria, consultoria ou fora do mercado segurador e bancário na análise de riscos industriais, de Saúde, do Ambiente entre outros.

Que informações procura para os seus cálculos?

Dados sobre as variáveis de interesse para avaliar o risco, por forma a obter padrões de comportamento relativamente a frequências de sinistralidade e severidade da mesma. Quanto maior e de melhor qualidade for o volume de dados, melhor será a caracterização do risco. O atuário necessita estar a par de novos modelos matemáticos que melhor se adaptem às necessidades emergentes. O atuário está em constante formação.

Qual a importância dessa análise de risco para formular apólices e preços?

Conhecer, definir, caracterizar e mensurar os riscos é fundamental para elaborar uma apólice. A apólice deverá ser o mais clara possível para não subsistirem dúvidas sobre as contingências abrangidas, ou não, pela mesma. Da mesma forma, através dos modelos matemáticos o apuramento dos valores expectáveis de custo e frequência dessas contingências permite um apuramento do preço o mais próximo possível da realidade. Como se está a mensurar acontecimentos futuros e a componente aleatória está definitivamente presente, é necessário avaliar também a variabilidade dos resultados para se estimar, sempre que possível, um intervalo de confiança para o resultado. Como é sabido, o prémio de seguro é cobrado antes da ocorrência das contingências e em alguns seguros, como por exemplo Acidentes de Trabalho, o pagamento das indemnizações arrasta-se por vários anos. A solvência do produto, do ramo e em última análise da seguradora é de todo o interesse para a sociedade.

Qual a relação com outros intervenientes do mercado como autoridades e seguradoras?

Os atuários membros do IAP estão representados por membros da direção e colegas, nas associações europeia e internacional das associações profissionais de atuários (Actuarial Association of Europe, AAE, e a International Actuarial Association, IAA) onde existem diversos comités de trabalho sobre os mais diversos temas que contam com atuários das diversas instituições. Os atuários podem também representar as empresas de seguros onde trabalham junto dos comités de trabalho da Associação Portuguesa de Seguradores e na Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios. A Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões, enquanto entidade reguladora e de supervisão, certifica, via júri criado para o efeito, os atuários que elaboram o relatório atuarial a ser entregue anualmente, bem como avalia o fit and proper da função atuarial.

Os membros do IAP podem ser, também, consultados como peritos em tribunal ou participar como peritos noutras avaliações de risco de interesse social.

Quais as mudanças que está a detetar nos riscos?

As mudanças tecnológicas têm impacto considerável na avaliação do risco. O maior e melhor processamento de dados permite a utilização de mais informação e mais variáveis para explicar os riscos. O exemplo da introdução da telemática, há uns anos, no seguro automóvel, poderá levar, em breve, a uma tarifação individual quase instantânea. O reconhecimento de imagens pode levar a uma avaliação de peritagem realizada por um drone. A utilização de um relógio que recolhe dados biométricos pode levar a alterações na tarifa do seguro de saúde. O atuário tem de estar a par destes desenvolvimentos para os incorporar na avaliação de risco.

Quais os riscos que mais se estão a preocupar?

Alguns dos riscos emergentes com maior mediatismo e impacto são:

Os riscos climáticos, cujos danos podem ser ambientais (perda de biodiversidade em cheias e incêndios por exemplo), económicos (interrupção de atividades e meios de produção) e sociais (desalojamentos, ferimentos, morte). O atuário pode estar envolvido na identificação dos riscos, na avaliação e gestão dos mesmos, já existindo na Europa alguns atuários especializados nesta área.

Os riscos cibernéticos que são cada vez mais, mais sofisticados e com impactos por vezes consideráveis a nível reputacional e de funcionamento nas empresas e também a nível individual. Existem já alguns modelos de avaliação de risco mas a falta de dados para a sua calibração e a diversidade de ataques está a dificultar o desenvolvimento de produtos adequados às necessidades.

A demografia, embora não sendo um risco emergente, continua atual. É sempre uma boa notícia saber que a esperança média de vida aumenta, no entanto os impactos desse aumento são consideráveis na economia e na sociedade. Para suportar o aumento do número de pensões pagas a cada reformado, devido ao aumento da esperança média de vida, é necessário gerar mais poupança na vida ativa. É importante ter produtos adequados às características da população e é muito importante aumentar a poupança dos particulares em Portugal.

O que são riscos universais e mais locais, mais portugueses?

Os riscos avaliados pelo atuário são, de um modo geral, universais. As características específicas de cada país levam a um apuramento diferente do custo desses riscos. Por exemplo, a mortalidade é distinta em cada país, levando a um custo distinto do mesmo seguro. Atendendo a essa diferença um determinado produto, não obrigatório, pode ser mais atrativo num país do que noutro. A literacia económica e financeira das populações é importante para a perceção da importância de contratação de seguros. A capacidade financeira das famílias é um fator chave na aquisição das coberturas opcionais.

