Altice confirma fim do serviço de armazenamento Meo Cloud

"Os utilizadores estão a ser informados atempadamente e terão o apoio necessário para salvaguardar os seus dados neste processo de transição", diz fonte oficial da operadora.

A Meo confirmou esta quinta-feira que vai mesmo a encerrar o serviço de armazenamento Meo Cloud, depois de um email recebido pelos utilizadores ter suscitado algumas dúvidas sobre se a informação seria legítima. Contactada pelo ECO, a operadora detida pelo grupo Altice reiterou o encerramento do serviço, sem adiantar o motivo concreto dessa decisão.

“A Meo confirma que irá descontinuar, em data ainda a definir, o serviço Meo Cloud num processo que acompanha a evolução da sua oferta”, respondeu fonte oficial da empresa. “Nesta fase, estamos apenas a proceder a uma atualização dos clientes ativos. Os utilizadores estão a ser informados atempadamente e terão o apoio necessário para salvaguardar os seus dados neste processo de transição”, acrescentou.

O Meo Cloud é um serviço que permitia aos utilizadores armazenarem ficheiros remotamente. Atualmente, todos os clientes Meo dispunham de 25 GB para guardarem os seus ficheiros pessoais, sendo ainda possível criar contas com 5 GB de espaço, expandido a capacidade através do envio de convites a outros utilizadores, caso estes se registassem.

Nos últimos dias, utilizadores do serviço Meo Cloud receberam emails a indicar a intenção da Meo de descontinuar o serviço. No entanto, numa altura em que são frequentes as tentativas de burla através da internet, persistiam dúvidas entre alguns clientes sobre a legitimidade dessas mensagens.

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Ventura pensava que Marcelo ia a um “festival de hambúrgueres” na Alemanha. Na verdade, é a Festa dos Cidadãos

  • Lusa
  • 11 Setembro 2025

Líder do Chega confunde Bürgerfest, a Festa dos Cidadãos em Berlim, com "festival de hambúrgueres". "Vocês não se revoltam com isto porque não sabem", dizia Ventura em posts que entretanto apagou.

O presidente do Chega acusou o chefe de Estado de se deslocar à Alemanha para ir a um festival de hambúrgueres, referindo-se à iniciativa Bürgerfest, que na verdade é uma Festa dos Cidadãos, em Berlim.

Esta acusação ao Presidente da República foi feita por André Ventura nas redes sociais na quarta-feira, depois de o Chega no Parlamento ter votado contra a deslocação de Marcelo Rebelo de Sousa à Alemanha, para uma visita oficial, entre quinta-feira e sábado, a convite do seu homólogo alemão.

“O Parlamento aprovou a ida do Presidente da República à Alemanha para ir a um festival de hambúrgueres. À conta dos nossos impostos. Acham isto normal? Será que os portugueses não se revoltam?”, lê-se numa mensagem publicada pelo presidente do Chega na rede social X, posteriormente apagada durante a madrugada.

Num vídeo publicado no Instagram, em que aparece com um documento na mão, André Ventura faz a mesma acusação, referindo-se ao encontro Bürgerfest como sendo “um festival de hambúrgueres”, quando na verdade se trata de uma Festa dos Cidadãos, na tradução para português, realizada nos jardins do palácio presidencial, em Berlim.

“O Chega votou contra, como é evidente. Isto é uma bandalheira. Mas sabem por que é isto passa, sabem por que é que coisas destas passam? Porque vocês não sabem disto. Vocês não se revoltam com isto porque não sabem”, acrescenta André Ventura.

Assim como na rede social X, também no vídeo publicado no Instagram (e entretanto apagado) o presidente do Chega associa a deslocação do chefe de Estado à Alemanha, para um suposto festival de hambúrgueres, a um prejuízo para os contribuintes portugueses e comenta: “Digam-me o quão ridículo isto é, o quão estúpido isto é”.

Numa nota publicada na quarta-feira de manhã no sítio oficial da Presidência da República na internet, antes da votação no parlamento, que ocorreu durante a tarde, informa-se que Marcelo Rebelo de Sousa será recebido pelo Presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, e é feito um enquadramento sobre a iniciativa Bürgerfest.

Trata-se de uma Festa dos Cidadãos “que se realiza anualmente nos jardins da residência oficial do Presidente Federal, para honrar o trabalho voluntário e promover o envolvimento cívico dos cidadãos”, refere-se na nota.

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Cartão Navegante no telemóvel entra em fase de testes

A aplicação Navegante Mobile, que permitirá ter o passe mensal dos transportes da Grande Lisboa diretamente no telemóvel, entrou oficialmente em fase de testes.

O serviço que vai permitir ter no telemóvel o cartão dos transportes da Área Metropolitana de Lisboa entrou oficialmente esta semana em fase de testes. A Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML) admite, num comunicado divulgado na quarta-feira, que o novo cartão digital dos transportes “poderá registar uma adesão massiva” quando for amplamente disponibilizado ao público.

