Economia volta a crescer 0,2% no terceiro trimestre. Exportações tiveram contributo negativo

Contributo positivo da procura interna para a variação homóloga do PIB aumentou ligeiramente, mas as exportações mantiveram impacto negativo na variação face ao mesmo período do ano anterior.

A economia nacional cresceu 0,2% no terceiro trimestre, face aos três meses anteriores, impulsionada pelo consumo interno, e 1,9% em termos homólogos, avançou esta quarta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE). O PIB regista assim uma progressão idêntica aos 0,2% do segundo trimestre, em cadeia, mas acelerou face aos 1,6% relativos à comparação com o ano anterior.

“O Produto Interno Bruto (PIB), em termos reais, registou uma variação homóloga de 1,9% no terceiro trimestre de 2024, taxa superior em 0,3 pontos percentuais à verificada no trimestre precedente”, avança o INE na sua estimativa rápida.O contributo positivo da procura interna para a variação homóloga do PIB aumentou ligeiramente no terceiro trimestre, verificando-se uma aceleração do consumo privado e uma diminuição do investimento”, detalha o instituto de estatística.

Em cadeia — ou seja, face ao segundo trimestre — o “contributo da procura interna para a variação em cadeia do PIB permaneceu positivo no terceiro trimestre, observando-se um crescimento do investimento e do consumo privado, enquanto a procura externa líquida manteve um contributo negativo”, explica o INE.

Os economistas apontavam, em média, para uma evolução em cadeia de 0,4%, no terceiro trimestre, mas as estimativas variavam entre 0% e 0,7%. No entanto, todos sugeriam que o consumo interno seria o grande motor da economia nacional. Em setembro, os indicadores de confiança dos consumidores e das empresas apresentaram uma subida expressiva, o que indiciava o contributo positivo da procura interna e o aumento do crédito ao consumo também ajudou. A expectativa é que haja uma evolução mais positiva para o final do ano, até porque o quarto trimestre tem mais dias úteis.

Mas o contributo da procura interna não foi maior devido à diminuição do investimento, a componente cujo desempenho mais dividia os economistas. A persistência de fracos níveis de expansão do investimento pode ser um reflexo do atual ambiente externo. Os indicadores avançados já revelavam, por exemplo, um mau desempenho ao nível do setor da construção.

O INE revela ainda que o “contributo da procura externa líquida para a variação homóloga do PIB manteve-se negativo, registando-se uma aceleração das importações e das exportações de bens e serviços“, diz o INE.

Apesar de esta estimativa rápida incorporar informações novas relativamente ao comércio internacional de bens relativo ao segundo trimestre, o INE não fez qualquer revisão nas taxas de variação homóloga ou em cadeia do PIB. Os resultados mais detalhados sobre a evolução da economia no terceiro trimestre serão conhecidos a 29 de novembro.

(Notícia atualizada com mais informações)

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Economia espanhola cresce 3,4% no terceiro trimestre, um máximo do último ano e meio

  • Lusa
  • 30 Outubro 2024

O crescimento em cadeia foi de 0,8%, o mesmo que no trimestre anterior. A taxa de inflação, por sua vez, acelerou três décimas face a setembro, para 1,8%.

O Produto Interno Bruto (PIB) de Espanha avançou 3,4% no terceiro trimestre, mais duas décimas do que no segundo trimestre e a taxa mais elevada do último ano e meio.

Em cadeia, a economia espanhola cresceu 0,8% no terceiro trimestre do ano, o mesmo que no trimestre anterior, graças, sobretudo, à despesa pública, que avançou a um ritmo trimestral de 2,2%, uma taxa superior em 1,6 pontos à do trimestre anterior, e ao consumo das famílias, que aumentou 1,1%, mais uma décima, segundo os dados antecipados das Contas Nacionais publicados na quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Evolução trimestral do PIB de Espanha

Fonte: INE espanhol

Esta taxa, idêntica à do segundo trimestre, é superior às previsões do Banco de Espanha, que esperava um crescimento de 0,6% e confirma a boa saúde da quarta maior economia da Zona Euro, ao contrário da maioria dos seus vizinhos europeus.

De acordo com o INE espanhol, este facto deve-se à força das exportações, que aumentaram 0,9%, depois de já terem subido 0,7% no segundo trimestre, mas também ao forte consumo das famílias (+1,1%), num contexto de abrandamento da inflação.

Esta dinâmica refletiu-se no bom desempenho do setor dos serviços, onde a atividade aumentou 1,1%, num contexto de um número recorde de turistas, com 21,8 milhões de visitantes estrangeiros recebidos entre julho e agosto.

O setor agrícola (+0,5%) e, em menor escala, o setor industrial (+0,2%) também foram beneficiados. Por outro lado, a atividade diminuiu no setor da construção (-1,4%), após três trimestres consecutivos de crescimento, segundo o INE.

Os resultados do terceiro trimestre colocam Espanha numa posição favorável para atingir o objetivo de crescimento anual de 2,7% fixado pelo Governo — uma previsão que foi revista em alta em 0,3 pontos em setembro.

Este objetivo está abaixo das expectativas do Banco de Espanha e da OCDE, que apostam num crescimento de 2,9%, e também do FMI, que reviu em alta a sua projeção em 0,5 pontos para 2,9% em meados de outubro.

De acordo com o Banco Central Europeu (BCE), este valor é muito superior ao previsto para a Zona Euro, onde o crescimento deverá ficar pelos 0,8%, devido sobretudo às dificuldades da economia alemã.

Na semana passada, o primeiro-ministro Pedro Sánchez felicitou a Espanha por “um momento extraordinário”, insistindo, num fórum económico, que o país estava “à frente de todos os países desenvolvidos”.