É importante conhecer as eventuais barreiras existentes que originam o protection gap (existência de alguns riscos para os quais pode não existir implantação adequada e suficiente cobertura de seguros). A recente pandemia foi um caso de risco não suficientemente coberto. Os ciberataques, o envelhecimento da população são outros exemplos. Os acontecimentos climáticos extremos estão a aumentar a sua frequência. É importante disponibilizar, divulgar e chamar a atenção para a necessidade de aquisição de produtos de proteção contra esses acontecimentos (indivíduos e empresas).

O que está a faltar aos atuários em Portugal e no mundo?

Não há dúvida de que o papel do atuário na sociedade é muito relevante. A avaliação e quantificação do impacto financeiro de acontecimentos futuros é muito importante. Quer se fale de seguros, pensões, banca, saúde ou indústria de um modo geral.

Nalguns países o reconhecimento desta importância é maior do que noutros. Estados Unidos, Canadá, Brasil, Reino Unido, Alemanha, Itália, Espanha, França são alguns países em que a profissão é bem reconhecida.

A nível internacional a IAA dá apoio às associações profissionais para o desenvolvimento da profissão. Portugal está a meio termo. Temos uma associação profissional com código de conduta e que disponibiliza normas técnicas atuariais mas não uma ordem profissional. Com a implicação de que não é necessário ser membro da associação profissional para exercer a profissão.

Como está a formação na área de atuariado?

Temos duas universidades nacionais (FCT-NOVA e ISEG-UL) que disponibilizam mestrados que abrangem a maioria da formação exigida pela AAE (e IAA) para que os detentores do grau possam ser atuários no IAP e dessa forma abrangidos pelo Mutual Recognition Agreement para poderem ser reconhecidos como atuários nas associações membros da AAE. Existem outros cursos que têm unidades curriculares sobre temas de atuariado.

A profissão já vai sendo mais conhecida a nível nacional. Existem novos desafios para os atuários a nível mundial com os riscos emergentes. Há quem entenda que os analistas de dados poderão ser uma ameaça à profissão. Por outro lado, com as novas normas contabilísticas temos quase uma figura de atuário contabilista.

É definitivamente uma profissão que tem evoluído muito e que terá de continuar a adaptar e evoluir como todas as outras. A investigação académica, as novas tecnologias, a vontade de aprender e a resiliência dos atuários garantem que estamos cá para acompanhar os novos desafios.

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Marcelo reafirma “compromisso total” de Portugal na NATO, “onde e quando for preciso”

  • Lusa
  • 20 Setembro 2022

“Nós estivemos, estamos e estaremos sempre preparados para cumprir [os compromissos da NATO], sem estados de espírito ou desculpas, até ao limite das nossas capacidades”, disse Marcelo.

O Presidente da República reafirmou esta terça-feira o “compromisso total” de Portugal na NATO, assegurando que o país irá cumprir as resoluções da Aliança “onde e quando for preciso”, sem “estados de espírito ou desculpas”.

“Em nome do povo português, eu reafirmo o compromisso total de Portugal enquanto membro da NATO, enquanto fundador da NATO, onde e quando for preciso”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa no Comando Aéreo da Força Aérea, em Monsanto (Lisboa), num discurso em inglês no âmbito da cerimónia comemorativa do 20.º aniversário do Centro Conjunto de Análise e Lições Aprendidas (JALLC, na sigla em inglês) da NATO, sediado naquele complexo.

Nesta cerimónia – em que também marcou presença a ministra da Defesa Nacional, Helena Carreiras –, o chefe de Estado garantiu que Portugal mantém os seus compromissos na ajuda ao “corajoso povo ucraniano”, mas também “nos Países Bálticos, na Roménia, no Oceano Atlântico, no mar Mediterrâneo, na melhoria da informação, em ações de prevenção de ciberataque, em análise geoestratégica”.

“Nós estivemos, estamos e estaremos sempre preparados para cumprir [os compromissos da NATO], sem estados de espírito ou desculpas, até ao limite das nossas capacidades”, reiterou Marcelo Rebelo de Sousa. O Presidente da República sublinhou que foi precisamente devido a esse compromisso que Portugal foi “um dos últimos – senão o último [país] – a deixar o Afeganistão”, recordando ainda que o próprio foi “o último chefe de Estado a estar em Cabul, mesmo antes do início da pandemia, no final de 2019”.

Permanecemos prontos e firmes, com os nossos soldados, nos campos de batalha mais difíceis, em todos os continentes, mas sobretudo na Europa”, frisou. Abordando os 20 anos do JALLC, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que foram “20 anos de sucesso” e de “trabalho pela paz, liberdade, direitos humanos e democracia”.

