População total da UE baixa para 446,8 milhões com a pandemia

  • Lusa
  • 11 Julho 2022

O número total da população da União Europeia voltou a baixar este ano, para 446,8 milhões de pessoas, anunciou o Eurostat, atribuindo a redução à pandemia de Covid-19.

O número total da população da União Europeia (UE) voltou a baixar este ano, para 446,8 milhões de pessoas, anunciou o Eurostat, atribuindo a redução à pandemia de Covid-19.

Numa publicação a propósito do Dia Mundial da População, que se assinala esta segunda-feira, o Eurostat divulga que, “após um primeiro declínio no crescimento da população em 2020 devido ao impacto da pandemia de Covid-19, a população da UE diminuiu novamente em 2021, de 447 milhões a 1 de janeiro de 2021 para 446,8 a 1 de janeiro de 2022”.

De acordo com o serviço estatístico europeu, verificou-se também, pelo segundo ano consecutivo, uma situação de mudança natural negativa, com mais mortes do que nascimentos, “muito provavelmente devido ao impacto da pandemia”.

Assim, a primeira estimativa sobre este ano indica que se registaram, na UE, mais 531.000 mortes em 2020 do que em 2019, a comparar com 113.000 mais mortes em 2021 do que em 2020.

A população da UE cresceu de 354,5 milhões em 1960 para 446,8 milhões em 1 de janeiro de 2022, um aumento de 92,3 milhões de pessoas, mas este crescimento tem vindo a diminuir gradualmente nas últimas décadas.

De acordo com o Eurostat, a população da UE aumentou, em média, em cerca de 700 mil pessoas por ano durante o período de 2005 a 2022, em comparação com um aumento médio de cerca de três milhões de pessoas por ano durante a década de 1960.

Por país, a população de cada Estado-membro da UE variava, no início deste ano, entre cinco milhões em Malta e 83,2 milhões na Alemanha. A Alemanha, França e Itália, em conjunto, representavam, a 1 de janeiro de 2022, quase metade (47%) da população total da UE. Portugal ficava a meio da tabela, sendo o 12.º país com mais população entre os 27 Estados-membros.

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Presidente angolano despede-se do seu antecessor evocando legado da paz

  • Lusa
  • 11 Julho 2022

O velório público iniciou-se esta segunda-feira, em Luanda, no Memorial Agostinho Neto, local fúnebre onde repousam os restos mortais do primeiro Presidente angolano.

O Presidente angolano, João Lourenço, despediu-se esta segunda-feira do seu antecessor, José Eduardo dos Santos, que morreu na sexta-feira em Barcelona, vincando o seu legado para a paz e reconciliação nacional.

O velório público iniciou-se esta segunda, em Luanda, no Memorial Agostinho Neto, local fúnebre onde repousam os restos mortais do primeiro Presidente angolano, numa manhã cinzenta de cacimbo que tornou mais carregados os tons de luto no monumento.

Entre bandeiras negras a meia haste e cartazes debruados com faixas pretas, descrevendo “Zedu” como “um homem do povo” e “um bom patriota” “com o MPLA no coração”, estendia-se a longa passadeira vermelha que João Lourenço percorreu, pontualmente às 10h00, até chegar à tenda preparada para as homenagens, onde abriu o livro de condolências.

Na sua mensagem, evocou o “momento de dor e consternação” em que “os angolanos choram o Presidente José Eduardo dos Santos”, destacando a sua entrega na defesa da independência e da soberania nacional “nos momentos mais críticos do país”.

“Vergamo-nos e honramos a sua memória, defendendo e perpetuando a sua maior obra, a paz e a reconciliação nacional”, acrescentou o chefe do executivo angolano, manifestando os “mais profundos sentimentos de pesar” à família enlutada.

Na tenda, onde flores e velas acesas rodeiam a foto do antigo chefe de Estado, podia ler-se uma biografia com as datas mais importantes da vida, cenário acompanhado com trecho musical solene a condizer com momento pesaroso.

Por ali passaram grande parte dos membros do executivo e representantes dos órgãos de soberania e dos tribunais superiores, bem como alguns históricos pertencentes ao MPLA, partido que governa Angola desde a independência, em 1975, que fizeram fila para escrever a sua mensagem de despedida do ex-Presidente.

No entanto, não estiveram presentes membros da família, a maioria dos quais se encontra em Barcelona, com exceção do filho Filomeno dos Santos “Zenu”, que aguarda em liberdade a decisão sobre o recurso que interpôs após ter sido condenado a cinco anos prisão e que alegadamente não pode sair de Luanda por lhe ter sido retirado o passaporte.

