Tropas russas ganharam 478 quilómetros quadrados este mês em território ucraniano

  • Lusa
  • 28 Outubro 2024

É o maior ganho territorial de Moscovo num mês desde as primeiras semanas de guerra, em 2022.

O exército russo avançou 478 quilómetros quadrados em território ucraniano desde o início de outubro, naquele que é o maior ganho territorial de Moscovo num mês desde as primeiras semanas de guerra, em 2022, segundo a agência AFP.

Com base em dados do Instituto para o Estudo da Guerra (ISW), organismo norte-americano, a agência noticiosa France-Presse (AFP) indicou que até domingo as forças russas tinham avançado mais no terreno na comparação com agosto e setembro (477 e 459 quilómetros quadrados, respetivamente). Estes dois meses já tinham sido marcados por grandes movimentos da linha da frente, particularmente no leste da Ucrânia, em redor da cidade de Pokrovsk.

A região de Donetsk, onde se situa um importante centro logístico, foi um cenário de dois terços dos avanços russos em outubro (324 quilómetros quadrados). As forças de Moscovo estão agora a poucos quilómetros da cidade, para a qual se aproximam pelo sul e pelo leste. O avanço ilustra as dificuldades com que se depara o exército ucraniano no Leste do país, face aos russos, mais numerosos e mais bem armados.

Os russos também estão a recuperar terreno mais a norte da linha da frente, ao ocuparem, este mês, mais de 40 quilómetros quadrados em direção a Kupiansk, uma cidade capturada pelas tropas russas no início do conflito, em fevereiro de 2022, e depois recapturada pela Ucrânia em setembro de 2022.

A última vez que as tropas do Kremlin obtiveram ganhos territoriais comparáveis foi em março de 2022 quando as operações se estenderam pelo norte do país em direção a Kiev, numa fase do conflito em que a linha da frente era muito mais móvel do que é atualmente.

No final de 2023, as forças russas tinham conquistado 584 quilómetros quadrados de território ucraniano. Desde o início de 2024, já tomaram mais de 2.660 quilómetros quadrados, uma área ligeiramente maior do que a área metropolitana de Moscovo. Desde o início da guerra, em 24 de fevereiro de 2022, a Rússia tinha tomado 67.192 quilómetros quadrados do território ucraniano até 27 de outubro.

Com a anexação da Crimeia em 2014 e os territórios do Donbass controlados pelos separatistas antes da ofensiva russa, Moscovo controla atualmente cerca de 18,2% do território da Ucrânia. Os cálculos da AFP baseiam-se nos dados fornecidos diariamente pela ISW, que se baseia em informações públicas divulgadas por ambas as partes e na análise de imagens de satélite.

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Governo duplica apoio a municípios para recolha seletiva de biorresíduos

Vinte e três comunidades intermunicipais e áreas metropolitanas recebem apoio de 27 milhões de euros para implementação dos projetos de recolha seletiva de biorresíduos.

O Ministério do Ambiente e Energia duplicou o apoio financeiro destinado às 23 Comunidades Intermunicipais (CIM) e Áreas Metropolitanas do Porto e de Lisboa, que ascende agora a um total de 27 milhões de euros, para a implementação de projetos de recolha seletiva de biorresíduos. Ainda assim, considera insuficiente o número de câmaras (60% de um total de 308) que já aderiu a este programa RecolhaBio.

“O número de municípios que faz a recolha seletiva de biorresíduos tem vindo a aumentar, estando agora nos 60% – número que, apesar dos esforços, ainda não é suficiente para o cumprimento das metas comunitárias de Preparação para Reutilização e Reciclagem (PRR)”, assinala o Ministério sob a tutela de Maria da Graça Carvalho que duplicou o valor do apoio a conceder.

“Este investimento para 2024 é o valor mais elevado desde que o projeto foi lançado e representa mais do dobro dos 13 milhões de euros atribuídos em 2023”, detalha o Governo que pretende, assim, promover a economia circular e reduzir o impacto ambiental dos resíduos.

Esperamos, com este investimento, permitir aos municípios equiparem as suas infraestruturas, sensibilizarem os cidadãos e promoverem a compostagem, contribuindo para a criação de um círculo virtuoso de gestão de resíduos.

Maria da Graça Carvalho

Ministra do Ambiente e Energia

Além das Áreas Metropolitanas do Porto e de Lisboa, entre as várias entidades que vão receber apoio constam as CIM do Alto Minho, do Cávado, do Ave, do Alto Tâmega, do Douro e das regiões de Aveiro e de Coimbra. Assim como as CIM do Médio Tejo, do Alentejo Litoral ou do Algarve.

