Conferência gratuita “Ética e Liderança” no Palácio da Bolsa

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  • 16 Fevereiro 2024

A 19 de março, a Associação Comercial do Porto comemora os 190 anos com a conferência gratuita Ética e Liderança nas Organizações. Clóvis de Barros, Renato Ribeiro e Jorge Sequeira são os convidados.

A dimensão ética das organizações é uma preocupação emergente e um desafio para os seus líderes. Clóvis de Barros Filho, jurista, filósofo e um dos principais conferencistas brasileiros neste domínio, resume a noção de ética à “convivência mais harmoniosa possível no interior de um grupo”. Transportando o conceito para a realidade das empresas, o orador – que será um dos convidados da conferência promovida pela Associação Comercial do Porto – considera que deve existir a liberdade de “definir o quê e por quais meios deve ser protegido” no seio de um grupo, atendendo à sua “especificidade” e aos seus “propósitos”. “Toda a empresa deve, de forma soberana e autónoma, sem imitar protocolos estabelecidos por terceiros, definir princípios éticos de conduta e normas que convertam esses princípios em imperativos”, refere Clóvis de Barros.

As preocupações ambientais, os direitos dos trabalhadores e a relação com os stakeholders são “fatores éticos relevantes” no contexto atual das empresas, de acordo com Renato Janine Ribeiro, outro dos oradores convidados na conferência Ética e Liderança nas Organizações. O ex-ministro da Educação do Brasil considera que este novo quadro de valores é fundamental para o sucesso de uma organização e permite à liderança cumprir “um papel político, no sentido mais nobre e não partidário do termo”. “Líder não é sinónimo de chefe. Chefes mandam, líderes inspiram. Um líder não tem de dominar folhas cálculo e técnicas, mas tem de compreender o seu significado e traduzi-lo para funcionários, clientes e fornecedores”, recorda Renato Janine Ribeiro.

Na mesma linha, Jorge Sequeira entende que os líderes devem obedecer a “padrões e valores morais orientados por princípios de carácter virtuosos”. A aplicação desses princípios, defende o conhecido psicólogo e mental coach português, irá “enaltecer o indivíduo e beneficiar, não apenas a comunidade empresarial, mas a sociedade como um todo”.

O Pátio das Nações, no Palácio da Bolsa, será o local da conferência dos 190 anos da Associação Comercial do Porto.

Os três oradores compõem o programa da conferência que terá lugar no Palácio da Bolsa, realizada no âmbito dos 190 anos da Associação Comercial do Porto. O evento, de entrada livre, irá desafiar os participantes, ao longo de uma tarde, a refletir sobre os compromissos éticos, sociais e ambientais que hoje impactam as organizações, e de que forma devem ser geridos pelos respetivos líderes.

Jorge Sequeira, um dos mais reconhecidos oradores motivacionais portugueses, antecipa uma conferência baseada “nas melhores perspetivas atuais” e promete “uma abordagem completamente fora da caixa, alicerçada no storytelling” e com momentos de “alguma diversão”. O autor do best-seller Dar ao Pedal vai procurar alertar os presentes para a necessidade de estimarmos lideranças “que nos levam mais longe do que iríamos sozinhos” e, por outro lado, demonstrar que os bons líderes “devem delegar, estimular o pensamento divergente e não colocar vedações em redor dos liderados, caso contrário, transformam-se em ovelhas”.

Já Renato Janine Ribeiro antecipa uma intervenção dirigida às empresas e à forma como estas “podem e devem posicionar-se” perante uma sociedade cada vez mais exigente e que “clama por mais ética”. “Estamos a viver na sociedade mais democrática da história, o que significa que nunca houve tanta liberdade e tanta igualdade. Por isso, há uma procura de mais qualidade nos bens e mais decência nos serviços”, aponta o professor de ética e filosofia política da Universidade de São Paulo.

Finalmente, Clóvis de Barros aponta, como objetivo da sua conferência, “mostrar o quanto a autonomia de cada grupo, organização ou empresa é fundamental para a definição de um estatuto ético eficaz”. As inscrições estão abertas e são obrigatórias. O evento terá início às 14h30, do dia 19 de março, e a lotação é limitada.

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Mortalidade em janeiro subiu mais de 12% face há um ano

  • Joana Abrantes Gomes
  • 16 Fevereiro 2024

Dados do INE revelam que no conjunto do ano de 2023 houve uma redução das mortes e um aumento dos nascimentos, o que desagravou o saldo natural, cujo valor acumulado foi de -32.650.

O mês de janeiro registou 13.415 óbitos, mais 10,5% do que em dezembro e mais 12,3% do que em igual mês do ano passado, segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) publicados esta sexta-feira. Em todo o ano de 2023, o número de mortos foi de 118.862, representando uma queda de 4,8% face ao ano anterior.

De acordo com o gabinete estatístico, no primeiro mês de 2024, morreram mais 21 pessoas devido à Covid-19 do que em dezembro, totalizando 156 óbitos causados pelo vírus. Ainda assim, este valor equivale apenas a 1,2% do total de óbitos registado em janeiro deste ano.

No ano passado, morreram 2.132 pessoas devido à Covid-19, o que corresponde a 1,8% do total de óbitos. Comparando com 2022, ano ainda marcado pela pandemia, o número de óbitos provocados pelo coronavírus foi de 6.847, valor equivalente a 5,5% da mortalidade nesse ano.