O presidente da Assembleia Nacional, Fernando Dias dos Santos “Nandó”, segundo a assinar o livro de condolências, recordou entre os momentos marcantes com José Eduardo dos Santos a altura em que este o indicou como vice-ministro e comandante da Polícia.

“Teve o cuidado de me dizer: é uma pena indicarmos um jovem para estas importantes missões, mas alguém tem de as cumprir, nós estamos aqui para apoiar e ajudar. E ajudou e fizemos essa caminhada, até que conseguimos alcançar a paz e consolidar a unidade nacional”, salientou.

“Nandó” afirmou que se despede de José Eduardo dos Santos com um sentimento de “gratidão” e sublinhou o dever de honrar a sua memória “continuando a servir o bem deste povo”.

A Presidente do Tribunal Constitucional, Laurinda Cardoso, afirmou que José Eduardo dos Santos lhe deixou muitas recordações, de que deu nota no livro de condolências, lembrando a posição que este assumiu quando foi discutida a Lei da Toponímia, de que só se deveria homenagear o nome das pessoas depois de falecidas, em detrimento dos vivos.

“Foi uma das notas que me fez refletir”, disse aos jornalistas, visivelmente emocionada.

A presidente do Tribunal de Contas, Exalgina Gamboa, que foi secretária de Estado das Relações Exteriores de Eduardo dos Santos, salientou, por seu turno, “com muito orgulho”, que “os heróis não morrem”, descrevendo-o como “um grande estadista”.

“Ele ficará sempre na nossa memória. Choramos o passamento físico do camarada-presidente José Eduardo dos Santos, mas o legado que deixou é um legado glorioso, pelos seus feitos gloriosos, pela África e pelo povo”, elogiou.

O monumento será aberto a todos os cidadãos que quiserem prestar homenagem a José Eduardo dos Santos, a partir das 14h00, enquanto em Barcelona, a cidade espanhola onde morreu, decorrem negociações entre a família e o executivo sobre a realização do funeral.

O Governo angolano declarou que pretende fazer um funeral de Estado em Luanda, decisão a que se opõe uma das filhas mais velhas, Tchizé dos Santos, afirmando que essa não era a vontade do pai, e que José Eduardo dos Santos não queria ser sepultado em Angola enquanto João Lourenço estiver no poder.

Angola vai observar luto nacional por sete dias o que significa que nas instituições públicas as bandeiras estão colocadas a meia haste.

Estão igualmente proibidos eventos políticos, desportivos e culturais, o que obrigou já ao cancelamento dos comícios que os principais partidos angolanos tinham agendado para sábado, bem como adiamento de festivais, espetáculos musicais e encontros que estavam previstos para a próxima semana.

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Gasolina mais barata e gasóleo mais caro em relação ao “preço eficiente”, estima ERSE

Na semana passada, o preço da gasolina e do gasóleo inverteram papéis, quando comparado com a semana anterior. Enquanto a gasolina simples esteve mais barata, o gasóleo ficou acima do preço eficiente.

Na semana passada, a gasolina simples 95 esteve mais barata o gasóleo mais caro em relação ao preço tido como eficiente pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE).

De acordo com o boletim divulgado esta segunda-feira, com a supervisão dos preços de venda ao público, enquanto a gasolina esteve 0,2 cêntimos por litro [cent/l] abaixo do “preço eficiente”, o gasóleo esteve 1,9 cent/l acima. Em termos percentuais, escreve o regulador, “a gasolina 95 simples foi anunciada nos pórticos 0,1% abaixo do “preço eficiente” e o gasóleo simples foi anunciado 0,9% acima“, lê-se no documento.

O preço eficiente é um preço médio semanal determinado pela ERSE e resulta da soma dos preços dos combustíveis nos mercados internacionais de referência e dos respetivos fretes marítimos, a logística primária. Nesta última parcela incluem-se as reservas estratégicas e de segurança do Sistema Petrolífero Nacional, os sobrecustos com a incorporação de biocombustíveis e a componente de retalho acrescida dos impostos respetivos.

Segundo a ERSE, o preço eficiente calculado para a semana de 4 de julho a 10 de julho, no caso da gasolina, situou-se nos 2,129 euros, enquanto o preço no pórtico foi de 2,127 euros e o preço com descontos de 2,076 euros. Já o gasóleo registou um preço eficiente de 2,033 euros nessa mesma semana, no pórtico de 2,052 euros e com descontos de 1,981 euros.