“Esperamos, com este investimento, permitir aos municípios equipararem as suas infraestruturas, sensibilizarem os cidadãos e promoverem a compostagem, contribuindo para a criação de um círculo virtuoso de gestão de resíduos”, salienta Maria da Graça Carvalho.

Entre as iniciativas financiadas destacam-se projetos de recolha seletiva, como a infraestruturação de pontos de recolha e aquisição de sacos óticos; de compostagem comunitária e doméstica; de monitorização e tecnologias de informação; e de capacitação e sensibilização, designadamente de educação ambiental para incentivar à correta separação de resíduos e utilização dos compostos resultantes.

Para ministra, estes protocolos assinados com as áreas metropolitanas e as CIM representam “passos importantes para uma gestão mais eficiente e responsável dos resíduos, incentivando as autarquias, enquanto nos aproximamos das metas europeias”.

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Garantia pública para jovens fica operacional até final do ano

  • Lusa
  • 28 Outubro 2024

O ministro das Finanças sublinhou ainda que "os bancos estão muito recetivos" à medida. E que, quanto à isenção de IMT e imposto de selo, "já há seis mil jovens beneficiários".

A garantia pública no crédito à habitação a jovens estará operacional até ao final do ano, assegurou o ministro das Finanças esta segunda-feira no parlamento, adiantando também que a isenção do IMT (Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis) e Imposto do Selo já tem seis mil beneficiários.

“Há jovens que estão à espera da concretização da garantia, está já regulamentada e até ao final do ano os jovens poderão fazer escrituras com garantia pública, medida que em Espanha tem corrido bastante bem”, garantiu o ministro, na audição no âmbito do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025).

Joaquim Miranda Sarmento salientou que a medida “vai estar operacional até ao final do ano, os bancos estão muito recetivos a ela, foi feito um trabalho relevante com a Associação Portuguesa de Bancos (APB) e com o Banco de Portugal, e estamos confiantes de que vai ajudar muitos jovens a comprar casa”, conjugada com a isenção de IMT e imposto de selo.

A medida entrará, então, em vigor “nos últimos dias de dezembro”, sendo que o decreto-lei foi publicado, já há regulamentos e “os bancos têm agora 60 dias para implementar, que terminam no final de dezembro”.

O ministro destacou ainda que a garantia pública “só terá impacto orçamental se houver incumprimento”, recordando que “mesmo nos piores anos da crise, os níveis de incumprimento foram próximos de zero”. Assim, apontou que o Eurostat, no próximo ano, “dificilmente vai considerar algum valor nas contas nacionais”, nos cálculos sobre as contas públicas.

Já no que diz respeito à isenção de IMT e imposto de selo, Miranda Sarmento adiantou que já há seis mil jovens beneficiários, o que “mostra também que, naturalmente, alguns jovens tomaram a decisão de compra à espera do benefício”.

A garantia pública para crédito à habitação para a primeira casa de jovens entre os 18 e os 35 anos permitirá ao Estado garantir, enquanto fiador, até 15% do valor da transação, estando abrangidas compras até 450 mil euros e jovens que não obtenham rendimentos superiores ao do oitavo escalão do IRS (81.199 euros de rendimento coletável anual).

Já no que diz respeito à área fiscal, as pessoas até aos 35 anos têm isenção do IMT e do Imposto do Selo na compra da primeira habitação própria e permanente, sendo aquela isenção total para imóveis até 316.772 euros (4.º escalão do imposto) e parcial entre este valor e os 633.453 euros (parcela em que se aplica a taxa de 8% correspondente a este escalão). Estes intervalos vão ser atualizados em 2025, segundo a proposta do OE2025.

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APA chumba plataforma de energia eólica e solar flutuante em Salamonde na Peneda-Gerês

  • Lusa
  • 28 Outubro 2024

A APA salienta que segundo o Plano de Ordenamento do Parque Nacional da Peneda-Gerês "é interdita a instalação de infraestruturas de produção de energia elétrica".

A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) deu parecer desfavorável ao projeto de uma plataforma de produção de energia fotovoltaica flutuante na albufeira de Salamonde, em Vieira do Minho, inserida no Parque Nacional Peneda-Gerês, segundo nota no seu site. O parecer desfavorável data de quinta-feira da semana passada, e incide sobre um projeto da Finerge que também contemplava um parque eólico, com potência prevista de cerca de 8 megawatts (MW), na sequência dos leilões de 2022.

“Ponderando os impactes positivos, mas tendo presente não só os impactes negativos mas também o facto de o projeto constituir atividade interdita (…), emite-se decisão desfavorável ao projeto da Central Solar Fotovoltaica Flutuante de Salamonde e projeto híbrido associado”, pode ler-se na decisão da APA.