“Estes 20 anos celebram-se numa altura de guerra na Europa, uma guerra que não é apenas europeias, é global, porque os valores que estão em causa são globais, porque a lei internacional – que foi violada pela Federação Russa na Ucrânia – é global”, realçou. O Presidente indicou assim que é “precisamente por isso que, nas últimas décadas, mais do que nunca”, a NATO se tornou “muito mais do que uma Aliança de Estados ou uma Aliança de povos”.

“A NATO é uma garantia crucial de paz, segurança e respeito pela Carta das Nações, [é uma garantia] de liberdade e de dignidade humana”, disse. Pouco antes de descerrar uma placa junto de uma oliveira para assinalar o 20.º aniversário do JALLC, Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que a placa em questão “retrata o tempo de vida do JALLC, mas simboliza também os últimos 20 anos de paz e amizade entre os países da Aliança”.

“É um período difícil e os desafios são enormes. No entanto, eu acredito na paz e na amizade, eu acredito que os nossos valores são duradouros e que a Aliança, tal como a oliveira, irá sempre perdurar e florescer”, perspetivou. Dirigindo-se ao Comandante Supremo do Comando Aliado da Transformação da NATO, o general Philippe Lavigne, que marcou presença na cerimónia, Marcelo Rebelo de Sousa desejou-lhe as “boas-vindas” a Portugal. “Você está num país fiável, amigável e caloroso, que partilha os valores que distinguem a democracia da ditadura, a liberdade da opressão, a paz da guerra”, referiu.

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Primeira-ministra britânica confirma que vai reduzir impostos

  • Lusa
  • 20 Setembro 2022

O novo governo vai ainda levantar o limite aos bónus dos banqueiros imposto após a crise financeira global de 2008.

A primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss, afirmou esta terça-feira que está pronta para tomar “decisões impopulares” como levantar o limite aos bónus a banqueiros e reverter o aumento de impostos, para fazer crescer a economia do país.

Falando em entrevistas que deu em Nova Iorque antes da apresentação pelo governo de medidas orçamentais de emergência no final da semana, Truss disse que a redução de impostos é fundamental para estimular o crescimento económico, apesar de beneficiar mais os mais ricos do que os mais pobres.

“Temos de tomar decisões difíceis para ‘endireitar’ a nossa economia bem”, justificou Truss, adiantando que o governo vai olhar “para todas as taxas de imposto” e que “o imposto sobre as empresas tem de ser competitivo com outros países para poder atrair esse investimento.”

Truss, que é primeira-ministra há apenas duas semanas, enfrenta uma pressão imediata para cumprir as suas promessas de enfrentar uma crise de custo de vida que abala o Reino Unido e uma economia que se encaminha para uma recessão potencialmente longa.

Os críticos dizem que as suas opções pelo livre mercado, pontos de vista económicos de baixos impostos, inspirados pela antiga chefe de governo britânica Margaret Thatcher e antigo Presidente norte-americano Ronald Reagan, são a resposta errada à crise.

Truss, que está em Nova Iorque para participar na Assembleia Geral das Nações Unidas, confirmou que a alteração orçamental vai reverter um aumento de impostos sobre o rendimento em vigor este ano para ajudar a financiar os cuidados de saúde e vai anular um plano para aumentar o imposto sobre as empresas.

Deixou também claro que o governo vai levantar um limite aos bónus dos banqueiros imposto após a crise financeira global de 2008. “Não aceito este argumento de que a redução dos impostos é de alguma forma injusta”, disse em entrevistas às emissoras britânicas no Empire State Building.

“Devemos definir a nossa política fiscal com base no que vai ajudar o nosso país a ter sucesso – o que vai trazer uma economia que beneficia toda a gente no nosso país. O que não aceito é a ideia de que a redução de impostos para as empresas não ajuda as pessoas em geral”, declarou.

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Lagarde admite inflação acima da meta por mais tempo

  • ECO
  • 20 Setembro 2022

Presidente do Banco Central Europeu prevê recessão económica para o ano de 2023 e reforça ideia de "fazer o que for preciso" para que a taxa de inflação volte ao patamar dos 2% no médio prazo.

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, admite que a taxa de inflação na zona euro fique acima da meta por mais tempo do que estava inicialmente previsto. A responsável antecipou ainda mais subidas das taxas de juro, que poderão ser ainda mais expressivas do que os 75 pontos base anunciados no início de setembro.

“Espera-se que a inflação seja mais alta do que no final dos cenários projetados originalmente”, referiu Christine Lagarde num discurso proferido em Frankfurt, na Alemanha. A líder do BCE reforçou que a instituição “vai fazer o que for preciso” para repor a taxa de inflação no patamar dos 2% no médio prazo e garantir que não se “enraíze”.

Os produtos energéticos são o elemento que mais estão a contribuir para o aumento expressivo da taxa de inflação, “representando cerca de 30%” do aumento verificado desde o início do ano.