Esta mensagem foi repetida pelo seu ministro da Economia, Carlos Cuerpo, que afirmou que Espanha será “um dos principais motores de crescimento da Zona Euro este ano”, graças ao turismo e ao dinamismo das exportações.

O INE espanhol reviu em alta de uma décima de ponto percentual o crescimento homólogo do segundo trimestre para 3,2%.

Espanha com inflação de 1,8% em outubro

Os preços em Espanha subiram 1,8% em outubro, mais três décimas do que no mês passado, segundo uma estimativa da inflação divulgada também esta quarta-feira pelo Instituto de Estatística espanhol.

Esta evolução da inflação (aumento dos preços em relação ao mesmo período do ano anterior) deveu-se, principalmente, a uma subida dos combustíveis e, em menor medida, também da eletricidade e do gás, que tinham descido em outubro de 2023.

Quanto à taxa de inflação subjacente (sem a energia e os produtos alimentares frescos, tradicionalmente os mais voláteis do cabaz de compras), o INE estima que tenha sido 2,5% em outubro, mais uma décima do que em setembro.

Se se confirmarem estas estimativas, a inflação subiu em outubro em Espanha após quatro meses consecutivos de descida.

Variação da taxa de inflação homóloga em Espanha

Fonte: INE espanhol

Espanha acabou no final de setembro com o IVA zero em alguns alimentos e espera repor até ao final de 2024 todos os valores normais deste imposto, terminando assim com quase três anos de medidas extraordinárias para controlar a inflação.

O Governo de Espanha adotou pacotes para responder à subida dos preços depois de no primeiro semestre de 2022 ter tido dos valores mais elevados da União Europeia (UE) e de em julho daquele ano ter registado a inflação mais alta no país desde 1984 (10,77%).

Acabou por fechar 2022 com a inflação mais baixa da UE (5,7%) e a taxa continuou a baixar no ano passado, apesar de algumas oscilações, chegando a dezembro nos 3,1%.

Só ao longo de 2022, Espanha aprovou vários pacotes de medidas para responder à inflação superiores a 3% do Produto Interno Bruto (PIB), com um valor de cerca de 45.000 milhões de euros, entre ajudas diretas a consumidores e empresas e benefícios fiscais, como a redução do IVA da eletricidade e do gás ou um desconto na compra de combustíveis.

Segundo a estimativa oficial mais recente, a taxa de inflação nos países da moeda única da UE (Zona Euro) desacelerou em setembro para 1,7%.

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Hoje nas notícias: Misericórdias, pensões e médicos

  • ECO
  • 30 Outubro 2024

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

A mensalidade cobrada aos utentes da União das Misericórdias Portuguesas vai aumentar no próximo mês devido ao bónus dado pelo Governo aos pensionistas. O Governo está a ser pressionado pelo Parlamento a reforçar os aumentos permanentes nas pensões, uma possibilidade que a ministra da Segurança Social admitiu para um momento futuro da legislatura. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta quarta-feira.

Misericórdias retêm parte do bónus dado a pensionistas

A mensalidade cobrada aos utentes da União das Misericórdias Portuguesas (UMP) vai aumentar em novembro devido ao suplemento extraordinário de pensões dado pelo Governo aos idosos. A instituição defende que o acerto está previsto na lei, que refere que a comparticipação familiar pode ser revista “por alteração das circunstâncias que estiveram na base da definição da comparticipação familiar de determinado agregado familiar, designadamente, no rendimento per capita mensal”. As associações de reformados criticam a decisão, que consideram “injusta” e “desumana”.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago).

Governo pressionado a reforçar aumentos permanentes de pensões

A ministra da Segurança Social, Rosário Palma Ramalho, admitiu a possibilidade de, no futuro, o Governo reforçar os aumentos permanentes das pensões. No entanto, a governante reiterou, em audição no Parlamento sobre o orçamento para a Segurança social para o próximo ano, que este deve ser “prudente”, sublinhando que o objetivo é “reforçar a sustentabilidade, mantendo o nível de transferências para o Fundo de Estabilização da Segurança Social.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (ligação indisponível).

Mais de 9.000 médicos em dedicação plena no SNS. São mais de 40% dos especialistas

Até setembro, 9.125 médicos trabalhavam em regime de dedicação plena no Serviço Nacional de Saúde (SNS) num universo de 21.721 especialistas no ativo, segundo dados dos Recursos Humanos e Vencimentos. Este número corresponde a 42% do total dos especialistas no SNS, mas, se se considerar apenas os cerca de 16 mil médicos que trabalham nos hospitais, a percentagem dos que aderiram a este regime desce para cerca de um terço do total. Os 9.125 médicos em regime de dedicação plena incluem 3.768 médicos de família, que transitaram automaticamente para esta modalidade.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Medo na Carris Metropolitana força a alterações nas linhas noturnas

Os motoristas de autocarros de transportes públicos sentem-se inseguros nas zonas onde ocorreram desacatos na semana passada, na sequência da morte de um cidadão baleado pela PSP na Cova da Moura. Vários condutores estão mesmo a recusar-se a circular em alguns dos bairros da Grande Lisboa, o que está a levar à supressão parcial ou a desvios em algumas linhas da Carris Metropolitana nos concelhos em redor da capital, especialmente nos horários noturnos.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Idosos com CSI pouparam 4,2 milhões de euros na farmácia

Os beneficiários do Complemento Solidário para Idosos (CSI), que desde junho podem aceder gratuitamente a medicamentos sujeitos a prescrição médica, já gastaram menos 4,2 milhões de euros nas farmácias, segundo cálculos do Ministério Saúde relativos aos primeiros quatro meses de aplicação da medida, em que foram dispensadas 2,5 milhões de embalagens de medicamentos a estes utentes. No que diz respeito à despesa do SNS com medicamentos dispensados aos beneficiários do CSI, a tutela revela que totalizou 33,7 milhões de euros entre junho e setembro, mais 4,3 milhões do que teria gasto se a comparticipação ainda fosse de apenas 50%.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago).

