Número de vítimas mortais nas inundações em Espanha sobe para 158

  • Lusa
  • 31 Outubro 2024

Do total, 155 vítimas foram registadas na região mais atingida, em Valência, tendo ocorrido outras duas mortes na região vizinha de Castela-La Mancha e uma na Andaluzia.

O número provisório de mortos nas inundações que devastaram o sudeste de Espanha subiu esta quinta-feira para 158, segundo um comunicado oficial dos serviços de emergência publicado na rede X, atualizando o anterior balanço de 140. Do total, 155 vítimas foram registadas na região mais atingida, em Valência, tendo ocorrido outras duas mortes na região vizinha de Castela-La Mancha e uma na Andaluzia.

O comunicado de imprensa não especificou o número de pessoas que ainda estão desaparecidas. Várias regiões de Espanha estão desde terça-feira sob a influência de uma “depressão isolada em níveis altos”, um fenómeno meteorológico conhecido como DANA em espanhol (DINA em português).

O fenómeno causou chuvas torrenciais e ocorrências em diversos pontos de Espanha, sobretudo na costa do Mediterrâneo. A região mais afetada foi a Comunidade Valenciana, no leste do país, com chuvas com níveis inéditos, que fizeram acionar os alertas e avisos mais graves da proteção civil e da meteorologia na terça-feira à noite.

Trata-se de uma das catástrofes naturais mais graves dos últimos 75 anos em Espanha, ultrapassando as inundações de Biescas (Huesca) em 1996, com 87 mortos, e as inundações de Turia em 1957, em que morreram entre 80 e 100 pessoas.

(atualizado às 16h30)

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Obrigatório declarar ao Fisco transporte de dinheiro a partir de 10.000 euros

  • Lusa
  • 31 Outubro 2024

As pessoas que, à entrada ou saída de Portugal, de ou com destino a um território fora da UE, transportem 10.000 euros ou mais, ficam obrigadas a declarar ao Fisco e a disponibilizar para controlo.

“Qualquer transportador que, à entrada ou saída do território nacional, proveniente ou com destino a um território não pertencente à União Europeia, leve consigo uma soma de dinheiro líquido igual ou superior a 10.000 euros deve declarar essa soma de dinheiro líquido à AT [Autoridade Tributária] e colocá-la à sua disposição para controlo”, lê-se num diploma esta quinta-feira publicado em Diário da República.

Esta é uma das medidas do executivo, em linha com Bruxelas, que tem em vista travar o financiamento de atividades ilícitas, através do desvio de dinheiro e da sua reintrodução na economia.

No caso de o dinheiro não estar a ser transportado pela pessoa que o quer enviar, a AT pode exigir que o expedidor ou o destinatário faça uma declaração de divulgação, no prazo de 30 dias. Para verificar o cumprimento da declaração do dinheiro líquido, o Fisco pode proceder ao controlo das pessoas, das suas bagagens e dos seus meios de transporte.

No caso do dinheiro líquido não acompanhado, a AT pode controlar remessas e recetáculos, como encomendas postais, envios de correio rápido, bagagem não acompanhada, carga contentorizada ou meios de transporte que possam conter dinheiro. Se a declaração do dinheiro não for cumprida, cabe à AT elaborar uma declaração oficiosa.

Apesar de a barreira ter sido colocada em 10.000 euros, se existirem indícios de que alguém transporta uma quantia de dinheiro inferior, relacionada com atividade criminosa, a AT deve registar essa informação.

A AT pode reter, temporariamente, o dinheiro, sendo esta uma decisão que pode sofrer recurso. Isto pode acontecer caso a declaração do dinheiro não seja realizada ou se existirem indícios de que o dinheiro, independentemente do valor, está relacionado com atividades criminosas.

O prazo de retenção deve ser limitado ao tempo necessário e não superior a 30 dias, mas pode ser prorrogado, em casos específicos, devidamente avaliados, e sempre em obediência aos princípios da necessidade e da proporcionalidade, até um máximo de 90 dias, designadamente, quando a AT encontre dificuldades na obtenção de informações sobre uma eventual atividade criminosa”, ressalvou.

A AT deve ainda comunicar às autoridades competentes de todos os Estados-membros as declarações oficiosas ou sempre que existam indícios de que o dinheiro está relacionado com atividades criminosas.

Neste último caso, as informações devem também ser remetidas à Comissão Europeia, Procuradora Europeia e à Europol (Agência da União Europeia para a Cooperação Policial).

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Angola na lista cinzenta do GAFI “vai condicionar” venda do BFA

Angola voltou à lista de países com problemas no combate à lavagem de dinheiro do GAFI, decisão que vai "reduzir significativamente espectro de investidores" interessados no BFA, admite BPI.