A APA elenca que se destaca “desde logo o facto da área do projeto se sobrepor com o Parque Nacional da Peneda-Gerês e com a Zona Especial de Conservação (ZEC) Peneda-Gerês (PTCON0001)”, concretamente a plataforma solar fotovoltaica. “Observa-se ainda a sobreposição parcial com a Reserva da Biosfera Transfronteiriça GerêsXurés e aos Corredores Ecológicos de ‘Entre Douro e Minho’ – ‘Gerês’ e ‘Cabreira'”, refere a APA.

A APA salienta que, segundo o Plano de Ordenamento do Parque Nacional da Peneda-Gerês (POPNPG), “é interdita a instalação de infraestruturas de produção de energia elétrica, exceto, no caso de recursos hídricos ou eólicos, em sistema de microprodução ou, no caso de recursos hídricos, no troço já artificializado do rio Cávado que constitui limite administrativo do Parque Nacional da Peneda-Gerês”.

“Assim, o projeto em avaliação constitui um ato interdito na área de intervenção do POPNPG”, refere a APA. Do projeto também decorreria a “afetação e perda de habitat de espécies florísticas e faunísticas em resultado da desmatação, bem como a disseminação de espécies exóticas” e alteração do comportamento animal durante as fases de construção e exploração.

A APA destaca ainda, “pela sua importância”, os impactos associados “à instalação e funcionamento da linha elétrica e funcionamento dos aerogeradores” do projeto eólico.

“A mortalidade de aves na linha elétrica e nos aerogeradores é a situação mais preocupante, nomeadamente se afetar exemplares de Tartaranhão-caçador (Circus pygargus), espécie com estatuto de ameaça ‘Em Perigo’ e com reprodução confirmada na zona, assim como também poderá existir perturbação de lobos, nomeadamente da alcateia da Cabreira, em cujo território se localiza o aerogerador número n.º 2”, refere a APA.

Outros dos impactos elencados são os “visuais ao nível da paisagem”, já que há uma “perda absoluta de valor cénico, resultante da impossibilidade de manutenção da vegetação enquanto valor visual natural, bem como a alteração de morfologia natural por terraplenagens”, havendo ainda “uma perda significativa a muito significativa de superfície do espelho de água da albufeira de Salamonde”.

“Na fase de exploração destaca-se a artificialização e degradação visual de áreas de muito elevada a elevada qualidade visual, incluídas no Parque Nacional da Peneda-Gerês”, segundo a APA. As consultas promovidas durante o processo de avaliação ambiental “evidenciam uma clara oposição à implantação do projeto, considerando que o mesmo deveria ter sido liminarmente reprovado dada a sua sobreposição com o Parque Nacional da Peneda-Gerês”.

No dia 10, a APA já tinha chumbado o projeto da Finerge para um equipamento fotovoltaico flutuante na albufeira da barragem de Paradela, em Montalegre (distrito de Vila Real), com argumentação semelhante.

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Air France – KLM reiterou ao Governo interesse em ser acionista da TAP, seja maioritário ou minoritário

Benjamin Smith, CEO do grupo franco-neerlandês, liderou a delegação a Lisboa para expressar interesse na privatização. Aguarda "com expectativa" termos e calendário.

A Air France – KLM reiterou ao Governo português, numa reunião em Lisboa esta segunda-feira, o interesse em comprar uma participação na TAP, seja ela maioritária ou minoritária, afirmou fonte oficial do grupo franco-neeralandês.

“Uma delegação do Grupo Air France-KLM, liderada pelo CEO, Benjamin Smith, reuniu-se com representantes do Governo português em Lisboa, a 28 de outubro de 2024, para reafirmar o interesse do Grupo em tornar-se acionista da TAP”, referiu.

“O grupo confirmou estar disponível para a compra de uma participação maioritária ou minoritária“, adiantou, sublinhando que “aguarda com expectativa os termos específicos da privatização da TAP e o calendário que vier a ser definido pelo Governo português”.

O ECO noticiou esta manhã que devido a um atraso, a reunião do Governo com o grupo Air France-KLM sobre a privatização da TAP irá decorrer durante a tarde mais tarde que o inicialmente previsto, e não contou com a ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, que esteve numa audição no Parlamento para defender a proposta de Orçamento do Estado.

A alteração, causada por um atraso no voo dos representantes do grupo franco-neerlandês para Lisboa, significa que o Governo foi representado por Miguel Pinto Luz, ministro das Infraestruturas e da Habitação, e pelo secretário do Estado do Tesouro e das Finanças, João Silva Lopes.