Atualmente, os utilizadores regulares dos transportes na região da capital necessitam de ter um cartão físico onde é possível carregar os passes mensais — como o Navegante Municipal (30 euros, válido para um só concelho) e o Navegante Metropolitano (40 euros, válido para todos os concelhos da região). No entanto, o novo serviço Navegante Mobile vai permitir aos passageiros usarem diretamente o telemóvel como forma de acesso à rede de transportes públicos nos 18 concelhos da Grande Lisboa.

A “adesão massiva” que se espera vai “colocar uma elevada exigência sobre o sistema”, motivo pelo qual a entidade avança para este período de testes. Além disso, “ao envolver os utilizadores nesta fase de desenvolvimento, a TML pretende compreender melhor as suas necessidades, recolher feedback direto e preparar o terreno para uma adoção mais simples e eficaz deste produto Navegante”, lê-se no comunicado.

A aplicação vai estar disponível tanto para telemóveis com sistema iOS como Android. E, apesar de “desafiar” os passageiros a participarem no programa de testes, este está, por agora, condicionado: “Nesta etapa inicial, os convites serão enviados a beta testers já registados, que colaboraram em fases anteriores de testes da app Navegante, bem como a utilizadores que participaram em iniciativas da Carris Metropolitana. A TML está também a avaliar a possibilidade de abrir a novas inscrições para voluntários interessados em contribuir nesta fase”, acrescenta.

Para Rui Lopo, administrador da TML, “este é um passo decisivo na digitalização da mobilidade na Área Metropolitana de Lisboa”. “Queremos garantir que o lançamento do Navegante Mobile acontece de forma robusta e segura, e nada melhor do que envolvermos desde já os utilizadores nesta etapa de testes”, conclui o gestor.

Foi em novembro de 2024 que o ECO noticiou que a Carris Metropolitana irá permitir usar o passe Navegante diretamente no telemóvel em 2025.

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Teixeira Duarte dispara mais de 17% após promoção ao PSI

  • Joana Abrantes Gomes
  • 11 Setembro 2025

Títulos da construtora tocaram nos 53 cêntimos, na sequência do anúncio da Euronext de que foi promovida ao principal índice da bolsa de Lisboa.

No rescaldo do anúncio de que a Teixeira Duarte vai voltar a negociar no PSI, as ações da construtora arrancaram a sessão desta quinta-feira a disparar mais de 11%, tocando nos 51 cêntimos. Horas mais tarde, pelas 10h49, estende os ganhos para 17,26%, nos 53 cêntimos. A empresa vai passar a integrar o principal índice da bolsa de Lisboa, nove anos depois de ter descido para o índice geral.

A promoção foi anunciada na quarta-feira pela Euronext e tem efeitos a partir de 22 de setembro. Assim, o PSI vai passar a contar novamente com 16 cotadas, o que não acontece desde a saída da Greenvolt no ano passado.

Foi em 1998 que a construtora liderada por Manuel Maria Teixeira Duarte entrou em bolsa, tendo-se estreado no principal índice da praça nacional, então com o nome PSI-20, em 2001. Desde então, entrou e saiu do índice de referência português mais cinco vezes.

A última saída aconteceu em 2016, quando também a Impresa foi despromovida, tendo a Corticeira Amorim, a Sonae Capital e o Montepio tomado os seus lugares. Esta será a sexta promoção.

Só este ano, as ações da Teixeira Duarte já valorizaram mais de 558%, ou seja, mais do que sextuplicaram o seu valor. Com a negociação desta quinta-feira, atinge um máximo desde 21 de agosto.

(Notícia atualizada às 10h51 com nova cotação)

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Agricultura pode perder até 510 milhões de euros com travão da UE aos pesticidas

  • Lusa
  • 11 Setembro 2025

"Redução da produtividade e ao aumento dos custos de produção causados pela retirada de substâncias ativas essenciais à proteção das culturas" ameaça rendimentos do setor em Portugal, conclui estudo.

A agricultura portuguesa pode perder até 510 milhões de euros anuais devido à redução da produtividade e ao aumento de custos, com a decisão de Bruxelas proibir o uso de algumas substâncias ativas, revelou um estudo divulgado esta quinta-feira. No âmbito da estratégia “Do Prado ao Prato”, Bruxelas quer reduzir a utilização de produtos fitofarmacêuticos em 50% até 2030.

“A agricultura portuguesa poderá perder até 510 milhões de euros anuais de rendimento devido à redução da produtividade e ao aumento dos custos de produção causados pela retirada de substâncias ativas essenciais à proteção das culturas”, concluiu um estudo da AGRO.GES apresentado pela CropLife — Associação da Indústria da Ciência para a Proteção das Plantas.

Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), citados no estudo, o impacto corresponde a 7% da produção vegetal nacional prevista para 2025.

Esta análise avalia o impacto da retirada de 44 substâncias ativas candidatas a substituição pelas autoridades europeias. Neste sentido, foram realizados 20 casos de estudo, representativos de oito fileiras da agricultura portuguesa — vinha para vinho, olival para azeite, milho, tomate de indústria, pera rocha, maçã, arroz e batata.