O BCE também prevê que a economia “vai contrair no próximo ano, antes de recuperar em 2024”, abrindo a porta a um cenário de recessão.

Christine Lagarde admitiu ainda que os choques gerados pela pandemia da Covid-19 e a guerra na Ucrânia criaram um “novo mapa global” nas relações económicas, que vão levar os constrangimentos de oferta de bens “a demorarem mais tempo do que no passado”.

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Estamos preparados para os desafios da cibersegurança? Ageas e convidados dizem que não

  • ECO Seguros
  • 20 Setembro 2022

A Ageas organizou uma conferência em parceria com a Ordem dos Economistas e com a Ordem dos Engenheiros, onde foram debatidos os desafios da segurança cibernética.

A seguradora promoveu uma análise do “Cyber Risk e os impactos na proteção da Sociedade” na 4.ª Conferência – Fórum Ordens Profissionais Ageas Seguros, que decorreu nos Montes Claros – Lisbon Secret Spot, e teve transmissão online.

Segundo Lino Santos, coordenador do Centro Nacional de Cibersegurança, ninguém está preparado para os riscos dos ciberataques. “Tivemos um aumento de 80% de incidência em relação a 2019″, partilhou. O especialista disse que “temos que trabalhar mais e desenvolver capacidades para prevenir quando acontecer, para que os ataques tenham o mínimo impacto possível”.

O coordenador apontou a importância de seguir o guia das melhores práticas para a cibersegurança, delineado de acordo com as referências internacionais. “Temos que nos preparar para um incidente, porque há uma assimetria entre as capacidades de proteção e as do atacante“, acrescentou.

Segundo o especialista, há, em Portugal, uma insuficiência nas áreas da literacia de cibersegurança e de recursos humanos, o que se torna ainda mais relevante num contexto em que “mais de metade dos ataques exploram o fator humano”, referiu Lino.A aposta em formação é essencial para a resiliência”, concluiu.

Pedro António, membro da Comissão Executiva do Grupo Ageas Portugal, afirmou que “ninguém está protegido. Isso é uma utopia”. E alertou que “se houver um ataque dirigido, é preciso grande capacidade de resistência”.

Cristina Siza Vieira, CEO e VP executiva da Associação da Hotelaria de Portugal, equiparou a preparação para ciberataques ao protocolo para incêndios. “Há uma série de protocolos, sabemos o que é preciso fazer mas é preciso testar e voltar a revalidar os procedimentos”. Ainda mais, numa altura em que importantes grupos hoteleiros, bem como empresas líderes como a TAP e a Uber já foram alvo de ataques digitais.

A representar a Ordem dos Economistas, Luís Sequeira apontou que este “é um problema de gestão e organização”. Para ele, a palavra-chave é organização e o essencial é “ter o cuidado de seguir as regras”.

O economista afirmou que “os casos que veem a público não são a totalidade. Apenas 10% dos ataques são do conhecimento público. 90% dos casos de ciberataques não são comunicados”. E disse que “a UE tem os mesmos problemas”.

Em representação da anfitriã Ageas Seguros, estiveram, nos Montes Claros, Gustavo Barreto, membro da Comissão Executiva Grupo Ageas Portugal, Fernando Santos, responsável das Ordens Profissionais do Grupo Ageas Portugal, Pedro António, membro da Comissão Executiva do Grupo Ageas Portugal e Pedro Machado, Data Protection Officer do Grupo Ageas Portugal.


Entre os especialistas que discutiram os desafios da segurança cibernética esteve o bastonário da Ordem dos Engenheiros, Fernando de Almeida Santos.

 Luís Sequeira é membro da Assembleia Representativa da Ordem dos Economistas e presidente da APCS (Associação Portuguesa de Consultores Seniores).

Ana Dias, CFO da Cofina, Pedro Ribeiro, CEO da Agile Information Security, e Vasco Amaral, presidente do Colégio Nacional Engenharia Informática também estiveram entre os oradores do evento.

A moderação da conferência esteve a cargo de Camilo Lourenço, jornalista, comentador, fundador e apresentador de “A Cor do Dinheiro”.

O programa da 4.ª Conferência – Fórum Ordens Profissionais da Ageas Seguros, pode ser consultado aqui.

A Ageas Seguros criou ainda um passatempo que irá selecionar vencedores de dois Apple Watch entre os participantes na conferência. O passatempo irá decorrer até ao dia 2 de outubro.

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Máscara em ambientes fechados com muitas pessoas deve ser “novo normal”

  • Lusa
  • 20 Setembro 2022

"É que também há a gripe, há outros vírus, o vírus sincicial respiratório. Portanto, é por uma melhor capacidade de prevenção”, justificou o presidente do Infarmed.