Esta sexta-feira o ECO apurou junto de fonte conhecedora do processo que os responsáveis da Air France-KLM iriam transmitir ao Governo que estão confortáveis com a compra de uma posição minoritária na companhia portuguesa.

Ainda que a vontade de Luís Montenegro fosse privatizar a totalidade do capital da TAP, a atual geometria parlamentar impede que ela se concretize. Mesmo que o decreto-lei de privatização previsse essa possibilidade, os partidos pediriam a apreciação parlamentar, inviabilizando a alienação da maioria do capital, uma vez que só PSD e IL o defendem. Um contexto a que a Air France–KLM está atenta.

“Tendo em conta que estão a ser equacionados vários cenários para a aprovação, numa fase posterior, da privatização da TAP no Parlamento, a Air France–KLM mantém-se aberta a várias opções e também está confortável com a venda de uma participação minoritária da companhia”, afirma ao ECO a referida fonte.

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BPP: Privado Clientes põe requerimento em tribunal contra Comissão de Credores

  • Lusa
  • 28 Outubro 2024

A associação Privado Clientes, que junta lesados do Banco Privado Português, acusa a Comissão de Credores de não fiscalizar o trabalho da Comissão Liquidatária.

A associação Privado Clientes, que junta lesados do Banco Privado Português (BPP), pôs um requerimento no Tribunal do Comércio contra a Comissão de Credores do BPP acusando-a de não fiscalizar o trabalho da Comissão Liquidatária.

Em comunicado, a Privado Clientes disse esta segunda-feira que interpôs “um requerimento ao Tribunal do Comércio de Lisboa face à conduta consecutivamente omissa da Comissão de Credores, nomeadamente a não fiscalização dos relatórios entregues pela Comissão Liquidatária”.

Segundo a associação de lesados, já por duas vezes o tribunal intimou a Comissão de Credores nesse sentido, mas não aconteceu, e os relatórios sobre a atividade da Comissão Liquidatária são divulgados atrasados e sem serem visados pela Comissão de Credores. Segundo a Privado Clientes, tal acontece “ao arrepio da lei” e cria “revolta” entre os credores, já que a função desta comissão é defender os seus interesses.

“Para a Privado Clientes, a Comissão de Credores impõe ainda maior preocupação e revolta aos credores do que os incumprimentos da Comissão Liquidatária”, disse, citado no comunicado, o presidente da Privado Clientes, Jaime Antunes. O colapso do BPP, banco vocacionado para a gestão de fortunas, começou com a crise financeira de 2008 e culminou em 2010. Apesar da sua pequena dimensão, a falência do BPP lesou milhares de clientes e o Estado, tendo ainda tido importantes repercussões devido a potenciais efeitos de contágio ao restante sistema quando se vivia uma crise financeira.

O fundador e antigo presidente do BPP, João Rendeiro, e outros ex-administradores do BPP foram acusados de crimes económico-financeiros ocorridos entre 2003 e 2008. João Rendeiro morreu em 12 de maio de 2022 numa prisão na África do Sul. Após o colapso do BPP, foi criada uma Comissão Liquidatária do BPP, nomeada pelo Banco de Portugal.

Nos últimos anos, os lesados do BPP têm estado em rutura com a Comissão Liquidatária (atualmente liderada por Manuel Mendes Paulo) porque consideram que esta não faz devidamente o seu trabalho, arrasta o processo há anos, quer perpetuar-se nos cargos à custa dos credores e não é transparente (não presta a informação devida). Acusam-na ainda de defender, sobretudo, os interesses do Estado, não tratando todos os credores por igual. A Privado Clientes pediu em início de 2022 a destituição da Comissão Liquidatária.

Já em maio de 2022, a Liminorke (o maior credor privado do BPP, com 53 milhões de euros, e que integra a Privado Clientes) pediu ao tribunal a substituição dos membros da Comissão de Credores, denunciando que a informação dada aos credores é insuficiente, há deficiente fiscalização do processo de liquidação e que o universo de credores não é representativo.

No requerimento, a Privado Clientes considera que os incumprimentos da Comissão de Credores são mais um motivo para os seus membros serem substituídos. A Privado Clientes tem cerca de 1.000 associados, segundo dados fornecidos à Lusa este ano. A associação é presidida por Jaime Antunes, que é também é presidente da Liminorke.

Já a Comissão Liquidatária considera as acusações da Privado Clientes infundadas e gratuitas e que mancham o bom nome dos seus membros. Sobre os créditos que serão pagos, tendo em conta os ativos do banco, a expectativa é que o Estado seja ressarcido na totalidade da dívida mas que será impossível pagar todos os créditos comuns reconhecidos.