Número de óbitos e variação homóloga entre janeiro de 2022 e janeiro de 2024

Fonte: INE

Por sua vez, o número de nascimentos em 2023 cresceu 2,3% em relação ao ano anterior: Portugal registou 85.909 nados-vivos em todo o ano, mais 1.920 do que em 2022, ano em que houve 83.989 nados-vivos. Só no mês de dezembro, registaram-se 7.125 nados-vivos, menos 4,1% face a novembro e menos 0,2% relativamente ao mês homólogo de 2022.

Os dados do INE dão conta também de um desagravamento do saldo natural (diferença entre o número de nados-vivos e o número de óbitos) em 2023, que se mantém em terreno negativo desde 2009, com um recorde de -45,3 mil em 2021.

No valor acumulado no ano passado, o saldo natural estava negativo em -32.650, quando em 2022 se fixou em -40.640, o que se explica pelo menor número de óbitos e o simultâneo aumento no número de nascimentos.

O saldo natural em dezembro foi de -5.003, agravando-se face ao mês anterior (-2.118), mas desagravando-se ligeiramente em relação ao do mês homólogo de 2022 (-5.156).

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Combustíveis voltam a aumentar na próxima semana. Gasolina sobe três cêntimos e gasóleo dois

A partir de segunda-feira, quando for abastecer, deverá pagar 1,667 euros por litro de gasóleo simples e 1,736 euros por litro de gasolina simples 95. São, pelo menos, seis semanas de ganhos.

Os preços dos combustíveis vão voltar a subir na próxima semana. O gasóleo, o combustível mais usado em Portugal, deverá ficar dois cêntimos mais caro a partir de segunda-feira, e a gasolina deverá aumentar três cêntimos, disse ao ECO uma fonte do setor.

Quando for abastecer, deverá passar a pagar 1,667 euros por litro de gasóleo simples e 1,736 euros por litro de gasolina simples 95, tendo em conta os valores médios praticados nas bombas à segunda-feira, divulgados pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG). O preço do diesel vai, assim, a caminho da sexta semana consecutiva de subidas e a gasolina para a nona. Os preços estão assim ao nível dos praticados em meados de novembro (6 e 13 de novembro, respetivamente).

Estes valores já têm em conta os descontos aplicados pelas gasolineiras e a revisão das medidas fiscais temporárias para ajudar a mitigar o aumento dos preços dos combustíveis. A redução de impostos determinada pelas medidas atualmente em vigor é de 25 cêntimos por litro de gasóleo e de 26 cêntimos por litro de gasolina.

Os preços podem ainda sofrer alterações para ter em conta o fecho das cotações do petróleo brent à sexta-feira e o comportamento do mercado cambial. Mas também porque os preços finais resultam da média dos valores praticados por todas as gasolineiras. É ainda de recordar que os preços cobrados ao consumidor final podem variar consoante o posto de abastecimento.

Esta semana, os preços do gasóleo e da gasolina subiram 2,1 e um cêntimo, respetivamente, cumprindo a expectativa do mercado.

O preço do brent, que serve de referência para o mercado europeu, está a descer esta sexta-feira 0,91%, para 82,11 dólares por barril, devido às preocupações com o abrandamento da procura depois do alerta da Agência Internacional de Energia e na sequência da publicação de vários indicadores que apontam para um abrandamento das economias. Ainda assim, tudo aponta para uma ligeira subida semanal após as variações voláteis ao longo da semana.

Um dólar mais fraco ofereceu algum alívio aos preços do petróleo, cotado em dólares, após a moeda ter caído acentuadamente após os máximos de três meses, acompanhando os dados fracos das vendas a retalho nos EUA.

As perspetivas para os preços do petróleo permaneceram sombrias, especialmente depois do relatório da AIE divulgado na quinta-feira, que prevê um abrandamento da procura global de petróleo. A organização reduziu sua previsão de crescimento global do petróleo em 2024 para 1,22 milhões de barris por dia contra os anteriores 1,24 milhões.

Os sinais de recessão vindos das maiores economias do mundo também ensombraram as perspetivas de procura de petróleo. Tanto o Reino Unido como o Japão entraram em recessão técnica no quarto trimestre de 2023 e o crescimento do PIB da zona euro manteve-se inalterado no quarto trimestre, depois de o bloco também ter entrado em recessão no terceiro trimestre. Além disso, a China, principal importador de crude, também se debate com uma retoma económica lenta, mas o feriado da semana do Ano Novo Lunar oferece algum impulso.

No que diz respeito à oferta, os dados divulgados no início da semana revelam um grande salto nos stocks de petróleo bruto dos EUA, à medida que a produção aumentava para níveis recordes. Os analistas esperam que a forte produção dos EUA colmate, em grande medida, quaisquer lacunas de abastecimento da OPEP, bem como potenciais perturbações de abastecimento decorrentes do conflito no Médio Oriente.

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Italiana Mapei abre fábrica de 13 milhões em Cantanhede

Nova fabrica da Mapei tem 26.500 metros quadrados de área total e está “dotada de tecnologias de vanguarda” que permitirão à filial portuguesa do grupo italiano aumentar a capacidade produtiva.

Fundada em 1937 em Milão, a Mapei, fabricante mundial de produtos químicos para a indústria da construção, vai inaugurar a 13 de março uma fábrica em Cantanhede, num investimento de 13 milhões de euros. A empresa está presente em 57 países, soma 102 subsidiárias, 90 fábricas, emprega 12 mil colaboradores e fatura 4,2 mil milhões de euros a nível mundial.

A nova fábrica tem uma área total de 26.500 metros quadrados, dos quais 12 mil de área coberta. A empresa de ADN italiano salienta que “esta nova unidade produtiva é dotada de tecnologias de vanguarda, que permitirá à filial portuguesa do grupo aumentar a capacidade produtiva e ampliar a gama de produtos, potenciando o serviço ao cliente”.