O CEO do BPI lamentou a inclusão de Angola na lista cinzenta de países com dificuldades em combater a lavagem de dinheiro, afirmando que a decisão do GAFI vai “reduzir significativamente o espetro de investidores” que poderiam participar no IPO do Banco Fomento de Angola (BFA).

“Preocupa-nos alguns acontecimentos, nomeadamente a inclusão de Angola na lista cinzenta do GAFI, será uma condicionante relativamente a este processo”, afirmou João Pedro Oliveira e Costa esta quinta-feira na apresentação dos resultados dos primeiros nove meses do ano do BPI.

“O mercado africano já é complexo na atração de investimentos nomeadamente para setores muito regulados como é o caso da banca. Vejo com dificuldade aparecerem internacionais do mesmo setor entrarem no mercado com estas condições. (…) Condiciona o espetro de investidores, reduz de forma significativa o espectro de investidores”, explicou.

Ainda assim, João Pedro Oliveira e Costa acredita que Angola poderá sair da lista cinzenta a “breve trecho”, pois já implementou 70 das 87 medidas identificadas pelo GAFI.

No âmbito do IPO do BFA, que deverá ocorrer durante o primeiro semestre do próximo ano, o Estado angolano e o BPI venderão, cada um, uma participação de 15%, conforme foi anunciado no verão.

João Pedro Oliveira e Costa revelou que os trabalhos com vista ao IPO já arrancaram juntamente com o IGAP, a entidade que gere as participações do Estado. “Estamos na fase de seleção dos advisors internacionais que nos vão apoiar na elaboração do caderno de IPO. Estamos crentes de que haverá investidores interessados”, disse ainda assim o CEO do BPI.

Adiantou ainda que seria negativo haver alteração ao processo de venda nesta altura, “porque é algo que o Estado angolano já anunciou que ia fazer, a credibilidade do país estaria em jogo”.

João Pedro Oliveira e Costa reforçou a ideia de que o BPI pretende vender toda a sua posição no BFA, que é de 49%. “O IPO é o caminho para sair da posição que temos. Faremos sempre de acordo com as regras do país soberano que é Angola, mantendo a estabilidade financeira do sistema angolano”, disse.

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Parlamento da Madeira aprova 5,5 milhões de euros para programa “+Energia”

  • Lusa
  • 31 Outubro 2024

O Governo da Madeira vai afetar 5,5 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência a um sistema de incentivos para a produção e armazenamento de energia a partir de fontes renováveis.

O Governo da Madeira vai afetar 5,5 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), até 2026, a um sistema de incentivos para a produção e armazenamento de energia a partir de fontes renováveis, foi hoje anunciado.

O programa denominado “+ Energia” vai “incluir incentivos substanciais para o armazenamento de energia elétrica, uma componente essencial para garantir a autonomia e a resiliência energética da região”, disse o secretário regional dos Equipamentos e Infraestruturas da Madeira, Pedro Fino, no plenário da Assembleia Legislativa, no Funchal.

O governante apresentou a proposta de decreto legislativo regional que cria o programa, com o objetivo de contribuir “para reduzir a dependência energética do exterior e fomentar práticas de consumo sustentável” do arquipélago.

O apoio financeiro não reembolsável às famílias, micro, pequenas e médias empresas pode ser na ordem dos 8.000 euros, ascendendo a 10 mil para as cooperativas, instituições particulares de solidariedade social, associações sem fins lucrativos e condomínios, especificou.

O “+ Energia” inclui também novos apoios para a instalação de sistemas de produção de água quente sanitária, utilizando bombas de calor e sistemas de biomassa, “indo além das medidas contempladas pelo PRIPAER RAM 2023 (Incentivo à produção e armazenamento de energia — fontes renováveis)”, acrescentou.

A iniciativa legislativa foi aprovada por unanimidade.

O secretário dos Equipamentos e Infraestruturas defendeu ainda uma outra proposta legislativa para a criação do Instituto de Mobilidade e Transportes.

O governante explicou que o instituto terá “poderes de regulação e supervisão no setor dos transportes” e terá por missão “regular, fiscalizar e exercer funções de coordenação e planeamento, bem como supervisionar e regulamentar as atividades desenvolvidas no setor das infraestruturas rodoviárias e no dos transportes terrestres e marítimos”.

Pedro Fino salientou que o objetivo é “satisfazer as necessidades de mobilidade de pessoas e bens, visando ainda a promoção da segurança, da qualidade e dos direitos dos utilizadores dos transportes terrestres e marítimos”.

“Todos os requisitos legais foram cumpridos, os estudos prévios e financeiros foram efetuados”, assegurou o governante respondendo à questão da eventual ilegalidade da proposta suscitada pela deputada do PS Sancha Campanela.

Hugo Nunes, do Chega, declarou que o partido recusa “dar um cheque em branco” ao Governo Regional (PSD) num projeto que pode constituir “um esquema para empregar amigos”, salientando que é recorrente a multiplicação de organismos que não resolvem os verdadeiros problemas. Apesar das críticas e acusações, o Chega acabou por votar favoravelmente a proposta.