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PS de Lisboa exige que câmara se oponha à lei do Alojamento Local aprovada pelo Governo

  • Alexandre Batista
  • 28 Outubro 2024

Vereação socialista quer um máximo de 5% no rácio de Alojamento Local por fogo habitacional em Lisboa, que hoje está em 7,5%, e é contra bares em prédios de habitação.

A vereação do Partido Socialista na Câmara Municipal de Lisboa quer alterar a lei do Alojamento Local (AL) que o Governo de Luís Montenegro aprovou em agosto, mas produz efeitos já a partir desta sexta-feira, para evitar uma corrida às licenças. O principal partido de oposição apresentou duas propostas de alteração a Carlos Moedas, e espera que possam ser votadas já esta quarta-feira, atempo de travar a lei.

“Vamos ter uma corrida às licenças, retirando centenas de casas do mercado tradicional de arrendamento”, vaticina a vereadora socialista Inês Drummond, em conferência de imprensa esta segunda-feira. Os vereadores do PS consideram as “propostas urgentes”, para “evitar a derrocada anunciada no mercado de arrendamento”.

O PS pretende a suspensão imediata de novas licenças na cidade de Lisboa, já que há 19 mil fogos dedicados a esta atividade, ou seja, 7,5% do total, explicita Inês Drummond. Os socialistas propõem criar uma zona de contenção única na cidade, significando que sempre que a cidade atinja um rácio de AL igual ou superior a 5% dos fogos habitacionais, a emissão de licenças fica suspensa.

Considerando que a cidade já está em 7,5%, isto significaria, assume a vereadora socialista ao ECO/Local Online, o fim de novos AL em Lisboa, em linha com o que preconizava o +Habitação.

Por outro lado, o PS pretende que em Lisboa não passe a vigorar a determinação aprovada pelo Governo de que nos AL possa haver usos complementares, como a presença de espaços de restauração e bebidas numa fração de um prédio de habitação.

Salientando que o Governo decidiu dar apenas sete dias colocar em prática uma nova lei, a vereadora indica que “cai por terra a suspensão de novas licenças em 20 de 24 freguesias da cidade de Lisboa” e “fica em vigor apenas a suspensão de novas licenças no centro histórico que tinham sido aprovadas em 2018 pelo Partido Socialista na câmara de Lisboa”.

Atualmente, o AL já vale “mais de 14%” do mercado habitacional da freguesia de Arroios e 7% nas Avenidas Novas, acusou a autarca. “Lisboa já é a cidade europeia, a par do Porto, com o maior número de alojamento local por 100 mil habitantes”, indica Inês Drummond.

Desproteger ainda mais os moradores e os jovens que procuram casa é uma irresponsabilidade gritante que vai sair caro”, alerta a vereadora, afirmando que o novo regime de AL, com aplicação “em apenas sete dias e sem qualquer período de transição, atira gasolina para cima da fogueira que já é a crise habitacional que hoje vivemos

Com a nova lei, a que o PS se opõe, o Governo reduz a capacidade de a assembleia de condóminos impedir a presença de um AL nos edifícios, o que, até sexta-feira, dia da entrada em vigor, pode ser feito com a simples votação de dois terços dos condóminos.

Quem, ainda no ano passado, falava de radicalismo e autismo do governo do PS a propósito do programa +Habitação, acaba de fazer o maior ataque à propriedade privada e ao direito ao descanso e segurança alguma vez avançado por um Governo.

Inês Drummond

Vereadora do Partido Socialista na Câmara Municipal de Lisboa

“O impacto negativo deste novo regime não se limita a destruir o mercado de arrendamento. Também o direito dos condóminos para decidir sobre o futuro do seu prédio é retirado. Na prática estamos a impedir a oposição à presença de AL nos condomínios”, acusa Inês Drummond, que aponta o dedo às alterações que o Governo de Luís Montenegro introduziu ao pacote +Habitação, da responsabilidade do Governo de António Costa.

Num ataque explícito ao presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, cujo nome referiu por várias vezes numa intervenção de cerca de dez minutos, a vereadora aponta que o autarca “tem de sair de cima do muro” e decidir se “fica do lado da especulação”, ou se “protege o direito dos lisboetas”.

Recordando a possibilidade dada pelo +Habitação aos municípios para cancelarem as licenças de AL em que não fosse feita prova de atividade — mesmo que algumas delas fossem de negócios já encerrados –, Inês Drummond acusa Moedas de ter desperdiçado a oportunidade de cancelar 8.200 licenças, algo que, a partir da entrada em vigor da nova lei, nesta sexta-feira, 1 de novembro, já não poderá fazer mais.