“Este investimento revela a aposta do grupo no nosso país, para o crescimento do negócio. Com esta nova e moderna fábrica estamos ainda mais preparados para responder às exigências do mercado local, prevendo para 2024 continuar a crescer em termos de segmentos de negócio, aproveitando as oportunidades de mercado e apostando em soluções inovadoras e eco sustentáveis, com o intuito de acrescentar valor à oferta e gama de produtos aos clientes”, afirma a diretora geral da Mapei Portugal, Carla Santos, citada em comunicado.

Carla Santos, diretora geral da Mapei PortugalMapei Portugal

A nova estrutura esta dotada de um grande espaço para a armazenagem dos produtos acabados e da Mapei Academy, que se destina à formação de profissionais. Os escritórios centrais da empresa portuguesa estão situados no Parque das Nações, em Lisboa, dotados do Mapei World Lisboa, um espaço para os projetistas inspirar-se para conceber os projetos do futuro, um conceito do grupo Mapei já implementado em Paris Londres e Milão.

A Mapei Portugal, fundada em 2001, emprega cem pessoas e registou o ano passado um volume de faturação na ordem dos 30 milhões de euros. A italiana realça que a Mapei Portugal tem “apresentado um crescimento contínuo”, aumentando “a quota de mercado, a carteira de clientes e a oferta de produtos químicos para a construção”.

Recentemente, a empresa integrou a Profilpas Portugal, consequência do processo de fusão, uma empresa adquirida pelo grupo Mapei, em 2022, com um armazém em Rio do Mouro, Sintra, especializada em perfis técnicos e de acabamento para o assentamento de cerâmica, madeira, laminados, linóleo e alcatifa.

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Alexey Navalny, principal opositor russo de Putin, morre na prisão

  • Lusa e ECO
  • 16 Fevereiro 2024

Navalny, de 47 anos, era o principal opositor do regime do Presidente russo e cumpria uma pena de prisão. As causas da morte ainda estão a ser apuradas.

O líder da oposição russa, Alexey Navalny, morreu na prisão, noticiou esta sexta-feira a agência russa TASS.

As causas da morte de Navalny estão a ser apuradas, segundo o Serviço Penitenciário Federal da região autónoma de Yamal-Nenets, que acrescenta que o opositor de Putin “sentiu-se mal depois de dar uma caminhada, e perdeu a consciência quase imediatamente”. Entretanto, o Kremlin confirmou a notícia, mas escusou-se a fazer mais comentários.

A mulher de Navalny, que diz ainda não ter sido informada oficialmente pela morte do marido, sublinha, que, a confirmar-se é uma notícia “terrível” e que Putin e o seu governo devem ser responsabilizados. “Se isto é verdade, então Putin e os seus amigos devem saber que vão ser responsabilizados por aquilo que fizeram ao país e à minha família”, afirmou Yulia Navalnaya, numa conferência em Munique, onde foi aplaudida de pé. Além disso, apela à comunidade internacional para “se unir” e “vencer” o regime russo.

Navalny, de 47 anos, era o principal opositor do regime do Presidente russo, Vladimir Putin, e cumpria pena de prisão, depois de ter sido condenado por “extremismo”. Em dezembro, Navalny tinha desaparecido de uma prisão na região de Vladimir, onde cumpria uma pena de 30 anos, e foi transferido para uma prisão de “regime especial” na região próxima do Círculo Polar Ártico.

Em 2021, foi distinguido com o Prémio Sakharov 2021 do Parlamento Europeu. Na altura, o então presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, que morreu em 2022, disse: “Alexey Navalny tem feito uma campanha consistente contra a corrupção do regime de Vladimir Putin e, através dos seus relatos nos meios de comunicação social e campanhas políticas, tem ajudado a expor abusos e a mobilizar o apoio de milhões de pessoas em toda a Rússia. Devido a isso, foi envenenado e atirado para a prisão. Ao atribuir o Prémio Sakharov a Alexey Navalny, reconhecemos a sua imensa coragem pessoal e reiteramos o apoio inabalável do Parlamento Europeu à sua libertação imediata.”

Já há várias reações à morte de Navalny por parte dos líderes europeus. A presidente do Parlamento Europeu escreveu, na rede social X (antigo Twitter), que “o mundo perdeu um lutador cuja coragem ecoará através de gerações” e acusa o regime russo de “lhe tirar a liberdade e a vida, mas não a dignidade”.

Também a presidente da Comissão Europeia já reagiu, referindo que estar “profundamente perturbada e triste” com a notícia. “Putin nada mais teme do que os dissidentes do seu próprio povo”, acrescentou Ursula von der Leyen, sublinhando que este é “um lembrete sombrio do que são Putin e o seu regime”.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, recorda Navalny como alguém que “lutou pelos valores da liberdade e da democracia” e realça, num post também na rede X, que “a UE considera o regime russo o único responsável por esta morte trágica”.

Do lado português, o ministro dos Negócios Estrangeiros responsabilizou o Presidente russo pela morte de Navalny, homenageando o opositor do Kremlin pela sua resistência e luta pela democracia na Rússia. “Putin, que exerceu o seu poder arbitrário prendendo-o em circunstâncias cada vez mais draconianas, é responsável pela sua morte” escreveu João Gomes Cravinho, notando que Navalny “resistiu ao regime de Putin e lutou pela democracia na Rússia“, acrescentou.