Estudo analisou 20 casos, representativos de oito fileiras da agricultura portuguesa — vinha para vinho, olival para azeite, milho, tomate de indústria, pera rocha, maçã, arroz e batataEPA/TOMS KALNINS

Nas perdas, destaca-se a cultura da vinha, com uma quebra de 161,8 milhões de euros. Seguem-se as culturas do tomate de indústria (77,1 milhões de euros), olival (68,4 milhões de euros), milho (63 milhões de euros), batata (55,7 milhões de euros), maçã (38,2 milhões de euros), pera (28,7 milhões de euros) e, por último, o arroz (17,3 milhões de euros).

As perdas podem ascender, em termos de margem bruta, a 425 milhões de euros por ano, o equivalente a 10,3% do Valor Acrescentado Bruto (VAB) da agricultura nacional.

Já no que se refere às exportações, “as perdas nas fileiras em análise podem ter um impacto muito superior […]. O azeite, vinho, tomate, pera e maçã corresponderiam à perda de 360 milhões de euros na produção, fragilizando a indústria transformadora e/ou os mercados exportadores destas fileiras”.

Caso fossem retiradas as substâncias ativas em risco, as culturas da vinha no Douro, Trás-os-Montes, Beiras e Alentejo, do milho, do tomate de indústria e do arroz no Mondego “provavelmente desapareceriam” devido à descida da produtividade e ao acréscimo nos custos.

Por sua vez, as fileiras do olival, pomóideas, vinha nas regiões do vinho verde e Lisboa e Vale do Tejo, da batata e do arroz no Ribatejo continuariam a ser viáveis, “mas com perdas muito significativas, podendo pôr em causa os seus investimentos associados”.

Perante as conclusões deste estudo, a AGRO.GES recomenda que sejam analisados os impactos nas restantes fileiras da agricultura em Portugal e que a implementação da estratégia de Bruxelas seja ponderada.

Por outro lado, defendeu que é importante “reforçar um equilíbrio regulamentar” no âmbito da aprovação de substâncias ativas, tendo por base dados científicos sólidos.

Adicionalmente, é sugerido o fomento da inovação, promovendo a integração de biopesticidas, da agricultura digital e de tecnologias de precisão, “sem esquecer o papel indispensável dos produtos fitofarmacêuticos no curto e médio prazo”.

A CropLife (antiga Anipla) foi constituída em 1992 e representa as entidades que investigam, desenvolvem e comercializam soluções para melhorar a produção agrícola de forma sustentável.

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Hoje nas notícias: Orçamento, reforma do Estado e imigrantes

  • ECO
  • 11 Setembro 2025

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, desafia o Governo a “decidir se quer ficar no colo do Chega” para conseguir viabilizar o Orçamento do Estado para o próximo ano. Em entrevista na RTP3, o ministro da Reforma do Estado, Gonçalo Matias, garantiu que melhorar a eficiência dos serviços públicos não implicará “despedimentos”. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta quinta-feira.

Carneiro desafia Governo sobre OE: “Tem de decidir se quer ficar no colo do Chega”

O secretário-geral do PS deixou um desafio ao primeiro-ministro para decidir se quer entender-se com as “opções extremas” do Chega nas negociações do Orçamento do Estado (OE) para o próximo ano. “O Governo vai ter que decidir se quer ficar no colo do Chega ou se quer viabilizar a proposta do OE com o contributo do PS”, afirmou José Luís Carneiro, em entrevista ao Público e à Rádio Renascença. Segundo o líder socialista, o partido não vai apresentar propostas em negociação prévia, optando por aguardar pela apresentação da proposta orçamental, e depois fará a discussão em sede da especialidade. “Queremos contribuir para a estabilidade política. Isso significa contribuir para viabilizar um dos instrumentos que o Governo tem para pôr em prática o seu programa”, respondeu, quando questionado se está disponível para viabilizar o OE na generalidade.

Leia a entrevista completa no Público (acesso pago) e na Renascença (acesso livre).

Ministro promete reforma do Estado sem cortar postos de trabalho

O ministro Adjunto e da Reforma do Estado considera que “há um enorme anseio por uma reforma” e que é necessário tornar Portugal um dos países “digitalmente mais avançados da Europa”. Falando no programa “Grande Entrevista”, da RTP3, Gonçalo Matias destacou, entre os objetivos do Governo, a necessidade de melhorar a eficiência dos serviços públicos, garantindo que não haverá “despedimentos”. “A nossa interpretação da Reforma do Estado é ter um Estado que ponha o cidadão e as empresas no centro da preocupação pública. Essa é a nossa interpretação (…). Não é despedir pessoas, não é reinventar o Estado, não é implodir o Estado”, afirmou, acrescentando que “o Estado deve promover a atividade dos cidadãos e das empresas e não ser uma barreira, um estorvo a esse desenvolvimento”.

Veja a entrevista completa na RTP (acesso livre).