Por seu turno, o líder parlamentar do JPP, Élvio Sousa, insistiu no incumprimento do programa do executivo madeirense de assegurar uma alternativa à ligação marítima com o Porto Santo em janeiro, altura em que o navio Lobo Marinho vai para a operação de manutenção anual.

A proposta foi aprovada com os votos favoráveis de PSD, Chega, CDS-PP, JPP e PAN, tendo o PS votado contra e o deputado único da IL optado pela abstenção.

A Assembleia Legislativa da Madeira aprovou também por unanimidade votos de congratulação pela atribuição do Prémio Sakarov à líder das forças democráticas da Venezuela, Maria Corina Machado, e o Presidente eleito Edmundo Goncález, da autoria da IL, PSD e CDS-PP.

Uma proposta do PSD para a majoração dos todos apoios da Segurança Social aos residentes na Madeira discutido quarta-feira foi igualmente aprovada por unanimidade.

Quanto ao projeto do PS que pretendia estabelecer o regime jurídico do inventário florestal da região debatido esta semana foi também aprovado, com os votos a favor do proponente, JPP, PAN, IL e Chega, contra do PSD e abstenção do CDS-PP.

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Jerónimo Martins dispara 8% em bolsa após divulgar resultados acima das estimativas

Os analistas aplaudiram os números apresentados pela dona do Pingo Doce esta quarta-feira, com o resultado líquido e o EBITDA a ficarem acima das expectativas dos especialistas.

As ações da Jerónimo Martins estão a negociar em forte alta esta quinta-feira, com os investidores a aplaudir os números apresentados pela dona do Pingo Doce após o fecho da última sessão. Os títulos disparam mais de 8%, naquela que é a melhor sessão em mais de um ano, animados pelos resultados acima das previsões dos analistas.

Esta está a ser uma manhã muito positiva para a Jerónimo Martins. As ações da retalhista seguem a valorizar 7,32% para 17,72 euros, no entanto já estiveram a subir mais de 8%, tendo chegado a negociar acima dos 18 euros. Trata-se da melhor sessão em bolsa desde 26 de outubro do ano passado, quando os títulos escalaram mais de 10%.

A impulsionar as ações estão os resultados apresentados pela empresa esta quarta-feira. A retalhista fechou os primeiros nove meses do ano com um resultado líquido de 440 milhões de euros, o que representa uma quebra de 21,2% face aos 558 milhões de euros reportados em igual período do ano passado. A dona do Pingo Doce justifica esta descida com a descida dos preços alimentares, aliada a um aumento dos custos, o que se tem refletido numa “forte pressão sobre as margens”.

Apesar da redução dos lucros, as vendas da companhia liderada por Pedro Soares dos Santos cresceram 10,3% para 24,8 mil milhões de euros, enquanto o EBITDA subiu 2,7% para 1,6 mil milhões de euros, com a margem EBITDA a fixar-se nos 6,6%, abaixo dos 7,1% em que se situou nos primeiros nove meses de 2023.

Os resultados apresentados superaram, no entanto, as estimativas. A retalhista portuguesa registou um EBITDA de 593 milhões de euros e um resultado líquido de 187 milhões de euros, no terceiro trimestre do ano, acima da média de 572 milhões de euros e 166 milhões de euros esperados pelos analistas, respetivamente.

Num primeiro comentário aos resultados, a Jefferies diz que o EBITDA do terceiro trimestre resulta de uma evolução das vendas comparáveis da Biedronka em linha, mas “uma margem melhor que a receada”. Os especialistas notam ainda que as ações continuam baratas.

“O terceiro trimestre será o ponto mais baixo do preço das ações, dada a sua avaliação apelativa combinada com o baixo posicionamento dos investidores, numa altura em que as atuais expectativas do mercado se revelam mais realistas”, acrescenta o JPMorgan.

“Como antecipámos, nestes nove meses de 2024, a inflação alimentar caiu, pondo fim aos aumentos de preços extraordinários registados nos dois últimos anos. Cruzada com a elevada subida dos custos, essa queda da inflação levou à intensificação do ambiente concorrencial e ao agravamento da pressão sobre as margens”, explica o líder da retalhista, Pedro Soares dos Santos, numa mensagem incluída na apresentação de resultados.

Na Polónia, o principal mercado da Jerónimo Martins, com um peso de 70,5% das vendas totais do grupo, as receitas, em moeda local, aumentaram 3,9%. Em euros, atingiram 17,5 mil milhões, um crescimento de 10,4% face ao período homólogo.

A empresa explica que, “perante um contexto concorrencial de uma intensidade sem precedentes e no qual o preço reforçou o seu papel enquanto o fator decisivo de compra, a Biedronka manterá a liderança de preço, continuando a dar prioridade ao crescimento das vendas em volume.” Esta estratégia, admite a companhia, vai manter a margem EBITDA sob pressão.

