Economia volta a crescer 0,2% no terceiro trimestre. Exportações tiveram contributo negativo
Contributo positivo da procura interna para a variação homóloga do PIB aumentou ligeiramente, mas as exportações mantiveram impacto negativo na variação face ao mesmo período do ano anterior.
A economia nacional cresceu 0,2% no terceiro trimestre, face aos três meses anteriores, impulsionada pelo consumo interno, e 1,9% em termos homólogos, avançou esta quarta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE). O PIB regista assim uma progressão idêntica aos 0,2% do segundo trimestre, em cadeia, mas acelerou face aos 1,6% relativos à comparação com o ano anterior.
“O Produto Interno Bruto (PIB), em termos reais, registou uma variação homóloga de 1,9% no terceiro trimestre de 2024, taxa superior em 0,3 pontos percentuais à verificada no trimestre precedente”, avança o INE na sua estimativa rápida. “O contributo positivo da procura interna para a variação homóloga do PIB aumentou ligeiramente no terceiro trimestre, verificando-se uma aceleração do consumo privado e uma diminuição do investimento”, detalha o instituto de estatística.
Em cadeia — ou seja, face ao segundo trimestre — o “contributo da procura interna para a variação em cadeia do PIB permaneceu positivo no terceiro trimestre, observando-se um crescimento do investimento e do consumo privado, enquanto a procura externa líquida manteve um contributo negativo”, explica o INE.
Os economistas apontavam, em média, para uma evolução em cadeia de 0,4%, no terceiro trimestre, mas as estimativas variavam entre 0% e 0,7%. No entanto, todos sugeriam que o consumo interno seria o grande motor da economia nacional. Em setembro, os indicadores de confiança dos consumidores e das empresas apresentaram uma subida expressiva, o que indiciava o contributo positivo da procura interna e o aumento do crédito ao consumo também ajudou. A expectativa é que haja uma evolução mais positiva para o final do ano, até porque o quarto trimestre tem mais dias úteis.
Mas o contributo da procura interna não foi maior devido à diminuição do investimento, a componente cujo desempenho mais dividia os economistas. A persistência de fracos níveis de expansão do investimento pode ser um reflexo do atual ambiente externo. Os indicadores avançados já revelavam, por exemplo, um mau desempenho ao nível do setor da construção.
O INE revela ainda que o “contributo da procura externa líquida para a variação homóloga do PIB manteve-se negativo, registando-se uma aceleração das importações e das exportações de bens e serviços“, diz o INE.
Apesar de esta estimativa rápida incorporar informações novas relativamente ao comércio internacional de bens relativo ao segundo trimestre, o INE não fez qualquer revisão nas taxas de variação homóloga ou em cadeia do PIB. Os resultados mais detalhados sobre a evolução da economia no terceiro trimestre serão conhecidos a 29 de novembro.
(Notícia atualizada com mais informações)
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