Sem descontos dos imigrantes, receitas da Segurança Social cairiam 12,42%

Sem as contribuições dos imigrantes, as receitas da Segurança Social cairiam 12,4%, o que corresponde a “um resultado líquido negativo de 1.820 milhões de euros”, conclui o estudo “Remessas de Imigrantes, Sustentabilidade da Segurança Social e Papel Económico da Imigração em Portugal”, feito pelo especialista em relações internacionais e fundos europeus Virech Maugi. Este investigador alerta que dispensar as contribuições dos imigrantes exigiria “um aumento de 10,3% na carga contributiva para compensar” o saldo global da Segurança Social. No total, os trabalhadores estrangeiros redirecionaram para a Segurança Social em 2024 mais de 2.200 milhões de euros, enquanto receberam cerca de 380 milhões de euros em prestações sociais — o que conduz ao saldo positivo de 1,8 mil milhões de euros.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Juristas dividem-se sobre perda de nacionalidade

A Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias já começou a receber os pareceres sobre as novas regras para a lei da nacionalidade. Dos 12 disponíveis até terça-feira na página da Assembleia da República, quatro juristas e o Conselho Superior do Ministério Público consideram que a proposta de criação de uma pena acessória de perda de nacionalidade para cidadãos naturalizados que sejam condenados por crimes graves com pena igual ou superior a cinco anos de prisão respeita os princípios da Constituição, enquanto outros quatro juristas e a Ordem dos Advogados defendem que a regra é inconstitucional. Há ainda uma jurista que não se manifesta, dizendo apenas que a constitucionalidade “deve ser avaliada”. Por fim, a Comunidade Israelita de Lisboa apenas criticou o facto de os diplomas pretenderem acabar com o regime especial para os judeus sefarditas. Falta ainda receber o parecer de duas entidades e sete especialistas.

Leia a notícia completa no Público (acesso indisponível).

Acesso ao mecanismo do Elevador da Glória tem porta aberta

Nada impede o acesso ao espaço subterrâneo onde é feito o controlo do elevador da Glória, bastando que uma pessoa seja capaz de levantar a tampa de ferro e, assim, entrar no compartimento técnico no topo da Calçada da Glória, denuncia o Correio da Manhã. Além disso, a entrada para o túnel não tem qualquer vigilância, seja de forma pessoal ou através de câmaras. A situação abre espaço a possíveis atos de sabotagem ou vandalismo. Não obstante, os compartimentos técnicos dos outros elevadores de Lisboa — Lavra, Bica e Santa Justa — estão protegidos por cadeados ou outros métodos de segurança.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago).

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Montenegro eleva relação bilateral com Japão a “parceria estratégica”

  • Lusa
  • 11 Setembro 2025

"Não se trata apenas de uma designação vaga, de uma expressão", afirmou o primeiro-ministro português, em visita oficial ao Japão, falando numa "nova fase" de cooperação entre os dois países.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou esta quinta-feira que Portugal e Japão vão elevar o seu grau de relação bilateral a “parceria estratégica”, o que constituirá uma “nova fase” na cooperação entre os dois países.

“Não se trata apenas de uma designação vaga, de uma expressão. É um compromisso para podermos ir mais longe na nossa cooperação ao nível cultural, ao nível económico, ao nível do desenvolvimento de novas áreas de relacionamento”, afirmou Montenegro, no final da reunião de trabalho com o primeiro-ministro japonês demissionário, Shigeru Ishiba, no primeiro dia da visita oficial ao Japão.

O chefe do Governo destacou entre as áreas a desenvolver para o futuro no relacionamento bilateral a segurança e defesa, as novas tecnologias, a energia e a partilha do conhecimento científico entre instituições de ensino. “Esta parceria estratégica ilustra uma vontade comum de trabalharmos conjuntamente, de convergirmos e de tratarmos com um propósito positivo e eficiente e consequente a nossa relação política, económica e cultural”, disse.

No início do encontro, Montenegro já tinha agradecido ao primeiro-ministro Ishiba as palavras de solidariedade que transmitiu a Portugal relativamente aos incêndios de agosto e ao recente acidente com o Elevador da Glória, que causou 16 mortes.

Montenegro foi recebido em Kantei, a residência oficial do primeiro-ministro japonês, com guarda de honra, e, na declaração final, sem direito a perguntas (ao contrário do que estava indicado no programa), Montenegro salientou a relação de 480 anos dos dois países, considerando que a sua visita de dois dias ao Japão “constitui uma prova de amizade e uma oportunidade”.

No domínio político, o primeiro-ministro afirmou que a declaração conjunta que estabelece a parceria estratégica significará “maior regularidade” nos encontros entre os dois países, destacando que já nesta quinta-feira os ministros dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, e o ministro da Economia e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, se reuniram com os seus homólogos.

Mais de mil empresas portuguesas no Japão, 120 empresas japonesas em Portugal

No plano económico, o primeiro-ministro destacou que há mais de mil empresas portuguesas ativas no mercado japonês, em áreas tão diversas como a agricultura, a indústria, os medicamentos ou a energia, áreas, a que se acrescentarão com a parceria estratégica outras como a proteção civil e a segurança e defesa.