Horas mais tarde, em declarações à RTP3, João Gomes Cravinho reitera que Putin “não olha a meios” para retaliar contra quem se opõe ao regime russo, colocando “sistematicamente” os seus opositores na prisão, no exílio ou “em alguns casos” aniquilando-os. “Temos aqui mais este caso trágico que teve a ousadia de desafiar Putin“, sublinhou. Quanto a eventuais averiguações feitas pela Rússia à morte de Navalny, Gomes Cravinho sinaliza que estas “não têm fiabilidade nenhuma” e acredita que a União Europeia irá “intensificar” as sanções à Rússia não só pela invasão russa à Ucrânia, mas também devido à “opressão ao povo russo”.

Já o Presidente norte-americano, Joe Biden, manifestou-se “indignado”, mas “não surpreendido”, com a notícia da morte do opositor russo Alexei Navalny, pela qual responsabilizou o homólogo russo, Vladimir Putin. “Não se deixem enganar: Putin é responsável pela morte de Navalny”, disse o chefe de Estado, em declarações à imprensa. Biden classificou Navalny como uma “voz poderosa pela verdade” mesmo a partir da prisão.

O primeiro-ministro do Reino Unido, também na rede social X, lembrou Navalny como um “advogado acérrimo da democracia russa” que demonstrou uma “coragem incrível ao longo da vida”. Ao mesmo tempo, o presidente da Letónia foi mais duro: “Quaisquer que sejam os pensamentos sobre Alexei Navalny como político, ele foi brutalmente assassinado pelo Kremlin”, escreveu Edgar Rinkēvičs no X.

Por sua vez, o secretário-geral da NATO disse não querer “especular” sobre as causas da morte, mas pediu “que todos os factos sejam determinados e que todas as perguntas sejam respondidas”. “O que sabemos é que a Rússia tem exercido um poder cada vez mais totalitário contra os opositores de Putin”, acrescentou.

Dmitry Muratov, jornalista russo e vencedor do Nobel da Paz em 2021, disse à Reuters que a morte de Alexey Navalny foi um “assassinato”, dizendo acreditar que as condições da prisão levaram à sua morte. Nos últimos meses, tinham sido levantadas questões sobre o estado de saúde de Navalny. Em janeiro, foi divulgado um vídeo onde aparecia visivelmente magro e com a cabeça raspada, descreve o The Guardian (acesso livre, conteúdo em inglês).

Ex-político, Navalny ganhou notoriedade nos fortes protestos entre 2011 e 2012, ao fazer campanha contra a fraude eleitoral e a corrupção governamental, investigando o círculo íntimo de Putin e partilhando as suas conclusões em vídeos que obtiveram centenas de milhões de visualizações.

O seu percurso levou a que fosse um dos principais alvos do regime de Putin, tendo sido objeto de vários processos judiciais. Em 2020, foi vítima de envenenamento enquanto regressava da Sibéria de avião. Foi levado para a Alemanha para ser tratado, mas quando regressou à Rússia, em janeiro de 2021, foi preso imediatamente e nunca saiu da prisão.

(Notícia atualizada às 15h49 com mais declarações do ministro dos Negócios Estrangeiros português)

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Era “muito importante” que a PGR desse “algumas explicações ao país”, diz Pedro Nuno Santos

Pedro Nuno Santos lembra que no programa eleitoral do PS consta uma proposta que "prevê a clarificação da relação de poder hierárquico do MP". "Todos ganhávamos" se PGR desse explicações, diz.

Apesar de se escusar a comentar “casos concretos”, o secretário-geral do PS considera que seria “muito importante” que a procuradora-geral da República desse “algumas explicações ao país” sobre as investigações levadas a cabo pelo Ministério Público. Pedro Nuno Santos defende ainda uma reforma na Justiça com um “consenso alargado” entre os partidos.

“Há um debate a fazer e, perante o clima instalado, ganhávamos todos se a procuradora-geral da República” desse “algumas explicações ao país“, afirmou Pedro Nuno Santos, em declarações transmitidas pela RTP3. O líder socialista reagia às críticas feitas por Ferro Rodrigues e Ana Catarina Mendes sobre a atuação do Ministério Público em investigações recentes, que desencadearam crises políticas a nível nacional e também na Madeira.

As críticas surgem depois da absolvição do ex-secretário de Estado Miguel Alves e da libertação com termo de identidade e residência de Pedro Calado, ex-presidente da Câmara do Funchal, Avelino Farinha, líder do grupo de construção AFA, e Custódio Correia, principal acionista do grupo ligado à construção civil Socicorreia, no âmbito dos alegados casos de corrupção da Madeira.

Para o secretário-geral do PS, “em vez de discutir casos concretos” é relevante que se discuta “a reforma da justiça” e sublinha que “seria muito importante ter um consenso alargado“. Nesse sentido, o ex-ministro das Infraestruturas lembra que no programa eleitoral os socialistas apresentam uma proposta que “prevê a clarificação da relação de poder hierárquico do Ministério Público”.

A Constituição prevê a “total autonomia” do Ministério Público “em relação a poderes externos”, nomeadamente do Governo, mas “há também uma subordinação hierárquica prevista interna ao MP“, lembrando ainda o “litígio que decorre de uma alteração ao estatuto”. Por isso, o PS defende essa “clarificação” e considera que seria “muito interessante que os outros partidos se pudessem pronunciar” sobre esta proposta.