Para a semana de 11 a 17 de julho, o regulador informa que o preço eficiente antes de impostos será de 1,218 euros por litro para a gasolina 95 simples e de 1,262 euros por litro para o gasóleo simples. Após impostos, o preço eficiente sobe para 2,060 euros por litro e 1,962 euros por litro, para a gasolina 95 simples e para o gasóleo simples, respetivamente.

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DST afasta-se dos investimentos da Efacec com apoios do PRR

Grupo de Braga frisa que projetos aprovados à Efacec são “responsabilidade da administração e dos atuais acionistas”. Nos dois consórcios que lidera, calcula que receberá apoio máximo de 35 milhões.

O grupo DST, que está em processo de negociação com o Estado para a compra da Efacec, afasta-se dos projetos de investimento que a empresa intervencionada pela Estado candidatou – e viu serem aprovados – às chamadas Agendas Mobilizadoras para a Inovação Empresarial, no âmbito do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR).

Num comunicado emitido esta segunda-feira, o grupo liderado por José Teixeira salvaguarda que “a submissão [das agendas lideradas pala Efacec] é da responsabilidade da sua atual administração [liderada por Ângelo Ramalho] e dos seus atuais acionistas“: a Parpública e a MGI Capital, que detém 28,27% e é detida a meias pelo Grupo José de Mello e pela Têxtil Manuel Gonçalves (TMG).

Os termos do acordo já feito para a alienação da Efacec estão sob avaliação da Comissão Europeia, e como o ECO revelou na semana passada, Bruxelas considera que o negócio configura um auxílio de Estado e, por isso, o Governo está a tentar renegociar o acordo. Nesta nota, a DST clarifica que “em nenhuma circunstância, alinhado com o vendedor e com o Banco de Fomento, aceitará participar numa transação que configure auxílios do Estado”.

José Teixeira, presidente do grupo DST

Esta reação aos apoios do PRR surge na sequência da contestação da construtora Casais aos resultados da segunda fase deste concurso, apresentada após saber que o seu investimento de 47 milhões de euros na área da construção industrial sustentável tinha sido excluído do financiamento. Como o ECO adiantou, nesse requerimento em que alega “distorção da concorrência e risco de monopólios”, é feita uma referência crítica e explícita à aprovação de dois projetos liderados pela DST, e são somados os dois do universo da Efacec (Aliança para a Transição Energética, no valor de 342,6 milhões de euros; e H2DRIVEN Green Agenda, 307,8 milhões) a que também foi dada “luz verde”.

“Os pontos de contacto são inúmeros, indiciando uma concentração dos apoios. É incompreensível que, na perspetiva das boas práticas de gestão na aplicação dos fundos públicos comunitários, se coloquem ‘todos os ovos no mesmo cesto’, quando este setor necessita de uma transformação transversal que envolva o máximo de entidades possíveis. Essa concentração também é visível quando analisamos o valor de ativo e volume de negócios do beneficiário último DST SGPS, e confrontamos com os valores de apoio candidatado nestas Agendas. Existem limites impostos pela própria Comissão Europeia e esse fator, per si, pode ser suficiente para obstaculizar irremediavelmente a implementação de alguma das quatro agendas deste último beneficiário”, denunciou a Casais.

Apoio máximo de 35 milhões

Esta segunda-feira, além de salientar que nada tem a ver com os projetos que foram candidatados pela Efacec, a DST frisa que, do investimento total de 454 milhões de euros nas duas agendas que lidera e que foram aprovadas pelo júri (R2UTechnologies, 215 milhões; NGS – New Generation Storage, 239 milhões), o investimento conjunto do grupo minhoto fica-se pelos 101,7 milhões de euros, uma vez que esses projetos envolvem 105 entidades: 42 do sistema científico e 63 empresas (das quais 30 são PME).

Deste valor de 101,7 milhões de euros que diz ser da sua responsabilidade nestes dois investimentos, a DST “espera que o incentivo possa vir a ser de 35%”, calculando, assim, que os apoios públicos que receberá nestes dois projetos “poderão ter como valor máximo 35,59 milhões de euros”.

Numa reação a uma notícia do semanário Nascer do Sol, que falava no envolvimento do grupo de Braga noutros projetos, como o que foi apresentado pela Savannah, este comunicado aproveita para fazer o desmentido. “A Savannah não faz parte de nenhuma agenda liderada pelo dstgroup e este não faz parte de nenhum consórcio em que a Savannah esteja incluída. Mais, o dstgroup não tem qualquer relacionamento societário com a Savannah”, resume.