“Também queremos preservar aquilo que tem sido um património comum ao nível cultural e ao nível linguístico. Destaco a circunstância de haver muitos japoneses a aprender português e também, em Portugal, haver ensino de japonês”, referiu.

Montenegro apontou ainda a exposição de Osaka, que visitará na sexta-feira, como “testemunho perfeito desta dimensão de cooperação política, cultural e económica” e saudou o sucesso do evento, assinalando que só o Pavilhão de Portugal “já foi visitado por mais de 1,4 milhões de cidadãos”.

A nível internacional, sublinhou existir com o Japão “uma convergência muito grande” de posições, aproveitando para reiterar a condenação da Rússia “pela violação da soberania e da integralidade territorial da Ucrânia”, sem se referir, contudo, à recente denúncia da Polónia da incursão de drones russos no seu espaço aéreo.

Perante o primeiro-ministro japonês, Montenegro condenou igualmente o programa nuclear e balístico da Coreia do Norte. “Estou absolutamente convencido de que esta visita significará uma nova fase no nosso relacionamento, o início de uma parceria estratégica que é efetivamente uma nova etapa, que visa trazer mais bem-estar e desenvolvimento aos nossos países”, sublinhou.

Antes, o primeiro-ministro do Japão, que está demissionário na sequência da derrota nas eleições legislativas de julho, considerou que a cooperação entre os dois países “é mais importante do que nunca”, face ao “ambiente de segurança desafiador” no mundo.

Ishiba assinalou que cerca de 120 empresas japonesas operam em Portugal e que “a cooperação empresarial no domínio das energias renováveis e das infraestruturas continua a crescer”.

“Esperamos um desenvolvimento ainda maior das relações comerciais e do investimento entre os dois países”, disse, manifestando igualmente interesse de “contribuir para o desenvolvimento económico e social dos países que falam português”.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 11 de setembro

  • ECO
  • 11 Setembro 2025

Ao longo desta quinta-feira, 11 de setembro, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Vem aí reforma ampla da lei do trabalho. Ouça o podcast “Ao trabalho!”

O podcast "Ao trabalho!" traz-lhe as notícias que estão a marcar o mercado de trabalho, dos salários às novas tendências, todas as quintas-feiras.

Mês e meio depois, o Governo voltou à Concertação Social para discutir um dos temas mais quentes do momento: a reforma da lei laboral. E este é um dos temas do novo episódio do podcast “Ao trabalho!”, que todas as quintas-feiras lhe leva os principais destaques do mundo laboral em menos de cinco minutos.

Esta semana, falamos também sobre os (muitos) jovens que começam licenciaturas, mas não acabam, e ainda sobre o travão à acumulação do IRS Jovem com a devolução de propinas.

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5 coisas que vão marcar o dia

Arrancam audições sobre a lei da nacionalidade, os EUA medem a evolução dos preços enquanto o BCE anuncia a decisão quanto às taxas de juro.

Nesta quinta-feira arrancam audições sobre a alteração à Lei da Nacionalidade em Portugal. Lá fora, nos EUA será divulgado o índice de preços no consumidor e, em Frankfurt, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, anuncia o rumo da política monetária na zona euro.

Arrancam audições sobre a lei da nacionalidade

Arrancam audições sobre a alteração à Lei da Nacionalidade. Será ouvida a Agência para a Integração de Migrantes e Asilo, o Instituto dos Registos e Notariado, Conselho Nacional para as Migrações e Asilo e a Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional (CGTP – IN). A proposta de lei do Governo pretende aumentar o período de permanência em Portugal exigido para a obtenção da cidadania e prevê, ainda, a possibilidade da perda da nacionalidade para os naturalizados há menos de 10 anos e que sejam condenados a pena de prisão efetiva igual ou superior a 5 anos pela prática de crimes graves, entre outras medidas. Os votos na especialidade do diploma do Governo que altera a lei da nacionalidade deverão ser feitos em dezembro.

Como evoluíram os preços nos EUA?

O departamento do trabalho dos Estados Unidos vai divulgar esta quinta-feira o índice de preços no consumidor (CPI). Os economistas antecipam uma subida mensal de 0,3%, de acordo com a Dow Jones. Caso se confirme, a taxa anual subirá para 2,9%. Se os números ficarem em linha com estas estimativas, espera-se que a Reserva Federal (Fed) avance com um corte das taxas de juro na reunião de setembro.

INE divulga dados do setor dos serviços

O Instituto Nacional de Estatística (INE) vai divulgar o volume de negócios, emprego, remunerações e horas trabalhadas nos serviços relativo a julho deste ano. Em junho, o índice registou uma variação homóloga de 3,0%, traduzindo uma desaceleração de 0,8 pontos percentuais (p.p.) face ao valor observado no mês anterior. O Eurostat vai ainda divulgar dados sobre a esperança média de vida em 2024.