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Há mais mulheres nos conselhos de administração, mas maioria está em cargos não executivos

Há mais mulheres nos conselhos de administração das 30 maiores empresas em Portugal, mas 83% estão em cargos não executivos. Novo estudo mostra que Portugal ainda está atrás da UE.

Os conselhos de administração das maiores empresas portuguesas contam hoje com mais mulheres do que há uma década, mas a maioria ocupa cargos não executivos. O cenário é traçado num novo estudo da multinacional Odgers Berndtson Board Solutions, que indica que só 17% dessas profissionais estão em cargos de decisão.

“Houve melhorias significativas na diversidade de género, tendo a percentagem de mulheres em conselhos de administração subindo de 10% em 2013 para 34% em 2024“, é realçado no estudo, que teve por base os dados das 30 maiores empresas em Portugal, incluindo todas as cotadas.

Em declarações ao ECO, o autor, Nuno Fernandes, sublinha que estão a ser dados passos, mas é preciso mais, até porque, apesar da referida melhoria, Portugal continua a comparar mal com muitos países europeus, “onde a representação feminina está, frequentemente, próxima dos 40% ou até acima”.

Segundo o especialista, França, Itália, Dinamarca e Bélgica são os países que saem melhor na fotografia, sendo que há apenas um em pior situação do que Portugal: Espanha.

Além disso, apesar dos conselhos de administração portugueses contarem hoje com mais mulheres do que há dez anos, a maioria destas profissionais está em cargos de não decisão. Cerca de 83% ocupam posições não executivas, o que significa que só 17% estão em cargos executivos.

“E a representação feminina na liderança mantém-se baixa, com apenas 7% dos lugares de presidente do conselho e 4% das posições de CEO a serem ocupadas por mulheres“, destaca o estudo.

Em Portugal, desde 2017 que há uma lei que determina que as empresas cotadas têm de ter, pelo menos, 33,3% dos cargos dos conselhos de administração ocupados por mulheres, mas não define quotas para as posições executivas e não executivas.

Questionado sobre se é preciso estipular esses mínimos, face aos dados agora conhecidos, Nuno Fernandes recusa comentar. Antes, defende que para ir mudando o cenário é preciso um recrutamento mais inclusivo, além de programas internos de mentoria e os estabelecimentos de planos de sucessão diversos.

Já em março deste ano, a professora universitária e investigadora Sara Falcão Casaca, citada pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, apelava à definição de quotas para cargos executivos e não executivos, tendo em conta a preponderância feminina em cargos de não decisão.

Conselhos sem grande renovação arriscam perder frescura

Em dez anos, os conselhos de administração portugueses não ficaram apenas mais diversos, em termos de género. Ficaram, também, mais envelhecidos.

A idade média dos membros subiu de 56 anos em 2013 para 58 anos em 2023. E entre os presidentes, a idade média é mesmo de 64 anos, neste momento.

Além disso, houve “uma diminuição significativa dos membros na faixa etária dos 40 anos aos 50 anos”, observa o novo estudo. Só 21% dos membros estão hoje nesse escalão etário, enquanto 43% têm entre 50 anos e 60 anos, 25% entre 60 anos e 70 anos e 10% mais de 70 anos.

“Tal é explicado por grande parte dos conselhos de administração não ter feito uma renovação significativa nos últimos dez anos. Cerca de 25% dos membros já lá estavam há uma década”, assinala Nuno Fernandes, em declarações ao ECO.

Apesar de reconhecer a importância da experiência, o especialista sublinha que os conselhos de administração mais envelhecidos arriscam ter “poucas perspetivas frescas”. Daí ser importante haver um equilíbrio entre experiência e renovação.

Para isso, Nuno Fernandes recomenda “políticas de refrescamento”, como a definição de idades máximas, a boa definição de planos de sucessão e o recrutamento por competências.

Outra mudança registada nos conselhos de administração na última década foi um reforço da diversidade internacional. “A presença de membros estrangeiros nos conselhos cresceu de 14% para 18%, com 94% ocupando cargos não executivos”, explica o estudo. Ainda assim, 37% dos conselhos de administração analisados continuam a não ter membros internacionais, é apontado.

Melhorias na governação?

Apesar dos progressos já referidos, os conselhos de administração portugueses continuam a apresentar “níveis abaixo da média europeia em vários indicadores de governação, como a separação entre os papéis de CEO e presidente, a diversidade de liderança e a representação internacional”, nota a multinacional Odgers Berndtson Board Solutions.

“O alinhamento com as melhores práticas globais será essencial para que as empresas portuguesas possam enfrentar os desafios da governança moderna e as expectativas dos investidores internacionais”, defende a mesma, no estudo “The state of board diversity: Portugal’s journey and its place in Europe in 2023” agora conhecido.

No que diz respeito especificamente à separação de papéis, há a destacar que 30% das empresas portuguesas mantêm a mesma pessoa como CEO e presidente, uma prática que até “aumentou ligeiramente ao longo da última década”.

Por outro lado, subiu de 29% em 2013 para 35% em 2023 a percentagem de membros independentes em conselhos de administração, “refletindo uma melhoria na governação”, sublinha o referido estudo.

Portugal está, porém, aquém dos 50% de independentes recomendados globalmente como boas práticas, “e ainda mais abaixo da média europeia, evidenciando a necessidade de avanços adicionais”, assinala a Odgers Berndtson Board Solutions.