Já em Portugal, onde detém as marcas Pingo Doce e Recheio, fechou os primeiros nove meses com um aumento de vendas na ordem dos 5%, no caso do Pingo Doce, para 3,7 mil milhões de euros. O Recheio viu as suas receitas aumentarem 1,8% para mil milhões de euros.

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“Estamos otimistas num acordo com o Fundo de Resolução” diz CEO do Novobanco

O líder do Novobanco reiterou o otimismo na possibilidade de o banco chegar a um acordo de capital continente no curto prazo com o Fundo de Resolução.

O Novobanco alcançou um lucro de 610 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2024, menos 4,4% face ao período homólogo. Apesar da descida, o banco mantém-se no caminho para superar a meta de 700 milhões de euros de lucro anual, conforme revelou esta quinta-feira Mark Bourke, CEO do banco, na apresentação de resultados aos analistas.

“A história é de entrega contínua por parte do banco, tanto em termos de implementação da estratégia como de entrega de resultados financeiros sólidos”, afirmou Bourke, sublinhando que o banco continua a gerar capital de forma consistente, com um aumento de 255 pontos base desde o início do ano.

O resultado alcançado foi impactado pela constituição de uma provisão de 30 milhões de euros no segundo trimestre para o processo de transformação do banco. Excluindo este efeito extraordinário, o lucro teria crescido 0,3% em termos homólogos.

Um dos pontos mais relevantes da apresentação foi o otimismo demonstrado por Bourke relativamente ao possível fim antecipado do acordo de capital contingente (CCA): “Continuamos muito otimistas quanto à possibilidade de se chegar a uma conclusão a curto prazo com o Fundo [de Resolução] e o acionista. Mas não posso ‘dar mais cor’ que isso”, declarou Bourke, sublinhando ainda que antecipa que o processo “aconteça a muito curto prazo”.

Questionado pelos analistas sobre o processo, Bourke referiu ainda que a sua equipa está “mais otimista” à medida que as negociações avançam. “Estamos mais otimistas tanto em termos de curto prazo como de avanço em termos de negociações”, declarou o CEO do banco.

Estas declarações sugerem que o banco está próximo de alcançar um entendimento com o Fundo de Resolução, tal como o ECO noticiou recentemente.

A confirmar-se, significará que o mecanismo de capitalização do Novobanco, estabelecido em 2017 quando a Lone Star adquiriu 75% do capital da instituição, está prestes a ser encerrado antecipadamente, depois das negociações para este fim se arrastam há anos.

Resultados positivos e sólidos

Ainda no decorrer da apresentação aos analistas, Bourke abordou também o comportamento da margem financeira, principal fonte de receitas do banco, que cresceu 7% para 886,3 milhões de euros, beneficiando do aumento das taxas de juro. Já as comissões subiram 11% para 240,4 milhões de euros, refletindo “a força do franchise do Novobanco apoiada por uma base de clientes em crescimento”, explicou o CEO.

O produto bancário comercial atingiu 1.127 milhões de euros, um aumento de 7% face ao mesmo período de 2023. Bourke destacou que este crescimento demonstra “a capacidade de aumentar as receitas globais em 20%”, em linha com os objetivos de longo prazo do banco.

No que toca à eficiência, o rácio cost-to-income manteve-se estável nos 32,5%, “demonstrando disciplina contínua em torno dos custos, bem como o crescimento da receita”, referiu o CEO, que notou ainda que o custo do risco se fixou em 32 pontos base, refletindo “uma abordagem muito conservadora ao balanço.”

No balanço, do lado dos depósitos de clientes, que cresceram 4,7% desde o início do ano para 29,5 mil milhões de euros, enquanto o crédito líquido aumentou 2,3% para 27,6 mil milhões, Bourke destacou que “isto compara-se bem com qualquer outro banco que verá neste mercado”, salientou o CEO.

“Continuamos no caminho para superar as nossas perspetivas para 2024, com um modelo de negócio sólido, um balanço simples e de baixo risco, operações eficientes e uma rentabilidade sólida”.

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Alentejo 2030 tem 3 milhões de euros para projetos de desenvolvimento económico e inovação

  • Lusa
  • 31 Outubro 2024

O programa Alentejo 2030 abriu candidaturas a dois avisos de concurso destinados a promover o desenvolvimento económico e o "fortalecimento do ecossistema de inovação no território".

O programa Alentejo 2030 abriu candidaturas a dois avisos de concurso destinados a promover o desenvolvimento económico e o “fortalecimento do ecossistema de inovação no território”, com uma verba global de três milhões de euros.

Num comunicado divulgado hoje, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Alentejo anunciou a abertura dos dois avisos de concurso para apoiar iniciativas de “empreendedorismo qualificado para ações coletivas e criação de novos negócios”.