OCDE divulga “Tax Policy Reform 2025”

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) vai divulgar o relatório anual sobre as reformas fiscais “Tax Policy Reform 2025”. O relatório abrange as decisões de política fiscal introduzidas ou anunciadas em 2024 em 86 jurisdições das quais recolhe dados. A publicação também fornece uma visão geral do ambiente macroeconómico e do contexto da receita tributária em que essas reformas fiscais foram feitas, destacando como os governos usaram a política fiscal para responder aos desafios estruturais de curto e longo prazo.

Banco Central Europeu decide taxas de juro

Termina essa quinta-feira a reunião de dois dias do Conselho de Governadores do Banco Central Europeu (BCE) para decidir o futuro da política monetária europeia. Christine Lagarde vai anunciar as decisões tomadas em conferência de empresa. Os analistas dão quase como certo que a decisão passa por manter as taxas de juro.

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BCE prepara-se para manter pé no travão e não mexer nas taxas de juro

O Banco Central Europeu deverá voltar a congelar as taxas de juro, mas a aparente calma pode ruir com a crise política em França e com a Fed a preparar-se para se mexer no tabuleiro global.

O Banco Central Europeu (BCE) encontra-se numa posição aparentemente confortável, mas essa tranquilidade pode ser mais frágil do que parece. Com 66 dos 69 economistas consultados pela Reuters num inquérito realizado há poucos dias a preverem que as taxas de juro se mantenham inalteradas nos 2% na reunião desta quinta-feira, a instituição liderada por Christine Lagarde parece decidida a fazer mais uma pausa no ciclo de cortes que iniciou em junho de 2024.

No entanto, por detrás deste consenso aparente esconde-se um debate interno mais aceso do que os mercados antecipam, numa altura em que França enfrenta nova turbulência política e os riscos económicos globais persistem.

Os últimos meses foram marcados por uma mudança significativa de sentimento entre os economistas. Se em julho quase 60% esperavam um novo corte de 25 pontos base nas taxas de juro, agora a esmagadora maioria prevê que o BCE permaneça em modo de espera.

Nem todos no Conselho do BCE partilham este otimismo. As atas da reunião de julho revelaram que alguns membros — descritos como o grupo “dovish” — manifestaram preocupações sobre um possível incumprimento da meta inflacionista por defeito.

Este movimento deve-se sobretudo ao acordo comercial entre os EUA e a União Europeia, alcançado no final de julho, que atenuou os receios de uma escalada tarifária, como refere Tuan Huynh, estratega-chefe de investimentos para a Alemanha, Áustria, Suíça e Europa de Leste do BlackRock Investment Institute, citado pela Morningstar.

Carsten Brzeski, diretor global de macro do ING, reconhece esta nova realidade, mas mantém reservas. “O BCE atualmente não parece disposto a deixar o seu ‘bom lugar’, embora um corte das taxas mais tarde este ano ainda não deva ser totalmente descartado”, refere o analista numa nota publicada no site do banco neerlandês a 3 de setembro.

O analista do ING identifica vários fatores que reforçaram a posição dos defensores da manutenção das taxas, como a postura “de esperar para ver”, o facto de o acordo comercial entre os EUA e a União Europeia “poder ter sido pior”, e ainda “uma leitura decente do crescimento do PIB do segundo trimestre e indicadores de sentimento empresarial melhores do que o esperado.”

Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para abrir o gráfico.

A inflação na Zona Euro situou-se em 2,1% em agosto, ligeiramente acima da meta de 2% do BCE, mas ainda dentro de um intervalo considerado aceitável. Simultaneamente, o desemprego mantém-se em mínimos históricos e a economia demonstra sinais de resiliência que surpreenderam positivamente.

Contudo, nem todos no Conselho do BCE partilham este otimismo. As atas da reunião de julho revelaram que alguns membros — descritos como o grupo “dovish” — manifestaram preocupações sobre um possível incumprimento da meta inflacionista por defeito. Esta corrente, liderada por figuras como Olli Rehn, governador do Banco da Finlândia, mantém-se atenta aos riscos deflacionistas.

Carsten Brzeski sublinha que “existem várias boas razões para estas preocupações”, destacando três fatores fundamentais:

  • uma crescente consciencialização entre os decisores políticos da Zona Euro em geral de que o acordo-quadro comercial entre os EUA e a União Europeia está longe de estar gravado em pedra;
  • o facto de as novas ronda de projeções do BCE trazerem “uma ligeira revisão em baixa da inflação e do crescimento para 2026″;
  • e ainda que o início de uma série agressiva de cortes das taxas de juro por parte da Reserva Federal norte-americana (Fed) “possa levar a um maior fortalecimento do euro e, portanto, aos riscos de uma inflação abaixo da meta”.

Michael Krautzberger, diretor de investimento global de mercados públicos da Allianz Global Investors, oferece uma perspetiva mais equilibrada. “O nosso cenário aponta para um período prolongado de taxas de juro estáveis na Zona Euro. Ainda assim, a curto prazo, é mais provável um corte do que um aumento”, refere o especialista numa nota enviada aos clientes da sociedade gestora alemã.