O presidente do Instituto Nacional Dr. Ricardo Jorge (INSA) considerou esta terça-feira que o uso de máscara em ambientes fechados com aglomerados de pessoas deve ser encarado como o “novo normal” para prevenir a transmissão de vírus como o SARS-Cov-2.

Fernando Almeida comentava desta forma à agência Lusa a recomendação da Direção-Geral da Saúde (DGS) para o uso de máscaras nas farmácias, nos transportes públicos e nos aeroportos, terminais marítimos e redes de metro e de comboio. “Acho importante [esta recomendação] e isto faz parte daquilo a que nós sempre chamámos do novo normal. E não é só por causa da covid-19. É que também há a gripe, há outros vírus, o vírus sincicial respiratório. Portanto, é por uma melhor capacidade de prevenção”, disse Fernando Almeida, à margem da conferência “Diagnóstico ‘In Vitro’: Mais Acesso, Melhor Saúde”, que decorreu no INSA, em Lisboa.

Por isso, prosseguiu, “em ambientes onde suspeitamos que vai haver muitas pessoas no estádio de futebol, uma viagem ou autocarro, comboio, naturalmente que aconselhamos, sobretudo as pessoas com deficiência, com mais idade, a usarem a máscara”. Relativamente à realização de testes à covid-19, Fernando Almeida disse que diariamente são realizados cerca de 20.000, 30.000 testes por dia.

Segundo o presidente do INSA, o teste está agora a adaptar-se à patologia que foi “totalmente modificada” com a vacinação. “As pessoas que hoje fazem testes são aquelas que têm sintomatologia ou suspeitam que estão infetados (…). Isso é aquilo que nós queremos”, disse. “Portanto, o teste hoje já não é tanto aquela questão de massificar, fazer a toda a gente. Hoje entramos numa utilização mais criteriosa do teste e diferente daquilo que são os objetivos da testagem”, rematou.

Na conferência, foi divulgado o estudo de avaliação do impacto dos diagnósticos ‘in vitro’(DIV) para a sustentabilidade do sistema de saúde, realizado pela NOVA IMS, que recomenda a criação de um modelo de ‘fast-track’(via verde) que possibilite uma rápida avaliação destes diagnósticos, tornando possível um maior acesso dos cidadãos à sua utilização, de forma a gerar poupança e a melhorar indicadores de saúde.

A criação desta autoridade independente para os DIV teria como objetivo regular e melhorar o acesso a testes de diagnóstico, operando de forma a garantir que existe um acesso qualificado a estes dispositivos, para dar acesso a cidadãos e profissionais de saúde a soluções de diagnóstico que durante anos não são disponibilizadas de forma equitativa no Serviço Nacional de Saúde, refere o estudo.

Para a realização do estudo, os investigadores falaram com peritos em sistemas de saúde, profissionais de saúde, associações de doentes para tentar perceber como é que todas estas entidades podem colaborar e articular-se para que – no caso de inovações que estejam cientificamente comprovadas, assim como o seu custo benefício – possam chegar às pessoas de forma rápida, disse à agência Lusa o coordenador do estudo, Guilherme Victorino.

Os peritos consideram que o DIV é uma componente fundamental do sistema de saúde, quer na prática clínica, quer para a saúde pública, sendo relevante para a gestão do doente, monitorização e rastreio populacional, bem como para a sustentabilidade global do Sistema.

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Inovação de dentro para fora dentro das empresas

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  • 20 Setembro 2022

A 13.ª edição da Conferência Q-day está para breve: dia 21 de setembro, na Culturgest. Falámos com o Administrador da Quidgest sobre os desafios atuais e as tendências do futuro.

A edição de 2022 da Conferência Q-Day é já amanhã, dia 21 de setembro, com o tema “Innovation from Within”. Em entrevista a João Paulo Carvalho, Administrador e co-fundador da Quidgest, fomos saber mais sobre a escolha deste tema, a importância dele para o panorama global atual e de que forma vê a Quidgest o futuro.

A Quidgest foi criada em 1988, e desde então que são pioneiros na área da Inteligência Artificial aplicada a softwares de gestão. Que balanço faz dos últimos 34 anos?

Um balanço necessariamente positivo. Fomos pioneiros na investigação e somos uma escola na utilização de padrões, modelos e inteligência artificial (IA) para o desenvolvimento de software. Temos uma tecnologia extremamente competitiva, o Genio. Construímos um portfólio de produtos bastante completo, nas nossas dez áreas de competência, nas quais oferecemos aos nossos clientes o suporte de equipas muito especializadas. Montamos soluções por composição destes produtos. Implementámos, com sucesso e em co-inovação, estas soluções em centenas de clientes de referência. Mantemos um processo de disponibilização contínua de novas versões, em linha com as ambições do DevOps e da Transformação Digital. Somos uma equipa inovadora, multicultural, experiente, especializada, competente e empenhada. Somos financeira e tecnologicamente sustentáveis. Temos excelentes parceiros. Sem falsas modéstias, só temos de fazer um balanço positivo.