“Estes avisos visam potenciar a criação de empresas inovadoras e a oferta de soluções tecnológicas e criativas, estimulando uma economia mais qualificada e competitiva”, explicou a CCDR.

Um dos concursos, intitulado “Empreendedorismo Qualificado Associado ao Conhecimento – Ações Coletivas”, contempla uma dotação disponível de um milhão de euros, sendo este montante cofinanciado a 85% pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER).

“Este aviso foca-se em projetos coletivos ou individuais em copromoção, com o objetivo de dinamizar o empreendedorismo qualificado e criativo, criando um ambiente favorável ao desenvolvimento de novos negócios na região”, disse a CCDR.

As ações elegíveis incluem o fomento de parcerias e redes de apoio ao empreendedorismo qualificado e criativo e de suporte a projetos estruturantes para o empreendedorismo.

Podem candidatar-se, até ao dia 16 de dezembro, “associações empresariais, instituições de ensino superior e entidades públicas de promoção do empreendedorismo qualificado”.

O outro aviso de concurso, intitulado “Empreendedorismo Qualificado e Associado ao Conhecimento — Criação de Novas Empresas e Novos Negócios”, tem candidaturas abertas até 15 de janeiro e até 31 de março de 2025.

Esta iniciativa, que envolve uma dotação de dois milhões de euros, com cofinanciamento do programa comunitário FEDER a 85%, destina-se a micro e pequenas empresas em fase de arranque, ou seja, até três anos de atividade.

Está centrado em projetos que “valorizem o conhecimento científico e tecnológico, visando a valorização económica de resultados de I&D [Investigação e Desenvolvimento] e o aumento da capacidade de inovação regional”.

Os avisos enquadram-se com um objetivo do Programa Regional Alentejo 2030 que “pretende desenvolver a capacidade de inovação na região, apoiando a adoção de novas tecnologias e a criação de um ecossistema empresarial baseado no conhecimento”.

A CCDR precisou que “os projetos beneficiários deverão evidenciar impacto coletivo e contribuir para a competitividade regional, através da criação de bens públicos de valor partilhado e a promoção da cooperação entre empresas e instituições de conhecimento”.

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Lisboa, Setúbal e Porto lideram reclamações no Portal da Queixa

Falta de Limpeza, obras, má iluminação pública, problemas na habitação e ruído são os casos mais relatados pelos munícipes. Lisboa lidera o número de queixas.

Desde o início do ano, os munícipes portugueses registaram um total de 1.611 reclamações dirigidas às principais câmaras municipais do país. A liderar a lista está a autarquia de Lisboa (42%), seguido de Setúbal (18,2%) e Porto (17,1%). Braga e Faro fecham o top cinco, ao reunir 3,7% e 2,5% das queixas, respetivamente. Falta de limpeza, obras, má iluminação pública, problemas na habitação e ruído são os principais motivos, de acordo com uma análise do Portal da Queixa.

Em Lisboa, 25% das queixas estão relacionadas com a falta de recolha de lixo e limpeza de terrenos. As obras, que englobam a demora, danos causados, trabalhos mal executados e trânsito causado pela intervenção, representam 13,6% das reclamações. Seguem-se os relatos relacionados com a habitação (7,2%); iluminação pública (7,2%); ruído (6,5%) e viaturas abandonadas (6,3%).

Mais a norte, no Porto, as obras (21,5%) são o maior motivo de reclamação, seguido da falta de limpeza/lixo (20,5%); ruído (11,4%) e buracos nas ruas (5,9%). Outras queixas mais frequentes prendem-se com o estacionamento (5,5%), especificamente a falta de lugar para parquear, viaturas estacionadas em lugares indevidos ou multas aplicadas por estacionamento em lugar inadequado. À semelhança da capital, mas com uma percentagem de queixas menos expressiva, a iluminação pública é contemplada pelas indicações negativas dos munícipes (5,5%).

Já das queixas dirigidas à Câmara Municipal de Setúbal destacam-se problemas com obras (20,2%); falta de limpeza/lixo (15,8%); estacionamento (10,8%); buracos nas ruas (7,2%); habitação (6,5%) e ruído (6,3%).

Braga ocupa a quarta posição, ao acumular 3,7% do total das queixas, seguida de Faro (2,5%). Aveiro (2,2%), Leiria (2,0%), Vila Real (2,0%), Coimbra (1,9%) e Funchal (1,7%) fecham o top dez das cidades portuguesas onde os munícipes mais revelam insatisfação com os espaços e serviços públicos.

O propósito desta análise não é apenas identificar falhas, mas incentivar uma colaboração efetiva para transformar as cidades em espaços onde a qualidade de vida e o bem-estar dos cidadãos sejam prioridades.