O analista da Allianz destaca que, apesar do acordo comercial EUA-União Europeia ter reduzido a incerteza, “o seu efeito sobre a procura de exportações europeias e o desvio de comércio (especialmente para parceiros mais expostos, como a China) mantém-se incerto”.

França como fator de risco adicional

A reunião desta quinta-feira ocorre numa altura particularmente sensível para França, após a queda do governo na segunda-feira, no seguimento do chumbo de uma moção de confiança ao governo de François Bayrou no Parlamento, nesse mesmo dia.

Esta situação acrescenta um elemento de instabilidade que pode influenciar as decisões do BCE, não tanto ao nível das taxas de juro, mas relativamente a eventuais intervenções no mercado obrigacionista, dado que as últimas semanas têm sido marcadas por uma subida generalizada das yields das obrigações francesas para níveis que já não se viam há muito tempo.

Carsten Brzeski antecipa que “a conferência de imprensa do BCE pode ser mais delicada do que o habitual, pois a presidente Christine Lagarde precisa de evitar repetir o seu erro de 2020 de lançar dúvidas sobre as suas ambições de ‘fazer o que for preciso’, ao mesmo tempo que enfatiza que o apoio do BCE não pode ser tido como garantido”.

O analista do ING refere que Lagarde terá de sublinhar que o Instrumento de Proteção da Transmissão (TPI) “só pode ser ativado para países que efetivamente cumpram as regras fiscais europeias ou que pelo menos sigam os caminhos de ajustamento dados – uma condição que França atualmente não cumpre”.

Embora a decisão desta quinta-feira pareça clara, as perspetivas para o resto do ano permanecem incertas. Os mercados de swaps implicam uma taxa de depósitos de cerca de 1,8% para dezembro.

Os investidores e analistas estarão também particularmente atentos à publicação das novas projeções macroeconómicas do BCE esta quinta-feira, com o mercado a antecipar um ligeiro otimismo dos dados. Michael Krautzberger espera inclusive “uma ligeira revisão em alta nas previsões de crescimento a curto prazo, refletindo dados do primeiro semestre que são melhores do que o esperado e a recente resiliência do sentimento económico”.

No plano da inflação, a Allianz Global Investors prevê que o BCE eleve em 0,1 pontos percentuais a sua previsão de inflação geral para 2026, para 1,7%, mantendo inalteradas as previsões para 2027 (2%). Esta ligeira revisão em alta resulta de fatores como os preços do petróleo para 2026 e 2027 estarem 3% a 5% acima do previsto, compensados parcialmente pela apreciação do euro de 3% desde junho, refere Michael Krautzberger numa nota enviada aos clientes da sociedade gestora.

Embora a decisão desta quinta-feira pareça clara, as perspetivas para o resto do ano permanecem incertas. Os mercados de swaps implicam uma taxa de depósitos de cerca de 1,8% para dezembro, sugerindo elevada probabilidade de um corte até final do ano. Contudo, os economistas estão divididos: 40 dos 69 consultados pela Reuters preveem que as taxas se mantenham inalteradas durante o resto do ano.

Claus Vistesen, economista-chefe para a Zona Euro da Pantheon Macroeconomics, é categórico, afirmando que “o BCE terminou agora e vai simplesmente ficar aqui durante algum tempo… simplesmente não há pressão para aliviar neste momento”. Por outro lado, Julie Ioffe, economista para o mercado europeu e estratega macro da TD Securities, mantém-se otimista sobre as perspetivas regionais, notando que “não há atualmente algo importante a pairar sobre a cabeça da Europa que a possa derrubar”, sublinhando ainda que “a região tem realmente uma boa oportunidade de continuar a crescer até 2026 e além”.

A reunião desta quinta-feira promete, assim, confirmar a pausa nas taxas, mas as palavras de Christine Lagarde na conferência de imprensa serão escrutinadas ao pormenor, procurando sinais sobre a direção futura da política monetária numa altura

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Bondalti rejeita reprogramar agenda mobilizadora que lidera apesar das incertezas

Ao contrário do que aconteceu com outras agendas da área da energia, a Bondalti não pediu para reprogramar a H2Enable, a agenda mobilizadora que lidera.

A Bondalti não pediu para reprogramar a agenda mobilizadora que lidera, a H2Enable, apurou o ECO, ao contrário do que aconteceu com outras agendas da área da energia. A Bondalti, que está presente em várias agendas, já recebeu até agora 13,8 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

A H2Enable tem como objetivo acelerar e transformar a cadeia de valor do hidrogénio verde em Portugal, a partir do complexo químico de Estarreja. Em causa está um investimento de 147,81 milhões de euros, que conta com um apoio de 60,27 milhões do PRR. Nesta agenda, a Bondalti já recebeu cerca de 13,5 milhões de euros dos cerca de 56 milhões que lhe foram atribuídos, revela o Portal da Transparência. As verbas foram recebidas maioritariamente pela Bondalti H2 e uma parte residual (778,37 mil euros) pela Bondalti Chemicals.