Quanto ao tamanho dos conselhos, num década deu-se um aumento ligeiro do número médio de membros, de 11 em 2013 para 12 em 2023. “E os os mandatos continuam relativamente longos, com baixa rotatividade de membros nos conselhos portugueses”, é salientado. A duração média está, neste momento, em sete anos, como mostra o gráfico acima.

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União Europeia arrisca ver duplicar quota de elétricos chineses para 40% até 2035

  • Lusa
  • 30 Outubro 2024

A Agência Internacional da Energia (AIE) considera que a solução para a União Europeia (UE) competir com os elétricos chineses passa pela criação de cadeias de abastecimento.

A União Europeia pode reduzir para metade a quota de mercado dos elétricos chineses até 2035 se criar uma cadeia de abastecimento e produção integrada, que reduza custos de fabrico, apontou a Agência Internacional da Energia (AIE).

Ao ritmo atual, os veículos chineses atingirão 40% da quota de mercado dos veículos elétricos na UE até 2035, o dobro dos atuais 20%, mesmo com as recentes taxas alfandegárias aprovadas por Bruxelas, afirmou a AIE, num relatório sobre indústrias estratégicas para a transição energética, difundido na terça-feira.

O documento indicou que, para a indústria automóvel europeia competir no mercado dos elétricos, é essencial reduzir os preços de fabrico e conseguir a plena integração das cadeias de abastecimento, incluindo as baterias, que representam cerca de 40% do custo total.

A AIE considerou que a produção europeia de tecnologias para a transição energética dependerá do sucesso da implementação do Regulamento Indústria de Impacto Zero, que considera ter objetivos “facilmente alcançáveis” nas tecnologias eólica e de bombas de calor, mas com desafios “muito maiores” no setor automóvel. O documento sublinhou que, a nível mundial, o desenvolvimento uniforme das indústrias de tecnologias limpas e o seu comércio serão fundamentais para conter as alterações climáticas.

A AIE recordou que o mercado mundial das seis principais tecnologias de energia limpa (fotovoltaica, eólica, veículos elétricos, baterias, eletrolisadores e bombas de calor) quadruplicou entre 2015 e 2023, ultrapassando 700 mil milhões de dólares (647,2 mil milhões de euros). O crescimento vai continuar a um ritmo acelerado, com o valor a quase triplicar até 2035, para mais de dois biliões de dólares (1,8 biliões de euros), um valor equivalente ao do mercado mundial de petróleo bruto nos últimos anos, sublinhou a AIE.

O relatório recordou que existe “uma enorme onda de investimento na produção de tecnologias limpas” em todo o mundo, estimando que o investimento na produção deste setor tenha atingido 235 mil milhões de dólares (217 mil milhões de euros) até ao final de 2023, um acréscimo de 50%.

União Europeia tem de construir cadeias de abastecimento para melhor competir com a China no mercado dos carros elétricos, alerta a AIELusa

China é o maior produtor de tecnologias limpas

A China é atualmente o principal centro mundial de produção de tecnologias limpas, mas a AIE salientou que tal não se deve apenas aos baixos custos de produção, mas também a outros fatores como o enorme mercado interno, economias de escala e empresas e instalações altamente integradas na cadeia de abastecimento.

Ao ritmo atual, a China exportará mais de 340 mil milhões de dólares (315 mil milhões de euros) em tecnologias limpas até 2035, o equivalente à soma das exportações de petróleo da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos em 2024.

Nos Estados Unidos, o relatório salientou que as leis para reduzir a inflação e para promover a construção de infraestruturas estão a dar frutos, com 230 mil milhões de dólares (212 mil milhões de euros) já mobilizados até 2030, o que significa que a procura norte-americana por painéis fotovoltaicos será coberta quase totalmente pela produção interna até 2035.

Relativamente à América Latina, AIE salientou o importante papel que o México pode desempenhar como centro de produção para o mercado norte-americano, tal como acontece atualmente com os veículos de combustão interna.

O relatório salientou igualmente o potencial do Brasil, que já possui uma importante indústria de pás eólicas (produz atualmente 5% do total mundial) e que, graças à sua abundância de energias renováveis – tal como os seus vizinhos – poderia exportar para os países desenvolvidos produtos produzidos com quase nenhumas emissões de gases com efeito de estufa, como o aço ou o amoníaco, destinados a mercados onde o seu fabrico é mais dispendioso, como o Japão ou a Europa.

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A Norrsken House Barcelona celebra o seu primeiro ano como catalisador do ecossistema de impacto da Europa

  • Servimedia
  • 30 Outubro 2024

Desde a sua inauguração, o maior hub de impacto e tecnologia do continente já conta com mais de 140 startups, 280 empresas e uma série de empresas de capital de risco e aceleradoras.

A fundação sueca sem fins lucrativos Norrsken está a celebrar o seu primeiro ano em Barcelona com o objetivo de continuar a avançar com a sua missão de “ligar os empresários aos recursos, conhecimentos e redes de que necessitam, e impulsionar negócios que contribuam para tornar este mundo um lugar melhor”.

Com uma comunidade de 1200 membros, a Norrsken House Barcelona afirmou-se como o hub tecnológico e de impacto da Europa e emergiu como um ecossistema que já está a impulsionar o crescimento de mais de 140 startups e 280 empresas, que coabitam com cerca de vinte empresas de capital de risco e aceleradores.

Para além de acolher mais de 15.000 visitantes ─ alguns deles da estatura do fundador do Skype e da Atomico, Niklas Zenström, ou de Ana Patrícia Botín ─ e 244 eventos, a Norrsken House Barcelona surgiu neste primeiro ano de atividade como um catalisador de iniciativas de impacto, que conseguiram angariar mais de 30 milhões de euros.