Pedro Lourenço

Porta-voz do Portal da Queixa

“O propósito desta análise não é apenas identificar falhas, mas incentivar uma colaboração efetiva para transformar as cidades em espaços onde a qualidade de vida e o bem-estar dos cidadãos sejam prioridades“, afirma Pedro Lourenço, porta-voz do Portal da Queixa, citado em comunicado. Esta análise da Portal da Queixa, rede social de consumidores online, foi realizada a propósito do Dia Mundial das Cidades, assinalado nesta quinta-feira.

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Cerveja Coral lança rótulos florescentes de Halloween pela mão da ACNE

  • + M
  • 31 Outubro 2024

Os rótulos das garrafas foram impressos com tinta fotoluminescente, permitindo que estas brilhem no escuro. O lançamento desta edição especial de Halloween é apoiado através de uma campanha de mupis.

No âmbito do Halloween, a Coral – Empresa de Cervejas da Madeira lançou rótulos especiais e florescentes para as suas garrafas de cerveja preta (Coral Stout). A edição Coralloween teve a sua ideia desenvolvida pela ACNE, agência criativa da Deloitte.

Com ilustrações inspiradas na temática do Halloween e em elementos característicos da Madeira, os rótulos das garrafas foram impressos com tinta fotoluminescente, permitindo que estas brilhem no escuro. O lançamento desta edição especial de Halloween é apoiado através de uma campanha de mupis.

“A noite de Halloween tem vindo a ganhar força na Madeira: as pessoas aderem, apostam cada vez mais em disfarces originais e surpreendentes e, à noite, juntam-se em festas temáticas. A Coral, enquanto cerveja que melhor conhece os madeirenses, tem que os acompanhar e nunca deixar de os surpreender. Acredito que esta ideia o faz muito bem e vai ter um impacto muito positivo“, explica João Rodrigues, diretor de marketing da Empresa de Cervejas da Madeira, citado em comunicado.

Já Tiago Cruz, diretor criativo da ACNE, considera que com esta ideia, a Coral se assume “mais uma vez como a cerveja mais próxima dos madeirenses, com uma aposta contínua em surpreendê-los e proporcionar-lhes experiências originais”.

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Operação Influencer. PGR indica que Costa continua a ser investigado

  • Lusa
  • 31 Outubro 2024

Amadeu Guerra foi diretamente questionado se António Costa não é arguido no processo e se continua a ser investigado, ao que o PGR se limitou a confirmar: "Exatamente, é isso".

O procurador-geral da República (PGR), Amadeu Guerra, revelou que o ex-primeiro-ministro António Costa está ainda sob investigação no processo Operação Influencer, apesar de não ser arguido, quase um ano depois da operação lançada pelo Ministério Público (MP), a 7 de novembro de 2023.

” A única coisa que posso dizer é aquilo que acontece em todos os inquéritos. Houve buscas, conforme sabem, e eu também soube pela comunicação social, porque estava fora do Ministério Público, e foi apreendida muita documentação que está a ser analisada. Vamos ver se na documentação apreendida há alguns indícios além daqueles que já tinham, os objetivos das buscas são exatamente esses”, afirmou.

Em declarações aos jornalistas em Aveiro, onde iniciou um périplo por todas as comarcas para motivar os magistrados do MP, Amadeu Guerra foi diretamente questionado se António Costa não é arguido no processo e se continua a ser investigado, ao que o PGR se limitou a confirmar: “Exatamente, é isso”.

A Operação Influencer levou no dia 7 de novembro de 2023 às detenções do chefe de gabinete de António Costa, Vítor Escária, do advogado e consultor Diogo Lacerda Machado, dos administradores da empresa Start Campus Afonso Salema e Rui Oliveira Neves, e do presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas. São ainda arguidos o ex-ministro das Infraestruturas João Galamba, o ex-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta, o advogado João Tiago Silveira e a Start Campus.

O processo foi entretanto separado em três inquéritos, relacionados com a construção de um centro de dados na zona industrial e logística de Sines pela sociedade Start Campus, a exploração de lítio em Montalegre e de Boticas (ambos distrito de Vila Real), e a produção de energia a partir de hidrogénio em Sines.

O antigo primeiro-ministro, António Costa, que surgiu associado a este caso, foi alvo da abertura de um inquérito no MP junto do Supremo Tribunal de Justiça, situação que o levou a pedir a demissão do cargo.

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Marcas aproveitam o Halloween para assustar (e cativar) consumidores. Conheça as campanhas

A celebração do Halloween tem registado uma tendência crescente na sociedade, incentivando ao consumo. As marcas aproveitam e tentam capitalizar esse interesse através de campanhas.

Com campanhas mais ou menos assustadoras, as marcas aproveitam o Halloween para chegar até aos consumidores e tentarem aumentar as suas vendas, principalmente nos países anglófonos – com destaque para os EUA – onde o Halloween tem maior expressão.