Apesar da produção de hidrogénio verde não ser ainda um mercado maduro; de haver muitos projetos a caírem ou a diminuírem a ambição, quer em Portugal, quer noutros países; da indefinição e incertezas quanto às tecnologias de produção e dos elevados custos financeiros, o grupo José de Mello optou por não reduzir a ambição da sua agenda, nem alagar o prazo de execução para junho de 2026, no âmbito do exercício de reprogramação das agendas mobilizadoras, que resultou num reforço de 319 milhões de euros. No entanto, nada impede as agendas de solicitar ao IAPMEI ajustamentos ao longo do tempo.

O ECO pediu à empresa para justificar a opção, mas a resposta foi negativa. “Nesta fase, esses temas ainda estão em aberto e em discussão e a Bondalti não tem nenhum comentário a fazer”, disse ao ECO fonte oficial da empresa.

A Bondalti está presente em mais duas agendas mobilizadoras, lideradas por outras empresas. Uma é a NGS – New Generation Store, uma agenda de 99,81 milhões de euros que, tendo por base um “modelo estruturado em oito Work Packages que abarcam a totalidade da cadeia de valor de produção de componentes, packs e reciclagem de baterias, se propõe a agregar valor a cada etapa do processo, culminando num objetivo comum: a criação de um novo ecossistema tecnológico na área das baterias que se irá destacar a indústria nacional no mercado global”. De acordo com o Portal da Transparência, a Bondalti, um dos 54 elementos do consórcio, liderado pela DST Solar, apenas recebeu 129,96 mil euros desta agenda que, de acordo com o site do IAPMEI, não terá feito uma revisão dos produtos e serviços que pretende apresentar.

É nesta agenda que a empresa do grupo José de Mello se propõe criar uma fábrica de demonstração, que lhe permita provar ao mercado a sua capacidade para refinar lítio. A Bondalti optou, numa primeira fase, por criar uma fábrica de demonstração em Coimbra, antes de o projeto poder ganhar escala, explicou a Comissão de Acompanhamento do PRR, na sequência de uma visita à empresa, em outubro do ano passado. “A escala pode ser mais ou menos demorada, dependendo do avanço da cadeia de lítio em Portugal, sendo estes os primeiros passos para criar sinergias com a produção. Não existindo produção em Portugal, será necessário proceder a importação do produto para testar a fábrica modelo”, alertava Pedro Dominguinhos.

O grupo, através da Lifthium Energy (cujo capital pertence em 85% à José de Mello e 15% Bondalti), pretende construir uma refinaria de lítio, num investimento de 492 milhões de euros, mas que já não se insere no âmbito do PRR.

Este projeto foi reconhecido, em março, como um projeto Estratégico pela Comissão Europeia, ao abrigo da nova legislação para as matérias-primas críticas, o que lhe permite aceder a outras verbas para o financiar, já que os prazos não são consentâneos com os do PRR. A execução das agendas mobilizadoras pode ser estendida até junho de 2026, mas a construção de uma refinaria demorara cerca de 24 meses.

Entretanto, em junho, a empresa já deu início ao processo de licenciamento ambiental para a construção da refinaria, avançou o Expresso.

“O projeto tem demorado mais do que as nossas expectativas”, disse o CEO Salvador de Mello na apresentação dos resultados anuais, no início de junho. “Acreditamos que há valor significativo neste projeto. Continuamos a trabalhar na concretização desta operação. Mas ainda não estamos em condições de tomar decisões”, acrescentou na altura.

A decisão firme é a de que a refinaria ficará em Portugal e não em Espanha, como chegou a ser ponderado. Espanha apresentava vantagens, sobretudo no licenciamento industrial, como chegou a reconhecer o administrador Luís Delgado, numa conferência do ECO. O Governo espanhol anunciou em setembro de 2024 a atribuição de um apoio de mais de 21 milhões à Lifthium Energy Cantabria, em Torrelavega, para a construção da refinaria de lítio verde.

A terceira agenda na qual a Bondalti participa é a H2 Driven, liderada pela Efacec. Neste caso, não foram recebidas quaisquer verbas. Tal como o ECO avançou, esta agenda vai mudar de liderança para a Capwatt Metanol.

A semana passada, a Bondalti anunciou a conclusão de um investimento de 41 milhões de euros, com apoio do PRR, “um dos maiores investimentos na sua história”. Mas não se inseriu no âmbito das agendas mobilizadoras (C5), mas antes na componente de descarbonização da indústria (C11).

O projeto RePower Chemicals tem um apoio do PRR de 30,84 milhões de euros para reduzir o impacto ambiental dos processos produtivos do complexo industrial de Estarreja, com vista a melhorar a sua independência e eficiência energética. E, de acordo com o portal da transparência, a empresa química do universo José de Mello já recebeu 10,95 milhões.

(Notícia atualizada com mais informação)

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