Na apresentação pública dos 51 projetos que foram selecionados pelo júri, a 21 de junho, o primeiro-ministro anunciou que as agendas mobilizadoras que têm subjacente uma proposta de investimento de 7,5 mil milhões de euros vão receber três mil milhões em apoios públicos. António Costa garantiu que ao júri, constituído por peritos nacionais e internacionais, foi dada a indicação de escolher os projetos apenas com base no mérito, sem ter em conta limitações de recursos. Isto porque, apesar de as agendas mobilizadoras terem só 930 milhões de dotação inicial, o governante já tinha dito que a verba adicional do PRR de 1,6 mil milhões de euros seria alocada a este dossiê, que tem sido muito acarinhado pelo chefe do Executivo.

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Deco recebe mais de 25 queixas por dia na última semana sobre voos cancelados ou adiados

  • Lusa
  • 11 Julho 2022

Desde domingo 3 julho, foram recebidas 211 queixas relativas a voos cancelados "ou adiados por muitas horas", revelou a Deco.

A Deco recebeu na última semana mais de 25 reclamações por dia de consumidores prejudicados por voos cancelados ou adiados nos aeroportos portugueses, sobretudo no aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa.

Desde domingo 3 julho, foram recebidas 211 queixas relativas a voos cancelados “ou adiados por muitas horas”, revelou a Deco – Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor, em comunicado divulgado esta segunda-feira.

“A linha whatsapp da Deco não tem parado ao longo destes dias”, afirma, adiantando ter solicitado uma reunião à TAP para mediar os conflitos de consumo dos consumidores.

A associação diz que, sem prejuízo de uma resposta do Ministério das Infraestruturas, “exige” planos de contingência e ser envolvida “na definição de respostas para minorar os danos” dos passageiros.

“A esta situação já caótica, acresce ainda o problema sentido por muitas centenas de passageiros que ficaram sem bagagem”, acrescenta, lembrando que, segundo a lei, os consumidores têm direito a uma indemnização “de cerca de 1.600 euros por perda, danos ou atraso”.

Nas últimas semanas, tem-se assistido a uma vaga de cancelamentos e perturbações na operação das companhias aéreas e aeroportos, sobretudo devido a falta de pessoal, num contexto de recuperação rápida do transporte aéreo, depois da pandemia da covid-19.

Na origem dos problemas nos aeroportos, estão falta de pessoal, greves e outros fatores externos agravantes, nomeadamente climáticos, relacionados com a covid-19 ou com imprevistos.

Segundo um estudo elaborado pela Allianz Trade, acionista da Cosec – Companhia de Seguro de Créditos, o cancelamento de voos pode tornar-se no “novo normal na Europa”, com as companhias aéreas a terem poucos incentivos para contratar e aumentar massa salarial, numa altura de aumento dos preços dos combustíveis.

No documento lê-se que “os voos cancelados podem tornar-se o novo normal na Europa à medida que as companhias aéreas se esforçam por proteger as margens, num contexto de subida dos preços dos combustíveis” em 89%, no acumulado deste ano.

Assim, tendo em conta que “os salários que representam 25% das receitas (face à média global de 19%), as companhias aéreas europeias têm pouco incentivo para resolverem a escassez de pessoal a curto prazo”, indicou a Allianz Trade.

Consequentemente, “as tarifas aéreas estão a disparar na Europa”, sendo que “após anos de quedas”, o estudo estima que os preços aumentem 21% em 2022, acrescentando que “embora isto faça crescer a receita em +102% em termos homólogos, em 2022, isso não será o suficiente para evitar um terceiro ano consecutivo de prejuízos”, de cerca de 9,7 mil milhões de dólares (cerca de 9,4 mil milhões de euros), garantindo que as “companhias aéreas europeias não atingirão o ‘break-even’ até 2023”.

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André Folque assume marketing digital do Licor Beirão

Havas Media Portugal e Mediacom, onde estava como head of digital e managing partner, fazem parte do percurso de André Folque, que nos últimos 10 anos trabalhou na área da media.

A equipa de marketing do Licor Beirão foi reforçada com a contratação de André Folque, diretor de marketing digital e também responsável pela compra de meios.

“A vasta experiência de André Folque é uma mais-valia na liderança de uma equipa em forte crescimento”, justifica Daniel Redondo, do Licor Beirão, acrescentando que “através desta aposta reforçada no digital, procuraremos ainda alavancar parcerias de valor para a marca, com players no mercado de media, data e tecnologia”.

O Licor Beirão pretende com esta contratação reforçar o investimento no universo digital e também na inovação, aposta que se estende além-fronteiras, acrescenta a empresa, uma vez que também inclui as marcas da Companhia Espirituosa e da recém-lançada Casa Redondo.