É o caso da Mitiga Solutions, a primeira plataforma científica global para o risco climático, que conta já com cinquenta empregados e angariou 8 milhões de euros desde que se juntou ao hub; da Cooltra, líder em mobilidade sustentável na Europa, com mais de 60 empregados e que angariou 22 milhões de euros na sua última ronda de financiamento; ou de empresas emergentes no domínio das energias limpas e da conservação dos oceanos, como a Ocean Ecostructures e a Delfos Energy, que angariaram 2 milhões de euros e 4,5 milhões de euros, respetivamente, nas suas duas últimas rondas.

Neste contexto, empresas de capital de risco como a M-Ventures, com 600 milhões de euros na sua carteira; Kompas VC, (160 milhões de euros); LUMO (100 milhões de euros); Spintop Ventures (30 milhões de euros) ou o family-office da Evergreen, Blink VC, desempenham um papel crucial no ecossistema Norrsken na capital catalã. Através de aceleradores como o S2Xpeed, o Zubi Labs e o Bitesize Ventures, estes fundos de impacto fornecem as ferramentas e os recursos necessários de que as empresas em fase de arranque precisam para inovar e crescer.

“Trata-se de ter um impacto positivo, social ou ambiental, para que possamos crescer dentro dos limites das fronteiras planetárias e não para além delas. O nosso objetivo é promover soluções em áreas como as tecnologias climáticas, os cuidados de saúde, a biotecnologia e outros setores emergentes. Para tal, criamos ecossistemas para empresas em fase de arranque, como este em Barcelona, ou os que temos em Estocolmo e Kigali, onde as empresas em fase de arranque, os investidores e os facilitadores colaboram entre si”, explica Marc Jordana, Diretor Executivo da Norrsken House Barcelona.

A fundação sueca enfrenta agora novos desafios em Barcelona, como continuar a construir pontes, tanto com as principais entidades locais (ACCIÓ, Barcelona Ativa…) como com o resto dos ecossistemas das principais cidades europeias; atrair novos investidores internacionais para a capital catalã; desbloquear novas oportunidades para novos fundadores; e inspirar novas gerações a iniciar projetos de impacto. “Queremos ver o talento escolher este novo tipo de negócio, onde existe um elevado potencial de crescimento e um objetivo significativo”, acrescenta Jordana.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 30 de outubro

  • ECO
  • 30 Outubro 2024

Ao longo desta quarta-feira, 30 de outubro, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Arábia Saudita, presente pela primeira vez na Lista Verde da UICN

  • Servimedia
  • 30 Outubro 2024

É a primeira reserva na Arábia Saudita a cumprir todos os critérios e indicadores necessários para aderir à lista, que inclui cerca de 80 reservas de entre mais de 300 000 áreas protegidas no mundo.

A Reserva do Ibex, gerida pelo NCW (Centro Nacional Saudita para a Vida Selvagem), torna-se a primeira reserva na Arábia Saudita a cumprir todos os critérios e indicadores necessários para integrar a exclusiva Lista Verde de Áreas Protegidas e Conservadas da IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza).

O facto de fazer parte desta lista, que inclui cerca de 80 reservas entre mais de 300 000 áreas protegidas em todo o mundo, é um reconhecimento internacional que apoia o extraordinário trabalho da Reserva Ibex. Esta conquista reflete os esforços empregues na sua gestão, alinhados com os rigorosos critérios da Lista Verde, que se destacam pela sua governação eficaz, transparência e responsabilidade. Também na gestão baseada nos melhores conhecimentos científicos e locais disponíveis, na consideração do contexto social e económico e no planeamento proativo.

“O estatuto de Lista Verde da Reserva do Ibex não só reforça a sua posição internacional, como também impulsiona as nossas iniciativas mais alargadas de conservação e desenvolvimento sustentável. Estamos a colaborar ativamente com os nossos parceiros na área da vida selvagem para que todas as nossas reservas nacionais alcancem este padrão internacional”, afirmou o Dr. Mohammed Qurban, Diretor Executivo do Centro Nacional de Vida Selvagem.

O Centro Nacional de Vida Selvagem gere atualmente 11 áreas protegidas na Arábia Saudita.
Desde 2017, impulsionou a expansão das áreas marinhas protegidas do país de 3,6% para 6,5%, e aumentou as áreas terrestres protegidas de 4,5% para 18,1%. Estes esforços aproximam a Arábia Saudita do cumprimento do objetivo 30×30, estabelecido no Quadro Global de Biodiversidade de Kunming-Montreal da ONU, que visa proteger 30 % das áreas terrestres e marinhas até 2030.

A Reserva Ibex, situada na cordilheira de Tuwaiq, no centro da Arábia Saudita, foi criada em 1988 a pedido das comunidades locais para proteger um rebanho de cabras montesas, uma espécie em vias de extinção, que já registou uma recuperação notável. A Reserva trabalha em estreita colaboração com as comunidades locais para incentivar o desenvolvimento sustentável, promover o ecoturismo, apoiar a investigação científica e preservar o património natural.

Para além das cabras montesas, a Reserva do Ibex alberga outras espécies vulneráveis, como os hyraxes das rochas, as raposas, várias aves e répteis. A rica vegetação da área inclui acácias, arbustos, ervas e gramíneas, proporcionando um ambiente vital para a biodiversidade da região.

DESAFIOS

A Lista Verde da UICN é uma iniciativa global que promove a conservação efectiva da natureza através da sua Norma de Sustentabilidade.