Desde 2009 que a Quidgest promove a Conferência Q-Day. Qual a importância do tema escolhido este ano, inserido no contexto global?

Sim, é a décima terceira edição, o Q-Day já é uma tradição na reentrada pós-férias e temos um conjunto vasto de fiéis conferencistas, que nos honram com a sua presença e as suas sugestões todos os anos.

O tema que escolhemos, este ano, é “innovation from within / inovação a partir de dentro” e decorre da experiência do nosso ecossistema de inovação, incluindo clientes e parceiros.

Porque é este tema tão importante?

O digital é a revolução tecnológica dos nossos dias. A competitividade das nações e das empresas depende da sua capacidade digital. Mas há um problema, e é um problema global. Não existem criadores de soluções digitais em número suficiente para sustentar esta revolução, para assegurar que a tecnologia chega rapidamente a todos os processos que dela necessitam.

Se queremos fomentar a inovação e promover os inovadores, temos de capacitar muito mais pessoas, dentro das nossas organizações, com tecnologias digitais poderosas.

A IA aplicada à geração de software permite a rápida requalificação de um número elevado de pessoas que têm as competências para aprender a modelar, mas não as competências ou a disponibilidade para escrever código.

Aliás, a tese da Quidgest é que, no futuro, saber programar deixará de ser útil, porque a criação de software se fará a um nível mais elevado de abstração, usando padrões para modelar e não código de programação. Esta evolução não é utópica. É a prática da Quidgest e dos seus parceiros há décadas e já se viu a força desta tendência quando os programadores, à exceção de um número muito reduzido de especialistas, deixaram de trabalhar em assembly. O caminho para a abstração, isto é, para o desenvolvimento de soluções de forma mais entendível por humanos e mais distante das máquinas, é inevitável.

A inovação contínua é uma responsabilidade de todos?

Sim, é uma responsabilidade de todos e de cada um de nós. Em último caso, também todos beneficiamos. E, na realidade, há muitas diferentes formas de ser inovador. Cada um pode ser inovador de acordo com a sua personalidade. Descobrir o inovador que há em cada um dos elementos da sua equipa é a primeira responsabilidade de um líder.

E é um processo contínuo. Como dizia Cesário Verde e é lembrado numa estação do Metro, em Lisboa: “Se eu não morresse, nunca, e eternamente buscasse e conseguisse a perfeição das coisas”. Claro que é, também um contraste com o espírito do quiet quitting, que nem sequer é inovador.

Existe alguma fórmula de sucesso para fomentar a inovação de dentro para fora?

Esse será um dos temas em debate no Q-Day 2022. Temos de participar para o descobrir.

A Quidgest tem uma fórmula: maior sucesso depende de um maior número de iniciativas, de um maior número de campeões da inovação e de um tempo mais reduzido de implementação das inovações. E, em relação à inovação digital, ajudamos a melhorar estes três fatores. No Q-Day, vamos explicar como.

Os conferencistas vão certamente avançar com outras fórmulas e diferentes perspetivas. Por exemplo, baseadas na liderança ou na gamificação. É possível inventariar um conjunto de práticas que têm um efeito positivo na transformação digital: crowdsourcing, self-services, shift-left, balcão único, automação de processos, citizen development, hiper-agilidade, digital twins. São muito mais do que buzzwords.

Por outro lado, sabemos que há fórmulas que resultam precisamente no contrário: a culpabilização dos empreendedores internos que, apesar da sua iniciativa, falham nos seus objetivos; o bullying sobre quem faz, sobre quem mostra mais empenho. A primeira condição para o sucesso é eliminar esta cultura tóxica, neutralizar os neutralizadores.

A partilha de experiências de empresas e organizações que têm liderado a inovação interna, dos desafios que superaram e dos resultados que alcançaram, será certamente enriquecedora.

Qual a importância dos intraempreendedores para as organizações onde trabalham? Que exemplos de sucesso pode partilhar?

Fazem toda a diferença, a ponto de @s intraempreendedor@s se tornarem as verdadeiras vantagens competitivas das suas organizações. Têm orgulho no que fazem, motivam outros a segui-l@s e até desafiam os seus pares a superá-l@s.

Há exemplos muito variados, de acordo com o seu perfil de inovação.

Primeiro exemplo, os divulgadores, que são bons contadores de histórias. As boas histórias propagam-se sozinhas e são a base do crescimento exponencial (growth hacking). Muitas vezes subestimados, os contadores de histórias são essenciais no processo de inovação a partir de dentro. Na verdade, inovar é mais encontrar uma boa utilização (um bom mercado) do que construir um bom produto.