Havas Media Portugal e Mediacom, onde estava como head of digital e managing partner, fazem parte do percurso de André Folque, que nos últimos 10 anos trabalhou na área da media.

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Espanha. Colaboradores da Telefónica rejeitam semana de quatro dias de trabalho

Até agora, apenas 1% dos colaboradores manifestaram interesse em trabalhar 32 horas. A proposta mantém-se apenas durante mais quatro dias.

Os trabalhadores da Telefónica Espanha recusaram, quase unanimemente, a proposta da companhia de passarem a trabalhar nos moldes da semana de quatro dias. Esta implicava uma redução de salarial correspondente, ainda que a empresa assegurasse uma bonificação de 20% da perda. Até agora, apenas 1% dos colaboradores decidiram passar a trabalhar 32 horas. A proposta mantém-se apenas durante mais quatro dias.

A principal causa para a falta de interesse por parte dos funcionários prende-se com o atual contexto de recessão e incerteza económica. A proposta da companhia não resultou suficientemente atrativa para os colaboradores devido à redução salarial que implicava, adianta o El País (acesso livre, conteúdo em espanhol).

Com a “Jornada Semanal Flexível Bonificada”, os colaboradores passam a trabalhar 32 horas por semana, oito diárias, de segunda a quinta-feira, em vez das 37,5 horas que trabalham atualmente durante os cinco dias da semana. A redução de horário vem acompanhada de uma redução proporcional de salário. No entanto, a empresa espanhola compensa 20% dessa perda de rendimento.

Qualquer um dos 18.000 colaboradores da Telefónica Espanha pode ainda manifestar voluntariamente o seu interesse em incorporar a medida durante os próximos quatro dias.

Em outubro do ano passado, a companhia espanhola pôs em marcha um projeto-piloto que obteve o interesse e participação de 150 funcionários. Posteriormente, já em junho deste ano, a direção e os sindicatos chegaram a acordo para estender a semana laboral reduzida a todos os colaboradores. Assim, de 9 de junho a 15 de julho, a empresa colocou a proposta em aberto para que os trabalhadores interessados manifestassem o seu interesse.

Apesar de ainda faltarem quatro dias para terminar o prazo, há apenas mais três dezenas de trabalhadores interessados neste regime laboral do que aqueles que se uniram ao anterior projeto-piloto.

Para os que disseram “sim” à semana de quatro dias, a medida tem efeitos a partir de 1 de setembro e finalizará a 31 de dezembro de 2022. A intenção da empresa é ir renovando este modelo de forma a anual a partir de janeiro de 2023.

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Costa pede cuidado porque só há fogo com “mão humana”

  • Lusa
  • 11 Julho 2022

António Costa defende que país está mais preparado para combater incêndios, mas alerta que meios não previnem incêndios, já que só a mão humana, voluntariamente ou por distração, os pode provocar.

O primeiro-ministro, António Costa, afirmou esta segunda-feira que o país está mais preparado para combater incêndios, mas que isso não diminui a responsabilidade de cada um de evitar comportamentos de risco que possam provocar fogos.

“Hoje, o país está mais preparado do ponto de vista estrutural [para combater incêndios], mas isso em nada diminui a responsabilidade de cada um. O país pode ter todos os meios do mundo, agora, com estas condições meteorológicas, com temperaturas extremas, com ano de seca extrema, com combustível volumoso e ótimas condições para arder, qualquer descuido desencadeia imediatamente um enorme incêndio”, disse António Costa, que falava aos jornalistas antes de visitar a sala de operações da Unidade de Emergência da Proteção e Socorro (UEPS) da GNR, em Coimbra.

Esta visita está integrada num programa previsto para esta segunda-feira, em que o primeiro-ministro se desloca também aos concelhos da Lousã e Viseu para verificar no terreno os meios e recursos para o combate aos incêndios, numa semana que se prevê de altas temperaturas.

“Temos hoje uma estrutura mais robusta, temos hoje mais meios aéreos, mas isso não previne os incêndios. Esses são os meios para combater os incêndios. Os incêndios só ocorrem se uma mão humana, voluntariamente ou por distração, os tiver provocado. […] Somos nós cidadãos comuns e somos nós que temos que fazer este trabalho fundamental para evitar incêndios e evitar que estes homens e mulheres tenham que atuar”, vincou.

António Costa recordou que os próximos dias (até domingo) serão de temperaturas extremas e, consequentemente, de elevado risco de incêndio, sendo proibido fazer fogo ou utilizar máquinas em contexto florestal.