A celebração do Halloween – tradição pagã e secular – tem vindo a firmar-se na sociedade, principalmente entre as gerações mais jovens. Segundo a YPulse, 91% dos jovens entre os 12 e os 26 anos planeiam celebrar esta data, com grande parte destes a investir em disfarces e decorações. Neste sentido, as marcas estão a tentar capitalizar esta tendência e a investir em campanhas de comunicação.

Na verdade, o consumo de bens relacionados com o Halloween tem vindo a aumentar ao longo dos anos, mas este ano espera-se um recuo. No Reino Unido, por exemplo, onde os gastos dos consumidores em produtos relacionados com o Halloween quadruplicaram desde 2013, é estimado que em 2024 sejam gastos um total de 776 milhões de libras (cerca de 934 milhões de euros), um salto em relação a 2022 (687) mas um passo atrás em relação a 2023 (1071), segundo a Statista.

Já nos Estados Unidos da América (EUA) espera-se que, em média, os consumidores gastem 104 dólares (cerca de 96 euros) em produtos relacionados com esta época festiva, num decréscimo de cinco dólares em relação ao ano passado.

Em termos de gastos globais, a National Retail Federation (NRF) estima que, no total, os norte-americanos gastem mais de 11,6 mil milhões de dólares (cerca de 10,7 mil milhões de euros) no Halloween este ano, numa diminuição face a 2023, ano em que a estimativa de gastos atingiu os 12,2 mil milhões de dólares. Note-se que só em doces e guloseimas, o consumo nos EUA no Halloween deve atingir os 3,5 mil milhões de dólares, segundo o Statista.

Além disso, as marcas e empresas também começam a comunicar mais cedo, uma vez que os consumidores também têm vindo a antecipar as suas compras de Halloween, muitas vezes logo a seguir ao verão, o que já levou à criação de um novo termo, o “Summerween”. Segundo a NRF, 47% dos norte-americanos começaram as suas compras de Halloween antes de outubro, numa tendência que tem vindo a crescer ao longo dos anos, tendo em conta, por exemplo, que esta percentagem era de 37% em 2019 ou de 32% em 2014.

Seja para corresponder à tendência de aumento de procura dos consumidores ou para atenuar as previsões mais pessimistas para este ano, muitas são as marcas que optam por lançar campanhas alusivas ao “dia mais assustador” do ano. Veja alguns dos spots e outdoors lançados.

“The Royale Curse”, da David New York para a Supercell

“Tick Tick Tick”, da TMA para a Six Flags

“The Gabaghoul | Mummy Dog”, da Red Tettemer O’Connell + Partners para a Dietz & Watson

“Don’t Let Halloween Sneak Up On You”, da Rethink para a Uber Eats

“A Sweet and Salty Halloween”, da BBDO para a Snyder’s of Hanover

“Horror Movie”, da The Martin Agency para a Geico

“Home of Halloween”, da Publicis London para a Tourism Ireland

“The Holiday Reaper” da Dude London para a WeRoad

“Spooky office stories”, da CAKE.com (desenvolvida internamente)

“Zombie”, da BBDO Worldwide para a Snickers

“B2B Never Dies”, da Umault (desenvolvida internamente)

“Grocery shopping shouldn’t be scary”, da Archipel para a Option consommateurs

“You might lose your head with such deadly value”, do Aldi Ireland

“The Retail Graveyard”, da Fiver (desenvolvida internamente)

“Heinz Smiles”, da GUT New York para a Heinz

“Ready for Halloween”, da BBA Ecuador para os Supermercados Santa María

“Fear Melts Away”, da BBA Ecuador para a Naturella

“What really scares is not being able to drive it”, da PMV para a Volkswagen

“Facing the Fears”, da Tabasco Tallinn para a Burger King

“Happy Halloween te desean tus alergias”, da BBA Ecuador para a Degraler

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Caso EDP. CMEC legislado por emails entre Governo, Morais Leitão e EDP, diz o Ministério Público

A acusação do MP diz que as alterações legislativas ao diploma da compensação à EDP pelo fim antecipado dos CAE foram ‘desenhadas’ entre o Ministério da Economia, a EDP e a Morais Leitão.

Das centenas de emails que o Ministério Público (MP) juntou no processo dos CMEC/EDP como prova documental, estão os trocados entre o Ministério da Economia (Manuel Pinho, arguido, era o ministro à data), a sede da EDP, liderada por António Mexia e o advogado e sócio da Morais Leitão, Rui Oliveira Neves.

Segundo a acusação – a que o ECO/Advocatus teve acesso – a EDP acedeu aos projetos de diplomas legislativos em que três dos arguidosMiguel Barreto, João Conceição e Rui Cartaxo (à data diretor geral de Energia e os dois assessores do Ministério da Economia)e a EDP conseguiram “condicionar, através em especial do advogado Rui Oliveira Neves, todo o processo legislativo”.