Já sobre a crise da habitação, Pedro Nuno Santos reiterou que as respostas “são múltiplas”, pelo que se deve atuar “em todas as frentes” e com a colaboração da administração central e as autarquias locais”. Segundo o ex-ministro é preciso investir na “construção pública”, mas também dar “incentivos para que os privados possam construir”, nomeadamente através da simplificação da burocracia e do licenciamento ou da redução do IVA para a construção a custos controlados, enumerou. E atirou ainda à direita, acusando os partidos deste espetro políticos de “querem abandonar este esforço de construção pública”.

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Farfetch vai despedir entre 25% e 30% dos trabalhadores

Farfetch deverá dispensar cerca de 2.000 pessoas a nível global, caso avance com a redução de 30% da sua força de trabalho. Tecnológica assegura 3.000 empregos em Matosinhos, Guimarães e Braga.

A Farfetch vai reduzir entre 25% e 30% os seus colaboradores a nível global, confirmou ao ECO fonte oficial da empresa. O plano de despedimentos, que arrancou esta sexta-feira em Portugal, poderá levar à saída de cerca de 2.000 pessoas.

A tecnológica criada em 2008 pelo português José Neves, que ontem apresentou a sua demissão como CEO da empresa, está a realizar um programa de despedimentos, após a Coupang ter concluído, há cerca de duas semanas, a aquisição da Farfetch acordada no passado dia 18 de dezembro. A empresa informou esta quinta-feira por email os trabalhadores que iria iniciar “o processo de despedida de colegas e amigos que foram partes importantes da jornada da Farfetch até agora. As conversas com as pessoas afetadas por estes despedimentos terão início em Portugal amanhã [esta sexta-feira]”.

Com cerca de 6.800 colaboradores a nível global, dos quais cerca de 3.000 estão sediados em Portugal, nos escritórios em Braga, Guimarães e Matosinhos, os despedimentos poderão abranger mais de 2.000 pessoas a nível global. Fonte da empresa confirmou ao ECO que a redução de postos de trabalho será de entre “25% a 30% a nível global”, contudo não detalhou como será repartida pelas diversas geografias.

No email enviado aos trabalhadores, esta quinta-feira, a empresa de venda online de bens de luxo dava conta que “após uma cuidadosa consideração, decidimos simplificar o negócio para nos permitir operar a partir de uma posição de solidez financeira“, um processo que exige “a difícil decisão de remover funções redundantes“.

A equipa executiva foi a primeira a ser afetada. Sem especificar se as pessoas saíram pelo seu pé ou se já fazem parte deste processo de redução de postos de trabalho, a Farfetch informou que, além de José Neves, a empresa se despediu de outros oito diretores: Hélder Dias, Kelly Kowal, Edward Sabbagh, Sindhura Sarikonda, Tim Stone, Luís Teixeira, Nick Tran e Elizabeth Von Der Goltz.

Os funcionários da Farfetch em Portugal incluídos neste processo de despedimentos estarão a ser informados das suas alternativas pela empresa ao longo do dia de hoje.

Quanto ao futuro da atividade da Farfetch no país, fonte oficial da empresa adiantou ao ECO que “Portugal continua a ser uma base importante para a Farfetch“. Contudo, escusou-se a dar mais pormenores sobre o futuro da tecnológica no país.

(Notícia atualizada às 11:50)

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Da ponte clicável sobre o Mondego ao metrobus no Minho. Fundo Ambiental reparte encargos técnicos e financeiros para quatro projetos

A ponte ciclável sobre o Rio Mondego, o BRT Braga-Guimarães, a valorização das margens do Rio Tâmega e Rio Cabril e a valorização das quedas do Rio Cabrãos somam uma dotação de 5,4 milhões de euros.

Plano de valorização das margens do Rio Tâmega e Rio Cabril, a valorização das quedas do Rio Cabrão, a ponte ciclável sobre o Rio Mondego e o metrobus (BRT) entre Braga e Guimarães. Com uma dotação de 5,4 milhões de euros, estes são os quatro projetos para os quais o Fundo Ambiental acaba de ser autorizado a efetuar a repartição dos encargos técnicos e financeiros.

Entre os projetos abrangidos destaca-se o desenvolvimento do projeto da ponte ciclável sobre o Mondego, que tendo como beneficiário o município da Figueira da Foz. Com uma dotação de um milhão de euros, sem IVA, está inserido na área temática dos transportes e mobilidade sustentável. “Fica o Fundo Ambiental autorizado a efetuar a repartição de encargos relativos ao protocolo de colaboração técnica e financeira”, lê-se no decreto-lei publicado esta sexta-feira.

Ainda dentro da área dos transportes e da mobilidade sustentável encontra-se o desenvolvimento do projeto do metrobus entre as cidades de Braga e Guimarães, que tem como beneficiário o município vimaranense e que conta com uma dotação de um milhão de euros, sem IVA. O Bus Rapid Transit (BRT) tem como objetivo melhorar a mobilidade na região minhota.

Já o plano de valorização das margens do Rio Tâmega e Rio Cabril tem uma dotação de 2,9 milhões de euros. De acordo com o decreto-lei, a proposta de intervenção consiste na “execução de melhoria das condições ambientais, a partir da reestruturação vegetal e da requalificação dos trilhos/percursos existentes ao longo das margens dos rios, preservar, valorizar e divulgar o património existente, nomeadamente moinhos, poldras, levadas e pontes, promover nova oferta turística através de percursos pedestres e cicláveis, criação de condições para a instalação / dinamização de empresas diretamente relacionadas com o turismo com consequências positivas para o emprego e receita municipal”, entre outras.