Quem, ainda no ano passado, falava de radicalismo e autismo do Governo do PS a propósito do programa +Habitação, acaba de fazer o maior ataque à propriedade privada e ao direito ao descanso e segurança alguma vez avançado por um Governo. Quem comprou casa pensando que o estava a fazer num prédio habitação e se vê no meio de um edifício com unidades hoteleiras, que agora também poderão vir a ter usos complementar como restauração e bebidas, fica doravante de mãos atadas e não pode fazer para impedir esta situação do que ir para tribunal”, lamenta Inês Drummond.

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Queixa crime contra André Ventura já está na PGR

O Ministério Público (MP) abriu um processo para investigar as declarações do presidente do Chega André Ventura, do líder parlamentar do partido Pedro Pinto e do assessor Ricardo Reis.

Mais de 124 mil cidadãos assinaram uma queixa-crime contra André Ventura, Pedro Pinto e Ricardo Reis, do Chega, por declarações após a morte de Odair Moniz, após ter sido atingido a tiro pela polícia. O documento foi entregue na Procuradoria-Geral da República, que já abriu um inquérito na sexta-feira.

O Ministério Público (MP) abriu um processo para investigar as declarações do presidente do Chega André Ventura, do líder parlamentar do partido Pedro Pinto e do assessor Ricardo Reis, por incitamento ao ódio, relacionadas com a morte de Odair Moniz. O inquérito corre no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) Regional de Lisboa.

Em causa estão declarações do líder parlamentar do Chega, Pedro Pinto, sobre os tumultos dos últimos dias relacionados com a morte de Odair Moniz, baleado pela polícia na Amadora, afirmando que se as forças de segurança “disparassem mais a matar, o país estava mais na ordem”.

Sobre o agente da PSP que baleou Odair Moniz, também André Ventura, presidente do Chega, fez declarações polémicas. “Nós não devíamos constituir este homem arguido; nós devíamos agradecer a este polícia o trabalho que fez. Nós devíamos condecorá-lo e não constitui-lo arguido, ameaçar com processos ou ameaçar prendê-lo”, disse.

A tomada de posição por parte do MP surgiu no mesmo dia em que foi conhecida a intenção de um grupo de cidadãos entregarem uma queixa-crime. Os principais ilícitos são: “Instigação à prática de crime”, “apologia da prática de crime e “incitamento à desobediência coletiva”.

Entre os subscritores está a ex-ministra da Justiça e ex-Procuradora-Geral da distrital de Lisboa Francisca Van Dunem, que em declaração ao DN disse que foi “atingido um limite”.

“Atingiu-se um limite. Nenhum democrata pode deixar de se indignar com estas declarações. A minha consciência obriga-me a tomar uma atitude em relação a quem se aproveita deste clima para fazer apelos ao ódio e a mais violência. Vou subscrever a queixa, que espero que seja subscrita pelo maior numero possível de pessoas”, disse.

Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, André Ventura disse ter provas de que naquela petição há “dezenas, se não centenas, de assinaturas falsas” e espera que as suas alegações sejam investigadas. O líder do Chega alegou que a petição que acompanha a queixa-crime contra si “é uma fraude” por ter “assinaturas falsas” e sem número de identificação, numa altura em que as suas declarações estão a ser investigadas.

“É uma fraude porque quem quer pode assinar esta petição sem qualquer cartão de cidadão, sem qualquer número”, afirmou, dizendo conter nomes como o de Estaline, Kim Jong-un ou Odair Moniz.

Sobre o inquérito já em curso, André Ventura reiterou que não invocará a imunidade parlamentar de que goza enquanto deputado “para evitar, contrariar ou fugir a qualquer investigação do Ministério Público” e indicou que confia “nas instituições e na justiça”.

“Temos de ter a preocupação de deixar o debate político para os políticos e evitar que o debate político se transfira para os tribunais, e se transfira para a justiça o que é uma declaração que passa uma linha ou não passa. Isso de facto agora está na justiça e por isso caberá à justiça fazer esse apuramento”, referiu, alegando ter a razão do seu lado.

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Born assina campanha do Nova Arcada “É um shopping. É a sua casa”

  • + M
  • 28 Outubro 2024

A campanha marca presença em rádio, outdoors e plataformas digitais, tendo o planeamento de meios ficado a cargo da Arena Media.

Desenvolvida pela agência Born, a campanha “É um shopping. É a sua casa” visa fazer um paralelismo entre o aconchego do lar e a vivência do Nova Arcada. O objetivo é mesmo posicionar o centro comercial bracarense como um “espaço onde o conforto e a conveniência estão sempre presentes, tal como em casa”.