Segundo exemplo, os saltadores de obstáculos, que questionam e ultrapassam os “impossíveis”. Um processo que é muito lento e que sempre se justificou “por ser muito complexo” e que um intraempreendedor decide revolucionar, passando a demorar um centésimo do tempo. A transformação digital permite ganhos desta magnitude (cem vezes) e há inúmeros casos de estudo. A formação de produtores de soluções digitais, com a Academia Genio, é um destes casos.

Terceiro exemplo, os visionários que identificam padrões onde outros não conseguem ver senão problemas. A partir dessa identificação, abstraem de um contexto particular e criam uma solução que resolve aquele problema para sempre. O conceito de Genio decorre desta lógica. Os nossos inovadores internos todos os dias identificam e automatizam padrões. De dados, de negócio, de interfaces, de fluxos de trabalho ou de segurança, entre outros. Todos os dias o Genio tem uma versão ainda melhor.

Quarto exemplo, os inovadores internos capacitados para criar soluções digitais, quer as periféricas, quer as nucleares. Existe um crescente consenso de que a solução para a enorme falta de produtores digitais, em todo o mundo, reside nos citizen developers ou business technologists. Isto é, pessoas que vieram do negócio, não da informática, e que são tão proficientes quanto os informáticos na criação de software. No Q-Day, também vamos mostrar o que os business technologists podem fazer com a modelação e a IA do Genio. Por comparação, muito mais do que com outras tecnologias de desenvolvimento, incluindo o low code ou o RPA. Na Quidgest, os engenheiros do conhecimento, vindos e profundos conhecedores dos negócios, já constituem a maioria dos produtores de novas soluções.

Qualquer funcionário pode ser um intraempreendedor?

Qualquer colaborador ou membro de uma equipa pode ser um intraempreendedor. Se alguém se define como “funcionário”, já pode ser diferente, depende do que está subjacente a essa designação. Quem se limite à execução das suas funções, mesmo que o faça de forma obediente, diligente e inteligente fica aquém do seu potencial e tem uma vida bem mais triste. Como dizia Gary Hamel: “obediência, diligência e inteligência, eu consigo até do meu cão”. A excelência profissional vem de qualidades superiores: iniciativa, inovação e prazer no que se faz.

Muito do segredo do brio profissional está na dinâmica da equipa. Por isso, os círculos de qualidade, os centros de inovação, os laboratórios de experimentação fazem a diferença. Melhor ainda, a afirmação de toda a empresa como uma empresa inovadora, através de uma forte cultura empresarial e de tecnologias adequadas, como o Genio.

Mas ainda temos de trabalhar a compatibilidade destas dinâmicas coletivas da equipa com as novas organizações do trabalho, nomeadamente remoto ou híbrido. Este também é um tema atual, para o Q-Day deste ano.

O que podemos esperar do painel da 13.ª edição do Q-Day 2022?

Em relação à transformação digital, percebemos que todos, em particular os que assumem maiores responsabilidades estratégicas, partilhem algum sentimento de incapacidade quando comparam o que têm, a dura realidade, com o que desejariam ter: “tenho dezenas de projetos em espera”; “tudo leva demasiado tempo a ser desenvolvido”; “tenho excelentes pessoas mas não são programadoras”; “faltam-me cem programadores”; “tornar alguém um produtor digital, não apenas um utilizador ou operador, requereria anos de aprendizagem”…

Ao longo dos painéis desta edição da conferência Q-Day, não colocamos apenas questões, apresentamos também respostas. Experiências, conselhos, ideias, sugestões, boas práticas…

A última coisa que queremos é que aquele sentimento inicial de frustração permaneça no final da conferência. Vamos mostrar que temos respostas adequadas a quaisquer ambições fazendo, de muitos dos inovadores internos, criadores de soluções, génios digitais.

Os eventos da Quidgest são um espaço para antecipar e definir tendências. Como olha o futuro?

É verdade. Se se repetir o verificado em anteriores Q-Days, nos próximos anos o tema “inovação a partir de dentro” vai ser glosado em outras conferências. Será um bom sinal.

Somos otimistas, mas neste momento vemos o futuro com alguma preocupação. A nível mundial, está muita coisa em jogo. O Q-Day de 2021, sobre os objetivos do desenvolvimento sustentável, uma ambiciosa agenda subscrita por todos os países nas Nações Unidas, foi apenas há um ano, mas regredimos enormemente numa agenda comum para a humanidade e para o planeta.

Esperamos que a aventura revivalista seja gorada e que os temas ligados a uma perspetiva humanista global, focada nas pessoas, no progresso, no planeta e na paz voltem a prevalecer. São esses os temas que justificam o Q-Day.

Os temas que, ao longo dos anos, debatemos no Q-Day inscrevem-se num pensamento de progresso humano: sustentabilidade, inovação, ciência, empreendedorismo, desenvolvimento. Naturalmente que vemos com muita preocupação a emergência do direito do mais forte e do bullying nacionalista.