Apesar da confiança que o país pode ter e tem “naqueles que sabem que darão tudo para o proteger”, o primeiro-ministro realçou que isso “não pode significar, em momento algum”, que se possa “relaxar nos cuidados” a ter.

Nesse sentido, o primeiro-ministro fez uma analogia, recorrendo à situação pandémica que o mundo viveu, lembrando que, perante a Covid-19, os portugueses sabiam que podiam contar com os profissionais de saúde, mas que tinham de tomar medidas preventivas como o distanciamento ou o uso de máscara.

“Aqui é a mesma coisa: não é usar máscara, não é ficar em casa, mas é ninguém fazer lume, ninguém trabalhar com máquinas agrícolas”, frisou.

Questionado sobre os meios aéreos disponíveis para o combate aos incêndios, António Costa vincou que “não é pela existência de meios aéreos que não há incêndios”.

“Só não há incêndios se a mãozinha humana não provocar incêndios. Portanto, aquilo que temos que fazer é mesmo evitar o incêndio. Cada um de nós tem que ter o cuidado necessário, como tivemos na pandemia, temos que ter agora para não provocar os incêndios que depois atingem todos”, reiterou.

Neste programa, acompanham António Costa o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, e o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro.

Segundo uma nota do Ministério da Administração Interna (MAI) divulgada no domingo, a declaração da situação de contingência foi decidida devido às previsões meteorológicas para os próximos dias, “que apontam para o agravamento do risco de incêndio rural”, e implicará o reforço do dispositivo dos corpos de bombeiros com a contratualização de até 100 novas equipas, entre outras medidas.

Também devido ao risco de incêndios, António Costa cancelou, no sábado, a viagem oficial a Moçambique, onde estava previsto que participasse na V Cimeira Luso-Moçambicana, e que iria realizar-se entre esta segunda-feira e terça-feira.

O Presidente da República cancelou, também no sábado, a viagem a Nova Iorque, nos Estados Unidos, que deveria decorrer entre esta segunda-feira e quinta-feira, igualmente “devido ao muito elevado risco de incêndios florestais”.

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Greenvolt supera mil milhões em valor de mercado

Empresa de energias renováveis superou fasquia dos mil milhões de euros de valor de mercado no dia em que chegaram à bolsa as novas ações do aumento de capital. Títulos em máximos históricos.

A Greenvolt GVOLT 0,00% vive uma segunda-feira animada na bolsa. No dia em que começam a ser negociadas quase 18 milhões de novas ações do aumento de capital feito pela empresa, a alta expressiva dos títulos levou a elétrica a superar a fasquia dos mil milhões em valor de mercado.

Por volta do meio-dia em Lisboa, a cotada do PSI registava uma capitalização bolsista de 1,09 mil milhões de euros. Um marco ultrapassado numa altura em que as ações avançam 3,57%, para 8,13 euros, preço que representa também um máximo histórico.

Evolução das ações da Greenvolt

Foi no início de junho que a empresa presidida por João Manso Neto anunciou um aumento de capital de 100 milhões de euros por via da emissão de 17.792.576 ações a um preço de 5,62 euros cada uma. A operação foi concluída com sucesso.

Desde 1 de janeiro, a Greenvolt valorizou-se em mais de 30% na bolsa. A empresa entrou na bolsa há cerca de um ano, tendo subido à primeira divisão (PSI) em setembro de 2021.

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FCT Nova incentiva alunos do secundário a escolherem área das ciências e tecnologias

A universidade está a promover atividades de verão durante as próximas semanas, e também no mês de setembro. Será possível descobrir mais sobre a impressão 3D e fazer experiências num laboratório.

A Nova School of Science and Technology | FCT Nova está a promover uma série de atividades e programas de verão durante as próximas semanas, e também no mês de setembro, com o objetivo de incentivar os alunos do secundário a escolherem enveredar pela Ciência, Tecnologia, Engenharia, Arte e Matemática (STEAM).

“Não há melhor forma de conhecer o ambiente da faculdade e o que aqui se aprende do que visitar o campus, conhecer as salas e laboratórios, interagir com os professores, trocar experiências com alunos e até fazer experiências nos laboratórios”, defende José Paulo Santos, subdiretor responsável pela comunicação da FCT NOVA, em comunicado.

Durante o programa, na Engenharia Biomédica será possível descobrir, por exemplo, como a impressão 3D pode ajudar na área da saúde e, com a integração de conhecimentos de Medicina e das Engenharias, entender a biomecânica do funcionamento dos pulmões ou perceber o que são nanoestruturas de aplicação biomédica.