“No manifesto da nova campanha ‘É um shopping. É a sua casa’, queremos transmitir uma sensação de bem-estar e proximidade. Abrimos as portas para o conforto em cada passo, para o convívio e para as experiências partilhadas. Celebramos os sorrisos durante as compras, os momentos de lazer em família e o relaxamento num ambiente onde todos se sentem em casa,” diz Filipa Lopes, diretora do Nova Arcada, citada em comunicado.

Com esta campanha, reforçamos o nosso compromisso em criar um espaço que não é apenas um centro comercial, mas um lugar de experiências, conexão e conforto para a comunidade, onde cada visita se transforma num momento especial e acolhedor“, acrescenta.

A campanha, que marca presença em rádio, outdoors e plataformas digitais, conta com o planeamento de meios da Arena Media. A mesma “reforça, de forma leve com um toque de humor este diferencial, ao desafiar os visitantes a encontrar o mesmo sentimento de pertença que têm em casa”, refere-se em nota de imprensa.

“Além de resolver as necessidades do dia-a-dia e oferecer todo o tipo de compras e serviços, o Centro é um destino para aproveitar o tempo livre com várias atividades de entretenimento – desportivas, culturais, musicais e gastronómicas –, proporcionando momentos de socialização, aprendizagem e diversão”, acrescenta-se ainda.

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Diogo Brito é o “All-Star” que vai representar Portugal no Portfolio Night

  • + M
  • 28 Outubro 2024

No evento, em Lisboa, participaram 37 talentos criativos que puderam mostrar o seu portfólio a mais de cinco diretores criativos no período de duas horas.

O designer gráfico e web developer independente Diogo Brito é o All-Star que vai representar Portugal no Portfolio Night, evento global do The One Club for Creativity, em Portugal promovido pelo CCP.

A Portfolio Night Lisboa decorreu pelo sexto ano consecutivo e juntou 30 diretores criativos de agências e estúdios nacionais “que se sentaram com talentos de todas as áreas da criatividade que procuraram opiniões qualificadas para fazer evoluir o seu portfólio”, refere o Clube da Criatividade de Portugal (CCP) em nota de imprensa.

O portefólio de Diogo Brito foi eleito o melhor da noite, pelo que o designer vai representar Portugal numa competição internacional realizada online, com os All-Stars das restantes cidades que fazem parte desta edição do programa, e integrar um dos grupos com três a quatro vencedores de outras cidades do mundo, que vão trabalhar um briefing real de uma marca. O grupo vencedor viaja até Nova Iorque para uma semana de eventos, workshops, networking e recrutamento.

Estou mesmo muito feliz. É uma sensação ótima de reconhecimento do meu trabalho e dá-me bastante força para continuar a crescer como profissional. Agradeço ao CCP e a todos os profissionais que estiveram aqui e viram o meu trabalho”, diz Diogo Brito, citado pelo CCP. O portefólio do designer gráfico pode ser consultado aqui.

No evento em Lisboa participaram 37 talentos criativos que puderam mostrar o seu portfólio a mais de cinco diretores criativos no período de duas horas. A votação dos 30 diretores craitivos foi moderada por Mário Mandacaru, co-fundador e creative partner d’A Equipa e ex-presidente do CCP.

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Caso CMEC. Mexia e Manso Neto acusados de corromper Manuel Pinho

Doze anos depois do início da investigação, há finalmente uma acusação. O Ministério Público entende que o Estado sofreu um prejuízo superior a 840 milhões de euros.

António Mexia, Manso Neto, Manuel Pinho, Miguel Barreto, João Conceição foram acusados de corrupção, no âmbito do processo dos CMEC/EDP.

António Mexia e João Manso Neto são acusados pelo Ministério Público (MO) de terem corrompido Manuel Pinho, ex-ministro socialista da Economia, para obter 840 milhões de euros de benefícios para a EDP, segundo explica o comunicado enviado pela Procuradoria-Geral da República. O MP pediu ainda a perda de bens dos arguidos e de duas empresas do Grupo EDP (EDP, SA e EDP Gestão de Produção de Energia, SA) no valor desses mesmos 840 milhões de euros a favor do Estado.

De acordo com a acusação, os factos ocorreram entre 2006 e 2014 e, em síntese, relacionam-se com a transição dos Contratos de Aquisição de Energia (CAE) para os Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC), designadamente com a sobrevalorização dos valores dos CMEC, bem como com a entrega das barragens de Alqueva e Pedrógão à Eletricidade de Portugal (EDP) sem concurso público e ainda com o pagamento pela EDP da ida de um ex-ministro para a Universidade de Columbia dar aulas.