Esta norma constitui uma referência global sobre a forma de enfrentar os desafios ambientais do século XXI. A Lista Verde fornece orientações especializadas adaptadas às realidades locais, garantindo resultados justos e eficazes na gestão de áreas protegidas e conservadas. Ao fazê-lo, procura garantir que a vida selvagem e os ecossistemas não só sobrevivam, como também prosperem e continuem a proporcionar valor às comunidades de todo o mundo.

Uma área protegida ou conservada que cumpra a norma da Lista Verde da UICN recebe uma certificação que a reconhece por alcançar resultados contínuos e sustentáveis tanto para as pessoas como para a natureza, de uma forma justa e eficaz. Esta certificação destaca o seu empenhamento na conservação a longo prazo e a sua contribuição para o bem-estar das comunidades locais e dos ecossistemas.

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Despesa fiscal em sede de IRS em 2025 pode estar subestimada

OE2025 prevê que despesa fiscal em sede de IRS cresce 1,3% em 2025, "substancialmente" abaixo do projetado para o impacto esperado com o alargamento do IRS Jovem, considera o CFP.

O valor da despesa fiscal em sede de IRS prevista para o próximo ano pelo Governo é “substancialmente” inferior ao projetado para o impacto previsto do alargamento do IRS Jovem. A conclusão é do Conselho das Finanças Públicas (CFP) na análise à proposta do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), divulgada na terça-feira.

“A totalidade da despesa fiscal em sede de IRS deverá crescer apenas 33 milhões de euros (1,3%), encontrando-se este valor substancialmente abaixo do projetado para o impacto esperado com o alargamento do IRS Jovem (525 milhões de euros) no próprio ano de 2025″, pode ler-se no relatório.

No OE2025, o Governo prevê que a despesa fiscal do Estado, isto é o montante de receita que abdica decorrente da concessão de desagravamentos fiscais, seja de natureza estrutural seja verdadeiros benefícios fiscais, em sede de IRS se cifre em 2.470 milhões de euros no próximo ano, o que compara com os 2.437 milhões de euros esperados em 2024.

Ora, o CFP considera que “a quase estagnação da despesa fiscal em sede de IRS pressuporia que a despesa resultante da existência de outros benefícios fiscais em sede deste imposto registasse um decréscimo de magnitude idêntica à esperada para o impacto do IRS Jovem“, algo que não se encontra referido no relatório da proposta do OE2025.

O novo IRS Jovem, que entrará em vigor no próximo ano, irá abranger os jovens até aos 35, independentemente das habilitações académicas, que se iniciem no mercado de trabalho, mas também que já tenham vida profissional ativa desde que não tenham ultrapassado dez anos de atividade. No entanto, a isenção fica limitada a 55 Indexante de Apoios Sociais (IAS).

A medida aplica-se aos rendimentos até ao 6º escalão e com a seguinte modelação:

  • Ano 1, Isenção de 100%;
  • Anos 2 a 5, Isenção de 75%;
  • Anos 6 a 9, Isenção de 50%;
  • Anos 10 a 13, Isenção de 25%.

No OE2025, o Ministério das Finanças prevê que o total despesa fiscal do Estado ascende em 2025 a 16.680,7 milhões de euros. Este montante representa um aumento de 3,2% face à despesa fiscal estimada para 2024. No relatório do OE2025, o Governo atribui este aumento à subida da despesa fiscal em todos os impostos, em especial no Imposto sobre Valor Acrescentado (IVA), cuja despesa fiscal estima que aumente 3,8%, o correspondente a uma subida de 370 milhões de euros.

O CFP destaca, assim, que “o crescimento da despesa fiscal do Estado em 2025 dever-se-á, em quase três quartos, ao aumento da despesa em sede de IVA“.

“Esta despesa fiscal deriva, essencialmente, da aplicação das taxas preferenciais deste imposto (reduzida e intermédia), encontrando-se o seu crescimento percentual em 2025 em linha com o projetado para a evolução do consumo privado nominal (4%), o que indica uma relativa estabilidade nos padrões de consumo dos bens e serviços sujeitos às taxas de IVA no próximo ano”, aponta.

Recorda ainda que, relativamente ao IRC, o Ministério das Finanças estima que a despesa fiscal em sede deste imposto cresça 1,3%, para 1.841 milhões de euros, devido, maioritariamente, ao Sistema de Incentivos Fiscais em Investigação e Desenvolvimento Empresarial (SIFIDE) e ao Regime Fiscal de Incentivo à Capitalização das Empresas.

No que toca à despesa fiscal dos restantes impostos, indica que o contributo para o crescimento previsto de 4,3% dever-se-á, maioritariamente “ao aumento da despesa fiscal em sede de Imposto do Selo“, que “continua a refletir o aumento da despesa fiscal com transmissões gratuitas entre cônjuges, unidos de facto, descendentes e ascendentes” e “ao crescimento da receita fiscal em sede de ISV”, resultante das “taxas preferenciais aplicadas a certos veículos ligeiros de mercadorias e aos automóveis ligeiros de passageiros com motores híbridos plug-in”.

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Porto de Lisboa prepara “ofensiva” elétrica e alarga estacionamento para barcos de recreio

  • Alexandre Batista
  • 30 Outubro 2024

Porto de Lisboa investe em auto-produção de energia e cria canais de alta tensão na cidade para abastecer navios. Para breve, uma marina para 200 barcos e instalações da Nova IMS chegarão a Algés.

O Porto de Lisboa (PL) está a desenvolver projetos de mais de 35 milhões de euros na frente de rio da capital, preparando-se para entrar também na produção de eletricidade e venda do excedente. Quando passam dez anos da criação do terminal de cruzeiros e 137 anos de vida do Porto de Lisboa, o presidente do conselho de administração da empresa portuária, Carlos Correia, enumerou ao ECO/Local Online as novidades da empresa até 2030.