Já com o Núcleo de Química Aplicada, todos os alunos recebem um kit (com bata, óculos, luvas, caderno, pompete e caneta) para se aventurarem em experiências laboratoriais. O departamento de Matemática também promove uma escola de verão – a MatNova – em setembro, que, além de proporcionar atividades lúdico-pedagógicas, permite perceber as saídas profissionais e aplicações da matemática no dia a dia.

Há ainda várias atividades, programas e estágios, criados em parceria com a Ciência Viva – Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica. Para participar, a inscrição é obrigatória.

Toda a informação sobre estas atividades pode ser encontrada aqui.

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Associação Empresarial da Beira Baixa aponta Tancos como solução para aeroporto

  • Lusa
  • 11 Julho 2022

A Associação Empresarial da Beira Baixa indica Tancos, no distrito de Santarém, como solução "urgente" e "necessária" para responder ao problema da nova estrutura aeroportuária de Portugal.

A presidente da Associação Empresarial da Beira Baixa (AEBB) apontou Tancos, Vila Nova da Barquinha, distrito de Santarém, como uma das soluções para resolver o problema da nova estrutura aeroportuária de Portugal.

“Se olharmos em redor, encontramos duas soluções para este problema: uma pronta em Beja, com um aeroporto internacional construído e operacional; a outra em Tancos, a “um passo” de estar pronta”, afirmou, por escrito à agência Lusa, Ana Palmeira de Oliveira.

A presidente da AEBB, com sede em Castelo Branco, sublinhou que a discussão da nova localização do aeroporto, que também possa servir Lisboa, “é antiga” e parece “ser difícil encontrar um consenso”.

“Com posicionamentos bastante estratégicos e capazes de dar resposta a um desenvolvimento mais coeso, estas soluções [Tancos e Beja] não substituem um aeroporto à medida do que Lisboa precisa e merece, mas reforçam a resposta urgente e tão necessária”, sustentou.

Ana Palmeira de Oliveira salientou que as duas soluções apontadas “são de continuidade e não meras estratégias corretivas e temporárias”.

“Não devemos ignorar que a solução da resposta aeroportuária a pouco mais de uma hora da capital já está implementada em outros países europeus. É Lisboa assim tão diferente?”, questionou.

Recentemente, o primeiro-ministro António Costa determinou a revogação do despacho que apontava os concelhos do Montijo e Alcochete como localizações para a nova solução aeroportuária da região de Lisboa, desautorizando o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, que apresentou esta proposta.

A solução apontada passava por avançar com o projeto de um novo aeroporto no Montijo complementar ao Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, para estar operacional no final de 2026, sendo os dois para encerrar quando o aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete estivesse concluído, previsivelmente em 2035.

António Costa defendeu que na nova solução aeroportuária para a região de Lisboa se tem de “trabalhar para uma solução técnica, política, ambiental e economicamente sustentável – uma solução que seja objeto de um consenso nacional, designadamente com o maior partido da oposição”.

A presidente da AEBB questionou ainda “se não merece também o resto do país uma oportunidade de ser parte da solução” e, no âmbito desse contributo estratégico, “beneficiar ainda do consequente desenvolvimento territorial, no plano empresarial, turístico e social”.

“Não podemos ignorar que não somos um país rico e que os recursos que temos têm de estar em pleno ao serviço das pessoas e dos territórios”, concluiu.

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Berardo tenta travar fim de acordo com o Estado

O empresário Joe Berardo já avançou com um recurso à decisão que rejeitou "liminarmente o requerimento cautelar” apresentado contra o Ministério da Cultura e o Centro Cultural de Belém.

Joe Berardo continua a tentar travar o fim do protocolo com o Estado determinado pelo Governo. Depois de o Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa ter rejeitado o requerimento cautelar que apresentou contra o Ministério da Cultura e o Centro Cultural de Belém, o empresário, em conjunto com a Associação Coleção Berardo (ACB), recorreu agora da decisão.

Em causa está o fim da renovação do protocolo entre o Estado e a ACB. Segundo o recurso, a que o ECO teve acesso, a defesa considera que o Ministério Público se precipitou na “denúncia do acordo de comodato”.

“A sentença recorrida foi proferida com enorme ligeireza e enferma de grosseiros erros de seleção e apreciação de factos e de direito, que a tornam inteiramente ilegal”, refere a defesa do empresário e da ACB.

De acordo com a sentença de 16 de junho, a decisão da juíza foi baseada na “manifesta falta de fundamento da pretensão formulada pelos requerentes”, que pediam que o Ministério da Cultura e o CCB fossem intimados a abster-se de “qualquer ato de oposição à renovação do protocolo”.