“Ainda segundo a acusação, um dos arguidos, à data ministro da Economia, apoiou a nomeação de outro arguido como presidente executivo da EDP e favoreceu indevidamente essa empresa, mediante contrapartidas. Ao acordo, que para o efeito ambos fizeram, vieram a aderir os restantes arguidos, que o concretizaram também mediante contrapartidas”, diz o mesmo comunicado.

“Ao acordo, que para o efeito ambos fizeram, vieram a aderir os restantes arguidos, que o concretizaram também mediante contrapartidas”, conclui a acusação. Quanto a alguns dos factos pelos quais era investigado Miguel Barreto, ex-diretor-geral da Energia – relacionados com o negócio da “Home Energy” -, foram arquivados, por falta de provas, acrescenta o Ministério Público.

Quais os crimes imputados a cada arguido?

António Mexia — Ex-presidente executivo da EDP:

  • Um crime corrupção ativa para ato ilícito de titular de cargo político.

João Manso Neto — Ex-presidente da EDP Renováveis e ex-administrador da EDP:

  • Um crime corrupção ativa para ato ilícito de titular de cargo político.

Manuel Pinho — Ex-ministro da Economia do Governo socialista de José Sócrates:

  • Um crime corrupção passiva para ato ilícito de titular de cargo político.

João Conceição — Ex-assessor do ministro Manuel Pinho no Ministério da Economia:

  • Um crime corrupção passiva para ato ilícito de titular de cargo político.

Miguel Barreto — Ex-diretor-geral da Energia:

  • Um crime corrupção passiva para ato ilícito de titular de cargo político.

Rui Cartaxo — Ex-assessor de Manuel Pinho no Ministério da Economia:

  • Um crime corrupção passiva para ato ilícito de titular de cargo político.

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Clube da Criatividade de Portugal vai a eleições para o biénio 2024/2026 a 28 de novembro

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  • 28 Outubro 2024

As candidaturas e programa de novas listas para a direção do CCP devem ser entregues até ao fim do dia de 24 de novembro. As eleições para o biénio 2024/2026 decorrem quatro dias depois. 

O Clube da Criatividade de Portugal (CCP) reúne-se em assembleia geral no dia 28 de novembro. Um dos pontos da sessão passa por eleger os corpos sociais da organização para o biénio 2024/2026.

O CCP convoca os sócios ativos a juntarem-se à sessão, via Zoom, que conta com um total de três pontos na ordem de trabalhos, conforme a convocatória assinada por Luís Alvoeiro Quaresma, presidente da Mesa da Assembleia Geral do Clube.

À “apreciação de relatório e parecer do Conselho Fiscal relativo às contas de 2023 e apreciação do relatório de gestão pela Direção”, segue-se a “realização de Eleições para a Direção e Corpos Sociais do Clube da Criatividade de Portugal para o Biénio 2024/2026″. Apurada a lista eleita, procede-se à “análise da execução” do plano de atividades da respetiva direção.

Nas eleições podem candidatar-se à direção e corpos sociais do CPP as listas cujos membros integrantes sejam sócios com as quotas válidas. As candidaturas e programa de novas listas devem ser entregues até 24 de novembro (às 23h59), através do email geral@clubedacriatividade.pt, dirigido à mesa de assembleia.

A atual direção do CCP é encabeçada por Susana Albuquerque enquanto presidente, a quem se junta Pedro Mesquita (vice-presidente), José Maria Machado (tesoureiro), Andreia Ribeiro (primeira vogal), Mafalda Quintela (segunda vogal) e Daniel Caeiro (terceiro vogal).

Os sócios ativos vão receber no seu email o link de acesso ao Zoom da Assembleia Geral, sendo que as empresas sócias do CCP devem fazer-se representar por um elemento na reunião.

“A direção convida a comunidade criativa a participar neste momento tão importante do Clube, onde vai apresentar os trabalhos desenvolvidos nos últimos dois anos, e reforça a importância da participação dos sócios na dinamização da estrutura e atuação da associação de forma a potenciar esforços e ganhar escala“, refere-se em comunicado.

“Se, na hora marcada para o início dos trabalhos, não se encontrarem presentes mais de metade dos associados com direito a voto, (…) a Assembleia Geral funciona legalmente em segunda convocatória, trinta minutos depois do seu início, com a mesma ordem de trabalhos, qualquer que seja o número de associados presentes, passando a realizar-se como Assembleia Extraordinária”, acrescenta-se.

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