A repartição dos encargos relativos ao protocolo de valorização das quedas do Rio Cabrão no triénio de 2023, 2024 e 2025, tem uma dotação de meio milhão de euros. Lê-se no decreto-lei que “a intervenção do Projeto Valorização das Quedas do Rio Cabrão desenvolve-se na freguesia do Bilhó, concelho de Mondim de Basto, com ponto de partida junto à EM 1200, a jusante, e ponto de chegada junto ao povoamento de Pioledo, a montante das Quedas do Rio Cabrão”.

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“Mais casos de uso para a aplicação de IA Generativa no contexto de seguros”

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  • 16 Fevereiro 2024

Em entrevista ao ECO, Nuno Esteves, Partner de Advisory da KPMG Portugal, faz uma análise dos dados do estudo "KPMG Insurance CEO Outlook Report", realizado pela KPMG.

A KPMG desenvolveu o estudo “KPMG Insurance CEO Outlook Report”, que averiguou a opinião dos CEO de Seguros sobre o setor segurador, desde os desafios que tem atravessado até às perspetivas de futuro, nas quais entra a necessidade de adaptação à digitalização e às novas tecnologias, como a Inteligência Artificial.

Entre os resultados do estudo, estão números relacionados às perspetivas dos CEO de Seguros sobre o crescimento do setor e a necessidade de adotar as novas tecnologias para melhorar os seus negócios. Em entrevista ao ECO, Nuno Esteves, Partner de Advisory da KPMG Portugal, faz uma análise dos dados do estudo.

De acordo com os dados do estudo da KPMG Insurance CEO Outlook Report, os CEO de Seguros demonstram uma redução da confiança relativamente às perspetivas de crescimento no setor dos seguros (75% em relação aos 90% do ano anterior). No entanto, o otimismo em relação à economia global aumentou de 72% para 74%. Como se pode justificar esta quebra na confiança, mesmo a perspetiva em relação à economia global tendo aumentado?

Do meu ponto de vista, o único número que estava um pouco elevado eram os 90% do ano anterior. Penso que cerca de ¾ dos CEO acreditarem tanto na economia, como no crescimento do setor, indica um otimismo moderado de crescimento que me parece compatível com o cenário macroeconómico e geopolítico de alguma incerteza, contrariado pela jornada de transformação e inovação que as companhias têm desenvolvido nos últimos anos. Esta aparente incongruência é bastante ligeira, ou seja, 74% acreditam no crescimento da economia e 75% no crescimento do setor. Sendo um setor bastante sensível a ciclos económicos, esta proximidade faz mais sentido. Penso que essencialmente se tratou de um ajustamento do elevado otimismo na performance do setor que ocorreu o ano passado.

Há uma concordância generalizada entre os CEO de Seguros sobre a necessidade da digitalização e do uso de novas tecnologias para a modernização das seguradoras. Nesse sentido, o estudo revela, ainda, que 73% dos CEO de seguros afirmam que a IA Generativa é uma oportunidade de crescimento para as organizações. Mas quais são os benefícios práticos que esta ferramenta pode trazer às seguradoras?

Começam cada vez a aparecer mais casos de uso para a aplicação de IA Generativa no contexto de seguros. Não sendo uma tecnologia nova, a grande diferença face ao passado é que o nível de maturidade dos modelos utilizados é bastante superior, o que permite uma utilização mais massificada. A sua aplicação é transversal a toda a cadeia de valor. Apenas a título de exemplo destaco alguns casos que estão já em desenvolvimento:

  • Utilização no contexto de suporte a clientes ou mediadores para melhorar o desempenho de assistentes virtuais, tanto no contexto de vendas virtuais, como no contexto de serviço.
  • Utilização no processamento automático de dados não estruturados, nomeadamente documentação de clientes e prestadores de serviços.
  • Utilização na automatização de decisões, tanto no contexto de subscrição (ex.: sofisticação dos modelos de tarifação) como no contexto de resolução de sinistros (eg: sugestão de ações tendo por base a análise de casos semelhantes).
E quais são os desafios?

Do meu ponto de vista existem três grandes desafios na (não) adoção de tecnologia:

  1. Risco de cibersegurança, resultante não apenas de um maior nível de digitalização e de abertura dos sistemas das companhias a clientes e parceiros, mas também de uma crescente utilização de soluções cloud (que não estão residentes internamente nos sistemas da seguradora).
  2. Risco de segurança de informação, nomeadamente no cumprimento de todos os requisitos regulamentares de privacidade de dados e no cumprimentos dos princípios éticos e de não discriminação.
  3. Risco de não adoção ou de não acompanhamento das tecnologias disruptivas. Este facto pode levar à perda de competitividade face aos principais concorrentes.
No mesmo estudo, 67% dos CEO de seguros revelam ter capacidade para lidar com riscos cibernéticos, o que demonstra um aumento face ao ano anterior. A que se deve este aumento na confiança?

Para além do reforço de regulamentação do setor (por exemplo, a diretiva europeia DORA), tem havido um crescente investimento nesta área, tanto na capacitação das equipas e desenvolvimento de mecanismos de reforço de segurança, como na realização regular de testes de cibersegurança (por exemplo, testes de intrusão). A oferta de serviços nestas matérias por parte das principais empresas também tem aumentado, o que contribui para uma melhor preparação. O setor segurador tem igualmente a particularidade de disponibilizar serviços de proteção e prevenção de risco nestas áreas, o que contribui igualmente para esta maior preparação. Por último, penso que o facto de os CEO inquiridos pertencerem a companhias de grande dimensão mundial, contribui para o aumento desta confiança. É expectável que em companhias um pouco mais pequenas esse nível de confiança seja um pouco menor.