Entre os investimentos, haverá um novo canal de 4 km para levar eletricidade em alta tensão até Santa Apolónia. Para tal, será usado o novo túnel do plano de drenagem de Lisboa que a câmara está a construir, e onde se instalará parte dos 4 km de linha de alta tensão entre o Alto de São João e a zona do terminal de cruzeiros. Esta linha é necessária para levar energia ao sistema de abastecimento elétrico Onshore Power Supply (OPS), com o qual os navios atracados em Lisboa deixarão de ter o motor de combustão ligado, sendo alimentados por eletricidade. Reduzem-se assim as vibrações, ruído e poluição ambiental dos motores.

Se não fosse o “atalho” pelo túnel do plano de drenagem, haveria necessidade de percorrer mais 900 metros, aponta Carlos Correia. Ainda que o grosso da potência de alta tensão captada a 4 km do porto se destine a manter os navios de cruzeiro alimentados por energia elétrica quando estão atracados, o projeto abrange também a infraestrutura de carga. “Queremos eletrificar também os outros terminais e é necessário ir buscar essa energia elétrica em alta tensão”, explica.

A potência da instalação estará apta a carregar baterias dos navios quando estes, um dia, tenham autonomia elétrica para entrar e sair do Tejo, assegura o presidente do PL.

Nesta conversa à margem do evento de apresentação do estudo da Nova SBE sobre o impacto económico da atividade de cruzeiros na capital, o presidente do conselho de administração do PL explicou que a primeira fase do projeto da OPS de Santa Apolónia decorre até 2026 e implica um investimento de 18,4 milhões de euros. O valor inclui a referida ligação de 4 km, já adjudicada à E-Redes, e uma nova subestação desenhada pelo arquiteto Carrilho da Graça, autor do terminal de cruzeiros, e que envolve também a empresa Quadrante, projeto que já está a ser desenvolvido.

“Depois, falta parte da ligação da subestação até à entrada dos terminais de carga, e construção de duas subestações”, explicita o gestor. Ao todo, existem, de Santa Apolónia até ao Poço do Bispo, junto ao Parque das Nações, cinco terminais de carga e ainda o terminal de cruzeiros. Esta última fase, com subestações, ficará concluída até 2029 e implica mais dez milhões de euros de investimento.

A jusante, em Alcântara, também será instalado um sistema similar, apenas para navios de carga, com um orçamento de três milhões de euros. Esta parte está mais atrasada por ainda não se ter definido o local onde será feita a ligação à alta tensão.

O nosso objetivo é que a energia que venha para o Porto de Lisboa seja produzida a partir de fontes de energia renovável”, afirma Carlos Correia, que desvenda ainda o investimento do PL em instalações de auto-produção de energia. Neste caso, serão concessionados espaços a privados para que estes façam a instalação e exploração.

Neste projeto, a administração do PL prevê aplicar cinco milhões de euros. “Toda a energia excedentária que possamos produzir, será ela própria área de negócio, disponibilizando essa energia a entidades próximas do Porto de Lisboa”, afirma.

“É a partir de projetos como estes e de concessões a empresas que façam investimento na instalação de painéis fotovoltaicos, ou outras soluções de produção de energia de fontes renováveis, que estamos a contar para descarbonização da atividade portuária”, explica ao ECO/Local Online.

O primeiro exemplo de produção de energia renovável no território do PL já está instalado em Algés, onde uma startup instalou uma mini-eólica urbana. Naquela mesma zona da jurisdição do PL, esta entidade está a colaborar na criação do Ocean Campus, projeto entre Oeiras e Lisboa e que, ficou-se a saber há dias pela voz do primeiro-ministro, virá a fazer parte de um plano maior para a Área Metropolitana de Lisboa, em que se inclui território também da margem esquerda do Tejo, no Arco Ribeirinho do Sul.

Da parte do PL, o projeto o Ocean Campus tem vindo a ser desenvolvido “normalmente”, diz o responsável. “Enquanto não nos for dada nova orientação, continuaremos a desenvolver o campus do mar tal como vínhamos a desenvolver, aguardando a constituição da nova sociedade”, explica.

Mantendo-se o atual figurino, o PL “já tem um conjunto de entidades comprometidas na sua instalação, designadamente as naves em concessão, uma à Fundação Champalimaud, outra à Câmara Municipal de Lisboa”. Mas há mais novidades nesta extremidade do território do PL. “Perspetiva-se a instalação da Nova IMS e de outras instalações que estão a ser negociadas, e a reativação da Doca de Pedrouços”, indica Carlos Correia.

“Temos o processo todo pronto. Estamos à espera de uma relação com a APA, que é necessária para termos o lançamento da concessão para reativação da para náutica de recreio. Vamos ter mais cerca de 200 lugares de estacionamento na Doca de Pedrouços. É uma insuficiência em Lisboa, temos maior procura que oferta”, conta o presidente do conselho de administração do PL.

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Portugal é o país da UE que precisa fazer o menor ajustamento orçamental

Conselho das Finanças Públicas indica que entre os países que precisam de fazer ajustamentos orçamentais para cumprir as regras europeias, Portugal é o que precisa de fazer o menor.

Portugal terá de fazer um ajustamento orçamental de cerca de 0,3% do Produto Interno Bruto (PIB) para cumprir as novas regras de Bruxelas, sendo o país com a necessidade de ajustamento orçamental mais baixa entre os 18 Estados-membros que entregaram os planos orçamentais estruturais de médio prazo analisados pelo Conselho das Finanças Públicas (CFP).

A conclusão consta da análise divulgada na terça-feira ao Plano Orçamental Estrutural remetido pelo Governo à Comissão Europeia em 11 de outubro. No documento, o Governo compromete-se com um teto médio de crescimento da despesa líquida de 3,6% entre 2025 e 2028.