Mas, para a defesa de Berardo, foram vários os pontos provados que a juíza considerou sem interesse para a decisão. Entre os destacados estão os pressupostos do protocolo, a nomeação do presidente do conselho de administração do CCB depositário da coleção arrestada, declarações da ex-ministra da Cultura e do primeiro-ministro, e a intenção declarada do atual ministro da Cultura de continuidade de gestão da pasta e o compromisso de legislativa de criação de um Museu de Arte Moderna do Estado.

Conforme se lê no recurso, a defesa alerta que deveria ter sido feita uma renovação provisória do protocolo até ao termo da lide cautelar ou, a ser decretada a providência, até ao fim da ação principal.

“Era o objetivo da providência a criação provisória de uma situação que obviasse à extinção do protocolo, como o único instrumento de defesa da Coleção Berardo e de realização das finalidades que as partes lhe atribuem, garantindo a integridade da Coleção, através do comodato à FAMC-CB [Fundação de Arte Moderna e Contemporânea da Coleção Berardo], a possibilidade de o Estado a adquirir por um justo valor, a melhor fruição pública possível da Coleção”, é referido.

Isto para não deixar a Coleção “sem abrigo”, “vinculada apenas (dada a extinção da FAMC-CB e do usufruto) a supostos credores por um arresto ilegal e à guarda de um depositário, pessoa singular, sem os recursos necessários para conservar devidamente a Coleção e assegurar a realização das respetivas finalidades (que o Estado só poderia providenciar enquanto se mantivesse o Protocolo), guarda essa que nem sequer subsistiria depois de levantado o arresto, por improcedência da respetiva ação principal ou por substituição por outra garantia, com o que a Coleção ficaria em iminente risco”, acrescenta o recurso.

Para a defesa, “nem sequer se verificou” a inutilidade superveniente da lide. “É que a carta do Ministro da Cultura de 26 de maio de 2022 nem sequer é eficaz como denúncia ou oposição à renovação do Protocolo ou do comodato, ainda que o Protocolo e a sua adenda devessem ser interpretados em sentido meramente literal e a faculdade de qualquer das partes de os denunciar fosse de exercício inteiramente livre e discricionário”, sublinham.

Desta forma, a defesa de Berardo e da associação entende que, por ilegitimidade do Estado, a denúncia não produz qualquer efeito, pelo que o protocolo e o comodato renovam-se por seis anos, a contar de 1 de janeiro de 2023.

O contrato entre o Estado e Berardo iria renovar automaticamente no final deste ano e o Governo tinha até 30 de junho para o denunciar. O protocolo, assinado em 2006, estabeleceu a Fundação de Arte Moderna e Contemporânea — Coleção Berardo, contando com a participação do empresário e do Estado. O contrato tinha como objetivo a exibição de um acervo de 862 obras da coleção de arte moderna e contemporânea de Berardo.

A defesa alega também que, mesmo que se entendesse que o ajustamento atualização do requerimento inicial quanto ao pedido e à identificação da ação principal dependessem de requerimento dos recorrentes, o despacho liminar “nunca poderia ter sido de indeferimento”, mas sim de aperfeiçoamento.

Verificam-se todos os requisitos legais da concessão da providência, com o conteúdo atualizado exigido pelo seu fim último e útil, que é o de regular provisoriamente, até à decisão da ação principal, a situação jurídica decorrente do Protocolo, através da manutenção deste e do que dele resulta, designadamente por suspensão da denúncia do comodato e do Protocolo, na hipótese, que apenas como tal se admite, de a mesma ter sido eficaz”, defendem.

A defesa de Berardo sublinha ainda que a disposição manifestada pelo ministro da Cultura na carta de 26 de maio de 2022 para negociar um novo acordo com o legítimo proprietário da Coleção Berardo não passa de uma “declaração do maior cinismo”.

“Essa cínica declaração do ministro serve também para demonstrar a realidade do estigmatizado plano de apropriação da Coleção e a necessidade da providência cautelar de manutenção do Protocolo, até porque não é previsível que as referidas ações terminem até ao final de 2022″, lê-se.

A denúncia do protocolo foi anunciada pelo Governo no dia 26 de maio e foi revelada pelo ministro da Cultura Pedro Adão e Silva. O ministro informou que não iria renovar o acordo de comodato com a Associação Coleção Berardo, sendo que a denúncia do contrato irá entrar em vigor a 1 de janeiro de 2023. A partir desta data, o Estado “passará a gerir de novo o espaço do CCB”.

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