Os critérios ESG também são apontados por 72% de CEO de seguros como algo que está totalmente integrado na atividade seguradora e, inclusive, há 31% que afirmam que esta estratégia os ajuda a construir relações com os clientes. Mas de que forma?

O tema do propósito e das relações emocionais está no topo das prioridades do setor. Sendo tradicionalmente um setor pouco transacional, em que os principais contactos são no momento da venda e na eventualidade de um sinistro, as companhias procuram reforçar a ligação aos seus clientes e parceiros. O cumprimento de requisitos ESG nas três vertentes (ambiental, social e de governação) é valorizado pela generalidade dos clientes, com destaque para as novas gerações. O desenvolvimento de iniciativas nestas matérias bem como o aumento da visibilidade dos diversos indicadores e iniciativas, contribui para o reforço dessa ligação emocional e notoriedade da própria marca.

Apesar da aposta na digitalização, 53% dos CEO de seguros considera que, daqui a três anos, o modelo de trabalho será apenas presencial, 41% acha que continuará o híbrido e apenas 5% apoia o remoto. Porquê esta resistência? Não será ela incompatível com a modernização?

A modernização vai incidir sobre o trabalho mais repetitivo e mecanizado, contribuindo essencialmente para a melhoria de eficiência. Independentemente do grau de automação, continua a existir um conjunto de tarefas de natureza colaborativa e de relação em que tipicamente a presença física e a interação pessoal entre as equipas é valorizada. Existe igualmente uma perceção que a interação presencial aumenta o sentido de pertença, facilitando a passagem de valores da companhia e contribuindo para uma menor rotação. Penso que é nesta perspetiva que existe esta opinião de aumento do trabalho presencial, pelo menos em algumas áreas, não sendo incompatível com o reforço de automação. Provavelmente iremos assistir a modelos de trabalho diferenciados consoante as tarefas desempenhadas.

Este estudo revela que as prioridades dos CEO de Seguros se prendem com a tecnologia, o talento e os critérios ESG. Como vê o futuro do setor, tendo em conta estas prioridades?

O setor segurador, apesar de ser afetado diretamente pelos ciclos económicos, tem-se mantido resiliente ao longo dos últimos anos. Exemplos relevantes são o comportamento na crise financeira de 2008 e no período da pandemia. Nesta fase, em que, uma vez mais, o contexto é desafiante, tanto a nível macroeconómico como geopolítico, acredito na capacidade da indústria se transformar.

Tenho visto nos principais players investimentos significativos em iniciativas de inovação que passam não apenas pela automação e digitalização dos processos, mas também pelo reforço de iniciativas que contribuem para um aumento de valor. Alguns exemplos são a criação de ecossistemas em áreas como a saúde, a casa ou o automóvel ou o desenvolvimento de novas parcerias para a distribuição de seguros. Estes são apenas alguns exemplos de iniciativas que considero irão contribuir para a continuação do crescimento e aumento de notoriedade do setor.

Nuno Esteves, Partner de Advisory da KPMG Portugal

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Produção de ostra ganha terreno na Ria Formosa em detrimento da amêijoa

  • Lusa
  • 16 Fevereiro 2024

Embora ambas as produções estejam atualmente com níveis de negócio baixos, os produtores de amêijoa sentem mais dificuldades para o produto crescer e alcançarem a maior rentabilidade.

A produção de ostras tem vindo a ganhar terreno na Ria Formosa, no Algarve, em detrimento da amêijoa, que está a perder rendimento, levando produtores a abandonar ou converter a atividade, disse à Lusa um responsável do setor.

José Florêncio da cooperativa de viveiristas da Ria Formosa disse à Lusa que, embora ambas as produções estejam atualmente com níveis de negócio baixos, os produtores de amêijoa sentem mais dificuldades para o produto crescer e alcançarem a maior rentabilidade possível.

“A amêijoa tem perdido espaço porque tem havido muita saída de ostra. E o pessoal não está para esperar dois anos para que a amêijoa cresça e tem de se virar para algum lado“, afirmou José Florêncio, referindo-se à aposta na produção de ostras.

A produção ostrícola “tem crescido bastante” na Ria Formosa, que se estende desde Vila Real de Santo António a Loulé, no distrito de Faro, e isso “não devia acontecer”, porque “alguns produtores, quando estão cercados de ostra, dizem que a amêijoa tem crescimento mais lento”, considerou.

“Não está comprovado, mas faz algum sentido, porque a ostra filtra mais do que a amêijoa”, disse, sublinhando que também “há outros fatores”, como a falta de chuva ou de renovação das águas da ria, embora não haja ainda estudo sobre o assunto e a capacidade de carga da ostra na Ria Formosa já devesse ter sido estudada.

A Lusa falou com Ricardo Raimundo, que produz amêijoas na ilha da Armona, em Olhão, e com Eduardo Soares, que produz ostras em Tavira, e enquanto o primeiro se queixa da perda de rentabilidade, o segundo está satisfeito com o crescimento que tem sentido no setor e olha o futuro com “otimismo”.

Ricardo Raimundo apontou como fatores prováveis do fraco crescimento da amêijoa a pouca chuva, a falta de oxigenação da água, mas também assinalou o aumento da produção de ostras como uma das causas da perda de rendimento.

Questionado sobre esta possibilidade, Eduardo Soares admitiu que o crescimento verificado nos últimos anos na criação de ostras pode estar a causar dificuldades à produção de amêijoa, mas considerou que não é um fator único e recordou que este bivalve já vinha sendo afetado por outros problemas, como a mortalidade.