Dos 18 países que tinham apresentado os planos à data de fecho do relatório do CFP, 14 pertencem à zona euro e permitem à instituição presidida por Nazaré da Costa Cabral considerar que “a trajetória de referência apontada para Portugal se enquadra no limite superior das restantes publicadas“.

“Isto é particularmente evidente quando a proposta (3,6%) é comparada com a realizada para países com uma dívida superior a 90% do PIB, como é o caso da Espanha (2,9%), Itália (1,5%) e Grécia (3,1%)“, aponta.

Fonte: Análise do Conselho das Finanças Públicas ao Plano Orçamental Estrutural Nacional de Médio-Prazo

No entanto, explica que resulta essencialmente de uma posição orçamental de partida, incluindo em políticas invariantes, mais favorável, o que leva “à existência de um ajustamento suplementar de dimensão inferior”.

“Com efeito, para além do Chipre e da Estónia, países sem necessidade de uma melhoria do saldo primário estrutural, ou uma orientação mais restritiva da política orçamental, Portugal apresenta a necessidade de ajustamento mais baixa entre os Planos conhecidos (aproximadamente 0,3 p.p. do Produto Interno Bruto)”, realça.

Ainda assim, dá nota da necessidade de uma manutenção de um “saldo primário estrutural excedentário significativo, equivalente a 2,5% do PIB em 2028”.

O CFP assinala ainda que, “no caso de Portugal, o crescimento potencial médio estimado pela Comissão para 2025-2028 é de 1,6%, idêntico ao de Espanha e próximo do da Grécia (1,3%) e da Eslováquia (1,7%)”. Já Itália, Estónia e Finlândia apresentam crescimentos inferiores a 1%, enquanto o Chipre e Eslovénia de 2,5% e Malta de 4,7%.

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Universidade Alfonso X el Sabio e a Fundação Jiménez Díaz assinam um acordo que permite a realização de estágios clínicos para os seus estudantes de medicina

  • Servimedia
  • 30 Outubro 2024

Concretamente, este acordo permite que os alunos da Licenciatura em Medicina da UAX realizem os seus estágios clínicos curriculares e extracurriculares no Hospital Universitário da Fundación Jiménez.

A Universidad Alfonso X el Sabio (UAX) e a Fundación Jiménez Díaz assinaram um acordo de colaboração que reúne ambas as corporações para o desenvolvimento de um projeto de formação que procura a excelência das novas gerações de profissionais médicos.

De acordo com a UAX, este acordo reforça o seu compromisso “com uma formação pioneira e abrangente no domínio da Medicina, preparando os médicos do futuro com competências-chave em áreas como a Saúde Digital, sendo pioneira na incorporação desta formação na sua licenciatura”. Para além disso, os alunos da UAX recebem ainda formação em inglês médico, acesso a um plano de formação específico para o MIR e práticas pré-clínicas no maior Hospital de Simulação Virtual da Europa, onde desenvolvem competências clínicas num ambiente simulado de alta tecnologia.

Desta forma, os alunos da UAX podem adquirir experiência clínica num hospital de referência em Madrid e complementar a sua formação com a prática em ambiente real. Isto permite-lhes desenvolver competências técnicas e praticar capacidades aprendidas na utilização de ferramentas de ponta essenciais para o desenvolvimento futuro da sua carreira profissional.

Sempre sob a supervisão de profissionais do Hospital Universitário Fundación Jiménez Díaz, os alunos realizam estágios em diferentes áreas e especialidades do Hospital Universitário Fundación Jiménez Díaz, como cirurgia, ginecologia, pediatria, oftalmologia e reumatologia, entre outras.

O acordo de colaboração entre a UAX e a Fundación Jiménez Díaz foi lançado no presente ano letivo (2024/2025) com um total de 30 vagas para alunos do terceiro ano e 15 para alunos do quarto ano. Estes números serão progressivamente aumentados ano após ano até às 120 vagas previstas para o ano letivo de 2027/2028, distribuídas em 30 vagas para cada ano da Licenciatura em Medicina, do terceiro ao sexto ano.

Para Isabel Fernández, Reitora da UAX, “este acordo com a Fundación Jiménez Díaz representa um firme passo em frente no nosso compromisso de oferecer aos nossos estudantes de medicina uma formação integral, baseada na excelência académica e na aquisição de competências práticas de profissionais de primeira classe”.

Nas palavras da Dra. Marta Cremades, Diretora Médica da Fundación Jiménez Díaz, “estamos muito satisfeitos por poder colaborar com a Universidade Alfonso X el Sabio na formação das novas gerações de médicos. Este acordo, que foi lançado este ano, não só oferece aos estudantes uma oportunidade única de aprender num ambiente hospitalar de alta complexidade, como também nos permite contribuir para o desenvolvimento de futuros profissionais que garantirão a excelência dos cuidados de saúde nos próximos anos”.

Este acordo garante a excelência na formação de uma universidade consolidada como a UAX, que celebra este ano o seu 30º aniversário. Assim, os seus alunos poderão realizar os seus estágios num ambiente de saúde de primeiro nível e equipado com tecnologia de ponta, como o Hospital Universitário Fundación Jiménez Díaz.

Este acordo vem na sequência de outros acordos assinados com centros de referência como o Hospital Universitário Severo Ochoa, o Hospital Geral Universitário de Villalba, o Hospital Universitário de San Francisco de Asís, o Hospital Universitário da Cruz Vermelha ou o Hospital Universitário do Tajo, oferecendo aos seus alunos a possibilidade de efetuarem as suas rotações em mais de 38 serviços de hospitais de prestígio.

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