“As alterações legislativas ao diploma que estabelece a compensação à EDP pelo fim antecipado dos CAE foram ‘desenhadas’ entre o Ministério da Economia, a sociedade de advogados Morais Leitão e a empresa energética”, diz a acusação do DCIAP com 1070 páginas. O que “facilitou a execução do pacto corruptivo desses três arguidos e dos restantes três, Miguel Barreto, João Conceição e Rui Cartaxo”.

Em causa as sucessivas propostas de alteração ao decreto-lei n.º 240/2004 que determinava a cessação antecipada dos contratos de aquisição de energia (CAE) e enquadrava a atribuição do direito a compensação do regime que lhe sucede, os Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC).

Assim, nesses emails são ‘afinadas’ as propostas legislativas que depois foram enviadas para a Presidência do Conselho de Ministros, para aprovação pelo Governo, e preparada a argumentação sobre as modificações legislativas, nomeadamente para tentar convencer a Comissão Europeia.

O antigo ministro da Economia, Manuel Pinho, à chegada do tribunal para prestar depoimentos sobre o julgamento do caso EDP, no Campus da Justiça.MIGUEL A. LOPES/LUSA

O que diz a acusação do processo dos CMEC?

No total, são seis arguidos e indícios de apenas seis crimes: dois de corrupção ativa para ato ilícito de titular de cargo político e quatro de corrupção passiva para ato ilícito de titular de cargo político. Apesar do despacho de acusação do chamado processo EDP/CMEC – que foi conhecido na segunda-feira – ultrapassar as mil páginas, ser composto por 16 volumes, dois de aceleração processual, ter agregado um extenso conjunto de apensos, em formato físico e digital, a investigação ter durado 12 anos, o resultado a imputação de apenas um crime a cada um dos seis arguidos.

Em resumo, segundo a acusação a que o ECO teve acesso, os magistrados do Ministério Público, Carlos Casimiro e Hugo Neto, consideram que António Mexia e João Manso Neto corromperam Manuel Pinho, ex-ministro socialista da Economia, para obter 840 milhões de euros de benefícios para a EDP. O MP pediu ainda a perda de bens dos arguidos e de duas empresas do Grupo EDP (EDP, SA e EDP Gestão de Produção de Energia, SA) no valor desses mesmos 840 milhões de euros a favor do Estado. A acusação foi esta segunda-feira conhecida, através de um comunicado da Procuradoria-Geral da República, já liderado por Amadeu Guerra, que foi tão rápido divulgado, antes mesmo da notificação aos próprios arguidos.

De acordo com a acusação, os factos ocorreram entre 2006 e 2014 e, em síntese, relacionam-se com a transição dos Contratos de Aquisição de Energia (CAE) para os Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC), designadamente com a sobrevalorização dos valores dos CMEC, bem como com a entrega das barragens de Alqueva e Pedrógão à Eletricidade de Portugal (EDP) sem concurso público e ainda com o pagamento pela EDP da ida de um ex-ministro para a Universidade de Columbia dar aulas.

Para além do ex-presidente do Banco Espírito Santo Internacional (BESI), José Maria Ricciardi, entre as testemunhas elencadas pelo MP estão o atual presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Paulo Macedo, o presidente do BCP, Miguel Maya, e Carlos Santos Ferreira, presidente da CGD entre 2005 e 2008, quando Manuel Pinho era ministro da Economia.

Entre as testemunhas estão ainda António Castro Guerra, que foi secretário de Estado Adjunto da Economia e Inovação no ministério de Manuel Pinho; Sérgio Figueiredo, antigo administrador da Fundação EDP; Margarida Matos Rosa, presidente da Autoridade da Concorrência entre 2016 e 2023 e vários auditores do Tribunal de Contas.

O inquérito é composto por 16 volumes e dois de aceleração processual, segundo a informação na acusação, que acrescenta que “a estes volumes acresce um extenso conjunto de apensos” em formato físico e digital.

Que crimes estão imputados aos seis arguidos?

  • António Mexia, ex-presidente executivo da EDP: um crime corrupção ativa para ato ilícito de titular de cargo político.
  • João Manso Neto, ex-presidente da EDP Renováveis e ex-administrador da EDP: um crime corrupção ativa para ato ilícito de titular de cargo político.
  • Manuel Pinho, ex-ministro da Economia do Governo socialista de José Sócrates: um crime corrupção passiva para ato ilícito de titular de cargo político.
  • João Conceição, ex-assessor do ministro Manuel Pinho no Ministério da Economia: um crime corrupção passiva para ato ilícito de titular de cargo político.
  • Miguel Barreto, ex-diretor-geral da Energia: um crime corrupção passiva para ato ilícito de titular de cargo político.
  • Rui Cartaxo, ex-assessor de Manuel Pinho no Ministério da Economia: um crime corrupção passiva para ato ilícito de titular de cargo político.

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