Na transformação digital, as tendências que mais antecipamos são a dissolução da barreira ente a informática e o negócio, a fusão da estratégia digital com a estratégia da empresa; a emergência de novas profissões digitais, já não focadas em código; a substituição dos muitos sistemas obsoletos que ainda sustentam as organizações; a redução drástica dos tempos que medeiam entre a ideação e a entrada em produção das soluções digitais; e a disponibilização contínua, diária, de versões melhoradas das soluções.

Certamente são temas de que voltaremos a falar em próximos Q-Days.

Aos leitores da Eco, uma palavra final: mostrem-nos o que têm feito neste domínio da inovação interna. Conhecer o que já se faz nas vossas equipas reforça a dinâmica da comunidade inovadora. Contamos com a vossa presença e convidem para o Q-Day 2022, em nosso nome, todos os que partilham estas perspetivas.

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Portugal espera rápido aval na UE a taxa aos lucros extraordinários mas quer mais medidas

  • Lusa
  • 20 Setembro 2022

O secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Tiago Antunes, acredita que há "condições" para as medidas propostas pela Comissão "serem aprovadas no Conselho de 30 de setembro".

O Governo português disse esta terça-feira esperar um rápido aval, na União Europeia (UE), às medidas propostas pela Comissão Europeia sobre o setor energético, como a taxação dos lucros extraordinários, elencando porém medidas “que faltam” no pacote de Bruxelas.

Creio que haverá condições para serem aprovadas no Conselho [de Energia] de 30 de setembro, mas há outros aspetos que faltam em matéria de energia e sobre os quais é preciso fazer algum trabalho”, declarou o secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Tiago Antunes, falando em declarações aos jornalistas portugueses em Bruxelas no final de um Conselho de Assuntos Gerais.

No dia em que o primeiro-ministro, António Costa, afirmou que Portugal apoiará a proposta da Comissão Europeia para taxar em pelo menos 33% os lucros extraordinários de empresas energéticas, Tiago Antunes apontou que Portugal tem uma “posição genérica de apoio a esta proposta” do executivo comunitário, tal como em relação às outras medidas sugeridas, embora defenda que “há questões a discutir quanto à sua implementação”.

“Quanto ao desenho concreto destas medidas, […] para Portugal é importante garantir flexibilidade dos Estados-membros na aplicação deste mix de medidas, garantindo o cumprimento dos objetivos globais que a Comissão Europeia visa alcançar com esta proposta de regulamento, mas mantendo alguma flexibilidade porque, por exemplo, nós temos já em vigor um mecanismo ibérico, que tem provado ser um sucesso na redução dos custos de eletricidade”, elencou. A estimativa de Tiago Antunes é que, aquando do Conselho Europeu de final de outubro, “esta proposta de regulamento que está em discussão esteja, por essa altura, plenamente aprovada e em vigor”.

Já quanto às medidas que ainda não constam do pacote apresentado por Bruxelas, o secretário de Estado apontou “o tema das interconexões” de eletricidade e de gás entre Portugal, Espanha e o resto da Europa, a necessidade de “avançar nas aquisições conjuntas de gás” como aconteceu com a compra de vacinas anticovid-19, “a introdução de limites de preço relativamente ao gás”, nomeadamente o que é importado da Rússia, e ainda a reforma do atual mercado da eletricidade para haver uma desagregação dos preços face aos do gás.

“Esse é um tema que vai para lá do pacote atual que está em cima da mesa, que estou em crer, estará aprovado na altura do Conselho Europeu e, portanto, julgamos que os líderes [da UE] devem debruçar-se sobre estas ou outras matérias que são decisivas no plano energético atual”, adiantou. A posição surge depois de, na passada quarta-feira, a Comissão Europeia ter proposto uma taxação de 33% sobre os lucros extraordinários das empresas de petróleo, gás, carvão e refinaria, cujas receitas deverão ser “cobradas pelos Estados-membros e redirecionadas para os consumidores de energia”, para aliviar preços.

Contas da Comissão Europeia revelam que esta medida poderia resultar num total de 25 mil milhões de euros para os Estados-membros. Outra das medidas em cima da mesa é uma redução obrigatória temporária de 5% no consumo da eletricidade nas horas de pico, mais caras, e uma diminuição de 10% para a procura em geral, visando assim reduzir os preços do gás.

A Comissão Europeia propôs ainda, na passada quarta-feira, um teto temporário de 180 euros por Megawatt-hora para eletricidade produzida sem recorrer ao gás, mas a partir de fontes como renováveis e nuclear, prevendo cobrança das receitas acima deste limite. Segundo o executivo comunitário, esta medida poderia resultar num total de 117 mil milhões de euros para os Estados-membros.

As tensões geopolíticas devido à guerra na Ucrânia têm afetado o mercado energético europeu, desde logo porque a UE depende dos combustíveis fósseis russos, como o gás.

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