“Tenho bem claro que, em qualquer atividade, tanto agrícola como aquícola, sempre que pomos mais de dois seres vivos no mesmo sítio, alteramos o ecossistema. E estamos a falar em milhares de ostras, colocadas em parques que estavam abandonados ou eram só de amêijoas. Sou interessado e podia colocar-me na posição de não comentar, mas sou consciente, como produtor, que é muito provável que haja influência sobre o crescimento e a produção das amêijoas”, afirmou.

A mesma fonte salientou, no entanto, que “antes já havia dificuldades” com as amêijoas e o incremento na produção de ostras “não é o único fator” a influenciar o fraco crescimento da outra espécie, uma vez que também há “questões ambientais”, como “a menor chuva que traz menos nutrientes”, exemplificou.

Ricardo Raimundo reconheceu que, caso a atividade não melhore, pode vir no futuro a deixar a produção de amêijoa para se dedicar à de ostras, porque “chegava a atingir 50.000 a 60.000 euros de vendas” e, no último ano, “não se chegou aos 30.000” euros.

É muita quantidade de ostra dentro da Ria Formosa e, de dia para dia, os viveiros cada vez vão tendo menos amêijoas, as pessoas vão-se voltando para as ostras e eu próprio, se se der o caso, daqui a um ano ou dois vou ter de me voltar para a ostra, porque a minha produtividade está cada vez mais fraca”, afirmou.

Nas ostras, Eduardo Soares disse que as vendas “a partir de novembro caíram bastante”, mas apontou como causas fatores de mercado, como a falta de escoamento dos produtores franceses, que espera que seja ultrapassada para voltar ao crescimento que marcou a atividade desde o final da pandemia de Covid-19.

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Cerca de 80% das pensões foram atribuídas de forma automática em janeiro

  • Joana Abrantes Gomes
  • 16 Fevereiro 2024

Segundo o Instituto da Segurança Social, o número de pensões atribuídas através do mecanismo Pensão na Hora, lançado em 2021, já supera as 100 mil.

Mais de 100 mil pensões foram atribuídas de forma automática, através do mecanismo Pensão na Hora, revelou esta sexta-feira o Instituto da Segurança Social. Só no mês de janeiro, 80% dos pedidos de pensões de velhice requeridos foram atribuídos automaticamente.

A Pensão na Hora está disponível para os beneficiários do sistema de segurança social português, sendo atribuída automaticamente “em menos de 24 horas”, aponta o organismo, em comunicado enviado às redações.

Ao fazer o pedido da Pensão na Hora na Segurança Social Direta, o cidadão pode visualizar o valor da pensão de velhice com os detalhes da carreira contributiva e, “mesmo antes de requerer a pensão de velhice, os trabalhadores devem consultar a Segurança Social Direta e verificar a sua carreira contributiva”.

As condições necessárias para a atribuição da Pensão na Hora são as seguintes:

  • Possuir idade pessoal de acesso;
  • Ter o número de anos de descontos necessários para acesso à pensão;
  • Estar abrangido pelo regime normal de reforma, não tendo carreiras especiais;
  • Ser residente em Portugal ou, não sendo, ter um IBAN registado na Segurança Social Direta;
  • Não ter dívidas à Segurança Social, como trabalhador independente.

Atribuído o primeiro abono de família de forma automática

A Segurança Social já está a atribuir automaticamente o abono de família, logo após o registo do bebé na maternidade, segundo um comunicado do Ministério do Trabalho divulgado esta sexta-feira.

“Sem necessidade de pedido, a Segurança Social passou a enviar uma comunicação com o valor atribuído ao bebé. O pai ou a mãe tem apenas de entrar com os seus dados na Segurança Social Direta, na sua área de mensagens, e confirmar a proposta de valor apresentada”, indica a tutela.

O Ministério salienta, por isso, que é importante ter os dados pessoais e contactos atualizados na Segurança Social Direta, “para garantir o automatismo”.

“A atribuição automática do abono de família permite eliminar barreiras e garantir a inclusão de todas as crianças abrangidas”, afirma a ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, citada na mesma nota.

Esta medida faz parte do programa de transformação digital da segurança Social, que representa um investimento de 200 milhões de euros, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Cerca de 1,1 milhões de crianças e jovens recebem atualmente abono de família, segundo dados da tutela. Em 2024, este apoio mensal subiu 22 euros. No caso das famílias monoparentais, o valor aumentou 33 euros por mês.

(Notícia atualizada às 14h19 com a informação sobre a atribuição automática do abono de família)

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Já há datas para pedidos de criação de cursos para técnicos no Ensino Superior

  • Trabalho
  • 16 Fevereiro 2024

Requerimentos para a criação de cursos deverão ser apresentados através do Sistema Integrado e Modular de Gestão do Ensino Superior.

Já foram anunciadas os prazos de submissão de pedidos para a criação de cursos técnicos superiores profissionais no Ensino Superior, para os próximos anos letivos.

De acordo com o despacho publicado esta sexta-feira em Diário da República, para os cursos com vista a entrarem em funcionamento no ano letivo de 2024-2025, estes devem ser apresentados até 15 de março de 2024.

Já os requerimentos de registo da criação destes mesmos cursos, mas para entrada em funcionamento no ano letivo de 2025-2026, devem ser apresentados entre 1 de outubro de 2024 e 15 de novembro de 2024.

O despacho, assinado pelo diretor-geral do Ensino Superior, Joaquim António Belchior Mourato, indica que os requerimentos deverão ser apresentados através do Sistema Integrado e Modular de Gestão do Ensino Superior (SIMGES).

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